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patrimonio cultural imaterial
O deputado estadual Hassan (PP) apresentou um projeto de lei declarando Patrimônio Cultural Imaterial do Estado da Bahia os Festejos da Padroeira Nossa Senhora Auxiliadora, realizados anualmente no município de Jaguaquara. Em matéria enviada à Assembleia Legislativa da (AL-BA), o parlamentar destacou a importância de fortalecer, promover e incentivar a difusão de uma das mais antigas tradições locais, garantindo sua continuidade e preservação.
“Esse evento não só simboliza uma expressão cultural e religiosa para a comunidade local, mas também gera significativo impacto econômico e social. reconhecimento formal como Patrimônio Cultural Imaterial garantirá proteção e apoio contínuo do governo da Bahia, assegurando que este patrimônio cultural continue a refletir a identidade do povo baiano”, afirmou o parlamentar ao justificar sua proposição.
O autor do projeto destaca que os festejos da padroeira coincidem com o aniversário de emancipação da cidade (18 de maio), que este ano completou 104 anos. Jaguaquara é a maior cidade em extensão territorial e a mais populosa do Vale do Jiquiriçá.
O deputado lembrou que já existe a Lei Municipal Nº 1.167, de 14 de maio de 2025, no município de Jaguaquara, que promove o reconhecimento cultural, e explicou que “este projeto estadual expande o reconhecimento, reafirmando o compromisso com a valorização das manifestações culturais baianas”.
Acompanhado de uma farofa d’água, ou então acebolado, talvez no arrumadinho… Hmm, um espetinho acompanhado de uma cerveja. Poderia ficar dias, meses, provavelmente anos, falando sobre as diferentes formas de preparar uma das maiores iguarias da Bahia e não, não tô fazendo a loucura de misturar acarajé com farofa. Na verdade, falo da cria do Recôncavo Baiano, especificamente de Maragogipe, a carne de fumeiro (ou só fumeiro para os íntimos).
O que acontece, o fumeiro pode se juntar ao Acarajé e o Caruru de São Cosme e Damião e se tornar o próximo patrimônio gastronômico/cultural imaterial da Bahia. O Projeto de Lei de nº 25567/2024, de autoria do deputado estadual Eduardo Salles (PP), foi protocolado na Assembleia Legislativa (AL-BA) nesta semana e aguarda apreciação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
“Esse reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial será fundamental para proteger e valorizar o saber-fazer único da carne de fumeiro, garantindo que esse legado cultural seja preservado e transmitido às próximas gerações. Mais do que um produto típico, a carne de fumeiro é um símbolo vivo da identidade e da resiliência de Maragogipe, reforçando o orgulho da comunidade por suas tradições. Com essa valorização, a prática artesanal ganha visibilidade, fortalecendo o turismo e promovendo o desenvolvimento sustentável da região, ao mesmo tempo em que preserva a essência cultural do Recôncavo Baiano”, disse Eduardo Salles, que também é engenheiro agrônomo.
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De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Agricultura (Seagri), ao menos 500 pessoas estão envolvidas na produção de fumeiro na cidade de Maragogipe e derivados. Muitos, inclusive, tendo a fabricação do alimento como a única fonte de renda.
A produção também envolve um processo que já possui um caráter ancestral, sendo passado de geração em geração no Recôncavo Baiano. A técnica do “moquém”, o estilo de defumação a lenha, é único e particular da região. Apesar de não ter dados históricos concretos, se supõe que a técnica foi criada para conservar as carnes por um período maior, contudo, foi-se descobrindo a possibilidade de gerar novos aromas e sabores para o alimento, se criando assim a carne de fumeiro.
“A carne de fumeiro produzida em Maragogipe é peculiar devido ao seu processo ancestral e de caráter único, produzida exclusivamente na Região do Recôncavo Baiano. A defumação é uma técnica de beneficiamento antiga e ao alimento melhorias no sabor, cor, aroma e textura. Outra utilidade é o aumento da vida útil de preservação do alimento associado ao processo de salga, cocção, secagem e aplicação de substâncias bactericidas”, disse pesquisa publicada na GeSec, periódico que publica produções científicas no âmbito da administração e realizou uma análise sobre o fumeiro em Maragogipe.
O estudo também relacionou a fabricação do fumeiro com a história da região, que possui forte influência do processo de escravização durante o período colonial. Segundo a pesquisa, a manutenção da tradição para a preparação da carne ocorre, também, em respeito à história da região.
“A região é demarcada por sua condição de povo de resistência à exploração colonial, de luta contra o processo de escravização. A presença da população negra no Recôncavo está relacionada à escravidão africana que, desde a colonização até o final do século XIX, apresentava a maior concentração do estado da Bahia. Esse retrovisor espelha bem a força das tradições, da cultura regional e justifica a resistência da atividade produtiva da carne fumeiro, o seu savoir-faire, ou seja, seu tino singular no meio de produção”, concluiu.
O PROCESSO DO FUMEIRO
As etapas para a preparação do fumeiro são padronizadas. Primeiro, claro, o abate do porco. Em seguida, é realizado o corte da carne em mantas, que são colocadas em salmouras (mistura de água e sal) de um dia para o outro.
Agora está a cereja do bolo, ou melhor, o fumeiro da feijoada maragogipana. Depois de passar o dia em salmoura, as carnes passam pelo processo de moquear, a defumação. Veja:
Para o moquém é utilizado a madeira de árvores frutíferas. Antigamente era utilizado tronco de mangue, porém os moradores da região foram orientados a mudar por conta de leis de preservação ambiental. No móquem, a carne fica na brasa por um intervalo que pode durar até 6 horas, reduzindo os líquidos, e deixando o fumeiro com sua textura e sabor único.
Fumeiro depois do móquem x Carne de porco antes da defumação | Imagem: TV Globo
Aproveito a oportunidade da foto para recomendar também uma reportagem elaborada pelo programa Mais Você, da TV Globo. Jimmy Ogro viajou para Maragogipe e acompanhou os processos do fumeiro no município, se ficou curioso e desejar ver mais imagens, fica a recomendação.
As Cheganças, Marujadas e Embaixadas foram reconhecidas como patrimônio cultural imaterial da Bahia. O decreto que oficializa o reconhecimento foi publicado pelo governo estadual nesta terça-feira (12).
O registro no Livro Especial de Expressões Lúdicas e Artísticas foi solicitado ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), autarquia vinculada à Secretaria de Cultura da Bahia (Secult-Ba), pela Associação Chegança de Marujos Fragata Brasileira, do município de Saubara, no Recôncavo Baiano.
“O reconhecimento contribui na preservação, valorização e dinamização dessas expressões culturais que acontecem em diversas cidades do estado e, historicamente, estão relacionadas à religiosidade popular e a devoção de santos católicos, como São Benedito, Nossa Senhora do Rosário e São Domingos de Gusmão”, avalia o diretor do Ipac, João Carlos de Oliveira.
Para comprovar a importância de tais manifestações culturais para a Bahia, foi realizada uma ampla pesquisa documental e imagética, além de entrevistas. Em novembro do ano passado, o Conselho Estadual de Cultura deu parecer favorável para a concessão do registro.
As Cheganças, Marujadas e Embaixadas são expressões cênicas e coreográficas, compostas por dança, performance ritualizada, música e canto. Segundo historiadores, representam as façanhas marítimas dos portugueses entre os séculos XV e XVIII, misturando tradições ibéricas e culturas locais. Na Bahia, existem 21 grupos inventariados, em 16 comunidades dos territórios de identidade Extremo sul, Região Metropolitana de Salvador, Piemonte da Diamantina, Baixo Sul, Chapada, Velho Chico, Recôncavo Baiano e Sertão de São Francisco.
Foi aprovado, nesta terça-feira (5), na Assembleia Legislativa da Bahia, o projeto de Lei 22.249/2017, que reconhece o Grupo Olodum como patrimônio cultural imaterial do Estado da Bahia. “Além do sucesso no âmbito da música, o Olodum cuida de projetos sociais, desenvolve ações de combate à discriminação racial e luta pela garantia dos direitos humanos. É preciso valorizar essas ações da entidade, que promovem a cultura baiana. Além disso, o legado do Olodum serve de exemplo para outros grupos afro-descendentes”, avaliou a deputada Luiza Maia (PT), autora da proposta. Fundado em 25 de abril de 1979, no Pelourinho, como bloco carnavalesco, hoje, aos 38 anos, o Olodum se tornou algo maior. Além de banda e bloco, que promovem a cultura baiana nacional e internacionalmente, o Olodum é também uma organização não governamental (ONG) do movimento negro brasileiro e desenvolve ações voltadas para o combate à discriminação e a luta pelos direitos civis e humanos de pessoas marginalizadas.
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Luiz Inácio Lula da Silva
"O meu time não tem medo de brigar. Se for preciso brigar, a gente vai brigar. Mas antes de brigar, a gente quer negociar".
Disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as negociações com Donald Trump para o fim do tarifaço.