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Entrevista

Gadu sonha em marcar nome na história do Bahia: 'Artilharia do Baiano não é suficiente'

Por Ulisses Gama

Gadu sonha em marcar nome na história do Bahia: 'Artilharia do Baiano não é suficiente'
Foto: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia

A temporada do time feminino do Bahia foi uma verdadeira montanha russa. Começou com a fila de derrotas no Campeonato Brasileiro e o consequente rebaixamento para a Série A-2, e terminou com a conquista do bicampeonato baiano, tendo Gadu como principal artilheira. Dona de um faro de gol apurado com 41 gols vestindo a camisa tricolor, a jogadora quer dar ainda mais para as Mulheres de Aço após um ano de relacionamento conturbado com o clube.

 

"Estou conseguindo voltar, buscando trabalhar. Quero muito mais coisas. Artilharia do Baiano não é suficiente", declarou a atleta, em entrevista ao Bahia Notícias.

 

Na opinião da camisa 9, a equipe tem condições de conseguir o acesso na próxima temporada.

 

"Com toda a certeza. O Bahia fez boas contratações no meio do ano e devem ter outras contratações. Que elas venham para somar e as que estão aqui já tem noção o que a comissão técnica e o clube querem, isso ajuda. A união que conseguimos no Baiano não tem explicação. A gente está muito bem e a tendência é melhorar", disse.

 

Gadu também falou sobre a saída conturbada do Bahia durante o ano, a estrutura que envolve o futebol feminino, a permanência do técnico Igor Morena no comando e o desejo de representar a Seleção Brasileira. Confira a entrevista completa:

 

 

Gadu foi artilheira mais uma vez | Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia


Pela segunda vez seguida, o Bahia saiu com o título baiano no feminino. O que dizer sobre a campanha do Bahia?
No início tivemos dificuldades. No decorrer do campeonato fomos dando melhorias, com atletas novas chegando, o técnico mudando o estilo de jogo. O importante foi que todo mundo abraçou a forma dele jogar e o objetivo de ser campeãs. A meta para a gente é o acesso. O Baiano passou. Foi uma conquista para o Bahia e para as atletas, mas vamos buscar melhorar ainda mais e buscar títulos.


Pelo que você viu no estadual, as Mulheres de Aço chegam fortes para brigar pelo acesso na próxima temporada?
Com toda a certeza. O Bahia fez boas contratações no meio do ano e devem ter outras contratações. Que elas venham para somar e as que estão aqui já tem noção o que a comissão técnica e o clube querem, isso ajuda. A união que conseguimos no Baiano não tem explicação. A gente está muito bem e a tendência é melhorar.

 

Foto: Rafael Machaddo / EC Bahia

 

Sem a sua presença, o Bahia acabou indo muito mal no Campeonato Brasileiro e foi rebaixado para a Série A-2. Na sua opinião, o que faltou para um desempenho melhor?
Eu não vou conseguir explicar bem essa questão. Analisando os jogos do Bahia, o time estava com uma boa tática, chances criadas e a bola não entrava. Aconteciam coisas que não tinha explicação. Falando taticamente, estava bem, mas os outros times chegavam e marcavam. Todos os jogos que vi do Bahia foram bem trabalhados, mas a bola não entrava. Foram alguns simples erros que foram fatais para o time.

 

Nesse ano, o clube efetivou Fernanda como coordenadora de futebol. O quão importante é a presença dela pra colaborar com o grupo?
Em qualquer clube que eu passe, acredito que a gente tem que ter alguém dentro do clube que brigue pelo futebol feminino. A gente sabe que o Bahia é disposto a dar apoio, mas temos que ter alguém que fique para mostrar que o futebol feminino está ali. Fernanda sempre correu atrás, brigou pela gente. A escolha do Bahia de colocar ela como supervisora foi boa porque ela está brigando pelo nosso espaço dentro do clube. 

 

Mesmo com um Campeonato Brasileiro ruim, a diretoria optou por manter Igor. O quanto ajuda a continuidade do trabalho dele?
Acho que a maioria acompanha o trabalho do Igor. Foram jogos diferenciados dentro de campo e ele estava por trás. Ele soube armar o time e fez uma boa preparação para a A-2. Mas a A-1 é outra visão. Ele é novo. Nessa surra que foi o rebaixamento, ele aprendeu muita coisa. Acredito que a permanência foi boa, ele faz um trabalho bom e tudo é a questão do grupo abraçar as ideias dele. Se Deus quiser vamos conseguir o acesso e acredito que ele possa se sair bem.

 

Igor Morena é técnico do Bahia desde 2019 | Foto: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia

 

Desde que o time feminino voltou ao clube, as atletas vem contando com um apoio grande dos torcedores, principalmente das mulheres. Como você vê esse movimento?
Sempre falo nisso. A torcida do Bahia é outro nível. Tanto homens como mulheres nos apoiam muito, não tem preconceito, apesar de algumas pessoas. Nos jogos que fui nunca vi nada do tipo. A gente agradece bastante. Mas falando da torcida feminina, é ainda mais sem explicação. O que as meninas fazem para apoiar a gente... Estamos correndo atrás de espaços e isso é bom. É mulher por mulher e vamos seguir correndo atrás.

 

Gadu, você encerrou a temporada em outubro com o título e a artilharia do Campeonato Baiano Feminino. No geral, como você avalia o seu ano?
No Real, deixei um pouco a desejar. Senti que estava presa. Na volta ao Bahia também teve isso e fui me soltando aos poucos, reconhecendo a Gadu que estava aqui. Estou conseguindo voltar, buscando trabalhar. Quero muito mais coisas. Artilharia do Baiano não é suficiente.

 

A sua saída do Bahia acabou sendo muito conturbada. Como foi a conversa para retornar ao clube e como você vê a sua relação com a torcida após toda aquela confusão?
Eu estava voltando de uma lesão, em recuperação. Querendo ou não, atleta não vive de físico. A gente tem que estar com o psicológico bom e acredito que atrapalhou. Fiquei abalada, mas aos poucos fui deixando isso de lado. Pra tudo tem um jeito, fui tentando mostrar meu trabalho e o que posso fazer pelo Bahia. A torcida está voltando a me abraçar e isso é o mais importante.

 

Pensa em se tornar um nome histórico para o clube?
Acredito que sim. Trabalho para isso e estou buscando. Eu dando o meu melhor, mostrando meu trabalho, posso sim me tornar um nome histórico.

 

Gadu tem 41 gols marcados com a camisa tricolor | Foto: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia

 

Você ainda tem 24 anos e ainda terá muito tempo pela frente. Sonha em chegar na Seleção Brasileira?
Escuto bastante esses comentários sobre Seleção. Tem muito comentário em minhas fotos... Eu trabalho para isso, é um sonho de quase todas as atletas representar a Seleção, o seu país. Eu estou correndo atrás. Espero que um dia isso aconteça.

 

Para isso acontecer, acredita que a CBF precisa observar melhor o futebol nordestino?
Acredito que tem que ter espaço para todos os estados, principalmente no Nordeste. Acredito que tem muitos talentos que admiro bastante, meninas que jogam para caramba aqui e ainda não tiveram oportunidades. 

 

O que seria um 2022 perfeito para você?
Ganhar o título da A-2, que é uma meta minha... Conquistar os títulos! Artilharia do Baiano, da A-2... Quero uma boa temporada para o Bahia.

 

Foto: Bruno Queiroz / EC Bahia