Após mais de uma década fechado, Solar Boa Vista inicia obras de estabilização em Salvador
Por Ana Clara Pires
Depois de mais de dez anos sem funcionamento, o Solar Boa Vista, no Engenho Velho de Brotas, em Salvador, volta a receber intervenções estruturais. O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) firmou o Contrato nº 015/2025 com a Construtora Pentágono Ltda. para a execução da obra de estabilização da edificação, tombada desde 1941 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O contrato, publicado nesta quarta-feira (6), prevê prazo de oito meses para conclusão dos trabalhos e valor global de R$ 1.139.097,94. A assinatura foi feita pelo diretor-geral do Ipac, Marcelo Ferreira Lemos Filho, e por Matheus Coelho Amorim, representante da empresa contratada.
Fechado desde o incêndio de 2013, o imóvel acumula mais de uma década de abandono, promessas e disputas entre gestões. Ao longo dos últimos anos, o Solar foi alvo de propostas não executadas: em 2019, havia a intenção de transformá-lo em uma central de diagnóstico por imagem; em 2022, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) sugeriu instalar no local o Museu da Libertação.
Laudos da Defesa Civil chegaram a apontar risco de colapso da estrutura, e o Iphan considerou ingressar com ação judicial pelo abandono do patrimônio.
O processo de requalificação do Solar Boa Vista começou no início do segundo semestre de 2025, com serviços de manutenção do jardim e áreas verdes já em andamento. Segundo a Secretaria de Cultura da Bahia (SecultBA), duas novas licitações estão previstas ainda para este ano: uma voltada à contenção das ruínas do casarão, e outra, por Concurso Nacional de Arquitetura, promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), para escolha do projeto de restauro e paisagismo.
A proposta do governo é transformar o Solar Boa Vista no Parque de Economia Criativa da Bahia, com salas de ensaio, áreas para artes performativas e espaços voltados ao fomento da economia criativa. O investimento inicial previsto é de R$ 5 milhões, segundo a Secult-BA.
