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Entrevista

Zagueiro do Vitória, Aderllan foi mototaxista e relembra dificuldades: 'Batalhei muito'

Por Glauber Guerra

Zagueiro do Vitória, Aderllan foi mototaxista e relembra dificuldades: 'Batalhei muito'
Foto: Glauber Guerra / Bahia Notícias

Hoje em dia muitos jogadores são “lapidados” por anos nas categorias de base. Alguns já com empresários a tiracolo desde crianças. Para Aderllan, zagueiro do Vitória, que acumula passagens pelo Braga, de Portugal, e Valencia, da Espanha, o início no futebol foi um pouco tardio e com muita dificuldade. Antes de começar a carreira, o defensor trabalhou como pedreiro, mototaxista e segurança em Salgueiro (PE), sua cidade natal. “Fiz muita coisa antes de jogar futebol. Tinha que trabalhar para ajudar em casa. Tenho muito orgulho disso. Batalhei muito para chegar aqui”, afirmou. Aderllan também falou do seu atual momento, no rubro-negro baiano. Ele acredita que a equipe vai se encaixar e ficar distante do Z-4. Atualmente, o Leão é o 14ª colocado no Campeonato Brasileiro com 19 pontos. “Pode acreditar, sim, até porque o grupo é bom e tem potencial para melhorar sua posição na tabela de classificação da competição. O mais importante agora se afastar do Z-4 o mais rápido possível para respirarmos na competição. A partir daí pensaremos em outros objetivos durante a Série A”, destacou. 
 

 

Conte um pouco sobre o início da carreira.
Antes de atuar profissionalmente no futebol fui segurança em minha cidade, Salgueiro. Trabalhei também como mototaxista e pedreiro. Fiz muita coisa antes de jogar futebol. Tinha que trabalhar para ajudar em casa. Tenho muito orgulho disso. Batalhei muito para chegar aqui. Comecei no futsal. Fiquei dos 11 até os 16 anos de idade mais ou menos. Aí depois fui para o campo. Fiquei de 2006 até 2009 no Salgueiro, mas sempre trabalhando quando não tinha treino.

 

Como você arrumava tempo para trabalhar e treinar?
Até 2009 eu trabalhava como mototaxista e segurança. Eu treinava de manhã e pegava corrida pela tarde. E à noite, quando tinha festa em Salgueiro, eu trabalhava de segurança.

 

Você já passou por algum sufoco quando era mototaxista?
Sim (risos). Uma vez o painel da moto estava quebrado e eu não tinha noção da quantidade gasolina. O ponteiro estava no F e eu pensei que o tanque estava cheio. Rodei a cidade toda. Aí na última corrida, no bairro do Alto do Curtume, em Salgueiro, a moto faltou gasolina logo em uma subida. E o posto mais perto era uns dois quilômetros de distância. No final das contas tive que pedir para a passageira descer e providenciei outro mototáxi. Aí fiquei no prejuízo.

 


Aderlan em ação pelo Vitória| Foto: Romildo de Jesus/Ag. Haack/ Bahia Notícias

 

Diante de tantas dificuldades, você já pensou em desistir de ser jogador?
Nunca pensei em desistir. Sempre acreditei que se eu trabalhasse duro, a oportunidade iria aparecer. E acabou aparecendo. O Salgueiro parava depois do Campeonato Pernambucano, que só durava três meses. E mesmo assim eu continuava treinando forte. Graças a Deus deu tudo certo.

 

O Vitória tem tomado muitos gols e hoje é a defesa mais vazada do Brasileirão com 32 gols sofridos. O que tem acontecido?
Estamos nos empenhando ao máximo para que esses números melhorem nas próximas semanas. Infelizmente estamos tomando alguns gols bobos e estamos cientes de que temos que corrigir isso. Não tem faltado entrega e comprometimento de todos para que isso aconteça. Vamos lutar para evoluirmos neste sentido.


Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias

 

Como você avalia a saída do técnico Vagner Mancini?
Agradecemos a Mancini pelo trabalho que realizou no Vitória. Temos que lutar agora para passarmos confiança à nova comissão técnica e para nos entendermos o mais rápido possível, até porque o campeonato está em andamento e não há muito tempo entre um jogo e outro.

 

O sinal de alerta voltou. O Vitória ocupa a 14ª posição com 19 pontos. O torcedor pode acreditar que a equipe vai voltar a apresentar um bom futebol e terminar a temporada na Série A?
Pode acreditar, sim, até porque o grupo é bom e tem potencial para melhorar sua posição na tabela de classificação da competição. O mais importante agora se afastar do Z-4 o mais rápido possível para respirarmos na competição. A partir daí pensaremos em outros objetivos durante a Série A, mas o primeiro passo é sair de perto do Z-4.

 

Nos dois últimos anos, o Vitória tem brigado contra o rebaixamento. Nesta temporada, o desempenho é semelhante, apesar de não integrar o Z-4. Dá para pensar em algo maior ainda neste ano, como uma vaga na Sul-Americana ou até uma Pré-Libertadores? 

Temos que focar, inicialmente, em garantir o Vitória na Primeira Divisão. Isso é muito importante. Precisamos fazer uma boa sequência nas próximas rodadas para embalarmos e ganharmos confiança na competição. Vamos lutar muito por isso. Vamos manter os pés no chão e pensar jogo a jogo.

 


Foto: Glauber Guerra/ Bahia Notícias

 

A diretoria contratou oito jogadores durante a pausa para a Copa do Mundo. Como tem sido o entrosamento com esses novos atletas?

A adaptação deles tem sido rápida. Todos estão se ajudando. Temos um grupo muito unido e todos querem o melhor para o Vitória. Isso ajuda muito. Estamos formando um elenco forte, que tem tudo para fazer um grande segundo semestre.

 

Você pertence ao Valencia, da Espanha. Pensa em ficar mais tempo no Vitória?
Encontrei a felicidade novamente no Vitória. Voltar ao futebol nordestino em um grande clube como o Vitória é algo fantástico. Minha família também está muito feliz. Estou muito feliz no clube e bem adaptado. Se tiver a chance de vestir essa camisa por muito tempo, vestirei sem nenhuma dúvida e muito honrado por isso.