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De Rafael Jambeiro para o "mundo": capitã do Bahia, Aila luta por mais uma taça do Baianão Feminino

Por Ulisses Gama

De Rafael Jambeiro para o "mundo": capitã do Bahia, Aila luta por mais uma taça do Baianão Feminino
Foto: Letícia Martins / EC Bahia

Assim como todas as meninas que jogam futebol, Aila tinha um sonho. Quando era pequena, a pouco menos de 200 km de Salvador, em Rafael Jambeiro, a jogadora disputava a bola com os meninos. Ao seu jeito, ela dava os primeiros passos para chegar ao objetivo. Sem dúvida, aos 23 anos, a Aila de hoje agradece muito por aquela menina não ter desistido.

 

"Por incrível que pareça, eu era zagueira e meu preparador sempre falou pela questão de força física que era melhor eu jogar na zaga. Ele dizia que era melhor bater do que apanhar. Na cidade vizinha, soube de uma equipe que jogava futsal e ia para lá nos finais de semana. Lá eu sempre joguei como atacante por conta da velocidade. Tive oportunidade de fazer uma seletiva em Amargosa. Passei e depois joguei o Baiano pelo São Francisco e lá comecei a minha trajetória no campo", disse, em entrevista ao Bahia Notícias.

 

Aila jogou em uma escolinha na cidade de Rafael Jambeiro, interior baiano | Foto: Arquivo Pessoal | Edição: Priscila Melo / Bahia Notícias

 

Aila cresceu. Apesar de jovem, carrega uma responsabilidade imensa no seu braço esquerdo: a faixa de capitã do Bahia, clube do seu coração. Ela veste tricolor desde 2019, quando o clube retornou às atividades com as mulheres. É verdade que teve uma passagem rápida pelo Atlético-MG em 2022, mas nada que apague o sangue azul, vermelho e branco.

 

"Quando cheguei aqui, o Bahia tinha começado com o futebol feminino. E hoje a mudança é nítida, vemos valorização a cada ano que passa e nos anos seguinte veremos mais evolução. Com certeza, o futebol feminino do Bahia vai ser uma potência", projetou.

 

Aila era do Lusaca quando se juntou ao Bahia, em 2019. Hoje, é capitã da equipe. | Foto: Letícia Martins / EC Bahia

 

Com identificação a ponto de comparecer aos jogos do time masculino do Esquadrão de Aço, a atleta tem a chance de conquistar o seu terceiro estadual pelo clube. Neste ano, vive uma fase iluminada. Foram cinco gols em oito jogos na competição, números expressivos para uma zagueira. 

 

Mas não é a primeira vez que ela é muito importante para as Mulheres de Aço. Em 2020, foi dela o gol do acesso à Série A-1 do Brasileiro, no jogo contra o Fortaleza, na Arena Fonte Nova. Ela é tratada como amuleto pelas companheiras.

 

"A galera no Bahia diz que faço gols importante. Marquei o gol do acesso e foi um grande momento em minha carreira. Espero fazer novamente na final", explicou.

 

Em meio à pandemia, Aila levou o Bahia à elite do futebol feminino nacional | Foto: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia

 

O desafio pela frente não será fácil. Será a primeira vez que o Bahia vai enfrentar o Vitória numa final de campeonato. O primeiro jogo será neste domingo (24), às 16h, no Barradão. 

 

"A gente sabe que tem toda uma responsabilidade, por mais que achem que o futebol feminino tem pouca visibilidade. Mas quando se trata de clássico, a gente sabe como é gostoso participar e com certeza é uma responsabilidade como qualquer outro clássico. Estamos treinando bastante e se Deus quiser vai dar tudo certo", detalhou a zagueira, que confia em uma equipe pronta para buscar o título.

 

"Estamos evoluindo, o professor vem nos orientando em relação ao que a gente precisa. A gente vem corrigindo certas falhas nos jogos e tal... A gente vai bem mais preparada para esse Ba-Vi. Estamos vendo todos os erros e potencializar o que acertamos. Vamos chegar 100% em todos os aspectos", completou.

 

O Bahia treinado pelo técnico Igor Morena faz uma campanha espetacular no Baianão Feminino 2023. São 63 gols marcados e apenas três sofridos. Em caso de título, o Tricolor vai ficar com o tetracampeonato. Mais do que nunca, a Aila de hoje está muito disposta a erguer o troféu e continuar realizando sonhos pela Aila de amanhã.

 

Aila tem a chance de levantar mais uma vez a taça do Baianão Feminino - dessa vez, como capitã | Foto: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia