Ceni vê falta em Arias em segundo gol do Botafogo e contesta expulsão de Sanabria: "Arbitragem desastrosa"
O Bahia voltou a perder fora de casa no Campeonato Brasileiro. Na noite desta quarta-feira (1), o Tricolor foi superado por 2 a 1 pelo Botafogo, no Estádio Nilton Santos, pela 26ª rodada da Série A. Após a partida, o técnico Rogério Ceni concedeu entrevista coletiva e não escondeu a insatisfação com a arbitragem de Felipe Lima (MG).
Ceni discordou da expulsão de Sanabria por simulação e afirmou que houve falta em Santiago Arias no lance do segundo gol alvinegro.
“Com a saída do Juba a gente sofreu um pouco mais até o fim do primeiro tempo. Eu não consigo entender porque a gente não consegue competir tão parelho como foi no último jogo [Palmeiras]. Claro que tem o cansaço, viagem. Mas a gente não conseguiu jogar 50% na parte competitiva do que jogamos contra o Palmeiras e, por isso, o resultado no primeiro tempo principalmente é um resultado ruim”, disse o treinador.
O técnico explicou a mudança tática forçada pela lesão de Luciano Juba e destacou as dificuldades de encaixe após a alteração:
“Teve infelizmente as lesões, na saída do Juba faz com que a gente perca muito e tenha que mudar o sistema de jogo porque nós não temos um jogador que possa fazer aquilo que ele faz por dentro. Por isso nós acabamos invertendo o Sanabria para ser mais agudo pelo lado direito, deixando o Zé fazer essa ultrapassagem pelo lado esquerdo e o Kayky, que já gosta por natureza de jogar mais por dentro, vir formar esse quadrado no meio do campo. O Zé sofreu um pouco na parte de marcação, é um jogador em formação, um jovem... Apanhou um pouquinho nesse sentido. E depois, no segundo tempo, até se soltou e foi melhor”.
Sobre o lance polêmico que originou o segundo gol do Botafogo, Ceni foi enfático:
“Gol que, para mim, houve uma falta no Arias. O jogador [Arthur Cabral] cai em cima da perna do Arias, não deixa que ele saia para fazer a interceptação da jogada, mas nada se marca. No lance do Sanabria [expulso por simulação] você pode até dizer que não foi pênalti, claro, mas que houve o encontro dos jogadores, eles se tocam e por isso não deveria nunca existir o segundo cartão amarelo. Mas, com relação à arbitragem, nós já estamos acostumadíssimos. Isso é um padrão quando a gente vem jogar, em alguns lugares principalmente, é um padrão... Então assim, arbitragem para mim desastrosa, estragou o jogo. Porque eles não precisavam ter expulsado. Podiam não ter dado penal, claro, mas não precisavam ter expulsado. O jogador tem contato, não é que o jogador se jogue no chão. Eles têm o contato, o jogador caiu. Não interpretou como pena, beleza, vamos jogar. Mas nós tínhamos acabado de fazer o gol, se eu não me engano, né?. Então a gente já sabe o padrão como conduzem os jogos. Então eu acho que o Sanabria não era para ter sido expulso. Acho que houve uma falta claríssima no Arias no lance do gol [o segundo do jogo]. Se eu não me engano, o Arthur Cabral, que cai em cima do Arias e fica em cima e não deixa de sair. Mas é, nesse sentido, estamos acostumados. Acho que de ruim fica a atuação meio que inteira do primeiro tempo, pouco competitiva.”.
Apesar da derrota, o técnico ressaltou a postura do Bahia após ficar com um jogador a menos:
“De ruim fica a atuação meio que inteira do primeiro tempo, pouco competitiva. E no segundo tempo, surpreendentemente, com 10 contra 11, nós tivemos mais bola, mais jogo, mais combinações, mais chegadas à frente do que um 11 contra 11. Parece que tivemos mais brio no momento que perdemos. Um sentimento talvez de injustiça que é cometido, talvez o time reage e consegue jogar um segundo tempo melhor do que o primeiro”.
Com a perda de seis jogadores na partida contra o Botafogo, o Bahia poderá ter até 13 baixas para enfrentar o Flamengo, no domingo (5), na Arena Fonte Nova.
“É sempre difícil competir de igual para igual contra o Flamengo para qualquer equipe, afinal eles são o líder do Campeonato. Mas nós vamos ter que, a partir de amanhã, quebrar a cabeça para montar essa equipe”, afirmou Ceni.
O treinador destacou os principais problemas que terá para definir os titulares diante do Rubro-Negro:
“Temos Arias fora, o Gilberto voltando, na dupla de zaga, um machucado, um lesionado e um suspenso. Nós temos dois laterais-esquerdos além do Juba, vamos fazer escolhas. Temos, por exemplo, o Ademir que ainda não está pronto para jogar os 90 minutos. Hoje era no máximo 30 minutos. Eu não posso acontecer como aconteceu com o Pulga e perder o Ademir pelo resto do ano”.
Ceni concluiu ressaltando o desafio de montar a equipe com tantas limitações.
“Vamos com calma pensar, pois para jogar contra o Flamengo tem que ser um time muito competitivo, tem que ter o mesmo espírito que nós temos contra o Palmeiras. Se não, você não vai ter chance. Não é todo dia que você perde seis jogadores numa partida”.