Presidente do Bahia classifica briga no aeroporto como 'muito além do limite'

O Bahia goleou o Vitória por 4 a 1 neste domingo (22) e saiu da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. A grande conquista do Tricolor diante do maior rival, no entanto, não deixou que a briga no Aeroporto de Salvador, ocorrida na última sexta-feira (20) (relembre aqui), deixasse de ser tema para os tricolores.

 

Após a partida, o presidente Guilherme Bellintani falou sobre o fato e classificou a atitude, protagonizada por uma torcida organizada, como algo "muito além do limite". A perseguição ao zagueiro Everson ocorrida após a saída do recinto foi lembrada pelo mandatário.

 

"As cobranças chegam sempre, mas o que aconteceu sexta não foi cobrança, foi um fato muito além do limite. Respeito a história da Bamor, tem muita gente de bem ali, é fundamental para o Bahia jogando na Fonte Nova, mas não ajuda em nada o que aconteceu. Conversamos com os atletas, respirando sobre o que aconteceu, principalmente sobre o Everson. Por pouco o filho dele não se acidenta gravemente. Tenho dúvida se Everson saísse do carro com a maçaneta quebrada o que poderia acontecer. Ainda bem que a esposa dele conseguiu tirar o carro. O torcedor precisa pensar nisso. A gente também fica com raiva, mas isso piora. Tivemos uma gestão de emergência, trabalhando o psicológico dos atletas. Vi no hotel que demos uma virada depois de muita conversa e vimos que eles esqueceram. Mas nós, como clube, não podemos esquecer", declarou.

 

De acordo com o presidente, não existe um pensamento em cortar relações com a torcida, mas pediu que a organização refletisse sobre a confusão, que pode se tornar caso de polícia nesta segunda-feira (23) com a provável denúncia do jovem atleta do Esquadrão de Aço.

 

"A gente tem respeito por qualquer torcida. Tenho diálogo com a Bamor e gostaria inclusive de ter um diálogo maior, mas acho que passa por um processo de reflexão da própria Bamor. Não temos que ensinar nada a ninguém. A própria Bamor, pela importância que ela tem, pela diferença que ela tem, saber que quase colocou tudo a perder", indicou.

 

O mandatário fez uma análise positiva do trabalho que vem sendo realizado no futebol e indicou que as contratações vão ser realizadas, mas com cautela.

 

"Estamos botando as coisas no lugar. Vejo o trabalho que vem sendo feito nos bastidores, inclusive antes com Guto Ferreira e agora com Enderson também. É um momento que a gente vê o trabalho evoluindo, mas os placares elásticos e as derrotas maiores não me iludem. É um trabalho responsável, cuidadoso, precisamos de reforços, mas temos que ter cautela. Às vezes é confundido com vagarosidade, lentidão, mas é cautela. Não adianta trazer um atleta com nível inferior ao que temos. A gente estava devendo isso para a torcida, é dia de comemorar, mas vemos como uma sequência de trabalho", pontuou.

 

O placar elástico colocou o Bahia na 13ª posição do certame nacional, com 16 pontos. A equipe volta a jogar na próxima quarta-feira (25), contra o Atlético Cerro, em Salvador, pela Copa Sul-Americana.