Em retorno de Aranha ao estádio do Grêmio, torcedores confrontam atleta santista
Por Edimário Duplat
Vítima de vaias desde os primeiros minutos do jogo, o arqueiro também voltou a ser ofendido verbalmente. Primeiramente chamado de “frangueiro”, logo foi novamente alvo de gritos racistas, como “banca de neve”, e injurias homofóbicas.Ao final da partida, que terminou em um empate sem gols, Aranha se mostrou bastante decepcionado com as atitudes da torcida presente na Arena do Grêmio. “Eu, sinceramente, esperava ser recebido de outra maneira. Acreditava que a grande maioria tinha repudiado as atitudes. Pelo que vi hoje, concordam com tudo. Acham isso bonito. Eles seguem a vida deles, e eu a minha”. Questionado pela imprensa local se não achava a atitude dos adeptos ser “normal”, o goleiro se irritou e devolveu a pergunta aos jornalistas. “Por tudo o que aconteceu no outro jogo, ou não foi? Ou você concorda com o que aconteceu? Você concorda?” retrucou.
Depois, o atleta do Santos deu sua opinião sobre Patrícia Moreira, torcedora flagrada no confronto anterior entre as duas equipes. Eu não quero polemizar. Eu quero esclarecer e resolver, como diz o parceiro Helio De La Peña (humorista). Tem de resolver e esquecer, não tem de existir a cor da pele. Muita gente achou que o racismo tinha sido resolvido aqui no Brasil, mas não foi, só foi jogado para baixo do tapete. Eu toparia numa boa me encontrar com ela, mas ela vai responder pelo o que ela fez. Mas eu não quero chabu. Uma coisa é perdoar, abraçar. Ela está indo nos programas de televisão se explicar, e cada vez piora a situação. A primeira coisa que faz é se explicar. Tentou chorar e não conseguiu. Uma coisa que não tem necessidade” finalizou.