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Em evento contra discriminação, João Marcelo pede punição dentro e fora do campo

Por Gabriel Rios / Leandro Aragão

Em evento contra discriminação, João Marcelo pede punição dentro e fora do campo
Foto: Gabriel Rios / Bahia Notícias

Um dos convidados para participar da mesa de debates do lançamento do Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol, foi o ex-jogador do Bahia e campeão brasileiro João Marcelo. O evento acontece nesta segunda-feira (17), na Arena Fonte Nova. O ex-zagueiro disse que os casos de racismo e discriminação ocorridos dentro dos gramados são reflexos da falta de punição dos que acontecem na sociedade.

 

"A gente não pode dissociar o futebol com o fora do campo. O que a pessoa traz para dentro dos estádios é o reflexo do dia-a-dia", disse em entrevista ao Bahia Notícias. “As penas aos clubes e às pessoas que cometem esse ato dentro de campo têm que ser mais rígidas. Acontece dentro do campo, porque fora na sociedade, as pessoas que cometem esses atos saem impunes. Se na sociedade as pessoas ficarem presas por terem cometido isso, dentro do campo o jogador não vai fazer isso. NO futebol, dizem que o torcedor pode xingar o jogador, porque ele paga [ingresso] e ele xinga sem limites. Mas se a sociedade impõe penas rígidas lá fora, pode ter certeza que ela não passa aqui para dentro, se não fizemos lá fora, não fazem aqui dentro. Não adianta querer ter a mesma educação no estádio que a gente não tem fora dele", completou.

 

Durante o mês de novembro, em que se celebra o Novembro Negro, o Bahia fez ações com as camisas dos jogadores. Ao invés dos nomes dos atletas que estavam em campo, eles traziam os nomes de ex-atletas e personalidades negros nas suas camisas. João Marcelo foi um dos homenageados e parabenizou a diretoria do Tricolor pela iniciativa.

 

"Isso foi demais! A diretoria do Bahia está de parabéns por ter criado a camisa com os nomes dos atletas negros. Todo o marketing do Bahia está de parabéns e essa campanha tinha que partir do Bahia, né? Primeiro campeão brasileiro, o Brasil foi descoberto pela Bahia e tinha que ser o Esporte Clube Bahia a levantar essa bandeira e não tinha como o Bahia não levantar a bandeira, até porque a maioria da sua torcida é negra. E a maioria dos seus jogadores que foram campeões brasileiros tanto em 1959 como em 1988 eram negros e que honraram muito bem a camisa do Bahia", afirmou.

 

No último mês de outubro, João Marcelo denunciou ter passado por uma situação constrangedora dentro do Shopping Barra. Ele contou ter sido seguido por dois seguranças da praça comercial dentro do estabelecimento (relembre aqui). O ex-jogador disse que está movendo um processo na Justiça.

 

"O processo está andando [na Justiça], já demos entrada em todas as varas cível e criminal. Já estive na delegacia e fiz nova ocorrência, porque naquele momento eu achava que poderia ser dois ladrões ou dois policiais civis ou dois seguranças do shopping. Agora, ficou claro que foram dois seguranças e nós vamos buscar saber o porquê que eles estavam me seguindo no shopping", falou. "O que me deixa chateado é que as pessoas dizem que aconteceu logo comigo, que sou conhecido... Mas aquilo ali não deveria acontecer com ninguém, conhecido ou desconhecido jamais uma pessoa deve ser seguida dentro de um shopping no seu dia de lazer. Aquilo aconteceu, mas não vai ficar por isso. Eles vão ter que se retratar para toda a comunidade negra e, pior para toda Bahia, porque eles fazem isso também com o branco que entra lá mal vestido", continuou.