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Coluna

Desafio Ambiental: Bioinsumos impulsionam agricultura sustentável e regenerativa

Por Lenilde Pacheco

Desafio Ambiental: Bioinsumos impulsionam agricultura sustentável e regenerativa
Foto: Wenderson Araujo / Divulgação

A Bahia expande a utilização de insumos biológicos com o suporte de uma legislação específica, o alinhamento às práticas sustentáveis e mecanismos de incentivo à agricultura familiar. A denominada Lei Estadual dos Bioinsumos, assim como os programas federais de financiamento, impulsionam as práticas agrícolas regenerativas.


 
Para consolidar os sistemas produtivos mais resilientes e fortalecer a bioeconomia no estado, a Lei 15.070, de 2024, normatiza e incentiva a produção e o uso desses produtos biológicos na agropecuária, aquicultura e silvicultura. Também fortalece os princípios do Plano Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica, reforçando o compromisso com o cultivo ecológico.

 

Essa estratégia produz resultados como a expansão da área de preservação dos ecossistemas locais, assim como reflete o interesse dos produtores em reduzir custos e adotar práticas que conciliem produtividade com preservação ambiental, propósitos que também mobiliza a unidade da Embrapa em Cruz das Almas (BA), para o desenvolvimento de biocontroles, bioinsumos e sistemas de produção sustentáveis, em parceria com diversas universidades e instituições de pesquisa (UFRB e UESB).

 


Foto: Koppert Brasil/Divulgação 

 

O cultivo com insumos biológicos revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. São soluções das mais promissoras para recuperação de ecossistemas agrícolas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas. É importante lembrar que a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito estufa. Ao migrar para práticas sustentáveis, as lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono – ‘reservatórios’ naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera.

 

A participação dos bioinsumos no cultivo do algodão cresce de forma significativa, como demonstra estudo da McKinsey, o Global Farmer Insights 2024: mais de 60% dos produtores do país utilizam biocontrole, biofertilizantes e bioestimulantes em seus protocolos de manejo do solo — um índice mais que o dobro do registrado na Europa e nos Estados Unidos. Mais da metade das áreas cultivadas já recebe algum tipo de insumo biológico, e 70% dos agricultores afirmam que pretendem manter ou aumentar os investimentos nessas soluções, independente das variações de preço.

 

Produtora de algodão e presidente da Associação Baiana de Produtores de Algodão, Alessandra Zanotto Costa, considera que todo incremento no pacote tecnológico que permita ganhos ambientais e econômicos é muito bem-vindo. “Os defensivos químicos  são um dos maiores custos da planilha de um produtor de algodão. Então, sempre que for viável fazer uma substituição por uma opção que seja a um só tempo eficaz, amigável ao meio ambiente e econômico, o produtor certamente vai aderir a essa ferramenta. Isso porque a proteção do cultivo está pautada pela diversidade prevista  pelo Manejo Integrado de Pragas e Doenças e diretamente ligada aos pilares ambiental, social e econômico”, resume.

 


Foto: Arquivo Pessoal

 

“A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o gerente de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da Koppert Brasil, Thiago Castro. “Ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”.

 

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macro organismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos para o controle de pragas e doenças, bioativadores que auxiliam a nutrição das plantas e os bioestimulantes que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo.

 

Em síntese, o Brasil se tornou protagonista neste segmento: mais de 60% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. A prática proporciona equilíbrio ecológico, maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, proporcionando menor erosão. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13%, tornando a produção de alimentos, fibras e bioenergia cada vez mais sustentável, como exigem o mercado e os consumidores.