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Entrevistas

Entrevista

Juninho Petrolina

Juninho Petrolina

 

 

Por Glauber Guerra

 

Bahia Notícias: Juninho, conte como foi o início de sua carreira?
Juninho Petrolina -
Eu comecei jogar futebol em 1994, na cidade de Petrolina (PE), no 1º de Maio. Em 1995 fui jogar na divisão de base do Sport Clube Recife e finalmente me profissionalizei no dia 26 de setembro de 1996. Foi uma vitória, por tudo que passei, pelas dificuldades que o jogador de futebol encontra no começo da carreira e conseguir chegar a um grande clube que é o Sport. Em 1997 fui escolhido como melhor jogador do Campeonato Pernambucano e tive um bom Campeonato Brasileiro. Foi um ano maravilhoso.

 

BN: Após se destacar no Sport em 1997, você se transferiu para o Atlético-MG. O que aconteceu para você não estourar de vez e voltar para o Ilho de Retiro?
JP -
No ano de 98, o Atlético vivia um momento conturbado, foi um dos piores anos do clube. O presidente da época Paulo Cury sofreu impeachment e o Atlético chegou a ter quatro treinadores entre o Campeonato Mineiro e o Brasileirão. E eu não estava acostumado com desorganização, atrasos de salários, com aquele ambiente instável. Para piorar a situação, eu tive uma lesão no joelho e fiquei três meses parado. No ano seguinte na reapresentação tomei a decisão de não continuar e voltei por empréstimo ao Sport onde disputei o Campeonato Pernambucano.

 

BN: Nesta segunda passagem pelo Sport, em 1999, você voltou a apresentar um bom futebol e chegou ao Vitória. Como foi a passagem aqui pela Toca do Leão?
JP -
Foi uma passagem muito boa. Era um clube que eu não conhecia sua estrutura. Mas fui muito feliz, onde conquistei o título de Campeão Baiano em 2000. O Vitória revelou jogadores como Allan Dellon, Paulo Rodrigues, Fernando e outros que se destacaram e foram embora. Logo depois não fizemos um bom Campeonato Brasileiro. Na época, era Arthurzinho o treinador. O presidente do Vitória da época foi muito infeliz em não manter o Arthurzinho, pois ele tinha o grupo fechado e na mão. Todos os jogadores o queriam, mas o presidente optou por Ricardo Gomes, que não foi bem aceito, por sua metodologia de trabalho e isso acabou influenciando no nosso rendimento dentro de campo.

 

BN: Tem algum gol que marcou pelo rubro-negro baiano que marcou em sua memória?
JP -
O gol na final do campeonato baiano. O jogo estava empatado em 0 a 0, até que os 27 minutos do primeiro tempo conseguir marcar e desestabilizar o time do Bahia. Ganhamos de 3 a 1 e fomos campeões.

 

BN: Depois de jogar no Leão baiano, você foi para o Santa Cruz e Náutico. Como foi jogar por dois clubes rivais assim, em tão pouco tempo?
JP -
No Santa Cruz foi um ano gostoso. Foi um desafio que eu não acreditava que iria dar certo. Eu estava três meses sem atuar, devido a um problema no tornozelo. Ricardo Rocha (tetracampeão em 94 pelo Brasil) fez o convite para defender a equipe. Foi um pouco receoso, pois o clube vivia um período de crise profunda, muitos problemas na justiça, de atletas, funcionários. Mas foi muito bom e de lá fui para Portugal. No Náutico em 2005, eles não cumpriram o que foi acordado e por isso não decidi ficar no time. Permaneci só por dois meses.

 

BN: Como foi sua passagem pelo futebol português? Era o que você esperava?
JP -
Fui muito feliz na Europa. Não tive títulos por equipe, mas consegui títulos individuais. Quando cheguei à Europa, senti uma dificuldade de adaptação por causa do frio. Quando cheguei a Portugal por volta de 2000/2001, foi um inverno rigoroso. Um frio que realmente eu não estava acostumado. Foi uma adaptação um pouco demorada. Treinar e jogar naquele frio, mas depois de seis meses consegui vencer os obstáculos e me adaptar. O Beira Mar chegou ao quinto lugar no Campeonato Português, inclusive fomos classificados para a UEFA, mas o clube abriu mão da vaga, pois o estádio não atendia os pré-requisitos para atuar na competição. Foi ai que Juninho Petrolina começou a fazer história em Portugal, quando foi considerado o melhor meia estrangeiro no campeonato e no ano seguinte (2002). Ganhei a chuteira de diamante e foi muito bom, fiquei feliz. Foram três anos recebendo o prêmio de melhor médio estrangeiro em Portugal. Fui vendido para o Belenenses, que tinha uma melhor estrutura, um clube que lutava por títulos. Mas infelizmente, mais uma vez, eu fui infeliz na equipe, teve muita troca de treinadores e acabamos lutando para não cair.

 

BN: Qual a melhor lembrança do Velho Mundo?
JP -
Eu tive muitas lembranças boas. Quando atuei pelo Beira-Mar precisávamos de ganhar três partidas consecutivas para garantir a vaga na UEFA e ninguém acreditava. Um jogo na casa do Porto, um jogo dentro de casa contra o Sporting de Jardel e outro na inauguração do novo estádio do Benfica. Quando disse na imprensa local que iríamos vencer as três partidas, fui vítima de chacota e gozação por parte de torcedores, da imprensa e até de alguns adversários. Mas fomos à casa do Porto e ganhamos de 3 a 2. O Porto tinha Deco, Derlei, Costinha, Ricardo Carvalho que hoje joga no Real Madrid e mesmo assim vencemos. No Sporting, enfrentamos jogadores como Jardel, Cristiano Ronaldo, que estava surgindo na época, e vencemos por 2 a 1. Por último foi o jogo contra o Benfica, na inauguração do estádio, com 60 mil pessoas. Ganhamos por 1 a 0, com um gol meu.

 

BN: Você teve uma passagem pelo futebol chinês. Gostou ou vale apenas pelo aspecto financeiro?
JP -
Pelo lado financeiro valeu a pena. Mas profissionalmente não é legal, pois você fica bastante escondido. Você se apaga. As equipes têm uma boa estrutura, mas ainda é futebol carente. Só valeu pelo lado financeiro.

 

BN: Você jogou no Irã antes de resolver encerrar a carreira. Como foi a passagem por um futebol tão distante dos grandes centros e um país com uma cultura tão diferente?
JP -
Fique surpreso com a participação do público. É contagiante, pois eles são apaixonados por futebol. É parecido com o torcedor brasileiro. Mas os costumes são diferentes, você não pode andar de short, de camiseta. Eu tive sorte, porque fui levado pelo amigo Nonato, que atuou comigo no Sport e ai ficou mais fácil a adaptação. O time de comida é outra, uma culinária diferente da nossa, dificilmente você pode andar com mulher (risos), não existe bebida alcoólica. É complicado.

 

 

BN: Fala-se em seu retorno ao futebol baiano, mais especificamente no Juazeiro. Ainda tem lenha para queimar mesmo?
JP -
Eu sou um cara que não tem tendência para engordar e não sou preguiçoso. Sempre tento manter minha forma física, treinando, mesmo quando estou sem clube. Estou com 36 anos e ainda tenho muita lenha pra queimar. O Juazeiro, como eu disse anteriormente, não fui procurado oficialmente. Mas já aconteceram algumas propostas com outros clubes, inclusive de um preparador físico de um clube fora da Bahia me procurou. Mas prefiro manter o sigilo para não atrapalhar uma eventual negociação. Se eu for para o Juazeiro ou qualquer clube, com certeza atuarei em alto nível.

 

BN: Manda um recado para o torcedor baiano que lê o Bahia Notícias.
JP -
Primeiro, sou um leitor assíduo do BN. Eu desejo muito sucesso para o torcedor baiano. Fiquei muito feliz com o retorno do Bahia para a Séria A, pois o Nordeste está muito carente em equipes no cenário nacional. Espero que o Vitória permaneça na primeira divisão para ajudar fortalecer o futebol do Nordeste. Que em 2011 tenha BA-VI na primeira divisão, com casa cheia. Um abraço para o torcedor baiano e até mais.