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Entrevista

Bellintani promete inovação para o Bahia e rechaça política no clube: 'Sou gestor técnico'

Por Ulisses Gama

Bellintani promete inovação para o Bahia e rechaça política no clube: 'Sou gestor técnico'
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

Candidato a presidente do Esporte Clube Bahia pela chapa "Bahia 3.1", Guilherme Cortizo Bellintani é o nome da situação para as eleições do clube, que acontecem no dia 9 de dezembro. Apesar disso, "continuismo" é uma palavra que o ex-secretário de Desenvolvimento e Urbanismo de Salvador quer evitar. Em entrevista ao Bahia Notícias, Bellintani afirmou que pretende trazer inovações para o Esquadrão de Aço, caso seja eleito. "Agora, o mesmo grupo que fez essa história escolheu a mim e a Vitor Ferraz como sequência desse projeto. Queremos afirmar esse projeto com novas fases de reestruturação do clube. Esse grupo identificou em mim uma pessoa capaz para implementar novas estruturas, novos projetos e que ajudem no próximo triênio", declarou. Questionado sobre a sua relação com a política, Bellitani negou que a candidatura e uma possível eleição possam se tornar um "trampolim" para cargos no futuro. "Outro dia, alguém falou que eu seria presidente para servir de trampolim para me tornar deputado federal. Com todo respeito aos deputados, não vejo trampolim para algo menor", disparou. Na conversa com o BN, Bellintani falou sobre o convite que recebeu para trabalhar no clube em 2008 e pontuou a possibilidade de implementar outros esportes no Tricolor em sua gestão. Confira a entrevista completa:


O que levou você a se candidatar à presidência do Bahia?
Acho que a gente deve afirmar que na história recente do Esporte Clube Bahia temos um grupo com um projeto de reestruturação do clube, que começou personalizada em Carlos Rátis, com uma intervenção provocada por uma massa de tricolores que queria um clube aberto. Depois com a eleição do presidente Schmidt, que começou um processo de organização do clube, posteriormente com Marcelo Sant'Ana e Pedro Henriques, que fez, de fato, uma gestão que afirmou a dignididade do clube. Agora, o mesmo grupo que fez essa história escolheu a mim e a Vitor Ferraz como sequência desse projeto. Queremos afirmar esse projeto com novas fases de reestruturação do clube. Esse grupo identificou em mim uma pessoa capaz para implementar novas estruturas, novos projetos e que ajudem no próximo triênio.
 

Em 2008, você tinha um projeto e chegou a ser convidado para trabalhar no clube...
Não cheguei a ficar perto. Tive um convite e em 24 horas neguei. Não me identificava com o clube na época, apesar de ter a vontade de ajudar. No meu pensamento, a identidade do clube na época não tinha a ver com minha história. Todo torcedor pensa muito o clube. Esse convite surgiu de um projeto que eu fiz e entreguei ao Esporte Clube Bahia para ajudar, mas compor gestão nunca passou em minha cabeça. Em 2014, meu nome foi cogitado, mas estava em um momento profissional que não me permitia.

 

Existem correntes que lhe criticam por vir da política. Como responder a essa situação?
Acho engraçado. Outro dia, alguém falou que eu seria presidente para servir de trampolim para me tornar deputado federal. Com todo respeito aos deputados, não vejo trampolim para algo menor. Se eu for eleito, será o maior cargo que exerci na vida, porque vejo poucas coisas acima disso. A minha vida inteira foi conduzida no ramo empresarial. Até nos momentos que estive na gestão pública, sempre fui lembrado como gestor técnico e com um pensamento de gestão moderna, eficiente. Tive 70% da minha biografia como empresário, 30% na gestão pública e sendo lembrado como gestor técnico. Isso me orgulha muito. A política está fora do Bahia, tanto que minha candidatura agrega correntes diferentes, desde o apoio de ACM Neto ao apoio do ex-governador Jaques Wagner. Tem a condução do Sidônio Palmeira, que é o homem de marketing do governador Rui Costa e faz o marketing da nossa campanha. Isso é para afirmar que a política está fora.

 

Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

 

Como avalia a atual gestão?
Acho que a gestão de Marcelo e Pedro teve uma afirmação positiva, que foi a reestruturação administrativa e financeira do clube, e também começando a mostrar que uma boa gestão tem impacto no futebol. O efeito no futebol aparece, mesmo que demore. E 2017 está mostrando isso. Tem muita coisa a avançar. Nosso objetivo é seguir com essa responsabilidade, mas apresentar uma dinâmica capaz de trazer recursos para o clube. A gente entende que com inovação e tecnologia, poderemos ampliar a receita e colocar essa receita na folha de jogadores. A gestão do futebol, se ligada à boa gestão administrativa, dá grandes oportunidades de montar um bom time.

 

Como vê o futebol baiano? Enquanto clube grande, o que o Bahia pode fazer para ajudar o esporte no estado?
É uma pergunta importante. Mesmo com as crises nos estaduais, os clubes brasileiros tem uma base grande. É ali que a gente começa a testar os times para grandes competições. Creio que, com a nossa chegada, o Campeonato Baiano pode ganhar uma nova dinâmica. Isso será importante para o clube. Não é só responsabilidade da Federação Bahiana. Também de todos os clubes, que precisam ser mais audaciosos e profissionais. Tenho certeza que o Bahia fará a sua parte para ajudar o estadual na nossa gestão.

 

Bellintani forma chapa com Vitor Ferraz, atual gerente jurídico do clube | Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

 

O Bahia hoje conta com cerca de 16 mil associados. Como fazer para aumentar esse número?
Essa pergunta está na essência do que pensamos para o clube. Primeira coisa: temos que facilitar a adesão do sócio, diminuir a fricção. Hoje ainda é trabalhoso se associar ao Esporte Clube Bahia. Temos que fazer que isso fique mais célere, mais fácil. Com o aplicativo que pretendemos estruturar, isso vai ficar mais fácil. Teremos a plataforma digital com notícias em primeira mão, vídeos. Na hora de virar sócio, a conversão fica fácil. O segundo passo é categorizar os sócios. Há sócios de perfis diferentes e os programas de associação fazem com que cada sócio tenha vantagens diferentes dependendo da sua capacidade de pagamento. Isso não significa elitizar o clube, temos que ter cuidado com isso. Vamos fazer com que o sócio que possa pagar mais tenha a oportunidade de pagar mais. A terceira coisa é dar vantagens reais. Vou dar o exemplo do Benfica, que tem 200 mil sócios e muitos deles sequer são torcedores. Eles se associam para participar do clube de vantagens. Queremos fazer que o torcedor de associe de forma fácil, se adaptando ao seu perfil e tendo vantagens. O sócio precisa, de fato, saber que terá vantagens.
 

A relação com a Arena Fonte Nova pode melhorar de que forma?
A Fonte Nova é um estádio do Bahia. A existência da Fonte Nova é em função do Bahia. É lá a história do nosso clube. Acredito que a gente pode aumentar esse vínculo com a Arena. Acredito que quem está na Arena tem vontade que isso aconteça. É preciso colocar o dedo na ferida de ambas as partes. Precisamos entender porque a Arena não melhora sua operação, entender o motivo da insatisfação dos torcedores e aí podemos atuar. Acredito no bom senso e no trabalho. 

 

Com a situação dos CT's praticamente definida, qual seria a sua decisão? É possível manter as duas estruturas?
A obviedade nos leva à Cidade Tricolor. É um equipamento mais completo, de relevância nacional, com tamanho e capacidade operacional que nos orgulha. Precisamos ter a cautela para não dar um passo em falso e começar a onerar a estrutura do clube. Em 2018 não há como fazer as duas operações ao mesmo tempo. O nosso pensamento é fazer a migração do Fazendão para a Cidade Tricolor a partir do primeiro semestre de 2019, com o planejamento orçamentário fechado para isso. Ao longo de 2018 vamos buscar o destino do Fazendão, que pode ser uma venda, parceria ou uma séria de outros elementos.

 

Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

 

O Bahia tem condições de ter outros esportes como em anos anteriores? 
Eu vejo com otimismo. O futebol feminino é uma vertente necessária, assim como outras modalidades. Temos que ressaltar a estrutura econômica atual do Bahia. O mesmo torcedor que quer a ampliação dos esportes, quer um futebol competitivo. Então vamos com cautela, mas pensando grande e colocando os esporte gradativamente, com cuidado para não impactar no orçamento do futebol.

 

Que mensagem você deixa ao torcedor e associado?

Guilherme Bellintani e Vitor Ferraz representam um projeto para o Esporte Clube Bahia. É fácil identificar quem esteve ao lado da reconstrução do clube e estivemos deste lado. Ajudamos a construir a intervenção. Nossa candidatura é de continuidade, mas precisamos trazer inovações. Continuar não basta. Tanto eu quanto Vitor entendemos que precisamos representar inovação e uma nova fase para o Tricolor.