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Entrevista

Caixa vazio e 'herança maldita': Luiz Henrique revela planos para a recuperação do Vitória

Por Glauber Guerra

Caixa vazio e 'herança maldita': Luiz Henrique revela planos para a recuperação do Vitória
Foto: Jamile Amine/ Bahia Notícias

O Vitória vive um momento delicado, tanta na parte técnica, como nas finanças. O time ocupa a penúltima posição da Série B com apenas 11 pontos conquistados em 14 jogos. Um aproveitamento de apenas 26,2%. Vice-presidente do clube e responsável pelo setor financeiro, Luiz Henrique aparece pouco, mas tem voz ativa no Barradão.

 

Em entrevista ao Bahia Notícias, ele falou sobre as dificuldades no início da gestão, admitiu que a situação é bem pior do que se imaginava e revelou planos para superar essa fase turbulenta. O dirigente tomou posse em 24 abril, após ser eleito na chapa encabeçada por Paulo Carneiro.

 

O senhor foi eleito vice-presidente do Vitória em abril e sua incumbência foi de tratar da parte financeira do clube. Qual o balanço que o senhor faz até o momento neste setor?

O balanço é positivo em relação às ações que nós temos tomado. Nesses 90 dias, conseguimos reduzir o custo mensal em quase R$ 1 milhão. Demitimos funcionários, reduzimos a folha salarial, uma série de despesas desnecessárias, negociamos com fornecedores... Estamos lutando para reduzir os custos e requalificar o time porque precisamos melhorar na tabela, porque estamos em uma situação complicada.


Foto: Jamile Amine/ Bahia Notícias

 

Qual a situação financeira encontrada no Vitória quando o senhor tomou posse? Era pior do que se imaginava? Dá para falar em "herança maldita"?
Era bem pior. O problema maior do Vitória não está na dívida, apesar de ser volumosa. O problema está na receita. Tínhamos uma receita de R$ 80 milhões por ano e passamos para uma receita de R$ 20 milhões. Esse é o grande problema. O custo operacional do clube é muito alto e a receita não consegue pagar o que gastamos no mês. Estamos enxugando as despesas para encaixar na receita. Temos jogadores com contratos que não posso interromper porque, se eu interromper, acaba saindo mais caro. Temos que conviver e aí é um trabalho árduo de Paulo para colocar esses jogadores em outros clubes.

 

O Vitória optou por Carlos Amadeu para substituir Osmar Loss. O que pesou para fechar com ele?
Trata-se de um técnico com bastante competência, reconhecido nacionalmente, além do conhecimento do próprio clube.

 

O salários dos atletas atrasou em alguns momentos. Vai dar para pagar sem atrasos até o fim do ano?

Estamos trabalhando para equacionar essas despesas de uma forma que a gente equilibre o caixa, mesmo sem conseguir regularizar até o final do ano. A gente criar um colchão financeiro para que a gente não passe por situações de desequilíbrio. Estamos unindo esforços para não atrasarmos. Os salários de jogadores serão pagos regularmente até o final do ano.

 

Uma das formas de conseguir ativos é por meio do marketing. Como esse setor tem trabalhado para atrair patrocinadores?

O marketing tem trabalhado incansavelmente. Temos o apoio de Ricardo Nery [diretor de marketing], que tem sido significativo. Temos empresas contactadas e negociando. A gente sabe que o momento é difícil porque as empresas estão com seus orçamentos fechados. Estamos com contratos sendo finalizados pela assinatura e vamos mudando esse quadro do marketing do Vitória.


Foto: Jamile Amine/ Bahia Notícias

 

O Vitória está perto de ter uma reforma do estatuto, pouco mais de dois anos da promulgação do atual regimento. Como o senhor vê essa nova mudança?

Toda reforma que venha para melhorar o clube temos que enxergar como boa. As pessoas que estão à frente do processo são comprometidas, responsáveis e querem melhorar o clube. A gente precisa de reforma, de gatilhos que ajudem o clube a controlar de forma efetiva a passagem dos presidentes com responsabilidade. Não podemos deixar o clube na situação que encontramos. É preocupante essa situação que encontramos no clube.

 

A antiga gestão deixou dívidas com fornecedores. Como tem sido o cronograma para honrar esses débitos?
Temos renegociado com os fornecedores. Temos tido situações de, pela necessidade, priorizar os pagamentos.

 

O senhor pode adiantar projetos de médio a longo prazo?

A gente planeja o Vitória em duas frentes. Uma se o Vitória continuar na Série B e outra se o Vitória subir. Estamos hoje implantando uma filosofia, mudando organograma, refazendo o quadro do clube em relação a custo financeiro e desenhando o clube neste sentido. A meta seria conseguir equilibrar o caixa do clube para começar a Série B ou Série A sem dívidas e melhorar o ativo do clube. Estamos preparando um time para o próximo ano e estamos investindo pesado na base, no sub-23, trazendo jogadores para essas funções. Só vamos reverter isso melhorando os nossos ativos. Uma série de ações tomadas nesse sentido.

 

O Vitória vive uma situação ruim dentro das quatro linhas. Está no Z-4 da Série B, na penúltima posição, e o torcedor tem cobrado por reforços. Novos atletas serão contratados?

A diretoria tem se esforçado para trazer novos reforços, como no caso recente de Jordy Caicedo. O presidente Paulo Carneiro está sempre atento ao mercado da bola. Contratamos um novo técnico [Carlos Amadeu] e estamos fortalecendo o time na medida da necessidade e possibilidade. É importante a cobrança do torcedor, como também seu apoio. Atravessamos uma situação financeira delicada e precisamos que os torcedores se associem ao clube.

 

O que está faltando para ser anunciado o acerto com a Arena Fonte Nova?
A gente pede a sensibilidade do governo do estado para que solucione essa questão da Arena. Precisamos de uma solução imediata, assim como outrora ajudaram o nosso rival. A gente precisa da sensibilidade do governo. Falta a parte burocrática. A gente oficializou o nosso pedido, a Arena deu sinal verde e estamos aguardando o governo do estado para chancelar o nosso pleito.


Foto: Jamile Amine/ Bahia Notícias

 

Deixe um recado para o torcedor.
Quero pedir aos torcedores, aos nossos adversários do próprio clube, que eles entendam que não é momento de fazer política. A gente precisa de todos e a porta do clube está aberta para todos. Se não quiserem ajudar, que não atrapalhem. É muito delicado o momento do clube e temos que tratar com responsabilidade. Essa é a mensagem que eu deixo para os que gostam do nosso clube.