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Tarde em Pituaçu

Por Felipe Santana

Tarde em Pituaçu
Era uma tarde de muita chuva em Salvador, ainda que o Sportv fosse transmitir o jogo, optei por acompanhar o time sub-20 em Pituaçu. Estar no estádio, muitas vezes, lhe permite observar detalhes que as câmeras não alcançam. No meu caso, o duelo entre Bahia e Santos, proporcionou a elaboração desta coluna. O horário da partida, com o tempo chuvoso, inibiu a presença de mais tricolores. Mas, os que foram, estavam “na bruxa”. Não faltaram reclamações, vaias, xingamentos e cobranças por todos os lados. Chegou a ser engraçado, acreditem!
 
Charles Fabian escalou o time no 4-2-1-3, esquema que, nas partidas anteriores, ele não utilizou. Entretanto, dentro de casa, até mesmo para tentar agradar o torcedor, ousou. Três atacantes, com um falso centroavante, buscou velocidade. Estava tudo ótimo até o apito inicial. Bendito início de jogo...
 
Foram necessários apenas dez minutos. Eu estava perto, infelizmente, de dois senhores visivelmente alterados. Eles estavam enfurecidos. Um, com quatro minutos, gritou para soltar o time. Pensei comigo mesmo: ‘Como? Botando 9 atacantes?’. Dei risada e continuei observando as opiniões. Não demorou muito para o segundo se pronunciar. Levantou, após uma falta, e disse ao atacante Zé Roberto: ‘No próximo lance dê um murro no camisa 8’.  Fiquei mais pensativo ainda. Já imaginou se o jogador faz isso? O coroa seria capaz de invadir o campo de tanto “cornetar”. Completamente sem noção a instrução passada ao garoto.

Resolvi, a partir daquele momento, dar a minha contribuição também, mas através do texto. Ao lado de dois grande amigos, Éder Ferrari e Jayme Brandão, acompanhei o restante do jogo e compartilhamos alguns pensamentos. Mas, como não sou “dedo duro”, vou externar apenas meu ponto de vista, começando pelos dois zagueiros: Marcão e Evandro. Um, fisicamente e tecnicamente, é a cara de Rafael Donato, ou seja, não vai para lugar nenhum. O outro, irmão do ex-zagueiro Dudu, não foi muito diferente. Os zagueiros são voluntariosos, detêm bom porte físico, mas não dá. São fracos de doer! O gol do Santos prova o quanto eles não têm capacidade técnica.
 
Na defesa, Railan e Erick comprovaram que possuem potencial, apesar do time não encaixar, e serão bem vindos ao profissional ano que vem. No meio de campo, com o esquema colocado, eram três jogadores. Um deles é o Diones da base: Vitor. Jogador que não chama atenção, nem positivo nem negativamente. Não aparece! Iuri, do juvenil, era um peixe fora d’água,  visivelmente desentrosado e perdido no espaço do campo. Não posso julgar. O capitão, Anderson Mello, me enche os olhos. Boa técnica, corre o campo todo, busca o jogo e cobra dos companheiros. Nos dará alegrias no futuro, se não queimar minha língua.

Quanto aos três atacantes, estes sim, com certeza, nossas maiores esperanças!  Ítalo Melo me irrita, de verdade. É surpreendente a capacidade deste garoto em não me passar emoção. Parece sempre estar de má vontade. Acredito que ele pode correr mais, marcar mais, demonstrar mais vontade em ajudar o time. Prometi não entregar, mas, sobre Ítalo, meus amigos discordaram. Acreditam no potencial do garoto para 2014, se passar por um bom acompanhamento psicológico com intuito de motivar e ajudar na personalidade em campo. O pequenino Lourival tem faro de gol, é inegável, mas ainda está verde. Fisicamente, inclusive, por conta do seu tamanho, sofre um pouco com isso. Está voando no juvenil, com garotos até 18 anos, e em alguns anos poderemos vê-lo brilhar no profissional. Zé Roberto, aquele atacante que pode fazer duas funções, na beirada ou centroavante, está quase lá. Lógico, torcedor, precisa ser muito trabalhado, mas o vejo com potencial para subir na próxima temporada, se lapidado, para nos encantar. Adora o clube, sabe bater na bola, e isso será fundamental. Minha visão, tricolor, é muito diferente dos que estavam lá, “pê” da vida.
 
A “cornetagem” foi tanta, que, perto do fim do jogo, por muito pouco, não assistimos uma lamentável briga. Um daqueles senhores que mencionei outrora, que estava sentado perto de mim, acompanhado do filho e netos, exagerou na quantidade de palavrões direcionados ao técnico Charles. Dois jovens, tão errados quanto, resolveram defender o técnico e tirar satisfação. O clima esquentou e foi necessária a intervenção de outros presentes. Minha gente, jogo da base é motivo de diversão! É olhar para o campo e pensar no futuro. O clima precisa ser outro, do início ao fim. Apoie, incentive e seja um participante na formação do atleta e não mais uma pedra no caminho. Fica a dica!