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A Capela do Solar do Unhão, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), recebe a exposição “Orixás”, do artista brasiliense Josafá Neves, com curadoria de Bené Fonteles. A mostra segue até 18 de janeiro de 2026 e propõe uma imersão visual e simbólica nas raízes afro-brasileiras, em diálogo com o território baiano, reconhecido como berço das tradições de matriz africana.
Após itinerar por Brasília e São Paulo, onde foi exibida no Museu Nacional da República, no Museu Vivo da Memória Candanga e no Memorial da América Latina, a exposição chega à Bahia em uma nova montagem.
Ocupando um dos espaços mais emblemáticos do conjunto arquitetônico do MAM-BA, o artista criou especialmente para o local a instalação “Iansã”. No centro da capela, a escultura da orixá dos ventos é envolta por trezentos fios vermelhos adornados com búzios, que evocam o movimento, a energia e a força de sua presença.
A peça foi concebida durante uma residência artística em Angola, em 2023, e ganha agora um novo significado ao retornar ao Brasil. Segundo Josafá, a inspiração veio dos ventos que sopram no entorno do Solar do Unhão, à beira-mar. “Me sinto honrado e contemplado por esta oportunidade e por tudo que Iansã representa”, destacou o artista.
Inaugurada no Mês da Consciência Negra, “Orixás” busca valorizar a ancestralidade afro-brasileira e a arte como território de memória, fé e resistência. As obras trazem, em pintura, escultura e instalação, a cosmovisão africana e as relações entre natureza, rituais e espiritualidade.
“Josafá nos liberta das normas ao encarnar na pintura a energia forte que vem desde suas ancestralidades, desde o rupestre até o contemporâneo, rompendo limites e territórios imaginados”, afirmou o curador Bené Fonteles. “As oferendas sofisticadas e ousadas da estética de um Candomblé artístico e transversal fazem da arte de Josafá uma ponte poética para se chegar à energia visceral e criadora da entidade”, completou.
Com mais de 25 anos de trajetória, Josafá desenvolve um trabalho voltado às estéticas afro-brasileiras e às narrativas da diáspora africana. Sua produção já foi exibida em instituições do Brasil, América Latina, Europa, Estados Unidos e Angola. O artista também recebeu o título de Doutor Honoris Causa, em reconhecimento à sua contribuição às artes visuais e à valorização das culturas afro-diaspóricas.
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Quem é baiano provavelmente já ouviu os versos da cantiga que diz “São Cosme mandou fazer/ Duas camisinha azul/ No dia da festa dele/ São Cosme quer caruru”. É certo também que muita gente fica eufórica em setembro, na ânsia pelos convites para se esbaldar nos tradicionais banquetes em homenagem a Cosme e Damião e aos Ibejis.
Na esteira dos festejos, após receber muitos pedidos por orientações sobre o preparo dos pratos típicos do período, a afrochef baiana Paloma Zahir, que comanda o Kissanga Restaurante, em Salvador, resolveu fazer mais do que ensinar os passos dessa gastronomia regada a dendê. Ela decidiu desvendar os mistérios por trás desse costume bem baiano, juntando cozinha, história, cultura, religião, tradição e solidariedade.
“[Elas perguntavam] ‘Paloma, como é que faz o caruru, como faz o vatapá? O xinxim o tempero não pega direito, tem algum toque, tem algum segredo?’. E aí eu parei pra pensar em como entregar um conteúdo com mais qualidade para as pessoas. Eu falei ‘pô, não quero ficar só dando direcionamentos curtos, vou formular uma coisa mais completa’. E aí, pelo fato de eu ser uma mulher de Axé, de ser iniciada no Candomblé, eu lembrei de como iniciou a tradição aqui do caruru de Cosme e Damião e toda essa questão também da fraternidade, de matar a fome das pessoas”, explica a cozinheira, que, neste sentido, resolveu criar o Workshop Caruru dos Ibejis, para apresentar dicas culinárias, mas também promover discussões sobre ancestralidade (saiba mais).
Totalmente virtual, o projeto será ministrado ao vivo, na próxima segunda-feira (20), a partir das 13h, por meio da plataforma Zoom. Para aqueles que não puderem acompanhar em tempo real, o conteúdo ficará disponível pelo período de um mês. O ingresso custa R$ 50 e a renda vai ser totalmente revertida para o Instituto Conceição Macedo, que apoia pessoas soropositivas na capital baiana. Além disso, o caruru preparado durante a atividade também será doado em quentinhas distribuídas nas ruas de Salvador, para pessoas em vulnerabilidade social. “Com toda essa pegada caótica que a gente está tendo na economia e como está mais difícil pra colocar comida na mesa, é uma forma também de eu estar entregando meu Axé às pessoas, em forma de comida, em forma de afeto”, pontua Paloma.

"É uma forma também de eu estar entregando meu Axé às pessoas", diz chef baiana que promove workshop sobre o tradicional caruru de Ibejis ou de Cosme e Damião | Foto: Divulgação
DICAS PARA MANDAR BEM NO CARURU
Ao Bahia Notícias, a chef deu alguns macetes para fazer um caruru como manda a tradição, sem sair de um orçamento que caiba no bolso. “Partindo da situação econômica do país, uma dica coringa é você começar a comprar os ingredientes com antecedência”, alerta a especialista, garantindo “uma economia absurda” para aqueles que não deixam para adquirir os produtos em cima da hora.
Outro ponto importante apontado por Paloma Zahir é evitar os excessos. “Em relação à questão de tempero, acho que as pessoas erram quando colocam mais itens do que o necessário. Porque comida baiana, principalmente o caruru de Cosme e Damião, dos Ibejis, que é uma comida votiva [comida preparada para oferecer a divindades], o tempero não é cheio de ingredientes”, adverte a cozinheira. “O único que leva mais tempero mesmo é o vatapá, com as oleaginosas, o amendoim e a castanha. Mas no caruru, no xinxim e outras coisas, o tempero é básico. Tem gente que eu vejo colocando coentro, colocando tomate, que são coisas que não devem ser utilizadas”, instrui.
Paloma explica ainda que na gastronomia baiana há uma base simples para o preparo da maioria dos pratos: cebola e camarão defumado. Mas não o crustáceo tingido com corantes, que custa mais barato, e sim aquele que passa por um processo de cura com fumaça de verdade. “O segredo do caruru é você ter um bom camarão. O camarão é um dos personagens principais na composição do tempero”, resume.

“O segredo do caruru é você ter um bom camarão", alerta a cozinheira | Foto: Divulgação
A HISTÓRIA POR TRÁS DO BANQUETE
Todo mundo já foi criança um dia, e, na Bahia, provavelmente já figurou entre os sete meninos servidos com o caruru de Cosme e Damião, ou dos Ibejis. A origem desta tradição, assim como o motivo da celebração no mês de setembro e o porquê de um banquete tão vasto em guarnições são algumas das informações que serão detalhadas no workshop.
“Vou falar como iniciou a tradição, vou contar os itans, porque se originou essa tradição na Bahia, como tudo ocorreu, para as pessoas entenderem. Porque o pessoal tem muito a cultura de comer o caruru, mas não procurar saber o porquê. Por que ele é em setembro? Como se iniciou?”, promete a afrochef. “Então, a questão é mesmo de trazer esses questionamentos e mostrar o quanto a cultura e a religião é potente ainda no nosso dia a dia”, pontua.
Para os leitores do BN, Paloma adiantou algumas explicações. Conta a lenda que Exu costumava entrar no palácio e devorar toda a comida servida ao rei Xangô. Contrariado, o orixá da justiça resolveu armar uma cilada com a ajuda de seus dois filhos gêmeos, os Ibejis, que propuseram um desafio para que o visitante parasse de “roubar” a comida do pai.
“Essa questão dos pratos vem do Itan, os contos africanos. O que acontece? Os Ibejis são os filhos de Oyá e Xangô. Teve uma certa vez que Exú desafiou Xangô em questão de dança, e aí Xangô colocou seus filhos, sem Exu saber. Então, a questão era, Exu disse que aguentava dançar por muito tempo. Xangô então colocou um dos Ibejis pra tocar. Ele tocava, tocava, tocava, e quando um ficava cansado o outro trocava de lugar. E Exu não percebia isso, porque, na verdade, ele estava comendo as coisas de Xangô. E aí ficou nessa questão e Exu não aguentou (risos) e perdeu”, conta Paloma.
Vencida a aposta, Xangô decidiu dar uma compensação aos filhos. “Aí, em comemoração a isso, Xangô perguntou aos Ibejis o que eles queriam. Eles falaram que queriam o que ele recebia, mas como Xangô comia amalá, com rabada e pimenta, que Ibejis não gostam, eles disseram que poderia ser o caruru mesmo”, narra a chef baiana, lembrando que a celebração não ficou restrita aos gêmeos. “Ele convidou também os outros orixás e cada um levou seu prato preferido, por isso que é o banquete. Tem o caruru de Ibeji; tem o vatapá, que é uma associação ao ipeté de Oxum; você vê a abóbora, que tem enredo com Iansã; o abará a Oxum também; arroz a Iemanjá; o milho branco a Oxalá; e por aí vai. Então, todos os orixás são representados ali naquele banquete. Por isso que o banquete é grande, porque todos os orixás estão ali em comunhão com Ibeji”, detalha os motivos pelos quais o caruru dos Ibejis é tão farto.
Os sete meninos, por sua vez, são representados pelos Ibejis, que não são apenas os dois gêmeos filhos de Xangô. “Tem uma legião de sete crianças, de sete divindades africanas, que não são cultuadas totalmente aqui no Brasil, porque a cultura foi se perdendo. Com o tráfico dos negros pela a travessia atlântica e aquela questão de você não ficar com pessoas da mesma região, então as culturas foram se dispersando, foram tendo uma fusão com a questão da resistência. Então aqui ficou só o culto a Ibeji no Ketu, ou Vunje na nação de Angola, Jeje, por essa questão. Então eles pegaram e cultuaram dois, que é Taiwo e Kehinde, mas tem as outras cinco divindades”, conta a chef. Os outros cinco são Idhoú, Alabá, Talabí, Adoká e Adosú, sobre os quais ela também vai falar no seu workshop.

Registro de Pierre Verger do Caruru de Sete Meninos
TRADIÇÃO NA BAHIA E ASSOCIAÇÃO COM COSME E DAMIÃO
Não é segredo para ninguém que existiu e ainda segue existindo preconceito contra as religiões de matriz africana no Brasil. Foi por isso, que na Bahia, o caruru dos Ibejis foi associado aos santos Cosme e Damião, celebrados pelos católicos em 26 de setembro.
“A gente tem os Ibejis, que são as duas crianças, e temos Cosme e Damião. Como já tinha essa cultura da comemoração do dia de Cosme e Damião, uma grande ialorixá aqui da Bahia fez isso [associar as divindades africanas aos santos], porque ela queria continuar a dar o caruru, que era uma tradição dos Ibejis, mas tinha a questão da perseguição religiosa”, explica Paloma Zahir. “Não gosto do termo sincretismo religioso, eu vejo isso como uma questão de resistência mesmo que os negros tiveram naquela época pra poder continuar a seguir com sua religião e sua culturas”, pontua.
“Pra ter liberação desse culto, tinha que dizer que era de Cosme e Damião, já que ficava próximo da data de comemoração deles. Então, é mais uma maneira de fortalecer e seguir a tradição, e um jeito de burlar mesmo a perseguição”, destaca a cozinheira sobre a estratégia usada para manter um costume que era proibido pelas autoridades da época. “O que aconteceu foi que as crianças começaram a aparecer próximo da roça de Candomblé, e aí ela serviu o caruru, as crianças ficaram brincando, teve aquela profusão de crianças, e daí continuou essa cultura, essa tradição, até os dias de hoje. O caruru de Cosme e Damião, o caruru dos Ibejis, veio em celebração a matar a fome das crianças que estavam passando por necessidade. Foi uma maneira também que o Candomblé achou de ajudar ao próximo, ajudar os seus irmãos”, acrescenta.
E foi assim que o célebre caruru se tornou um delicioso costume em setembro na Bahia. Especificamente, a festa é celebrada no dia 26 pelos devotos de Cosme e Damião e 27 por aqueles que cultuam os Ibejis, mas o hábito acabou se estendendo por todo mês de setembro.
Consumir os pratos típicos da culinária baiana virou tradição também às sextas-feiras. Segundo Paloma, isso é fruto de herança ancestral dos negros, pois é neste dia da semana que eles se reorganizam e fazem um banquete para entrar em comunhao entre si e comer bem. “As pessoas acham, erroneamente, que preto não pode ter fartura, mas os africanos têm fartura em sua essência. E a sexta-feira é o dia de estarem entre si, de lembrarem de onde vieram. Acaba sendo um momento de resistência”, conclui a chef, orgulhosa de ser mulher, preta, baiana e de Axé.
Estão abertas até o dia 15 de fevereiro as inscrições para o curso de formação em dança com base na Técnica Silvestre. A metodologia se baseia no treinamento corporal a partir de elementos da expressividade e a simbologia dos orixás.
O curso vai ser ministrado pela professora, bailarina e coreógrafa Vera Passos. Programado pela acontecer entre os meses de fevereiro e março, de forma totalmente vistual, a formação ainda vai contar com intérprete de Libras em todas as aulas. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas através do site da Casa de Cultura Somovimento (acesse aqui).
As aulas serão sempre acompanhadas por música ao vivo, onde composições originais serão criadas pelo músico Nei Sacramento, a partir da interlocução entre a melodia de instrumentos musicais como: tambores, conga, cajon, saxofone, flauta, e o desenvolvimento corporal manifestado pelos alunos durante a técnica de dança. “A música amplia o espaço para que cada pessoa mergulhe na sonoridade e possa conectar o trabalho físico corporal com sua essência e história de vida. É também um momento de resgate à nossa herança ancestral, já que a técnica envolve símbolos e elementos da natureza,diretamente ligados à mitologia e arquétipos dos Orixás”, afirma Vera.
Além de ter Vera à frente das aulas, o curso contará com professores convidados, a exemplo dos dançarinos Ágata Matos e Deko Alves. Serão oferecidas 190 vagas divididas em duas turmas. Com o objetivo de expandir, democratizar e diversificar o acesso às aulas, a coordenação do curso priorizará as inscrições de residentes no interior da Bahia, mulheres, pessoas negras e transgêneras. Ao fim do curso os alunos apresentarão uma Mostra performática online.
O cantor e compositor Bruno Capinan lançou, nesta quinta-feira (3), o clipe de "O Tempo Que Tudo Devora". Canção da autoria de Capinan, a faixa integra o novo álbum do músico, "Leão Alado Sem Juba", gravado de forma remota entre Canadá, Brasil, França e Portugal.
Filmado em sua terra natal, o clipe do baiano radicado no Canadá, evoca a força dos orixás e o mostra entre a dança, a brisa e as imagens simbólicas de Salvador. Tudo isso, garante Capinam, sob um olhar pessoal. “Não se trata daquela Bahia que artistas de fora costumam mostrar ou que se apropriam como suvenir,” pontua Bruno.
A canção faz uma crítica sobre a apropriação da cultura baiana. Bruno Capinan escolheu a Ponta do Humaitá e o Pelourinho, pontos turísticos de Salvador, pela proximidade com o bairro da Liberdade, onde nasceu. O clipe de o "O Tempo Que Tudo Devora" percorre a capita baiana entre dia e noite.
Confira o clipe:
O Teatro Castro Alves (TCA) exibe em mais uma edição virtual do projeto "Domingo no TCA", dessa vez com a apresentação do espetáculo “A História do Soldado”, resultado do trabalho conjunto entre o Balé Teatro Castro Alves (BTCA) e a Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA).
Através dela, os dois corpos artísticos da Bahia fazem renascer a obra da composição do russo Igor Stravinsky (1882-1971), a partir de texto do suíço Charles-Ferdinand Ramuz (1878-1947). Com texto e direção de Wanderley Meira, coreografia de Jorge Silva e regência de Eduardo Torres, o registro em vídeo entra no ar no dia 25 de outubro, às 11h, no canal de YouTube do TCA.
A adaptação mantém intacta a versão original da composição musical, mas faz a história do soldado que vende seu violino ao diabo ganhar uma discussão contemporânea sobre o lugar do artista e da arte na atualidade.
Wanderley Meira, diretor artístico do BTCA, conta que o objetivo é dialogar com a ideia de soldados-artistas que podem ser diabos das suas próprias trajetórias: “A obra é sobre a persistência e a resistência dos artistas que mantêm a marcha, apesar dos desvios e obstáculos” – tema ainda mais discutido nas circunstâncias dos dias de hoje.
Para Carlos Prazeres, diretor artístico da OSBA, o coração do TCA é formado pelos seus dois corpos estáveis. “Ver este coração pulsando saudável para correr maratonas deve ser o nosso objetivo. Foi com este intuito que a OSBA fez o convite ao BTCA. ‘A História do Soldado’ veio para reafirmar e solidificar esta união, que deve ser celebrada a cada segundo”, assegura.
DANÇA DE ORIXÁS GUERREIROS E TRILHA HISTÓRICA
Convidado para assinar a coreografia de “A História do Soldado”, Jorge Silva pensa o fazer artístico diário, apresentando os dançarinos como mulheres e homens comuns. Atravessados por traços das culturas afrodescendentes, os movimentos são inspirados nos orixás guerreiros, como Ogun e Iansã, partindo dos gestos cotidianos e da relação dos diversos corpos do BTCA com objetos.
Na trilha, o espetáculo apresenta o trabalho do russo Igor Stravinsky, que explora uma enorme diversidade rítmica, extrapolando características do chamado “período russo”. A composição explora o material popular nacional, contemplando desde a marcha militar até danças mais populares, como tango, valsa e pasodoble espanhol. Mesmo com instrumentação reduzida, a ousadia faz dessa composição mais do que uma peça de câmara. A obra estreou em 1918, na cidade suíça de Lausanne, com formação de sete instrumentistas, número mantido nesta versão baiana.
Para compor o enredo, os atores Daniel Farias e Fernanda Silva participam como narradores convidados. Cenário, figurino e maquiagem foram assinados por Zuarte Júnior e a iluminação é de João Sanches.
Composta por dezenas de fotos de Pierre Verger, a mostra “Orixás” está em cartaz no Museu da Fotografia de Fortaleza, no Ceará, até 12 de maio. A mostra é parte das ações comemorativas dos 30 anos da Fundação Pierre Verger, que funciona na mesma casa em que o fotógrafo francês viveu durante anos, na Ladeira da Vila América, em Salvador. Com curadoria de Alex Baradel, responsável pelo acervo fotográfico da Fundação, a exposição conta com 65 obras do artista que dedicou grande parte de seu trabalho ao candomblé.
“Até hoje, a obra de Verger constitui-se em uma inigualável fonte de informações sobre os cultos afro-brasileiros e revela elementos sobre as suas raízes africanas. O livro e a exposição ‘Orixás’, além do conhecimento, traz a poesia e criatividade plástica de Fatumbi, que, nesse contexto religioso, sabia o que fotografar, como fotografar e como apresentar, ou não, as imagens produzidas. As obras vivem em um lugar onde a imagem flutua entre o informativo e o poético, oferecendo, além da descoberta de uma religião e das suas raízes, uma viagem a um mundo onírico”, explica Baradel.
A mostra “Orixás” conta ainda com ação tecnológica voltada para acessibilidade, através da qual deficientes visuais podem ter acesso à descrição de áudio sobre as obras, por meio de leitura de QR Code em dispositivos móveis.
Como parte de sua campanha comemorativa de 30 anos, a Fundação Pierre Verger (FPV) lançou a linha de produtos “Orixás”. O lançamento tem como objetivo expandir a experiência relacionada ao livro “Orixás, Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo”, que ganhou nova edição. Dentre os produtos disponíveis estão camisetas, bolsas, canecas, imãs de geladeira, pôsteres e postais com design inédito e exclusivo. A linha e o livro estão disponíveis para a venda na loja virtual (clique aqui); na sede da Fundação, na Vila América; na Galeria Fundação Pierre Verger, na Rua da Misericórdia; e no Espaço Pierre Verger da Fotografia Baiana, no Forte Santa Maria.
Com registros do fotógrafo e antropólogo Pierre Verger, o livro “Orixás, Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo” ganhará uma nova edição, com lançamento nesta terça-feira (17), das 19h às 22h, na Paulo Darzé Galeria, situada no Corredor da Vitória, em Salvador. O evento, que integra um conjunto de ações comemorativas em homenagem aos 30 anos da Fundação Pierre Verger, contará ainda com a abertura da exposição fotográfica “Entre Bahia e África”, composta por 55 fotos que também integram a obra do artista francês. A mostra fica aberta ao público até o dia 18 de agosto.
O livro “Orixás, Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo” é resultado de pesquisas etnográficas que retratam os cultos aos deuses Iorubás nos países de origem, como Nigéria, ex-Daomé - atual Benin, e Togo e também no Novo Mundo, a exemplo do Brasil e Antilhas. A publicação traz 250 fotos e textos, destacando as cerimônias, as características de cada orixá, além do descritivo dos arquétipos da personalidade dos devotos dos respectivos orixás.
SERVIÇO
O QUÊ: Relançamento do livro “Orixás, Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo”
QUANDO: Terça-feira, 17 de julho, das 19h às 22h
ONDE: Paulo Darzé Galeria – Corredor da Vitória – Salvador (BA)
VALOR: Entrada gratuita
A Galeria Mansarda do Palacete das Artes recebe nesta terça-feira (22), a abertura da exposição da artista plástica Erna Martinez, composta por mais de 20 esculturas, entre sereias e orixás, às 19h. Durante a abertura da exposição, haverá apresentação do Trio de câmara da Universidade Nacional de Jujuy (Fabiana Barraza, Carlos Palacios e Frederico Giriboni), formada por violão, violoncelo e flauta travessa. Martinez é graduada como professora de escultura pelas escolas de Belas Artes Manuel Belgrano e Prilidiano Pueyrredon de Buenos Aires, trabalhou como professora por 25 anos na Escola Manuel Belgrano e na Escola Nacional de Artes Plásticas Lola Mora. A exposição que fica aberta ao público até o dia 24 de junho, tem apoio do Consulado Geral da Argentina na Bahia e da Casa Martín Fierro (Associação Cultural Argentino-Brasileira da Bahia).
SERVIÇO
O QUÊ:Exposição da artista plástica Erna Martinez
QUANDO: Abertura 22 de maio, às 19h até 24 de junho, de terça a sexta, das 13h às 19h, e sábados, domingos e feriados, das 14h às 18h.
ONDE: Galeria Mansarda do Palacete das Artes, Rua da Graça, 284, Salvador-BA
VALOR: Gratuito
A exposição “Panteon”, do artista plástico baiano Francisco Santos, será aberta nesta terça-feira (14), às 19h, na Galeria Mansarda do Palacete das Artes. Em cartaz até 16 de abril, a mostra, que tem como objetivo divulgar a cultura afro, retratando a saga dos deuses do Panteon, conta com 20 obras em acrílico sobre tela. “Os orixás têm cores, danças; representam o sol, a chuva, os mares, os rios, as matas, os trovões e tempestades, ... a terra. Tem seu dia da semana, indentificado pela ferramenta que ele segura nas mãos. É composto de masculino e feminino; e é isso que vamos mostrar”, avalia o artista, destacando que cada obra apresenta um elemento da natureza.
Natural de Santo Amaro da Purificação, Francisco teve o primeiro contato com a arte aos sete anos. Cursou Belas Artes, é professor, restaurador, estilista e artista plástico. Possui obras documentadas em revistas, jornais, livros, cartazes e documentários. Seus trabalhos são vistos em museus, galerias, acervos particulares nacionais e internacionais e, especialmente, em entidades negras e Terreiros de Candomblé.
Serviço
O QUÊ: Exposição “Panteon”, de Francisco Santos
QUANDO: Abertura no dia 14 de março, às 19h. Visitação até o dia 16 de abril. De terça a sexta, das 13h às 19h. Sábado, domingos e feriados, das 14h às 19h
ONDE: Galeria Mansarda do Palacete das Artes
VALOR: Grátis
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Foto: Reprodução / Facebook
Foto: Tiago Dias / Bahia Notícias
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Foto: Reprodução / Catarse
Serviço
O QUÊ: “Lenda das Yabás”
QUANDO: 05, 12, 19, 26 de setembro, às 19h30
ONDE: Teatro XVIII
QUANTO: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)

Curta é realizado por produtora baiana | Foto: Diane Luz
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Sandro Filho
"Não tem repercussão nenhuma, até porque, até com os próprios militantes do MBL, eu já deixei claro o meu posicionamento, o que está acontecendo. Existe uma articulação envolvendo pessoas grandes da política baiana para tentar me prejudicar. E o meu próprio movimento sabe que fazer política aqui em Salvador, aqui no Nordeste, não é fácil".
Disse o vereador Sandro Filho (PP) ao comentar sobre sua expulsão do Movimento Brasil Livre (MBL) e afirmou não acreditar que a decisão trará prejuízos à sua base eleitoral. Segundo ele, seus apoiadores entendem que há uma “articulação política” por trás do episódio.