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Entrevista

De contestado a querido, Vinícius fala sobre Ba-Vi, Mancini e garante que vai manter dança

Por Ulisses Gama

De contestado a querido, Vinícius fala sobre Ba-Vi, Mancini e garante que vai manter dança
Foto: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia

Contratado pelo Bahia em maio do ano passado, o meia Vinícius chegou ao Fazendão rodeado de dúvidas. Na época, eram seis meses sem jogar e a responsabilidade de substituir Régis, que era destaque da equipe e tinha se machucado. Logo na estreia, gol contra o Atlético-GO e a esperança de uma boa continuidade, mas as boas atuações não se repetiram com frequência. Apesar dos três gols marcados na Série A, ele foi contestado. "Sabíamos que Régis estava em um momento bom e eu vim para substituir. A cobrança dos torcedores era em relação a estar no mesmo nível ou melhor. Mas as coisas foram acontecendo. É o clube onde tive mais cobranças em relação aos outros que passei. Sempre penso em trabalhar mais para as coisas acontecerem", disse "Vina", em entrevista ao Bahia Notícias. A partir do Campeonato Baiano deste ano, as coisas mudaram. Ele é o artilheiro do clube na temporada, com três gols, um deles no clássico Ba-Vi, com direito a uma dança que causou polêmica e uma grande confusão no Barradão. Suspenso pelo Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (TJD-BA), ele deixou claro que vai manter os passos para celebrar com a torcida. "Falei com todo o pessoal do Bahia que vou continuar sim, mas hoje evitando comemorar de frente para alguma torcida, mesmo que esteja perto. É comemorar com nossa torcida ou no banco de reservas, mas vou continuar", indicou. O paranaense também falou ao BN sobre o veto de Mancini em relação aos jogadores abraçados no próximo clássico, a vida em Salvador e o objetivo de se tornar um ídolo no Fazendão. Leia a entrevista completa.

 

Como foi a sua chegada ao Bahia e à Série A na última temporada?

Uma grande oportunidade, né? O Bahia me abriu as portas, vinha de um momento difícil na minha carreira. Nunca tinha passado pelo que passei no Atlético-PR. Todos sabem que sou um torcedor declarado do clube, por ter nascido em Curitiba, mas as coisas não aconteceram como eu queria. Fico feliz de ter conquistado título lá, ter feito uma boa campanha, mas não aconteceram as coisas do jeito que esperei. Depois de seis meses difíceis, treinando separado, tive a possibilidade de vir para o Bahia. Quando eu cheguei e vesti a camisa, o torcedor não quer saber o que passou antes. A cobrança vem. Tenho minha autocrítica e sei que ano passado, por mais que eu tenha ficado seis meses sem jogar, fui até onde deu. Tive altos e baixos e sabia que tudo que aconteceu no ano passado ia me fortalecer. Tive a pré-temporada, comecei do zero como todos. As coisas só tendem a evoluir.

 

Vinícius comemora gol na estreia contra o Atlético-GO | Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

 

Como foi conviver com as críticas da torcida?

A partir do momento que se veste a camisa do Bahia a cobrança vem, ainda mais por ter feito um gol na minha estreia. A expectativa cresceu nos torcedores e tenho consciência que não pode responder à altura. Acho que fui um jogador regular, mas sei que posso decidir partidas, dar passes, marcar e é isso que o torcedor cobrava de mim. Sabíamos que o Régis estava em um momento bom e eu vim para substituir. A cobrança dos torcedores era em relação a estar no mesmo nível ou melhor. Mas as coisas foram acontecendo. É o clube onde tive mais cobranças em relação aos outros que passei. Sempre penso em trabalhar mais para as coisas acontecerem.


E agora, sendo idolatrado?

Fico feliz. É claro que a torcida gostou do gol no clássico, da dança... Mas quero esquecer esse episódio e ser lembrado pelo futebol em campo. Tenho feito gols, boas partidas e espero continuar nessa fase boa, trabalhando e sem relaxar. Se alguém deixar cair, vem outro e toma a vaga. O Guto Ferreira deixa claro que quer usar todo o time. É trabalhar para a fase boa continuar.

 

Está adaptado a Salvador e à cultura da cidade? Como foi a ida ao Carnaval?

Já estou adaptado. Tinha morado em Recife, no Náutico. Estou gostando muito de Salvador. Desde quando cheguei, todos me trataram muito bem. Vou ser bem sincero: a única coisa que me incomoda aqui é o coentro (risos). Mas está tudo tranquilo. Conheci o Carnaval e foi espetacular! Tomara que eu possa curtir muitos aqui em Salvador. O acarajé não é tão apetitoso, mas de vez em quando eu compro com a tia que vende perto de casa. Mas o coentro é difícil.

 

Na última semana você esteve de frente a um tribunal e foi punido pela dancinha na comemoração. O que achou da medida?

É complicado dizer. Muitos falam que eu comecei e fico triste pela violência. Vi Paulo Nunes, Edmundo, Edílson, jogadores que provocavam e dificilmente tinha briga. Se eles acharam melhor eu ser punido, tudo bem. Vou me preparar para jogar na quarta.

 

Vinícius foi agredido por comemorar com dança perto da torcida do Vitória | Foto: Romildo de Jesus / Ag Haack / Bahia Notícias


Algum jogador do Vitória que estava na briga falou com você?

Ninguém falou comigo. Mas isso não muda nada. Não tem mágoa e nem rancor de ninguém. Ali, no calor da emoção, as pessoas fazem coisas que podem se arrepender. Se alguém vier falar, vou conversar e tentar resolver da melhor maneira possível.


O técnico Vagner Mancini, do Vitória, afirmou que não querem seus jogadores abraçados com os atletas do Bahia...
Se ele quer ver dessa forma, vamos respeitar. Futebol é jogado, com respeito dentro das quatro linhas. Que vença o melhor no Ba-Vi.

 

Vai manter a dança mesmo depois da punição?

Temos que tirar os exemplos. Falei com todo o pessoal do Bahia que vou continuar sim, mas hoje evitando de comemorar de frente para alguma torcida, mesmo que esteja perto. É comemorar com nossa torcida ou no banco, mas vou continuar.

 

 

A dança rodou o Brasil e o mundo com Fernandão, Luisinho e Gustagol. Como foi essa resenha?
Eu fico muito feliz. Desses três, o único que nunca tinha conversado foi o Fernandão, mas após o episódio ele mandou mensagem. Ele me disse que faria a dancinha e fez. Ele era muito querido aqui. Espero traçar o mesmo caminho e quem sabe virar um ídolo um dia.

 

A disputa do Campeonato Baiano e a Copa do Nordeste se entrelaçam. Qual priorizar?

Eu acho que o Bahia tem que entrar pra ser campeão em todas as competições que jogar. O calendário é apertado, mas o Bahia tem elenco para priorizar os dois campeonatos. Temos que brigar pelo título baiano e pela Copa do Nordeste, ainda mais pelo fato do Bahia ser o gigante da região. Para virar ídolo tem que vencer. Se o caminho é esse, quero conquistar a Copa do Nordeste e o Baiano.


Como transformar esse momento de críticas ao técnico Guto Ferreira, mesmo com o time invicto há nove partidas?

O torcedor cobra, quer jogo bonito e goleada. Mas não podemos tirar o mérito de outras equipes. Quando eles enfrentam o Bahia, chegam mais focados, atentos. É complicado dizer, mas a torcida do Bahia também cobra pelo fato do Guto ter ido para outra equipe. Eles guardam isso, mas é passado. Estamos no caminho certo, no mesmo pensamento que o Guto. Estamos colocando em prática e tenho certeza que vamos evoluir.