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Boletim 4x4: Arena lança filme sobre off road na Bahia

Por Alexandre Reis


O Arena Off Road, um dos maiores eventos do 4x4 no Norte e Nordeste do país, começa neste sábado (25) com várias novidades. Entre elas, acontece durante o evento o lançamento oficial do documentário “Loucos por chão”, que aborda temas como o nascimento dos primeiros clubes de 4x4 na Bahia, os principais eventos e destinos e a rotina dos jipeiros do estado. O documentário, produzido e dirigido pelo autor desta coluna, tem o selo do Boletim 4x4 e da Luzeiros Filmes, com apoio da Extreme Off Road
 
O filme, com pouco mais de uma hora de duração, tem previsão de lançamento para abril de 2018. Durante o Arena, serão exibidos aproximadamente 5 minutos do documentário, além de um clipe com imagens de eventos como a Trilha da Laranja, de Alagoinhas, e Trilha do Caju, em Cícero Dantas, os dois que marcaram o início das gravações. 

Uma das partes mais marcantes do documentário, cujas gravações só terminam no início de fevereiro, é a que aborda o surgimento dos primeiros grupos organizados de off road do estado – o Jeep Clube da Bahia e o Bahia Off Road -, com entrevistas de personalidades que fazem parte do hobby desde o começo. Isso casado com imagens históricas de trilhas e eventos, a exemplo dos primeiros indoors. Fotografias, cartazes, convites e até manuais integram o acervo que conta parte dessa histórica, contada de forma leve e divertida. 

Os principais eventos fixos do calendário do 4x4 na Bahia foram filmados ao longo de 2017, rendendo aproximadamente 14 horas de gravações (que ainda estão em curso). Isso sem falar nas belíssimas imagens de destinos prediletos dessa turma, a exemplo da Chapada Diamantina, Paulo Afonso, Barra Grande e da Linha Verde, nas entrevistas com jipeiros da capital e do interior, com mecânicos profissionais e amadores e outras figuras que de alguma forma interagem com esse meio, mesmo que de fora, como ambientalistas. 

A própria história do Arena Off Road é contada no filme pelo seu idealizador, Arthur Fernandes, o Bolha. A revista Mais Off Road, de São Paulo, fez na edição mais recente uma reportagem sobre o documentário “Loucos por chão”, que contou com a colaboração de dezenas de jipeiros que disponibilizaram imagens e compartilharam suas histórias. Clique aqui para ter acesso. 

 
Evento começa com jipeata neste sábado (25)



 
O Arena Off Road 2017 será aberto com uma grande jipeata neste sábado (25), com concentração marcada para às 15h, saindo do Jardim dos Namorados até o Parque de Exposições, onde haverá show com música ao vivo. O evento só termina no dia 3 de dezembro, com entrega de premiações e competições. Para assegurar seu passaporte basta acessar o site www.arenaoffroad.com.br
 
No domingo (26), a pista do arrancadão na lama já estará aberta. Qualquer jipeiro poderá participar da brincadeira. Além disso, os estandes dos clubes expositores estarão abertos, bem como o da Tecmin, que vai disponibilizar produtos para o segmento. A programação retorna na terça-feira (28), com a pista aberta, inclusive. Vale lembrar que cada clube está organizando eventos independentes em seus estandes dentro do Arena, a exemplo dos tradicionais churrascos e confraternizações. 
 
Na quinta-feira (30) tem palestra sobre preservação do meio ambiente. O sábado, dia 2, promete ser o dia mais movimentado, com o rally, o passeio e a trilha, além do lançamento do documentário “Loucos por chão”. E no domingo, dia 3 de dezembro, acontece a competição indoor, o Arena Extreme (para carros mais preparados) e uma final do arrancadão na lama, com entrega de troféus. Toda a programação está disponível no site do Arena Off Road. Clique aqui para acessar.  
 
NA TRILHA
 
 
Subir a Serra do Sincorá é o novo destino na Chapada



 
Jipeiro de verdade não pode ser um mero passante. Alguém que deixa como marca apenas as marcas dos pneus pelas trilhas por onde passa.  É preciso interferir positivamente tanto nas comunidades quanto no meio ambiente. Esse é o espírito da turma do Jeep Clube de Barra da Estiva, que tem promovido ações junto à comunidade quilombola do Camulengo, além de explorar um novo destino em uma promissora trilha subindo a Serra do Sincorá, cartão postal da Chapada Diamantina. 
 
Aliás, um dos eventos promovidos pelo Jeep Clube de Barra da Estiva aconteceu por intermédio do Boletim 4x4, no feriadão do Dia das Crianças, em outubro passado. Chamado de expedição Caminhos da Chapada, teve o carimbo também do Bahia Expedition, clube de Salvador.  A expedição contou com a presença de jipeiros de Salvador, Barra da Estiva, Alagoinhas, Pojuca e Araçás, tendo como base a cidade de Andaraí, na charmosa e confortável pousada Solar da Terra, e passando por Barra da Estiva, Mucugê, Lençóis e Ibicoara. Clique aqui para ver as belíssimas imagens. 
 
Chapada – A expedição Caminhos da Chapada fio dividida da seguinte forma: Trilha do Roncador, no sentido Lençóis-Andaraí; Trilha da Sibéria, em Mucugê; e Trilha do Sincorá, ligando Barra da Estiva a Ibicoará (até então desconhecida dos jipeiros de Salvador). Estiveram presentes, além do editor do Boletim 4x4, os jipeiros Baratão (Araçás), Baiano Nervoso (Alagoinhas), Bola (Pojuca), Roda Presa (Salvador), Fiona (Salvador), Camelin (Barra da Estiva), Carinhanha (Barra da Esiva), Gil Fodão (Barra da Estiva) e Rony Tayoba (Barra da Estiva). Todos acompanhados de suas famílias, inclusive tinha bebê no grupo, o de Tayoba. 

 
Com 36 quilômetros, a Trilha do Roncador foi feita sem percalços. Houve uma preocupação maior apenas na passagem do primeiro curso de rio, pois a água estava acima do estribo da maioria das viaturas. A TR4 original da esposa de Bola precisou de ajuda para passar. Depois, foi só pedras soltas em subidas e descidas, erosões, passagens por rios mais rasos, resenha e curtição até a cachoeira do Roncador, palco do tradicional churrasco. 
 
No dia seguinte foi a vez da Trilha da Sibéria, em Mucugê, já com a presença dos jipeiros de Barra da Estiva. A turma não cumpriu os 11 quilômetros de trilha. Por decisão da maioria (principalmente das esposas), o trecho final de descida, o mais complicado, com degraus respeitáveis formados por pedras nos mais diversos formatos e tamanhos, foi abortado, assim como o banho na cachoeira. Isso porque se perderia muito tempo para subir e descer na parte final, com a utilização do guincho e exigência de bastante perícia dos pilotos. Pela tarde o passeio foi em Igatu, a cidade de pedra. 


Ação social em quilombo


 
O último dia da expedição antes do retorno para casa foi especial. A turma do Jeep Clube de Barra da Estiva preparou uma recepção cinco estrelas para os jipeiros de Salvador. A começar por uma feijoada na comunidade quilombola do Camulengo, a 24 quilômetros do centro da cidade, passando por uma usina abandonada. O almoço, simplesmente delicioso, foi preparado especialmente por três mulheres da comunidade, que ganhou um presente: em homenagem ao Dia das Crianças, cerca de 30 garotos e garotas ganharam brinquedos e bolas, num clima de festa e celebração. 
 
O líder da comunidade, Jucimar Souza Costa, recebeu a todos com enorme entusiasmo e fez um apelo. “A gente costuma às vezes ver gente vindo fazer trilhas de carro, conhecer nossas cachoeiras, mas que só fazem passar pela comunidade. Pela primeira vez uma turma grande assim parou fazer uma ação como essa. Espero que voltem”, disse. Presidente do Jeep Clube de Barra da Estiva, Nassau Carinhanha assegurou que outras ações do tipo serão feitas para beneficiar o Camulengo e outras comunidades de Barra da Estiva. “O off road também é essa integração, esse gesto de solidariedade. Nossa proposta ao sugerir esse evento aqui à turma que veio de Salvador e outras cidades foi justamente promover esse clima que está aqui”. 
 
Depois de quase três horas no Camulengo, os jipeiros partiram para uma trilha de 10 quilômetros até Ibicoara (a partir do povoado do Sincorá da Serra), sempre subindo de altitude. Chamara de Trilha do Sincorá, o único momento que exige ligar a reduzida lembra um pouco a Trilha da Sibéria, com muitas pedras de diversos tamanhos e formatos. Só que é uma subida mais curta. A sensação após vencer a ladeira é de imensa satisfação. Quem tinha bloqueio subiu tranquilamente e sem tombos. Mas quem não tinha, como foi o caso de quase todos, o sacolejo foi inevitável.  
 

 
Após essa subida, o visual é fantástico. E tome-lhe foto. A trilha, que em época de chuva ganha o ingrediente da lama, termina no Campo Redondo, em Ibicoara, um lugar tido por muitos como místico. O retorno para a estrada de chão é pertinho do acesso à Cachoeira do Licuri, uma das mais famosas de Ibicoara, situada numa propriedade privada pertencente a um casal simpático, Nilson e dona Preta (oferecem até almoço com comida caseira). Mas a turma já chegou quase escurecendo e não deu nem tempo de pegar o por do sol do mirante do Campo Redondo, atração turística da cidade, na estrada que dá acesso à cachoeira mais famosa do município, o Buracão, dentro do Parque Municipal Espalhado.

O retorno para Andaraí foi pela estrada. Não deu para ir pelos povoados beirando as serras, no caminho por Cascavel. No domingo, dia da volta para casa, uma parte da turma ainda foi curtir atrações como o Morro do Pai Inácio, pertinho de Lençóis. Toda a expedição foi filmada para o documentário “Loucos por chão”, assim como o passeio a Mangue Seco.