Guadagnucci se diz chateado com demissão do Bahia e aponta rebaixamento como motivo
Oficialmente demitido do comando do sub-20 na noite da última segunda-feira (13), o técnico Eduardo Guadagnucci foi entrevistado no programa BN Na Bola, da Rádio Salvador FM 92,3, apresentado por Emídio Pinto, Glauber Guerra e Ulisses Gama, nesta terça (14). O ex-comandante do Esquadrãozinho se disse chateado com a forma que deixa o clube baiano e que sua saída foi um reflexo do rebaixamento do time principal à Série B.
"Saio feliz, satisfeito, contente com o que criei dentro do clube. Com os relacionamentos deixados, os resultados obtidos", disse. "Triste da maneira que foi. Me pegou de surpresa a demissão, somente nesse momento. A gente sabe que a Copa São Paulo é de suma importância para os meninos e para mim também, que tenho um plano de carreira, que sonho em ser treinador. E tudo o que passei no clube, da maneira que cheguei. Em nenhum momento eu pedi para estar lá, o clube que me colocou lá quando mais precisou e eu dei conta. Atingi os objetivos, os resultados expressivos e nesse momento me tiraram. Fico chateado sim, mas tenho que entender. É o preço que se paga, é um cargo muito grande. A gente sabe da dificuldade do profissional e sabíamos que ia respingar. Não tinha como, a pressão que o pessoal sente", continuou.
Guadagnucci seguiu analisando sua demissão do clube baiano. Para ele, os resultados obtidos pelo time sub-20 não justificam a decisão da diretoria. Em 2020, a equipe chegou na final da Copa do Brasil da categoria perdendo o título para o Vasco e foi campeã baiana em 2021.
"Se falar dos resultados, da rotatividade de atletas, se isso atrapalhou em algum momento os resultados? Eu não vejo dessa maneira. Dentro do Brasileiro, a gente sabe da nossa realidade. O objetivo não é ser campeão brasileiro. Sempre foi o objetivo competir da melhor maneira, mostrar os meninos, mostrar o que o Bahia é e isso eu tenho certeza que consegui. Consegui ser competitivo mesmo da maneira que foi. Perder jogadores dentro da competição, não fazer a preparação para o campeonato brasileiro quando eu estava na transição, tudo isso agrega, mas isso não pode ser determinante como uma desculpa. A responsabilidade era minha, estava nas minhas mãos fazer Brasileiros melhores, mas o grande objetivo do clube que era sempre estar na Copa do Brasil, sendo campeão baiano, isso eu consegui alcançar. Então não vejo isso como um fator determinante para a minha saída. Vejo uma escolha da diretoria", disse.
O agora ex-comandante do sub-20 do Tricolor falou do legado que deixará no clube.
"O legado que eu deixo, com certeza, é a maneira de jogar que impactou dentro do clube, impactou a Bahia, a imprensa sempre falou. Os meninos que subiram, tenho certeza absoluta que Thiago, Patrick, Daniel, Marcelo e outros que estão para subir e vão aparecer logo. Com certeza foi pelo estilo de jogo do sub-20 que fez eles alcançarem esse patamar e é esse o legado que eu saio daqui feliz demais e ter conquistado o grande objetivo da base que é formar. Em nenhum momento me passaram que eu tinha que ganhar tudo. Então, saio daqui extremamente feliz e satisfeito. Ganhei o que dava para ganhar e formei até mais do que dava para formar. Isso eu tenho certeza e ninguém vai tirar de mim", avaliou.
A garotada do Bahia se prepara para disputar a Copa São Paulo. O Esquadrãozinho foi sorteado no Grupo 1 e vai encarar o Votuporanguense-SP, Monte Azul-SP e Atlético Matogrossense na primeira fase do torneio. O torneio está marcado para começar no dia 2 de janeiro e por causa da pandemia do novo coronavírus, permitirá a inscrição de atletas sub-21.
Assista o programa BN na Bola desta terça (14):