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Equilíbrio, Ramires!

Por Ulisses Gama

Equilíbrio, Ramires!
Foto: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias

Depois de muito tempo sem postar uma coluna de opinião, venho pra deixar registrado algo que vem sendo muito comentado pela torcida do Bahia: Ramires. Ou "melhor": Eric Ramires.

 

Menos de um ano atrás, no dia 5 de setembro de 2018, Ramires surgia como uma grata surpresa no jogo contra o Sport. Mobilidade, personalidade e a malemolência com a bola no pé chamaram a atenção naquele jogo e em toda a sequência da temporada. Os olhos do mundo todo em cima do jogador eram inevitáveis.

 

Surgiram especulações, sondagens e observações de diversos clubes ao redor do mundo. Ao fim do ano, Ramires teve as férias reduzidas para representar a Seleção Brasileira sub-20 e passar por um fiasco. Dali, tudo mudou. No começo, aparentemente para melhor.

 

Ramires se tornou Eric Ramires. Segundo o clube, um pedido do próprio jogador. As camisas 6 e 18 do ano passado se tornaram a sempre diferenciada camisa 10. Eric deixou de ser a promessa e virou o Salvador da Pátria num estalar de dedos.

 

A partir daí, surgem os problemas. Em um posicionamento diferente dentro do campo, Ramires já não performou como no ano anterior. Mesmo assim, as sondagens, especulações e o medo da torcida em perder a sua joia continuavam. Veio Roger Machado e o baque veio junto. Ramires no banco de reservas e o questionamento sobre o que aconteceu com o jovem atleta.

 

Em 2018, Ramires estreou contra o Sport e surpreendeu | Foto: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias

 

Com uma trinca formada por Elton, Gregore e Douglas Augusto, o Bahia deu certo e conseguiu sonhar alto. Com a parada da Copa América, Douglas Augusto foi vendido pelo Corinthians ao PAOK e aí surgiu uma nova oportunidade para o camisa 10 fazer a diferença logo nos jogos contra o Grêmio, os mais importantes para o clube em muitos anos.

 

Ramires não conseguiu o que se esperava dele. Consequentemente, a crítica e até a pergunta "porque não vendeu?" apareceram. Aqui eu digo: É preciso equilíbrio para Bahia, Roger Machado, Ramires e torcida.

 

Ele não é um jogador como Messi, que desequilibra em todos os jogos. Como qualquer ser humano, vai passar por oscilações e tem margem de evolução, já que ainda é muito novo. O próprio Roger tem consciência disso, mas creio que ainda é preciso preservá-lo para que ele fique confortável nesse processo. Em 2018, outras peças no setor tinham o protagonismo, como Zé Rafael e Vinícius.

 

Desde que comecei a acompanhar a rotina de clubes de futebol, vejo como os jogadores são tratados como descartáveis. Um momento ruim já é o suficiente para que um atleta seja visto como imprestável. A torcida tricolor precisa aprender com o seu passado e valorizar um pouco mais as peças reveladas no Fazendão, que são ativos do clube. Rodrigo Becão, hoje na Udinese, é o exemplo mais recente.

 

Em campo, Ramires precisa ter a cabeça no lugar e evoluir nas suas tomadas de decisão. O tempo e a tranquilidade também precisam ser dadas a esse menino. Eric tem muito a dar ao Tricolor nas mais diversas camadas.