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xenofobia
O Real Betis anunciou, na manhã desta quarta-feira (20), que parte da arquibancada do Estádio de La Cartuja, em Sevilha, será interditada na próxima partida do clube. A medida atende a uma punição imposta pelo Comitê de Disciplina da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) após gritos racistas e xenófobos registrados na temporada passada.
"A medida chega após a conclusão do processo aberto contra o clube em virtude dos gritos xenófobos e racistas que dois torcedores dirigiram a jogadores do Athletic Club no último mês de fevereiro, durante a partida da 22ª rodada disputada no Benito Villamarín", explicou o Betis em comunicado oficial.
Segundo o clube, a sanção será aplicada já nesta sexta-feira (22), no duelo contra o Alavés, e afetará cerca de 200 assentos. Os sócios impactados pela interdição receberão uma notificação oficial.
"O Comitê de Disciplina da RFEF sancionou o Real Betis Balompié com o fechamento parcial de um setor da arquibancada do estádio", informou a entidade.
Atualmente, o Betis está mandando seus jogos em La Cartuja por conta da remodelação do Estádio Benito Villamarín, onde o episódio de racismo ocorreu. O clube também reforçou seu posicionamento contra qualquer ato discriminatório em nota oficial.
???? Comunicado oficial del Real Betis Balompié.
— Real Betis Balompié ???????? (@RealBetis) August 20, 2025
? https://t.co/C0h0baaTMt pic.twitter.com/4VCmMdNE2S
"O Betis reitera sua condenação a qualquer comportamento racista ou xenófobo, que em nenhum caso representa sua torcida”, cita trecho da nota.
A brasileira Ana Catharina, de 34 anos, que participou do Big Brother de Portugal, relatou estar sendo vítima de xenofobia na internet e nas ruas.
Eliminada do reality pelo voto público, a brasileira se envolveu em uma grande confusão após brigar com outra participante que debochou do sotaque dela.
Segundo Ana, nas ruas, o comportamento do público não é diferente do que se viu no programa e ela chegou a ouvir que deveria voltar para a "terra dela".
"O meu sotaque foi satirizado e, para meu espanto, a concorrente que fez isso comigo não recebeu nenhuma sanção e o resultado foi que quando as imagens vieram a tona, eu fui expulsa pelo público pagante (que paga para votar). Desde então tenho recebido inúmeras mensagens xenofóbicas na rua e nas redes sociais. A principal mensagem é 'volta para sua terra' e também relativizando o que aconteceu", desabafou.
A ex-participante do Big Brother ainda falou sobre a realidade do imigrante em terras lusitanas. "É muito fácil para quem não é brasileiro e vive em Portugal relativizar uma situação tão grave como a gozação do sotaque. A discriminação muitas vezes aparece de forma sutil".
Uma acusação de xenofobia foi o tema que marcou a noite da última terça-feira (27) no MorumBis, durante o confronto entre São Paulo e Talleres, pela última rodada da fase de grupos da Libertadores. O lateral-esquerdo venezuelano Miguel Navarro, do clube argentino, acusou o meio-campista paraguaio Damián Bobadilla, do Tricolor, de proferir um insulto xenofóbico durante o segundo tempo da partida.
O episódio aconteceu nos minutos finais do jogo, quando jogadores do Talleres se revoltaram com Bobadilla e cercaram o atleta são-paulino. Navarro, visivelmente abalado, tentou deixar o campo chorando e precisou ser acalmado pelo árbitro chileno Piero Maza para seguir na partida. Assista:
Miguel Navarro quebró en llanto luego de sufrir insultos de xenofobia por parte del jugador paraguayo Damián Bobadilla. Inaceptable y repudiable por dónde se le mire. ???????? pic.twitter.com/ihgCxAQjG9
— Elias López (@eliaslopezvzla) May 28, 2025
Logo após o apito final, Navarro se manifestou com poucas palavras, mas de forma contundente. "Não quero falar, ele sabe o que disse. Foi com Bobadilla. Não quero falar do jogo", disparou o venezuelano na saída de campo.
Na zona mista, pouco depois, o jogador revelou o teor da ofensa que teria ouvido do paraguaio. Segundo ele, Bobadilla o chamou de "venezuelano morto de fome", e nas redes sociais, ele fez um forte desabafo.
"Queria eu ter, em minhas mãos, a solução para a fome que vive meu país. Espero que Deus me dê abundância para poder ajudar. Não creio que possa fazer muito contra a pobreza mental", publicou em seus stories, no Instagram.
"Nunca me envergonharei das minhas raízes. Vou até as últimas consequências contra o ato de xenofobia que vivi hoje no Brasil por parte de Damían Bobadilla. No futebol, não há espaço para discursos de ódio", completou.
O Talleres também se posicionou oficialmente em defesa do seu atleta. Através de uma nota, o clube argentino declarou que "Se solidariza profundamente com Miguel e sua família neste momento. Como instituição, nos manifestamos contra qualquer forma de discriminação. Não há lugar para ódio no futebol."
Após o jogo, Navarro compareceu ao Juizado Especial Criminal instalado no próprio estádio para registrar a ocorrência. Paralelamente, policiais militares foram até o vestiário do São Paulo em busca de Bobadilla, mas o jogador já havia deixado o MorumBis.
Até o momento, nem Bobadilla nem o São Paulo se manifestaram oficialmente sobre a acusação.
O atacante Vini Jr. prestou depoimento nesta segunda-feira (20) e revelou ter temido pela própria vida e pela segurança de sua família após o episódio de racismo envolvendo torcedores do Atlético de Madrid, em janeiro de 2023. Na ocasião, um boneco com a camisa do jogador, pendurado por uma corda, foi exibido em uma ponte de Madri, simulando um enforcamento, horas antes de um clássico contra o Real Madrid.
“Foi um dia muito triste para mim. Eu não sabia o que ele (o boneco pendurado) queria dizer, se eu e minha família estávamos em perigo”, afirmou o camisa 7, em testemunho por videoconferência divulgado pela agência EFE.
A declaração será usada como parte das provas no julgamento dos quatro acusados pelo ato racista. O processo tramita no Tribunal de Instrução nº 28 da capital espanhola e a audiência principal está marcada para o dia 16 de junho — período em que Vini Jr. estará nos Estados Unidos, disputando o Mundial de Clubes com o Real Madrid.
Segundo o Ministério Público espanhol, os réus, com idades entre 19 e 24 anos, são membros da torcida organizada Frente Atlético e já haviam sido identificados em partidas classificadas como de alto risco. O MP os acusa de cometer crimes contra os direitos fundamentais, a dignidade, a integridade moral e por ameaça incondicional. A promotoria pede quatro anos de prisão para cada envolvido, além de uma indenização solidária de seis mil euros (cerca de R$ 38,4 mil) pelos danos morais causados ao jogador.
O caso ganhou repercussão mundial e provocou reações de instituições e clubes. O Real Madrid classificou a ação como “lamentável e repugnante ato de racismo, xenofobia e ódio” e reforçou que “esses tipos de agressões não podem ter lugar numa sociedade como a nossa”.
O Atlético de Madrid, por sua vez, emitiu nota condenando o episódio e destacou que “a rivalidade entre os dois clubes é máxima, mas também o respeito”. LaLiga, a Federação Espanhola de Futebol (RFEF) e outras entidades também se manifestaram contra o ataque racista.
O episódio do boneco enforcado foi um entre tantos casos de racismo que Vini Jr. enfrentou desde que chegou ao futebol espanhol.
Cinco torcedores do Real Valladolid foram condenados pela Justiça da Espanha a um ano de prisão por proferirem insultos racistas contra o atacante brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, durante uma partida válida pela 15ª rodada do Campeonato Espanhol, realizada no dia 30 de dezembro de 2022, no Estádio José Zorrilla.
A sentença é fruto de um acordo judicial entre a defesa dos réus, o Ministério Público e o representante legal do jogador. De acordo com o jornal espanhol AS, o compromisso prevê, além da pena de prisão, multas que variam entre 1.080 euros (cerca de R$ 6.822) e 1.620 euros (cerca de R$ 10.233). Os torcedores também foram inabilitados por quatro anos para exercer atividades em funções educativas, esportivas ou de lazer, e perderam o direito ao sufrágio passivo durante o período da condenação.
Durante o jogo, os condenados proferiram insultos como "filho da p*", "macaco de m***" e "negro de m***"**, especialmente no momento em que Vinícius se dirigia ao banco de reservas após ser substituído. Os ataques racistas foram gravados por outros torcedores e rapidamente se espalharam pelas redes sociais, gerando grande repercussão.
“O acordo judicial foi firmado entre a defesa dos torcedores, o Ministério Público e o representante legal de Vinícius Júnior. Quatro dos cinco réus aceitaram penas de um ano de prisão, inabilitação especial para o direito ao sufrágio passivo durante o período da condenação, multa de nove meses à razão de 6 euros por dia e inabilitação especial para profissões ou ofícios educativos, no âmbito docente, esportivo e de tempo livre, por um período de quatro anos. O quinto réu recebeu uma multa de nove meses à razão de 4 euros por dia”, informou o jornal AS.
Apesar da decisão favorável à punição dos agressores, Vinícius Júnior optou por não receber nenhuma compensação financeira relacionada ao caso.
A sentença será encaminhada à Comissão Estatal contra a Violência, o Racismo, a Xenofobia e a Intolerância no Esporte, que já havia aberto um processo administrativo contra os acusados — atualmente suspenso, aguardando o desfecho judicial.
Este episódio se soma a outras iniciativas recentes na Espanha para coibir o racismo nos estádios de futebol, incluindo a condenação de torcedores do Valencia por ofensas semelhantes ao atacante brasileiro em 2023. A postura firme das autoridades espanholas reforça a pressão por tolerância zero ao racismo no esporte.
O vereador de Caxias do Sul (RS), Sandro Fantinel (PL), foi condenado a pagar uma indenização de R$ 100 mil por falas preconceituosas contra os baianos durante uma sessão da Câmara Municipal em 2023. Na época, o edil afirmou que a “única cultura” do povo da Bahia seria “viver na praia e tocar tambor”. A declaração veio após uma operação da Polícia Rodoviária Federal resgatar centenas de trabalhadores que estavam sendo explorados em vinícolas no interior do Rio Grande do Sul.
A sentença da 3ª Vara Federal de Caxias do Sul foi dada conjuntamente em resposta a ações civis públicas ajuizadas pelo Ministério Público Federal (MPF), MP-RS e entidades. O pagamento de R$ 100 mil por danos morais coletivos será destinado a um fundo público voltado a ações coletivas, com gestão compartilhada entre conselhos, o MPF e representantes da sociedade civil.
De acordo com o texto da ação judicial, “as ideias manifestadas pelo vereador compõem o pensamento de parcela significativa da população local, o que não exime o réu de culpa, mas ao contrário, a agrava por ser um representante eleito que deveria servir de exemplo de cidadania”.
CONTRATA ARGENTINOS
Além de limitar a cultura baiana a “tocar tambor na praia”, o vereador também sugeriu que os empresários não deveriam contratar mais baianos e insinuou que os argentinos seriam “mais limpos” que o povo da Bahia.
“Agricultores, produtores, empresas agrícolas que estão neste momento me acompanhando, eu vou dar um conselho para vocês: não contratem mais aquela gente lá de cima. Conversem comigo, vamos criar uma linha e vamos contratar os argentinos. Porque todos os agricultores que têm argentinos trabalhando hoje só batem palmas. São limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantêm a cara limpa e, no dia de ir embora, ainda agradecem ao patrão pelo serviço prestado e pelo dinheiro que receberam” afirmou.
Veja a fala:
Vereador de Porto Alegre ataca baianos após caso de exploração do trabalho no Sul: “Única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor” https://t.co/pJTf75efMk pic.twitter.com/U738l4ame0
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) February 28, 2023
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) João Otávio de Noronha, que foi alvo de críticas após piada de cunho xenofóbico aos baianos durante sessão, rebateu o governador Jerônimo Rodrigues (PT) após o petista depreciar a “brincadeira” do magistrado. Em pronunciamento nesta quinta-feira (20), Noronha negou que tenha sido xenófobo em sua fala e afirmou que “não vai se intimidar” diante das críticas.
“Eu fiquei triste ao ver que o governador soltou uma nota considerando o comentário xenofobia. Sou eu que vou hostilizar os conterrâneos de Eliomar Baleeiro e outros grandes poetas. Eu queria dizer que eu não vou me intimidar. Eu não me pauto pelo comportamento que a imprensa quer me passar. Eu me pauto por aquilo que eu acho correto", afirmou o ministro.
Durante seu pronunciamento, Noronha também disse que “não houve maldade” em seu comentário sobre a “agilidade” do povo baiano. Além disso, o magistrado exaltou a história e a cultura baiana, citando o Descobrimento do Brasil e declarando que a Bahia é a terra dos “maiores cantores brasileiros”.
“Em momento algum houve qualquer maldade, está claríssimo no vídeo. A vida nos mostra que a maldade está mais em quem ouve do que em quem fala. Eu tenho pela Bahia o maior apreço. O Brasil foi descoberto pela Bahia. O Brasil começa pela Bahia. A família real quando veio ao Brasil a 1ª parada foi na Bahia. A Bahia é terra de Rui Barbosa. A Bahia é terra dos maiores cantores brasileiros”, disse o ministro em sessão.
Veja o pronunciamento completo aqui:
RELEMBRE O CASO
Na terça (18), Noronha, realizou uma piada de cunho xenofóbico contra os baianos durante sessão virtual. Em gravação, o magistrado fez alusão a “lentidão” do povo baiano quando brincava com outro ministro, o cearense Raul Araújo.
Noronha fez a piada quando Araújo comentava que tinha lesionado o menisco enquanto jogava basquete.
“Você já sabe né, baiano que joga basquete. Dizem que o baiano é tão ágil, tão ágil que quando ele arremessa a bola na sexta e ela só cai no sábado [risos]. Os baianos que me perdoem, têm uma simpatia enorme. Não me expulsem de lá porque eu adoro acarajé”, disse Noronha.
Reveja o momento:
? VÍDEO: Ministro do STJ, Noronha, faz piada xenofóbica contra baianos em sessão virtual: “Arremessa sexta e cai sábado”
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) March 19, 2025
Confira ? pic.twitter.com/zlbmcbOXQd
Posteriormente, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) expressou indignação sobre o comportamento do ministro do STJ. O petista classificou a fala como descabida e afirmou que não pode ser considerada apenas uma piada de mau gosto.
“É xenofobia pura. É estarrecedor ouvir, em pleno 2025, uma autoridade reproduzir um estereótipo preconceituoso contra o povo baiano”, escreveu o governador.
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, realizou uma piada de cunho xenofóbico contra os baianos durante sessão virtual na terça-feira (18). Em gravação, o magistrado fez alusão a “lentidão” do povo baiano quando brincava com outro ministro, o cearense Raul Araújo.
Noronha fez a piada quando Araújo comentava que tinha lesionado o menisco enquanto jogava basquete.
“Você já sabe né, baiano que joga basquete. Dizem que o baiano é tão ágil, tão ágil que quando ele arremessa a bola na sexta e ela só cai no sábado [risos]. Os baianos que me perdoem, têm uma simpatia enorme. Não me expulsem de lá porque eu adoro acarajé”, disse Noronha.
Após a piada, o ministro Araújo, inclusive, esclareceu que, na verdade, é cearense, nascido em Fortaleza. Veja o momento:
? VÍDEO: Ministro do STJ, Noronha, faz piada xenofóbica contra baianos em sessão virtual: “Arremessa sexta e cai sábado”
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A Polícia do Rio de Janeiro abriu um inquérito para apurar uma agressão contra 4 estudantes venezuelanos na saída de uma escola municipal, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da capital carioca. De acordo com familiares dos adolescentes, eles foram violentados por um grupo de cerca de 15 meninos brasileiros.
Segundo testemunhas e as próprias vítimas, os jovens foram agredidos com pedaços de madeira, cabos de vassoura, socos e chutes. Um dos adolescente quebrou o braço e os demais tiveram machucados, além de hematomas pelo corpo, rosto e cabeça. As vítimas ainda afirmaram que também foram ameaçadas com uma faca.
Os familiares dos garotos agredidos contaram ao portal G1 que esta é a primeira vez que este tipo de situação ocorre e que nenhum dos meninos tem histórico de briga ou de confusão no ambiente escolar.
Os meninos estariam aguardando por um ônibus após a aula, em um ponto próximo ao Condomínio Alfa Barra, quando foram abordados pelos agressores, que seriam alunos de outros colégios da região. O caso foi registrado na 16ª Delegacia de Polícia da Barra da Tijuca
DEPOIMENTOS DAS FAMÍLIAS
Uma das mães dos jovens contou ao G1 que o filho estava na unidade haviam quatro anos, desde quando a família chegou ao Brasil e garante que o filho nunca teve problemas com os colegas. De acordo com ela, foi a própria direção da unidade de ensino que a informou sobre as agressões.
“Eu estava em casa e a direção me ligou. Falaram que o meu filho tinha sido agredido por colegas. Quando a diretora falou que bateram nele até quebrar o braço, eu não acreditei. O meu filho não é de brigar, ele é legal com todo mundo”, afirmou a mulher. “Ele nunca teve problemas. Quando cheguei lá, fiquei desesperada. O meu filho foi levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge e engessaram o braço”, acrescentou. A mulher ainda afirmou que desde o dia da briga, o menino tem reclamado de fortes dores na cabeça.
Além dele, o pai de outra vítima contou que o filho chegou em casa chorando após a agressão. O menino está na escola desde janeiro e nunca teve problema com outros alunos. De acordo com ele, no dia da agressão, os meninos foram provocados ainda dentro da escola, mas saíram sem dar importância ao ocorrido.
No dia seguinte ao incidente, a escola ligou para as famílias e pediu que os adolescentes não fossem para a aula até que se apurasse o ocorrido. Os pais, de qualquer modo, se mostraram inseguros em relação ao retorno dos filhos para a unidade.
O baiano Ives Bittencourt Menezes foi alvo de ataques de cunho xenofóbico enquanto embarcava em um aeroporto de Buenos Aires, capital da Argentina. De acordo com o baiano, um agente aeroportuário proferiu ofensas preconceituosas enquanto reclamava com ele e com amigos após se recusarem a despachar bagagens de mão.
Após o ataque, Ives e os amigos denunciaram o agente no aeroporto. Segundo eles, o homem ficou irritado com a recusa e lhes disse que no Brasil as coisas são “uma bagunça”, “onde tudo é feito de qualquer jeito”.
O caso aconteceu no Aeroporto Internacional Ministro Pistarini, em Buenos Aires, no último domingo (14). Ives conta que o homem ainda chegou a afirmar: “Aqui na Argentina, vai ser do meu jeito”.
O baiano ainda ressaltou que, se a bagagem está dentro das regras da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), não há porque exigir que seja despachada.
Ele também afirmou que não quis despachar a mala porque durante a viagem do Brasil para a Argentina teve uma outra mala extraviada. A companhia só encontrou a mala no quarto dia de viagem, quando Ives já tinha gastado cerca de R$ 2 mil comprando roupas e materiais básicos.
VÍDEO: Preparador físico do Sousa-PB é vítima de xenofobia durante jogo contra o Red Bull Bragantino
O preparador físico do Sousa-PB, Alexandre Duarte, foi vítima de xenofobia durante a partida contra o Red Bull Bragantino, no Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista, pelo jogo de volta da terceira fase da Copa do Brasil. Ele discutiu com torcedores do Massa Bruta que chamaram o elenco de "rapadura".
"Deixe de preconceito, cara. Tudo é Brasil. A Paraíba é Brasil", reagiu o preparador físico.
O ato de xenofobia da torcida do Massa Bruta contra os jogadores do Dinossauro aconteceu durante o aquecimento, antes do apito inicial.
"Linguiça daqui é boa mesmo, é boa! Mas a rapadura de lá também é boa, cara. Para que esse preconceito?", rebateu o integrante da comissão técnica do clube nordestino.
Com a bola rolando, o Sousa foi derrotado pelo Red Bull Bragantino por 3 a 0 e se despediu da Copa do Brasil. Após empate na partida de ida, o Massa Bruta venceu o confronto com o Dinossauro pelo placar agregado de 4 a 1 e garantiu vaga nas oitavas de final. Agora, o time paraibano volta a focar na Série D do Campeonato Brasileiro, em que integra o Grupo A3 e volta a jogar no próximo domingo (26) contra o América-RN, no Marizão, pela quinta rodada.
Chamado de “rapadura”, preparador do Sousa reage a ofensa de torcedor do Bragantino.
— LIBERTA DEPRE (@liberta___depre) May 22, 2024
O preparador físico do Sousa Alexandre Duarte discutiu com um torcedor do Red Bull Bragantino após ele e os jogadores do time paraibano serem chamados de “rapadura” no estádio Nabi Abi Chedid,… pic.twitter.com/q7TWVHpHzb
O Grêmio ficou no empate sem gols com o Operário-PR, na noite desta terça-feira (30), no Germano Krüger, pelo jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil. Após o apito final, o técnico Renato Gaúcho deu uma declaração xenofóbica ao criticar o calendário do Tricolor gaúcho que fez sua terceira partida em sete dias.
"Nós enfrentamos o Cuiabá pelo Brasileiro e no meio de semana eles jogaram com o time reserva. Nós tivemos uma Libertadores e jogamos com esse. Fomos para Bahia, com desgaste de viagem para Argentina e tudo, para jogar com o Bahia que ficou parado a semana toda. Ninguém está falando nada do Bahia não, é o calendário. Então, o Bahia não jogou naquela semana, ficou na rede só esperando a gente e o nosso time todo desgastado", afirmou na entrevista coletiva.
O Tricolor gaúcho bateu o Estudiantes por 1 a 0, em La Plata, no último dia 23, pela Libertadores. Depois, no sábado (27), o time foi derrotado pelo Bahia também pelo placar mínimo, na Casa de Apostas Arena Fonte Nova, pela quarta rodada do Brasileirão.
Grêmio e Operário farão o jogo de volta do confronto no próximo dia 22, uma quarta, às 19h30, na Arena do Grêmio. Quem vencer avança de fase, enquanto um novo empate leva a disputa para os pênaltis. Antes disso, o Tricolor gaúcho enfrenta o Criciúma, no domingo (5), às 16h, em casa, pela quinta jornada do Brasileirão. A equipe ocupa a nona colocação na tabela de classificação com seis pontos.
A sister Fernanda viralizou nas redes sociais, neste domingo (03), após comentário sobre às origens de Davi, participante baiano do Big Brother Brasil 24: “Vindo do c* da Bahia” e é acusada de xenofobia.
A fala da carioca ocorreu durante um diálogo com Pitel, onde ambas comentam sobre as trajetórias de Nizam e Davi durante o reality show. Após Pitel comentar que “Nizam e Davi passaram por coisas parecidas”, Fernanda dispara:
“Querer comparar o Davi que deve ter vindo do c* da Bahia com o Nizam, que fala 9 línguas, já viajou o mundo inteiro, teve acesso a muitas outras coisas é complicado”. Após a conversa entre as sisters, o trecho viralizou nas redes sociais, onde os internautas acusaram a sudestina de xenofobia, ao se referir a capital baiana de forma perjorativa.
Nas redes sociais, o perfil oficial de Davi repudiou a fala da sister e escreveu: “Davi Brito é um representante do Bairro de Cajazeiras, o maior bairro da América Latina, um lugar de diversidade, cultura e pessoas extraordinárias. Sua origem não merece ser alvo de desprezo ou preconceito. Nós, da Bahia, valorizamos a diversidade e a riqueza cultural que cada indivíduo traz consigo.”
O nome da TV Globo passou a ser associado a uma grande polêmica nas redes sociais após a primeira foto de divulgação da trama 'No Rancho Fundo', de Mário Teixeira, prevista para substituir 'Elas por Elas' no horário das 18h.
Isso porque o primeiro registro da novela que terá como plano de fundo a cidade fictícia de Lasca Fogo, no Cariri paraibano, foi considerado um estereótipo nordestino já pintado pela emissora em outras produções.
Alguns internautas passaram a apontar o fato da Globo sempre buscar retratar personagens nordestinos com a mesma estética, abusando do suor, das feições cansadas e muitas vezes da sujeira.
“A estética do Nordeste na teledramaturgia é sempre a mesma né? Aliás, a semiótica dessa imagem ajudaria a gente entender como eles enxergam a gente também”, comentou um internauta que teve o primeiro tweet viralizado na web.
é extremamente absurdo a globo permanecer nessa representação horrorosa do nordeste enquanto a prime video fez uma série super representativa e com um elenco majoritariamente nordestino
— jan • família é tudo dia 4/3 (@caravanarwlidei) February 29, 2024
nem todas as séries são superiores a novelas, mas algumas são sim pic.twitter.com/MTlP7203NV
A globo enxerga o nordestino como a Srta. Morello enxerga o Chris. #NoRanchoFundo @tvglobo https://t.co/WdiGFTX03J pic.twitter.com/hd1oLwSk0f
— Brunno Crystian (@BrunnoCrystian) March 1, 2024
Em resposta ao comentário, outros seguidores passaram a citar motivos para a representação da emissora ser errada. “O calor daqui fazendo a gente tomar banho de hora em hora. E vão meter a imagem de nordestino sujo. Aí vem alguém dizer: ‘não, é porque isso é na roça/sertão’. Já viram a casinha simples das veinha sertaneja? Não existe lar mais limpo e arrumado. E elas sempre cheiram a alfazema!”, apontou outro.
“O Nordeste brasileiro está para as produções do sudeste, como México está para os Estados Unidos em produções hollywoodianas”, comentou um. “E será o mesmo sotaque. O Nordeste é gigante, mas segundo a teledramaturgia brasileira, todos nós falamos com o mesmo sotaque”, disse outra.
“A Globo insiste em retratar o Nordeste como se aqui só existisse caatinga. E ainda usa de estereótipo preconceito, porque o sertão de hoje nada lembra o de outrora.”
A maior parte da população nordestina vive no litoral que é onde se encontra as capitais de 8/9 estados nordestino.
— Psiuu do Davi ???????? (@20tao_) February 29, 2024
Mas a Globo insiste em retratar o nordeste, como se aqui só existisse caatinga.
E ainda usa de estereótipo preconceito, pq o sertão de hoje nada lembra o de outrora https://t.co/k2FGmdsUe0
A emissora não se pronunciou sobre as acusações de xenofobia com a divulgação da nova trama.
SOBRE A NOVELA
A trama contará a história do romance entre os personagens Quinota e Marcelo, que vivem em duas realidades distintas. Seduzida, Quinota se entrega a Marcelo, e em meio ao encantamento e ao flagrante de Zefa Leonel, mãe da jovem, surge um casamento forçado entre os dois para honrar a reputação de Quinota.
A proposta é que a trama de Mário Teixeira, com direção artística de Allan Fiterman, seja uma comédia romântica contemporânea que narra a trajetória de Quinota e sua família em meio às dificuldades do sertão, explorando o choque cultural e social da região com a metrópole. A novela é livremente inspirada na peça “A Capital Federal”, de Artur Azevedo.
Entre os atores escalados para a trama estão José Loreto, Luisa Arraes, Andréa Beltrão, Alexandre Nero, Débora Bloch, Edu Moscovis, Alejandro Claveaux, Túlio Starling, Larissa Bocchino, Welder Rodrigues e mais.
Acusada de xenofobia, além de ameaça, dano e lesão corporal, a mulher que ofendeu uma lojista em Arraial D’Ajuda, em Porto Seguro, na Costa do Descobrimento, não poderá se aproximar da vítima. A decisão foi tomada pelo juiz Armando Duarte Mesquita Junior que determinou outras medidas cautelares, informou o G1.
????Empresária judia é vítima de ataque antissemita em Arraial D'Ajuda, no extremo sul da Bahia pic.twitter.com/czGP5C3aXy
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) February 4, 2024
A acusada também não deve entrar na loja da vítima, nem de sair da cidade, além de comparecer à Justiça a cada dois meses, durante um semestre.
Na última sexta-feira (2), a loja, de propriedade de Herta Breslauer, foi invadida pela acusada, que a chamou de “assassinas de crianças”. Imagens circularam pelas redes sociais, mostrando o incidente, que ganhou repercussão nacional.
Ela ainda derrubou alguns produtos e foi contida por um homem, enquanto continuava a xingar a proprietária. Um vídeo registrou o momento do ocorrido.
Logo após o caso, a mulher se disse arrependida e pediu desculpas pelo fato. A dona da loja registrou boletim de ocorrência em uma delegacia de Porto Seguro, que apura o caso.
No duelo entre Corinthians x Fortaleza, válido pelo jogo de ida das semifinais da Copa Sul-Americana, na Neo Química Arena, na última terça-feira (26), um grupo de torcedores da equipe paulista realizou gestos xenofóbicos contra torcedores do Leão do Pici.
Após o apito final da partida, os alvinegros realizaram gestos insinuando que os tricolores tinham “cabeça grande”. O episódio em questão aconteceu no setor Oeste do estádio, localizado abaixo dos camarotes, onde membros da diretoria e torcedores do Leão estavam.
O caso foi divulgado pelo Observatório da Discriminação Racial no Futebol, que lembrou que, no ano passado, parte da torcida do Fortaleza também sofreu preconceito em um jogo da Libertadores. Na oportunidade, adeptos do River Plate, da Argentina, protagonizaram cenas de racismo. Um dos preconceituosos, inclusive, foi banido por seis meses.
Após empate por 1 a 1 na Neo Química Arena, Corinthians e Fortaleza voltam a se enfrentar na próxima terça-feira (3), às 21h30, no Estádio Castelão, na capital cearense.
Pouco tempo depois da CBF soltar uma nota oficial lamentando as falas do auxiliar técnico do Palmeiras, João Martins, categorizando-as como "um desfile de grosserias e uma tentativa infantil e até xenofóbica", o clube alviverde respondeu, na tarde desta segunda-feira (3), reforçando a sua indignação com o que considera ser "reiterados erros graves da arbitragem".
"Diante da nota oficial divulgada pela CBF e dos reiterados erros graves cometidos contra o Palmeiras, entendemos ser este o momento oportuno de demonstrar, em público, a nossa indignação. Não queremos ser beneficiados, mas exigimos que as regras sejam aplicadas com isonomia", diz trecho da nota da equipe palmeirense.
No último domingo, após o empate por 2 a 2 diante do Athletico-PR, João Martins, português auxiliar técnico de Abel Ferreira, fez uma forte declaração dizendo que "o futebol brasileiro passa uma imagem de que é o mais competitivo do mundo porque ganham vários. Mas ganham vários porque, muitas vezes, não deixam os melhores ganharem. Foi mais uma vez o que se passou hoje. É ruim para o sistema o Palmeiras ganhar dois anos seguidos".
Após a declaração de João Martins, Anderson Barros, diretor de futebol do Palmeiras, encerrou a coletiva.
Na 4ª colocação do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras soma 23 pontos, dez a menos que o líder Botafogo. A equipe vem de três jogos sem vencer (derrotas para Bahia e Botafogo e contra o Athletico).
O time palmeirense volta a campo no próximo sábado (8), às 21h, no Allianz Parque, contra o Flamengo, 3° lugar com 25 pontos.
O Ministério Público Federal (MPF) recorreu da decisão da 19ª Vara Federal do Rio de Janeiro, que extinguiu a ação civil pública na qual pede a condenação da diretora do Flamengo, Ângela Rollemberg Santana Landim Machado, por xenofobia. Ângela é diretora de Responsabilidade Social do clube e casada com o presidente Rodolfo Landim.
Em 31 de outubro de 2022, um dia após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais, a diretora, por meio de seu perfil no Instagram, fez um post comparando cidadãos nordestinos a parasitas. Em seu perfil, Ângela demonstrava apoio a Jair Bolsonaro (PL) durante as eleições e chegou a fazer campanha para o ex-presidente depois da conquista da Libertadores de 2022, em Guayaquil. Em um post ao lado de Rodinei, ela fez o sinal com o 22, número de Bolsonaro na eleição, e escreveu: "Vencemos uma. Falta a outra".
Segundo o MPF, a publicação teve o propósito de disseminar a ideia de que o povo nordestino não trabalharia e de que viveria às custas da riqueza, do esforço e da competência de cidadãos que habitam outras regiões do país. A postagem, de caráter racista e xenofóbico, foi motivada pela massiva votação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na região Nordeste.
Foto: Reprodução Instagram
Na ação civil pública, ajuizada no dia 16 de maio, o MPF pede à Justiça Federal que Ângela Machado pague indenização de R$ 100 mil por danos morais coletivos. Para o MPF, a utilização do termo carrapato não é elogiosa e teve o propósito de desumanizar nordestinos, na medida em que busca associá-los a valores negativos e colocados numa posição de subalternidade e dependência.
Ainda segundo o recurso interposto, nesta fase embrionária do processo, cumpria ao juiz analisar tão somente se estão presentes os requisitos de uma petição inicial, verificando a viabilidade da pretensão, sem jamais utilizar de vias transversas para chancelar palavras discriminatórias visualizadas por milhares de usuários da internet.
No âmbito criminal, Ângela Machado foi denunciada com base na Lei n° 7.716/1989, que define os crimes de racismo e discriminação.
ENTENDIMENTO DA JUSTIÇA FEDERAL
A Justiça Federal entendeu que comparar nordestinos a carrapatos (parasitas) não ofende a dignidade do ser humano e que o conteúdo, publicado no dia seguinte às eleições presidenciais, não caracteriza dano moral coletivo. Os procuradores da República Jaime Mitropoulos, Julio José Araujo Junior e Aline Caixeta, entretanto, avaliam que a sentença cometeu “crasso erro de julgamento” ao declarar a licitude da ofensa discriminatória.
No recurso, os procuradores da República apontam que a sentença “desprezou princípios basilares da interpretação conforme os direitos humanos”, por exemplo, a vedação da discriminação baseada na procedência de grupos de pessoas, a primazia da proteção das vítimas (princípio pro homine) e a proibição da proteção deficiente.
O MPF aponta, ainda, que a extinção da ação “de forma abrupta e desproporcional em relação à dimensão dos direitos invocados” sequer admitiu a instauração da relação processual. Dessa forma, deixou de atender aos fins sociais, às exigências do bem comum e de proteger a dignidade do ser humano, além de contrariar artigos do Código de Processo Civil e normativas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Com efeito, no afã de legitimar a publicação discriminatória que categoricamente declarou ser lícita, o decreto extintivo incorreu em diversos vícios de interpretação e de julgamento”.
Contestando argumentos expressos na sentença em defesa da publicação como um ato de liberdade de expressão, o MPF lembra que não existe liberdade absoluta e tampouco liberdade sem responsabilidade. “Quem fala, publica, produz o ato ilícito discriminatório deve ser proporcionalmente responsabilizado”. E explicita que a liberdade de expressão encontra limites em outros direitos também essenciais para existência do regime democrático e para preservação da dignidade humana.
O PEDIDO DE DESCULPAS
Dias depois da publicação, Ângela Machado, que nasceu em Aracaju, Sergipe, voltou às redes para se desculpar e escreveu a seguinte mensagem: "Peço desculpas pelo meu erro, reconheço e respeito o processo democrático e o resultado das urnas. E torço para que o próximo governo tenha êxito pelo bem do nosso país, independente de qualquer ideologia. Peço desculpas também ao povo nordestino, aos sergipanos e a todos que, de alguma forma, feri com meus atos. E, inclusive minha família, com quem me desculpei diretamente".
O conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o baiano Luiz Coutinho, pediu o afastamento do desembargador Mário Helton Jorge, do Tribunal de Justiça do Paraná. Em manifestação realizada hoje (17), durante a sessão do Conselho Federal, em Brasília, Coutinho pontuou que o magistrado fez insinuações racistas e que são incluídas como atos criminosos na jurisprudência do Superior Tribunal Federal (STF).
“É preciso que o magistrado seja responsabilizado criminalmente. Essa é uma postura execrável e se faz necessário pedir a sua punição. Não se trata de uma fala infeliz, mas sim de uma fala racista, quando ele coloca os advogados do Norte e do Nordeste com uma subclasse. Mas o fato é que todos nós estamos empenhados pelo desenvolvimento da nossa nação”, afirmou o conselheiro.
Além do ato formal de desagravo, Luiz Coutinho solicitou que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) avalie a possibilidade de afastamento do desembargador e defendeu ainda que a Procuradoria-Geral da República (PGR) abra um inquérito para apurar o crime de racismo. “É importante que o desembargador saiba da nossa insatisfação enquanto advogados do Norte e do Nordeste, regiões que deram nomes importantes para a advocacia brasileira, a exemplo de Ruy Barbosa, Pontes Miranda e Tobias Barreto”, concluiu.
Durante uma sessão pública da Segunda Câmara Crimina, na última quinta-feira (13), o desembargador Mário Helton Jorge afirmou que o Paraná é um estado que possui nível cultural “superior ao Norte e Nordeste”.
“Porque é uma roubalheira generalizada. E isso no Paraná, que é um estado que tem um nível cultural superior ao Norte do país, ao Nordeste, etc. É um país que não tem esse jogo político dos outros estados”, disse o desembargador na ocasião.
O desembargador Mário Helton Jorge, do Tribunal de Justiça do Paraná, disse em sessão nesta quinta-feira (13) que o estado “tem nível cultural superior ao Norte e ao Nordeste” e que é um local que não tem o “jogo político dos outros estados”. As informações são da coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo.
O comentário foi feito pelo magistrado durante sessão da 2ª Câmara Criminal do tribunal. Em sua fala, ele diz que as pessoas lembram da Operação Lava Jato, do Petrolão e do Mensalão ao falar do tribunal, mas que às vezes ele nem consegue dormir.
“Porque é uma roubalheira generalizada. E isso no Paraná, que é um estado que tem um nível cultural superior ao Norte do país, ao Nordeste, etc. É um país [sic] que não tem esse jogo político dos outros estados. Aqui no Paraná é uma vergonha”, diz Jorge.
Desembargador diz que Paraná tem nível cultural superior a Norte e Nordeste
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Em nota ao Painel, ele diz que não teve intenção de estabelecer comparação de cunho preconceituoso. A assessoria de comunicação do TJ-PR, disse que “a fala foi proferida durante o julgamento de um recurso e se referiu a corrupção em geral.”
“Não houve intenção de menosprezar ou estabelecer comparação de cunho preconceituoso contra qualquer pessoa, instituição ou região. No contexto da fala é feita uma crítica ao próprio estado do Paraná, que sofre com a corrupção”, conclui o desembargador.
Como corregedor do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, o desembargador indeferiu em janeiro pedidos de buscas e quebras de sigilo na ação para cassação do mandato do senador e ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro (União-PR), apresentados por Fernando Giacobo, deputado do PL.
O vereador Sandro Fantinel foi indiciado por crime de racismo em decorrência das falas xenofóbicas contra o povo baiano durante sessão da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, na Serra do Rio Grande do Sul, no final de fevereiro, ao comentar a descoberta da exploração de trabalho análogo à escravidão em vinícolas do estado.
A Polícia Civil informou que o inquérito foi remetido ao Ministério Público na segunda-feira (13). "Foi feita análise de imagens e da voz, do que foi dito naquele dia, e com base em tudo aquilo que a gente cooptou na investigação do inquérito policial, a gente acabou por concluir que o fato, em tese, se caracteriza como crime de racismo, o artigo 20, parágrafo segundo, da Lei 7.716, justamente pelas falas que acabam discriminando as pessoas em razão da procedência regional, ou seja, do local do país de onde elas vêm. Com base nisso, a gente conclui o inquérito, entendendo que há indícios de autoria e materialidade, ou seja, o inquérito conclui com indiciamento", afirmou o delegado Rafael Keller.
Na ocasião, o vereador disse que os trabalhadores seriam os responsáveis pela confusão e não deveriam mais ser contratados para atuar em propriedades no Rio Grande do Sul. Fantinel chega a sugerir a contratação de argentinos, que seriam “mais limpos” em relação aos baianos.
“Agricultores, produtores, empresas agrícolas que estão neste momento me acompanhando, eu vou dar um conselho para vocês: não contratem mais aquela gente lá de cima. Conversem comigo, vamos criar uma linha e vamos contratar os argentinos. Porque todos os agricultores que têm argentinos trabalhando hoje só batem palmas. São limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantêm a cara limpa e, no dia de ir embora, ainda agradecem ao patrão pelo serviço prestado e pelo dinheiro que receberam” afirmou.
De acordo com o delegado, além da análise das imagens, foram ouvidas duas testemunhas e o depoimento do vereador, que ocorreu na semana passada. Após a repercussão do caso, Fantinel pediu desculpas pelo episódio e afirmou que o discurso foi feito de improviso.
O inquérito foi instaurado no mesmo dia dos fatos, 28 de fevereiro. A condenação pelo crime de racismo tem pena prevista de dois a cinco anos, mas não foi pedida a prisão preventiva do vereador.
"Não houve representação pela prisão preventiva, isso vai caber ao Judiciário depois que o MP analisar. Provavelmente o vereador deverá responder em liberdade, já que não há indícios de elementos para a decretação de prisão preventiva, pelo menos por ora. Quanto à responsabilização criminal, ela vai ocorrer, com certeza, até porque o crime é imprescritível e não terá prazo para que essa apuração ocorra e a responsabilização criminal", afirmou o chefe de Polícia do RS, Fernando Sodré.
Sodré acrescentou que qualquer direito, seja liberdade de expressão ou liberdade política, não é absoluto. "Ninguém pode, alegando liberdade de expressão ferir direitos e garantias individuais de outras pessoas. Nesse caso, entra também a questão do racismo", ressaltou.
A defesa de Fantinel, composta pelos advogados Vinícius de Figueiredo e Rodrigo de Oliveira Vieira, informou que "em seu depoimento, o vereador demonstrou profundo arrependimento, admitindo que se excedeu na fala. O crime é considerado de médio potencial ofensivo e a defesa trabalhará incessantemente na mitigação dos efeitos do indiciamento, buscando, no caso concreto, a aplicação de medidas despenalizadoras, as quais são indicadas para essas situações."
Câmara de Caxias do Sul aceita pedido de cassação feito pelas DP-BA e DP-RS contra vereador Fantinel
O vereador Sandro Fantinel (sem partido), que proferiu falas xenofóbicas e racistas contra trabalhadores baianos encontrados em situação análoga à escravidão em vinícolas no Rio Grande do Sul, pode ter o mandato cassado. A Câmara de Vereadores de Caxias do Sul aceitou por unanimidade, em sessão realizada nesta quinta-feira (2), o pedido de cassação feito pelas Defensorias Públicas da Bahia e do Rio Grande do Sul.
Uma comissão parlamentar foi criada e os vereadores terão 90 dias para analisar e tomar uma decisão sobre o caso.
As DP-BA e DP-RS protocolaram uma representação na Comissão Ética da Casa Legislativa na quarta-feira (1), por conta das falas preconceituosas proferidas por Fantinel contra os baianos na tribuna, no dia 28 de fevereiro.
No documento, os defensores pediram que “seja determinada a notificação do vereador para que apresente sua defesa e que, ao final, após análise do mérito, seja determinada a cassação do mandato, ante a conduta configuradora de violação do decoro parlamentar e tipificada como crime de racismo na Lei federal nº 7.716/89, bem como, nos termos da legislação vigente pertinente”.
Além do pedido de cassação, os defensores públicos protocolaram uma notícia-crime solicitando que sejam adotadas providências por parte do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) em relação ao político. A medida ocorre por ter conexão aos fatos que estão sendo apurados pelo MPF e PF.
No pedido, os defensores destacam que o parlamentar “expressamente incita a prática de crime (art. 286 do CP) e faz apologia (art. 287 do CP) ao delito de negar emprego a pessoas por motivos de discriminação relacionadas a cor e raça”.
A jornalista Jessica Senra viralizou após postar um vídeo no Instagram em que ela comenta o caso do vereador de Caxias do Sul (RS), Sandro Luiz Fantinel, que na última terça-feira (28) fez comentários preconceituosos com relação aos baianos. O edil fez ataques xenofóbicos após a descoberta da exploração de trabalho análogo a escravidão em vinícolas do Rio Grande do Sul.
O vídeo que discute sobre o caso foi retirado do jornal Bahia Meio Dia, na edição desta quarta (1º), e se espalhou rapidamente devido ao discurso da jornalista. “Esse vereador ficou revoltado porque os trabalhadores escaparam e denunciaram as condições degradantes. A gente toca até tambor muito bem e temos praias lindas, mas essa não é a nossa única cultura, não, viu, vereador? A nossa cultura também é de não se deitar para autoritários, para tiranos, para senhores de engenho…”, alertou Senra.
A apresentadora ainda sugeriu que a declaração era fruto da “burrice” do político, até então filiado ao Patriota. “Eu costumo dizer que o preconceito é, antes de tudo, ignorância. Acredito que os preconceitos costumam ser alimentados por estereótipos e comentários discriminatórios por falta de conhecimento. O racista, por exemplo, que aqui no Brasil diminui pessoas pela cor da pele, geralmente não conhece toda riqueza e a beleza da cultura negra. Mas o escritor mineiro Luiz Rufatto disse uma vez que há uma importante diferença entre ignorância e burrice. Enquanto a ignorância é a falta de conhecimento sobre determinado assunto, a burrice é a incapacidade de compreender a realidade, por teimosia ou arrogância. Ou seja, a ignorância é justificada muitas vezes por causa da baixa escolaridade, da deficiência do sistema de ensino; já a burrice é imperdoável, porque está nas pessoas que se apegam a ideias pré-concebidas, a pré-conceitos, independentemente do nível de instrução ou da classe social que pertencem. A burrice costuma vigorar em locais permeados pela intolerância, por essa sensação equivocada de superioridade. Para a ignorância o antídoto é o conhecimento, já para a burrice é necessário uma forte repressão social, nesse caso com punições exemplares, como por exemplo - e no mínimo -, a perda de mandato desse homem que se mostra indigno de representar um povo miscigenado como o povo brasileiro”, cravou.
A publicação recebeu até o momento mais de 14 mil comentários, incluindo o de diversas personalidades famosas. Vanderson Nascimento, apresentador e colega de emissora de Jessica, escreveu: “Ainda bem que temos você”. Já o humorista baiano João Pimenta comentou: “Aqui foi aula”.
A atriz Camila Pitanga também expôs sua visão sobre o caso. “Burrice que chancela xenofobia e escravidão precisa sofrer o rigor da lei ! Obrigada, Jessica Senra, pela sua firmeza e lucidez”, comentou. O cantor Lucio Mauro Filho afirmou: “Bravo Jessica. Sempre lúcida! Viva o povo da Bahia!”. E a jornalista Astrid Fontenelle apontou: "Jessica, te aplaudindo de pé!!! Certeira!!!”.
Após nota conjunta de repúdio, as Defensorias Públicas da Bahia e do Rio Grande do Sul elaboraram e protocolaram, nesta quarta-feira (1), uma representação na Comissão de Ética da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul pedindo a cassação do mandato do vereador Sandro Luiz Fantinel (Patriotas) por falas xenofóbicas contra os baianos.
No documento, as Defensorias pedem que “seja determinada a notificação do vereador para que apresente sua defesa e que, ao final, após análise do mérito, seja determinada a cassação do mandato, ante a conduta configuradora de violação do decoro parlamentar e tipificada como crime de racismo na Lei federal nº 7.716/89, bem como, nos termos da legislação vigente pertinente”.
Além do pedido de cassação, as entidades protocolaram uma notícia-crime solicitando que sejam adotadas providências por parte do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) em relação ao político. A medida ocorre por ter conexão aos fatos que estão sendo apurados pelo MPF e PF, em que trabalhadores vindos da Bahia foram encontrados em situação análoga à escravidão em vinícolas localizadas na Serra Gaúcha.
No pedido, os defensores destacam que o parlamentar “expressamente incita a prática de crime (art. 286 do CP) e faz apologia (art. 287 do CP) ao delito de negar emprego a pessoas por motivos de discriminação relacionadas a cor e raça”. “Se a inviolabilidade por opiniões e palavras é garantia democrática, não pode ser invocada em detrimento da própria democracia e da pluralidade que a institui, da qual é guardiã. Dito de outro modo, a imunidade material não pode ser albergue de discursos de ódio e intolerância seja porque inexistem direitos ou liberdades absolutas, seja porque, caso assim se admitisse, estaria o ordenamento jurídico condenado à ruína por acolher tão grave contradição”, comentou o defensor público Domingos Barroso da Costa.
A defensora Vanessa Nunes afirma que é de extrema importância a construção de um posicionamento e de ações que responsabilizem o vereador e que estabeleça um posicionamento antirracista. “O vereador faz referência ao toque do tambor, ao carnaval… Ele discrimina um grupo de trabalhadores associando ao fato de serem baianos, ele faz referência expressa a elementos da cultura negra. E mais do que isso, ele sendo um agente público incita outras pessoas a praticarem a discriminação em uma transmissão de TV pública aberta. Então, além da discriminação de procedência nacional, ela tem um fundo de cor, e tem a sua voz potencializada pelo lugar que ocupa. É uma manifestação antinegros e, assim, ele incide na prática do crime de racismo e xenofobia. O senhor Sandro Fantinel não conhece a nossa cultura, mas vai conhecer agora a nossa cultura jurídica e terá que responder pelo discurso realizado”, afirma a defensora.
Vanessa Nunes também conta que está sendo estudada e analisada a elaboração de uma ação de reparação civil pelo dano moral coletivo para o povo baiano acarretado pelas declarações do vereador.
Os pedidos são assinados pelos defensores públicos Firmiane Venâncio Carmo Souza (Subdefensora Pública-Geral da DP-BA); Alexandre Brandão Rodrigues (Subdefensor Público-Geral para Assuntos Jurídicos da DP-RS); Vanessa Nunes Lopes (BA); Livia Silva de Almeida (BA); Pedro Paulo Casali (BA); Aline Palermo Guimarães(RS); Rafael Magagnin (RS); Andrey Régis de Melo (RS); Arion Escorsin de Godoy (RS) e Domingos Barroso da Costa, (RS).
O caso
Na última terça-feira (28), em sessão na Câmara de Caxias do Sul, Sandro Fantinel direcionou uma série de insultos aos trabalhadores resgatados em trabalho análogo à escravidão em vinícolas no Rio Grande do Sul.
Em seu discurso xenofóbico, o vereador pediu que os produtores da região “não contratem mais aquela gente lá de cima”, se referindo a trabalhadores vindos da Bahia, uma vez que a maioria dos trabalhadores contratados para a colheita da uva veio daquele estado. Fantinel sugere que se dê preferência a empregados vindos da Argentina, que, segundo ele, seriam “limpos, trabalhadores e corretos”.
O vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul-RS, foi expulso do Patriota, partido que o abrigava até esta quarta-feira (1º). A decisão foi anunciada pela legenda em nota à imprensa nesta tarde, após forte repercussão da fala do parlamentar, destilando preconceitos contra os baianos.
De acordo com o Patriota, o pronunciamento de Fantinel na Câmara Municipal de Caxias do Sul foi “está maculado por grave desrespeito a princípios e direitos constitucionalmente assegurados, à dignidade humana, à igualdade, ao decoro, à ordem, ao trabalho, já que se refere de forma vil a seres humanos tristemente encontrados em situação degradante”.
Ainda segundo a legenda, a fala de Fantinel durante sessão na Câmara de Caxias "torna inconciliável sua permanência nas fileiras do Patriota, partido que prima pelo respeito às leis, à vida e à equidade".
O deputado Adolfo Menezes (PSD) apresentou, nesta terça-feira (1º), Moção de Repúdio à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa da Bahia contra o vereador gaúcho Sandro Fantinel (Patriotas), da Câmara de Caxias do Sul, que ofendeu o povo baiano e defendeu a prática de exploração de trabalho análogo à escravidão em vinícolas do Rio Grande do Sul.
“Este cidadão esquece que a escravidão acabou no Brasil em 1888 — um dos últimos países do mundo a fazê-lo. Somos o berço de fundação deste nosso país, sétima maior economia do Brasil e isso só se conquista com muito trabalho. Somos um povo trabalhador, mas que também é festeiro e gosta mesmo de tocar tambor. Porque a vida não é só mourejar, mas também ‘diversão e arte’ — como bem pontuou nosso Caetano Veloso”, defende Menezes.
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Adolfo ainda pediu que o edil seja declarado persona non grata na Bahia. “Justamente hoje, dia do centenário de morte de Ruy Barbosa — um dos grandes que lutaram pela abolição da escravatura — não poderia ser mais propício para dizer que basta da exploração de pessoas, basta da riqueza construída sobre a destruição do ser humano. Por tudo isso, o nosso objetivo é que apenas o supracitado vereador seja repudiado e declarado persona non grata na Bahia”, diz Adolfo Menezes, que por razão de viagem internacional, passou o comando temporário da ALBA ao vice-presidente deputado Zé Raimundo (PT).
“Diferente deste cidadão, este ódio destilado contra os baianos não deve ser generalizado contra o povo gaúcho, com figuras do escol de Getúlio Vargas, Leonel Brizola, Érico Veríssimo, Elis Regina, Luís Fernando Veríssimo, Mário Quintana, Lupicínio Rodrigues, entre outros. Na sua completa imbecilidade, o vereador mostra desconhecer a história e a cultura, ignorando a Bahia como grande celeiro de talentos mundiais ”, exalta Adolfo Menezes.
As Defensorias Públicas da Bahia e do Rio Grande do Sul publicaram nota de repúdio contra fala xenofóbica do vereador gaúcho Sandro Fantinel (Patriotas), que nesta terça-feira (28) destilou diversos preconceitos contra o povo da Bahia ao comentar a descoberta da exploração de trabalho análogo à escravidão em vinícolas do Rio Grande do Sul.
“Contra a normalização do autoritarismo por meio de discursos de ódio, cumprindo a missão constitucional de zelar pelos fundamentos de nossa República Federativa, as Defensorias do Povo do Rio Grande do Sul e da Bahia unem-se para publicizar a presente nota de repúdio face às declarações do vereador Sandro Fantinel, da cidade de Caxias do Sul”, diz a nota.
As Defensorias afirmam que o parlamentar traiu o mandato que exerce a serviço do povo em pluralidade e a Constituição. No nota, os órgãos ainda dizem que o vereador utilizou o púlpito da Câmara para “injuriar e difamar justamente os cidadãos a quem deveria bem representar, os quais, em seu conjunto, constituem o povo brasileiro, que é um só, independente de sua origem ou cor”.
As DPs dizem que Fantinel “portou-se como se fosse maior que a ordem jurídica e que o próprio povo”.
Segundo o vereador de Caxias, a atuação do poder público nesse caso foi excessiva e favoreceu os baianos, frente aos produtores de vinho gaúchos. Para ele, os trabalhadores seriam os responsáveis pela confusão e não deveriam mais ser contratados para atuar em propriedades no Rio Grande do Sul. Fantinel chega a sugerir a contratação de argentinos, que seriam “mais limpos” em relação aos baianos.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), repudiou nesta terça-feira (28) o posicionamento xenófobo de um vereador de Caxias do Sul-RS que defendeu o trabalho escravo nas vinícolas do estado. O fato ocorreu durante a manhã e viralizou nas redes sociais através de um vídeo.
"Eu repudio veementemente a apologia à escravidão e não permitirei que tratem nenhum nordestino ou baiano com preconceito ou rancor. É desumano, vergonhoso e inadmissível ver que há brasileiros capazes de defender a crueldade humana. Enquanto eu for governador da Bahia, irei combater firmemente qualquer tentativa de explorar ou escravizar nosso povo", afirmou Jerônimo.
Jerônimo determinou, ainda, que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) tome medidas para que o vereador gaúcho responda judicialmente pelas falas.
“Determinei, portanto, a adoção de medidas cabíveis para que o vereador seja responsabilizado pela sua fala”, disse o governador.
Mais um caso de xenofobia contra os baianos está chamando bastante atenção nas redes sociais. Desta vez, foi o vereador de Caxias do Sul, Sandro Fantinel (Patriotas), que destilou diversos preconceitos contra o povo da Bahia, ao comentar nesta terça-feira (28) a descoberta da exploração de trabalho análogo à escravidão em vinícolas do Rio Grande do Sul.
A situação ocorreu na última sexta (24), quando uma operação da Polícia Rodoviária Federal resgatou centenas de trabalhadores que estavam sendo explorados em vinícolas do município de Bento Gonçalves, no interior do Rio Grande do Sul. A imensa maioria das vítimas era oriunda da Bahia.
Entretanto, segundo o vereador de Caxias, a atuação do poder público nesse caso foi excessiva e favoreceu os baianos, frente aos produtores de vinho gaúchos.
“Agora o patrão vai ter que pagar empregada para fazer a limpeza todo dia para os bonitos também? É isso que tem que acontecer? Temos que botar eles num hotel cinco estrelas para não ter problema com o Ministério do Trabalho? É isso que nós temos que fazer?”, questionou Fantinel.
Para o vereador, os trabalhadores seriam os responsáveis pela confusão e de não deveriam mais ser contratados para atuar em propriedades no Rio Grande do Sul. Fantinel chega a sugerir a contratação de argentinos, que seriam “mais limpos” em relação aos baianos.
“Agricultores, produtores, empresas agrícolas que estão neste momento me acompanhando, eu vou dar um conselho para vocês: não contratem mais aquela gente lá de cima. Conversem comigo, vamos criar uma linha e vamos contratar os argentinos. Porque todos os agricultores que têm argentinos trabalhando hoje só batem palmas. São limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantêm a cara limpa e, no dia de ir embora, ainda agradecem ao patrão pelo serviço prestado e pelo dinheiro que receberam” afirmou.
O vereador ainda sugeriu que os baianos seriam acostumados apenas a carnaval, festa, tambor e praia, ignorando que a maior parte do território da Bahia é sertanejo, bem distante da folia e da umidade soteropolitana.
“Agora, com os baianos – que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor –, era normal que se fosse ter esse tipo de problema. Que isso sirva de lição: deixem de lado aquele povo que é acostumado com carnaval e festa, para vocês não se incomodarem novamente”, continuou Fantinel.
A fala do político gaúcho remete à reta final do período escravista no Brasil, quando diversos produtores rurais, com o apoio do estado brasileiro, importaram trabalhadores europeus, descartando a massa de brasileiros e africanos que tinham deixado a escravidão e buscavam trabalho digno no país.
“Então vamos abrir o olho, povo que me assiste, quando falam em análogo à escravidão, porque eu conheço bem como é que funciona essa situação. A intenção é trabalhar 10, 15, 20 dias e receber 60, mais os direitos”, concluiu o vereador.
Confira abaixo o vídeo completo da fala xenofóbica de Sandro Fantinel.
Vereador de Porto Alegre ataca baianos após caso de exploração do trabalho no Sul: “Única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor” https://t.co/pJTf75efMk pic.twitter.com/U738l4ame0
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) February 28, 2023
O Rec-Beat cancelou a participação da cantora e apresentadora Karol Conká na edição deste ano após a repercussão negativa de sua participação no Big Brother, repleta de episódios problemáticos (veja aqui e aqui) e que, segundo a organização do evento, não corroboram com "princípios basilares" do público e do festival pernambucano.
A sister deixou sua apresentação gravada antes de entrar na casa mais vigiada do Brasil. O anúncio do cancelamento foi divulgado no perfil do Rec-Beat no Instagram na tarde desta terça-feira (2). Uma nota anterior, divulgada no domingo, já dava conta de uma possível suspensão da exibição.
De acordo com o comunicado publicado nas redes sociais, a "decisão foi tomada em comum acordo entre a direção do Rec-Beat e a produção da artista". "Nós, que fazemos o Rec-Beat, acompanhamos as últimas declarações de Karol Conka no BBB21 e reafirmamos nossa total e absoluta discordância de suas atitudes, que vão contra os princípios basilares do Rec-Beat e do nosso público", diz a postagem.
"Em mais de 25 anos de existência, o festival consolidou princípios inalienáveis que passam pelo respeito à diversidade, raça, cor, etnia, origem e condição, pela equidade de gêneros, pela inclusão, pelo exercício da democracia e total liberdade de expressão que respeite tais princípios", salienta a equipe do festival.
"Qualquer atitude que confronte um desses valores resulta em romper o valioso elo que une o artista, o festival e o seu público. A conduta de Karol Conka na casa do BBB estilhaçou fora dela essa relação que há de ser inquebrantável para se manter intacto o espírito de celebração e confraternização em torno da música, que é o elemento propulsor do Rec-Beat", continua, anunciando que em breve haverá um debate sobre xenofobia realizado pela organização do evento.
Batizado este ano como Rec-Beat SP, o evento vai acontecer de maneira virtual, entre esta terça (2) e sexta-feira (5), e no próximo dia 15 de fevereiro, com performances de artistas e bandas em diferentes lugares do país. A programação ainda inclui workshops, bate-papo e painel.
Confira o comunicado na íntegra:
Comunicamos a decisão do Festival Rec-Beat de suspender a exibição do registro audiovisual da apresentação da artista Karol Conka na edição digital do evento, que acontecerá no dia 14/02 no canal de YouTube do festival. Essa decisão foi tomada em comum acordo entre a direção do Rec-Beat e a produção da artista.
Nós, que fazemos o Rec-Beat, acompanhamos as últimas declarações de Karol Conka no BBB21 e reafirmamos nossa total e absoluta discordância de suas atitudes, que vão contra os princípios basilares do Rec-Beat e do nosso público.
Em mais de 25 anos de existência, o festival consolidou princípios inalienáveis que passam pelo respeito à diversidade, raça, cor, etnia, origem e condição, pela equidade de gêneros, pela inclusão, pelo exercício da democracia e total liberdade de expressão que respeite tais princípios.
Qualquer atitude que confronte um desses valores resulta em romper o valioso elo que une o artista, o festival e o seu público. A conduta de Karol Conka na casa do BBB estilhaçou fora dela essa relação que há de ser inquebrantável para se manter intacto o espírito de celebração e confraternização em torno da música, que é o elemento propulsor do Rec-Beat.
Acreditamos que momentos como este nos oferecem oportunidade de reflexão, de aprendizado e de avanço na desconstrução de condutas que remetem a valores colonizadores.
Queremos ir mais além nessa questão e por isso anunciaremos em breve a realização de um debate onde o tema central será xenofobia. Será uma oportunidade para refletirmos juntos e colhermos um aprendizado que seja transformador em nossas vidas e em nossas relações em sociedade.
A chef argentina e apresentadora do Masterchef Brasil, Paola Carosella, que tem recebido ataques xenófobos nas redes sociais por seus posicionamentos políticos, deu uma resposta ácida a um internauta que lhe mandou “fazer pão”, através do Twitter, nesta quinta-feira (18). “Eu faço pão! Que, aliás, emprega mais de 160 pessoas com dignidade e qualidade! E, aliás, faço trabalho social ensinando fazer pão! E que neste ano o projeto Cozinha e Voz formará mais de 200 pessoas que terão saída laboral com carteira assinada. Você faz o quê pelo Brasil?”, rebateu Carosella.
A mensagem direta de Paola rendeu mais de 12 mil curtidas e muitos comentários sarcásticos. "Nossa senhora, que chute na boca", escreveu uma seguidora. “Pisou com bondade, ícone”, disse outro. Outras pessoas defenderam a chef de cozinha: "o Brasil não merece a Paola", disse um fã. “Um pão incrível por sinal. Deviam agradecer por essa argentina estar trabalhando nesse e por esse país”, acrescentou outra internauta.
Eu faço pão ! Que aliais emprega mais de 160 pessoas com dignidade e qualidade! E aliais faço trabalho social ensinando fazer pão! E q neste ano o projeto Cozinha e Voz formará mais de 200 pessoas q terão saida laboral com cartera assinada. Vc faz o qué pelo Brasil? https://t.co/6N3b5MrqKQ
— Paola Carosella ?? (@PaolaCarosella) 18 de outubro de 2018
O rapper baiano Baco Exu do Blues e o pernambucano Diomedes Chinaski lançaram o projeto "Sulicídio" na última terça-feira (29). Porém, mais do que o conteúdo do som, as declarações marginalizando o rap nordestino, com base numa faixa que é um grito contra a detração dos artistas do Nordeste no rap, chamaram atenção. Ao portal RND, Baco falou sobre os comentários: “Só provam o quanto o som foi importante e fez vários preconceituosos aparecerem. [O som] mostrou, inclusive, que o público de rap, além de machista e preconceituoso, é xenofóbico. Sei que alguém vai pensar que atacamos primeiro, mas entendam que há décadas comentários como esses são usados pra diminuir meu povo. Esse som é pra todo nordestino se auto afirmar, e esse é o primeiro passo. Aos nordestinos que estão falando que fechamos portas, eu pergunto se algum dia elas estiveram abertas. Tentem entender a importância desse som: esqueça seu rapper favorito por um segundo e olhe pro Nordeste”. Confira alguns dos recados e ouça a música:
Com as diversas expressões de protesto por parte do público em shows e espetáculos, Criolo conta que não houve sequer uma apresentação sua sem que a plateia se expressasse politicamente através de coros ou de cartazes, mas criticou a "chuva de ódio" gerada com a polarização da sociedade. "É muito louco isso, porque foi criado um ambiente de ódio, de rancor, tão absurdo que as pessoas passam por cima e parece que não estão vendo uma construção de fortalecimento, que algumas pessoas sugerem, de homofobia, xenofobia, racismo, de achar normal esse abismo social que a gente vive", lamenta.
Para o rapper paulista, há quem se beneficie com a expansão da crise enquanto a população carente sofre as consequências desse cenário. "Tem corrupção no governo e fora, todo mundo sabe disso, todos os partidos políticos têm. Agora, os caras fizeram uma manobra monstra e que se exploda a favela. Que morra todo mundo: acho que é isso que passa na cabeça dos caras, talvez com um pouco mais de poesia e vernáculo mais apurado", analisou.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Fernando Haddad
"Penso que vamos entrar numa trajetória de queda de juros com sustentabilidade. Acredito que vamos terminar o mandato com a menor inflação de um mandato desde o plano real. Um crescimento médio próximo de 3%".
Disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad ao declarar que a economia do Brasil deve caminhar para uma redução da taxa básica de juros e que o governo, comandado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode encerrar o mandato com a menor inflação de um período presidencial desde o Plano Real, iniciado em 1994.