Ferreira
Foto: Glauber Guerra / Bahia Notícias
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Nesta semana, o Bahia Notícias entrevistou o técnico Ferreira, atualmente no Fluminense de Feira. Campeão Baiano em 2006 com o Colo-Colo, e com passagens por diversos times do interior e pelo Vitória, o treinador falou sobre o atual momento do futebol baiano, a sua experiência no campeonato estadual e a situação do Fluminense de Feira na competição.
Bahia Notícias: Você é uma figura bastante conhecida no futebol baiano, com passagens pelo Colo-Colo, Itabuna, Fluminense, base do Bahia de Feira. Com toda sua experiência, como avalia o nível do Campeonato Baiano? Acredita que os times estão evoluindo?
Ferreira: Com certeza absoluta os clubes do interior estão evoluindo. Agora precisa um pouco mais de empenho, até da Federação Baiana, para que os clubes do interior se formem com força máxima também a nível nacional. Porque a maioria dos clubes montam um planejamento para o Campeonato Baiano e logo após o fim da competição os elencos se desfazem completamente e só retornam as atividades no ano seguinte.
BN: Essa é a sua terceira passagem pelo Fluminense de Feira. Em 2011, você conseguiu livrar o time da zona de rebaixamento, agora vive um momento semelhante. Você acredita que esse ano o desfecho será o mesmo?
F: É uma coisa que eu acredito muito. O trabalho que vem sendo feito nos deixa com muita esperança, até porque o campeonato é longo, faltam nove jogos para que o Fluminense possa sair da zona de rebaixamento. No ano passado foi completamente diferente, até porque era um torneio da morte, onde de quatro clubes dois caiam e dois se salvavam. Esse ano tem algumas equipes próximas da zona, mas ainda temos todas as possibilidades de sair dessa situação.
BN: Você ficou apenas quatro rodadas no comando do Itabuna. Essa rotatividade de técnicos tem sido uma marca no Campeonato Baiano deste ano. Como você avalia essa situação?
BN: Você ficou apenas quatro rodadas no comando do Itabuna. Essa rotatividade de técnicos tem sido uma marca no Campeonato Baiano deste ano. Como você avalia essa situação?
F: Verdade. Essa situação existe não só aqui, mas também a nível nacional. O futebol brasileiro tem uma cultura de que quando não está vencendo o treinador logo perde o emprego. Mas agora está confirmado que os clubes que fazem um planejamento em uma competição, junto com a comissão técnica, indo até o final, o sucesso sempre é alcançado. Os clubes que têm a tradição de a cada derrota mandar os treinadores emborada, são times que têm dificuldades para conseguir uma boa colocação na competição que estão disputando.
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BN: No Fluminense você está a 6 rodadas, e mesmo o clube entrando na zona de rebaixamento você se manteve no cargo. O que aconteceu de diferente em relação ao Itabuna? Pretende se manter no cargo até o final do campeonato?
F: Na verdade, a relação que eu tinha no Itabuna era completamente diferente com a que eu tenho com o Fluminense. Por ter estado aqui no ano passado, o pessoal tem muito respeito e consideração por mim. Não que no Itabuna não tivesse essa consideração, mas o elenco do Fluminense hoje me dá esta confiança que o meu trabalho vai ser reconhecido mais uma vez.
BN: Voltando um pouco no tempo. Em 2006, você foi Campeão Baiano com o Colo-Colo. Como foi aquela conquista? Foi o momento mais importante da sua carreira?
F: Eu tive em 2006 um momento de consagração na vida de um treinador, que foi ganhar o campeonato. Me marcou bastante, até porque, em 2006, era ainda o meu terceiro ano como treinador, estava iniciando minha carreira. Já tinha conquistado o Campeonato Baiano do Interior com a Catuense, que foi algo importante. Eu considero 2006 importante não só pelo título com o Colo-Colo, mas também por conta da passagem pelo Vitória, ter ajudado o Vitória a chegar a série B do Campeonato Brasileiro. Mas tive muito momentos importantes na minha carreira, com o Confiança, com o Itabuna em 2002, Atlético de Alagoinhas, Vitória da Conquista e até mesmo com o Fluminense.
BN: Como você classificaria a arbitragem do Campeonato Baiano? Muitos técnicos reclamam dos árbitros e de uma susposta proteção à dupla Ba-Vi. Você concorda?
F: Olha, eu tenho uma opinião até diferente. Eu sou um técnico muito agitado fora de campo, meu comportamento deixa os árbitros do Campeonato Baiano até aborrecidos, mas é só por querer participar, querer vencer, por não gostar de perder. Mas eu acho que não só na Bahia, mas em qualquer lugar do mundo, o árbitro sempre vai ser criticado, colocado como o culpado pela derrota do time. Agora é necessário um investimento grande, já que nós temos um futebol tão evoluído como o da Bahia e só um ou dois árbitros são reconhecidos nacionalmente. Então é preciso um investimento muito grande por parte de quem comanda a arbitragem, para termos um segmento forte na Bahia.
