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Entrevista

Ricardo David garante priorizar o futebol e promete gestão 'transformadora' no Vitória

Por Glauber Guerra

 Ricardo David garante priorizar o futebol e promete gestão 'transformadora' no Vitória
Foto: Paulo Victor Nadal/ Bahia Notícias

Ex-diretor de marketing do Vitória, Ricardo David é candidato à presidência da agremiação. Ele se diz motivado e garante priorizar o futebol caso seja eleito. “O Vitória é um time de futebol, então é o futebol que tem que ser o principal aspecto a ser abordado. Eu diria que nós temos a importância e relevância do nosso centro de inteligência de mercado. Nós temos que passar a ter uma postura observadora, mas muito mais profissionalizada. Temos que estar constantemente em monitoramento e usar isso como requisito para contratação de nossos jogadores. Não podemos mais estar à mercê da oferta de empresários, nós é que precisamos ir atrás. Isso aliado ao fortalecimento da divisão de base, que eu diria que seria a coisa mais importante. Voltar a dar à nossa divisão de base a importância que ela precisa ter. Nós precisamos empregar as novas metodologias na divisão de base, precisamos filmar os treinamentos, criar os scouts de nossos atletas, porque formar uma base mais eficiente não só vai nos levar a ter um elenco com identidade, mas também vai servir para que tenhamos produtos a serem ofertados ao mercado”, afirmou. Ricardo ainda prometeu uma gestão “transformadora”.  “Eu tenho certeza que tenho condições da fazer uma gestão transformadora no Vitória”, pontuou. 


O que te motivou a ser candidato à presidência do Vitória?
 A motivação maior é a paixão que a gente sente pelo nosso clube. Quando nós temos acumulados um capital de conhecimentos na área de gestão de pessoas, gestão de objetivos, e na gestão esportiva também, acho que a comunhão dessas três coisas: paixão, conhecimento sobre gestão e gestão esportiva, isso me levou a mais uma vez querer colocar esses conhecimentos a serviço do clube. Eu tenho certeza que tenho condições da fazer uma gestão transformadora no Vitória. 

 

Existe a possibilidade do Vitória ter uma diminuição de receitas na próxima temporada. Como trabalhar com um orçamento mais enxuto?
Obviamente que a gente precisa comprovar isso. E se isso realmente aconteceu, obviamente seria consequência de gestões anteriores e desastrosas para o Vitória. Mas nós não pensamos apenas nas receitas que são tradicionais, receitas de direito televisivo, patrocinadores, nós vamos buscar outras modalidades de receita e também ampliar as que já tem. No programa sócio torcedor do Vitória temos hoje menos de 10 mil sócios. Comparando com o Sport de Recife, por exemplo, que é um time da mesma região, é um time de 40 mil sócios. Isso mostra que a condição socioeconômica do estado não é condição para nos conformarmos porque Pernambuco tem uma condição muito parecida com a nossa aqui na Bahia. Nós temos como buscar um aumento dos sócios torcedores, buscar um aumento de volume no licenciamento de nossa marca, e outras modalidades de parcerias que são possíveis hoje no futebol. Não vou ficar preso só no que está, um gestor não pode ficar preso assim. Agora, se os recursos que estão lá são insuficientes, eles são devido às gestões desastrosas que tivemos no Vitória nos últimos dois anos. 


Foto: Paulo Victor Nadal/ Bahia Notícias

 

O Vitória terá nova eleição por conta da renúncia de Ivã de Almeida. Qual o principal pecado dele à frente do clube?
Eu diria que Ivã não teve gestão. Já me fizeram essa pergunta outras vezes, se você me perguntar qual é o modelo de gestão de Ivã, eu não sei. Não houve modelo. Foi uma chapa que ganhou um projeto político muito competente, que conseguia reverberar o anseio da torcida, mas não existia um projeto de futebol. O Vitória é um clube de futebol, você precisa privilegiar primeiro o projeto de futebol, e o projeto de futebol do Vitória estava centrado em um homem só, Sinval Vieira. Para quem viu os debates, eu já colocava isso como um grave problema, porque apontar os erros de Ivã de Almeida depois fica fácil. Eu apontei antes, disse que não havia um projeto de futebol. Acho que o grande pecado foi esse, não ter experiência em gestão e um projeto de futebol. Aliado a uma diversidade muito grande do grupo que o apoiou, porque é muito difícil você congregar pessoas diferentes em um mesmo objetivo. Essa foi a grande falha do grupo e por isso deu esse desastre que aí está. 

 

Qual o seu projeto para o Barradão? Você acha viável a construção de uma arena?
Eu continuo achando que uma arena, naqueles moldes que foram apresentados, é uma irresponsabilidade com o Esporte Clube Vitória. Não é possível você fazer uma arena daquele porte sem prejudicar a função primeira do Vitória, que é o futebol. Não tem como. Quem entende do mercado vai claramente concluir que é impossível você conseguir recursos que sejam possíveis de trazer retornos para quem vai investir. Não vai ter ninguém aqui para investir por amor ao Vitória. Quem investir vai fazer para tirar lucro, e esse lucro hoje, no atual cenário, é impossível de ser obtido. Por isso eu sou totalmente contra a arena, mas sou totalmente a favor de uma qualificação no Barradão. Uma qualificação simples. Eu estive recentemente no jogo Atlético-MG e Vitória e vi que o estádio Independência é algo muito parecido com o que a gente precisa. Cadeira para dar mais conforto ao nosso torcedor, uma cobertura para evitar sol e chuva. Não é uma cobertura para dar prêmio de projeto arquitetônico não, é uma cobertura para evitar sol e chuva. A gente precisa setorizar o Barradão. O Barradão precisa espelhar nossa sociedade, eu fico muito sentido quando vejo essas promoções que são feitas com redução de ingresso. Eu diria que elas têm tudo de ruim, primeiro porque ela é contrária a uma das nossas principais propriedades que é o sócio torcedor. Você sinaliza que não vale a pena ser sócio torcedor, porque com a promoção fica mais barato entrar. Segundo é que você atrai um público na hora que você precisa, esse público que é apaixonado pelo Vitória vai dar sua contribuição, mas quando passa o jogo o Vitória sinaliza que não se interessa por aquele público mais porque os ingressos voltam ao preço normal. Eu não acho isso justo, Salvador é uma cidade pobre e precisa ter um setor no Barradão com ingressos baixos permanentemente. A gente precisa de um setor no Barradão que esteja lotado todo jogo, porque o ingresso precisa ser barato para uma parte da população em todo jogo. Então eu defendo uma requalificação do Barradão, reformas nos banheiros, reforma nas instalações para imprensa, que é muito ruim. A gente precisa, na verdade, dar uma requalificada no Barradão, mas sem atrelar a esse conceito de arena multiuso. Acho que isso já provou que não dá certo no Brasil. 

 

Você apresentou várias propostas. Qual é a que você considera carro-chefe?
A política de gestão do futebol. O Vitória é um time de futebol, então é o futebol que tem que ser o principal aspecto a ser abordado. Eu diria que nós temos a importância e relevância do nosso centro de inteligência de mercado. Nós temos que passar a ter uma postura observadora, mas muito mais profissionalizada. Temos que estar constantemente em monitoramento e usar isso como requisito para contratação de nossos jogadores. Não podemos mais estar à mercê da oferta de empresários, nós é que precisamos ira atrás. Isso aliado ao fortalecimento da divisão de base, que eu diria que seria a coisa mais importante. Voltar a dar à nossa divisão de base a importância que ela precisa ter. Nós precisamos empregar as novas metodologias na divisão de base, precisamos filmar os treinamentos, criar os scouts de nossos atletas, porque formar uma base mais eficiente não só vai nos levar a ter um elenco com identidade, mas também vai servir para que tenhamos produtos a serem ofertados ao mercado. Nossa divisão de base sempre foi uma geradora de talentos que serviu tanto para o time principal, como também para ofertar para os mercados, principalmente mercados internacionais. 

 

E a divisão de base? Quais seus projetos?
A divisão de base terá três áreas bem específicas. A área de recrutamento e captação, onde vamos aumentar o número de observadores, e observadores qualificados, que vão ter metodologias específicas e condizentes com o que está se fazendo no mundo. Nessa área a gente pode ser igual a qualquer time grande do mundo, porque eu vou buscar ainda a pepita antes dela ser lapidada, então nós vamos aumentar o número de observadores, criar critérios de seleção para não ficar restrito as peneiras e tudo mais. Vamos ter em alguns casos até observação continuada. Depois vamos ter a área de desenvolvimento, que são as equipes técnicas, nossa base terá todos os treinamentos monitorados com imagens. Essas imagens serão editadas, serão trabalhadas pelas equipes técnicas e esses jovens serão treinados não só no treinamento, mas depois também. A terceira, que considero importantíssima, é você ter uma área de transição onde vai preparar os jovens talentos. Uma vez identificado um jovem talento, você ter um protocolo, um procedimento para trazer ele para o futebol profissional. A gente não pode lançar um jovem sem ele ter o devido preparo, então essa transição vai ter relevância na minha gestão. 


Foto: Paulo Victor Nadal/Bahia Notícias

 

A possibilidade de segundo turno é grande. Já pensou em alianças, caso você esteja na disputa?

Claro, isso é uma regra do jogo, não vejo nenhum problema. Isso vai se confirmar aí, mas eu vou ganhar no primeiro turno. Não vai ter segundo turno. A campanha está sendo feita no sentido dessa eleição ser decidida principalmente porque o Vitória precisa que alguém chegue lá logo. Estamos no final de temporada e se a caneta não estiver trabalhando, nós vamos perder alguns atletas. 

 

Teve um candidato que posicionou contra e eleição em dois turnos. Qual sua opinião?
Eu gosto desse modelo. Se você olhar, a chapa que ganhou não tinha 40%, ou seja, 60% dos torcedores do Vitória não votaram nela. Esse novo modelo dá uma legitimidade, quem vai para lá vai ser com a maioria. 

 

Deixe um recado para o torcedor do Vitória.
Apenas dizer que tenho mantido a minha candidatura de forma independente, fiz questão de mantê-la até agora no sentido de dar um sinal ao torcedor do Vitória que não vou praticar as velhas práticas de alianças e tudo mais. Essa última administração que está aí no Vitória se mostrou ineficiente com isso. Espero que o sócio torcedor entenda que não vamos repetir o mesmo modelo. Pessoas diferentes unidas não vão conseguir levar o Vitória.