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negacionismo
“A despeito de quase totalidade dos cientistas constatarem e documentarem que é a atuação do homem sobre a terra a principal causa da mudança climática, ainda existe um negacionismo muito relevante”.
Essa foi uma das falas do presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, na Conferência Magna de abertura da 1ª Conferência Internacional de Sustentabilidade do Poder Judiciário, realizada na manhã desta quinta-feira (24).
Barroso comentou sobre o negacionismo que minimiza a gravidade do aquecimento global. “Fazer de conta que um problema não existe, não é, por certo, a melhor forma de enfrentá-lo”, afirmou.
O ministro alertou que as políticas relativas à questão ambiental não devem ser movidas por objetivos de curto prazo, tendo em vista que o impacto lesivo ao meio ambiente, causado pelas medidas tomadas hoje, somente vão se produzir daqui 20 ou 50 anos. “Observamos que a política nem sempre recebe os incentivos necessários para a tomada de medidas, algumas delas antipáticas ou onerosas. Mas certamente já são urgentes para que possamos enfrentar a crise climática que nós estamos vivendo”, advertiu.
Ainda segundo o presidente do CNJ e do STF, o Judiciário vem se tornando mais atuante na busca pela sustentabilidade. “Estamos trabalhando tanto na atuação jurisdicional, isto é, decidindo casos, como também na sua atuação interna para dar a sua própria contribuição para a geração de uma cultura de menos carbono”, comentou.
PACTO NACIONAL
Promovido pelo CNJ, o evento reúne em dois dias grandes especialistas nacionais e internacionais em temas relacionados à sustentabilidade. Ainda na manhã desta quinta-feira, foi lançado o Pacto Nacional do Poder Judiciário pela Sustentabilidade, que busca impulsionar a adoção de ações, iniciativas e projetos em todo o Poder Judiciário para reforçar a proteção ao meio ambiente, a promoção do bem-estar social e a boa governança pautada na ética, na transparência e na responsabilidade social.
O documento foi assinado pelo ministro Luís Roberto Barroso e pelo conselheiro Guilherme Feliciano, que preside a Comissão Permanente de Sustentabilidade e Responsabilidade Social. O conselheiro anunciou ainda sobre a realização da Campanha Nacional pela Sustentabilidade no Poder Judiciário. “A ação deverá ser reproduzida no âmbito das 91 cortes para criar este círculo virtuoso de reprodução de boas práticas no campo ambiental, social e da governança”, adiantou Feliciano.
PROGRAMAÇÃO
O evento seguiu com a mesa “Sustentabilidade na perspectiva global”, que contou com a participação de palestrantes internacionais. Um deles o especialista em sustentabilidade e idealizador dos critérios ambientais, sociais e de governança, conhecidos pela sigla ESG, Paul Clements-Hunt, e o co-funddador e diretor-executivo (CEO) da Laconic, empresa de soluções e estratégias de crescimento sustentável, Andrew Gilmour.
A segunda rodada de debate, com o tema “Sustentabilidade e Ministério Público”, presidida pelo conselheiro do CNJ, Pablo Coutinho. As palestras foram conduzidas pela procuradora da República em São Paulo Suzana Fairbanks Lima de Oliveira; pelo procurador do Trabalho Afonso de Paula Pinheiro Rocha; e pela conselheira do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) Ivana Lúcia Franco Cei.
Após o titular da Secretaria Especial da Cultura Mario Frias chamar o governador de São Paulo de "farsa patética” e ameaçá-lo caso inaugure o Museu do Ipiranga (saiba mais), João Doria (PSDB-SP) rebateu o secretário bolsonarista.
“Lutamos pela vacina contra os negacionistas da ciência. Agora vamos lutar para reinaugurar o Museu do Ipiranga contra os negacionistas da cultura”, escreveu no Twitter, o ex-aliado e atual desafeto do presidente Jair Bolsonaro. “Não temos medo de enfrentar essa gente que joga contra o país e vive num roteiro de show de horrores”, acrescentou Doria.
O Museu do Ipiranga passa por reformas e tem previsão de ser reaberto em setembro de 2022, em comemoração ao bicentenário da Independência do Brasil. As obras, entretanto, são motivo de disputa política entre a gestão estadual e o governo federal.
Após ter feito um discurso negacionista em entrevista ao vivo no Jornal da Manhã, da TV Bahia, no Dia Mundial do Rock (relembre o caso), o baiano Marcelo Nova voltou a atacar o isolamento social e criticou a emissora baiana durante participação no programa The Noite, comandado por Danilo Gentili no SBT.
"No Dia do Rock eu fui convidado a dar uma entrevista na TV Bahia, em Salvador. E eu me manifestei com uma certa veemência a favor da individualidade, do direito inegável ao cidadão de ir e vir, da liberdade. E, curiosamente, algumas pessoas disseram que o meu manifesto, a minha fala, foi desprovida de consciência social”, disse o músico, durante papo com o apresentador, realizado na semana passada, junto com os demais integrantes do Camisa de Vênus.
Contrariado pelas críticas recebidas por parte da sociedade que apoia os protocolos instituídos pelos cientistas para conter a pandemia, o artista atacou. “A consciência social dessa gente do fica em casa é a seguinte: os porteiros do meu prédio, pra eles não valem. Essa gente pobre que não tem carro, que anda de metrô, que anda de ônibus, eles têm que me servir. Eles têm que trazer o meu delivery, eles têm que trazer a minha correspondência. O pessoal da segurança do condomínio tem que ficar lá para garantir a minha tranquilidade. Então, essa consciência social só vale se for a favor deles. Se não for a favor deles: para que? Porque eu vou me preocupar com essa gente? Gente de terceira categoria. E se pegarem Covid, adoecerem e morrerem, qual é o problema, botamos outros no lugar? Esse é o tamanho da consciência coletiva que essa gente prega”, disparou.
Marcelo Nova afirmou ainda existir um “silêncio ao redor” do tema, porque, na sua visão, muita gente tem medo de se expor e perder seguidores nas redes sociais. “Eu estou pouco me lixando pra like e pra dislike, eu não dependo disso pra viver. Não represento direita, não represento esquerda, não sou filiado a nenhum partido político, agora, não abro mão de expressar a minha opinião de cidadão”, garantiu o músico, que se mostrou indignado por, segundo ele, ter sido tirado do ar durante a entrevista à TV Bahia.
“Ninguém me contestou durante a entrevista, ninguém me interpelou, e depois de dois minutos e vinte segundos eu fui tirado do ar na tal da democracia que essa gente da consciência social vive enaltecendo. Eu fui um indivíduo, um cidadão, falando em seu próprio nome e de mais ninguém. E eu fui tirado do ar em pleno exercício democrático”, declarou o cantor.
Durante o bate-papo, Nova levantou ainda teses sobre supostos interesses comerciais por trás das medidas de contenção da pandemia. “As pessoas esquecem que por trás de tudo isso, como aliás, em tudo na vida, tem o negócio chamado big business, o negócio dos políticos”, disse o artista, que contou com o apoio de Danilo Gentili em sua fala. “É isso aí!”, disse o apresentador. “O negócio da mídia... Porque você vai ficar em casa fazendo o que? Vendo televisão. Nunca se assistiu tanto televisão como de um ano e meio pra cá. E o negócio hiper, big business dos laboratórios”, acrescentou o líder do grupo Camisa de Vênus.
Veja vídeo da fala de Marcelo Nova no programa The Noite:
Depois de se manifestar contra o isolamento social e criticar vacinas, em mais uma manifestação contrária aos protocolos sanitários exigidos para controlar a pandemia, Eric Clapton afirmou que não se apresentará em locais que exigirem a vacinação do público.
De acordo com a revista Rolling Stone, o anúncio foi feito por meio de mensagem enviada ao cineasta Robin Monotti, pelo aplicativo Telegram. "Após o anúncio do PM [primeiro ministro] na segunda-feira, 19 de julho de 2021, sinto-me na obrigação de fazer um anúncio pessoal: quero dizer que não me apresentarei em nenhum palco onde haja um público discriminado. A menos que haja providências para que todas as pessoas compareçam, eu me reservo o direito de cancelar o show", teria escrito o músico britânico.
O comportamento negacionista de Eric Clapton tem causado problemas e lhe isolado do meio artístico. "Tentei entrar em contato com colegas músicos, que não me respondem mais. Meu telefone já não toca mais com frequência. Não recebo mais mensagens e e-mails", contou o próprio músico em uma entrevista concedida no Youtube, no mês passado.
Convidado para entrar ao vivo no Jornal da Manhã, na TV Bahia, nesta terça-feira (13), para falar sobre o Dia Mundial do Rock, o baiano Marcelo Nova surpreendeu os apresentadores ao fazer um discurso negacionista, atacando as medidas de segurança contra a Covid-19, como isolamento social e uso de máscaras, além de alegar que a mídia implantou pânico na população.
"Para um sujeito como eu, prestes a fazer 70 anos de idade e com 40 anos de carreira, isso não serve pra mim. Eu fiz minhas regras, eu faço meu caminho, eu não deixo que governadores nem prefeitos, nem presidentes, ninguém manda em Marcelão! (risos)", disse o músico, criticando as políticas implementadas para conter a pandemia.
Questionado sobre a produção artística durante a quarentena, ele voltou a disparar. “Isolamento parcial, porque eu não me submeto a esses ditames do 'fica em casa, fica em casa, não saia, não se aproxime'. Eu beijo quem eu quero, eu abraço quem eu quero... E eu vou morrer, se não morrer de Covid, vou morrer de câncer, atropelado, assassinado, de zika, chikungunya, essas coisas…”, disse Nova, minimizando a gravidade da emergência sanitária. “Eu vou acabar morrendo do mesmo jeito. Todos nós deveríamos, penso eu - me corrija se eu estiver errado -, nós deveríamos amar a vida, o fato de estar vivo, porque respirar não é viver. Tem gente aí respirando que tá morto. Viver é ter prazer na vida, é ir em busca do que você gosta, é assumir seus compromissos, é poder honrá-los”, acrescentou o artista, afirmando que “graças a medidas governamentais” está há um ano e meio sem poder trabalhar.
No Dia do Rock, Marcelo Nova faz discurso negacionista no Jornal da Manhã
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) July 13, 2021
Saiba mais ?? https://t.co/Gueb92DIMW #BN pic.twitter.com/PWEjg71BkE
Apesar da fala contrariando as orientações preconizadas pelos cientistas e autoridades sanitárias, ele não chegou a ser repreendido ou corrigido. No estúdio, os jornalistas Ricardo Ishmael, Thaic Carvalho e Gustavo Castelucci ficaram nitidamente desconcertados, mas atribuíram as falas à “irreverência” do roqueiro.
Nas redes sociais, o público ficou dividido entre os que condenaram a fala de Marcelo Nova, assim como a postura da emissora de permitir o discurso negacionista sem qualquer interferência; e, do outro lado, aqueles que compartilham da mesma visão negacionista.
Veja alguns comentários contrários às declarações do músico:
Acordei descobrindo que o Marcelo Nova fez campanha contra máscara e álcool em gel num jornal da Bahia. Que morte horrível no dia do rock. Raulzito deve estar com vergonha.
— felipe kowalski (@felipekowalski) July 13, 2021
Marcelo Nova bostejando pela boca no jornal da manhã, que desserviço. Totalmente descontrolado??????????????????????????????
— LoreLore ? (@loredinis) July 13, 2021
Podiam ter chamado a baiana Pitty. Marcelo Nova é uma vergonha do rock.
— Menudinha - Eh Ciro 2022 (@thaaiiaane) July 13, 2021
Aquela história de ter ajudado o Raul não me desce até hoje...
O que era pra ser uma entrevista do Marcelo Nova no Jornal da Manhã da @TVBahia sobre o dia do rock acabou sendo um show de negacionismo. O músico de 70 anos discursou contra medidas sanitárias. Tinha 3 jornalistas no estúdio e NENHUM fez nada.
— marina ruim barbosa (@naodeixeoficial) July 13, 2021
#VCnoJM Marcelo Nova, desrespeitar as normas sanitárias em tempos de pandemia não é sinônimo de liberdade.
— Bena???? (@Bena379) July 13, 2021
Rock and roll é vida!?????????
#VCnoJM Marcelo Nova do Camisa de Vênus. O mundo está perdido. Sofreu lavagem cerebral, virou bolsonarista. Virou um babaca contemporâneo.
— ImpeachmentJá???????????????????????? (@cafedosreis68) July 13, 2021
Que triste fim,chegar aos 70 anos um imbecil.
Veja outros a favor das falas de Marcelo Nova:
Marcelo Nova sendo criticado nas redes sociais. Quero ver vocês falarem na cara dele ou tem medo de serem jantados ? Prezam pela democracia mas são verdadeiros ditadores.
— Seu Justo (@seujusto) July 13, 2021
No Dia Mundial do Rock… Marcelo Nova agora ao vivo detonou o autoritarismo, o fique em casa, o faça o que eu mando só não faça o que eu faço! O jornaleco da manhã Bahia tentou calá-lo, mas ele falou o suficiente! ???????????????????????????????????????? pic.twitter.com/pRdq8azrhk
— ????????Marcelo Brasil???????? (@marcelofera69) July 13, 2021
A #GloboLixo não combinou com o Marcelo Nova, e ficaram com a cara de bosta, " Não sou idiota de ficar dentro de casa, o fica em casa" ???????????????????????????? pic.twitter.com/LbhFaJnlOT
— Claudio Lira ???????? (@Claudio27302374) July 13, 2021
Em meados de março, Alceu Valença lançou o “Sem Pensar no Amanhã”, primeiro disco de um projeto de álbuns gravados durante a pandemia (saiba mais). Além deste, dois outros já foram registrados em estúdio, enquanto um terceiro aguarda o cantor e compositor pernambucano de 74 anos ser totalmente imunizado contra a Covid-19. “Tem esse disco ‘Sem Pensar no Amanhã’, depois tem um segundo chamado ‘Era Verão’, tem um terceiro que eu não coloquei o nome, e o quarto disco vai ser gravado agora depois que eu tomar a segunda dose da vacina”, conta o músico.
O projeto em questão nasceu do ócio criativo, durante o período de isolamento social, quando ele ficou impossibilitado de cumprir sua extensa agenda, que só no primeiro semestre de 2020 previa 45 shows no Brasil e 16 na Europa. “A motivação foi estar em casa, eu que viajo tanto. Logo após o carnaval do outro ano teve a pandemia e eu comecei a tocar violão em casa, coisa que eu não costumo fazer, porque eu vivo na rua”, relata o cantor, que, por meio de sua “viagem sonora”, diz ter superado a forte saudade de circular pelo mundo. “Cantando eu estou viajando também, é uma viagem através da imaginação. É uma viagem do presente, do passado e até do futuro. Eu vou me transportando para determinados momentos”, filosofa.
Alceu celebra segunda dose da vacina contra a Covid-19, nesta sexta-feira (clique aqui e saiba mais) | Foto: Reprodução / Instagram
Confinado em sua residência, no Rio de Janeiro, e sem poder visitar suas outras bases, em Olinda (PE) e Portugal, Alceu abraçou o violão. Entre dedilhados e passeios por seu vasto repertório ele atraiu a atenção da esposa, Yanê Montenegro, que assina a produção executiva do álbum de estreia. “Eu estava tocando por deleite e ela disse que o disco estava lindo, que estava tocando bem e que era bom a gente fazer um disco”, lembra.
Naquele momento não havia um projeto concreto, mas a partir do estímulo Alceu abraçou a música e a poesia, aproveitou para apurar a técnica, e, entre novembro do ano passado e janeiro de 2021, gravou cerca de 30 canções munido apenas de sua voz e um violão. O registro foi realizado no estúdio da Deck, com produção de Rafael Ramos, e incluiu novas roupagens de grandes sucessos, reinvenções de tesouros escondidos de seu repertório, além de músicas inéditas, dentre elas “Sem Pensar no Amanhã”.
A escolha das faixas deste primeiro álbum também se deu de forma muito natural, conduzida por uma narrativa visual característica do trabalho de Alceu Valença. “Todo esse disco tem uma coisa cinematográfica. Uma música entra na outra, como se fora um roteiro de um filme. Uma coisa vai entrando na outra”, conta o pernambucano. “A ‘La Belle de Jour’, a moça da praia de Boa Viagem, é a mesma moça que era uma bailarina e aparece na música ‘Mensageiro dos Anjos’. Essa daí fala do cabelo lilás e aí depois vem 'Táxi Lunar’ que fala de sol lilás. Depois eu pego o ‘Táxi Lunar’ e vêm lembranças na minha cabeça de quando eu estava na Universidade de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos, fazendo um curso, quando vi a subida do homem à lua. Então, o que acontece? Do táxi eu subo para a lua e pego um trem na ‘Estação da Luz’, lá em São Paulo, e vou num passeio imaginário, percorrendo sobretudo o litoral brasileiro”, explica o artista, que assume papel de condutor e passageiro de uma viagem musical e poética através das 11 faixas do primeiro disco do projeto de gravações na pandemia.
Ouça o disco "Sem Pensar no Amanhã":
A saudosa Bahia também aparece no roteiro, que ultrapassa os limites do tempo. “Esse trem dá uma passada em Salvador e ali na Praia do Forte… É uma viagem do passado e do presente. Eu me vejo ali na Praça do Campo Grande e me lembro da pensão de Dona Germana, que foi onde eu me hospedei pela primeira vez aí, quando eu era estudante de Direito”, recorda Alceu, que retorna a Pernambuco pela Fortaleza de Santa Cruz de Itamaracá, mais conhecida como Forte Orange, com a “Ciranda da Rosa Vermelha”. “Eu danço ciranda lá no forte e aí é verão e vou para Olinda, em pleno carnaval. E aí eu estou na Pitombeira dos Quatro Cantos, que é um bloco situado atrás de minha casa. Lá e eu canto ‘Sem Pensar no Amanhã’, em que me refiro à doce bailarina de vestido azul, das primeiras músicas que falei”, narra Alceu Valença, que prossegue a viagem, encerrada com o fim da folia: “Olinda fica bem tranquila, silenciosa, só o barulho do sino da igreja. Aí, no terraço da minha casa, começa a aparecer beija-flor, sabiá, os rouxinóis. Ao terminar isso aqui eu me despeço da minha cidade e botei o pé no mundo cantando ‘Marim dos Caetés’”.
Assim termina a história atemporal do “Sem Pensar no Amanhã”, congregando canções de ontem e hoje, com vistas para o futuro. Neste sentido, Alceu tem celebrado o sucesso alavancado pelas novas tecnologias. “A internet deu um impulsionamento inacreditável dentro da minha carreira de visibilidade”, pontuou o artista, que viu viralizar uma versão de “Anunciação” - um de seus grandes sucessos - entoada pela torcida do Cerro Portenho, clube de futebol do Paraguai. Este hit, assim como “La Belle de Jour”, também embalam a história dos nordestinos Juliette Freire e Gilberto Nogueira, dois dos participantes favoritos do Big Brother Brasil 21. “Minha mulher falou sobre isso, mas eu vejo pouco televisão. No dia que eu vi o Big Brother não passou”, conta o artista, que nas horas vagas prefere tocar violão e ler a ver TV, mas agradece o carinho do público com sua obra. “Eu tenho uma satisfação. Que ótimo, uma maravilha. Eu fico alegre, a mesma coisa que eu sinto ao ver minha música tocando no Cerro Portenho e nos países Bascos”, celebra Alceu, cujas músicas ultrapassam números de visualizações de nomes como Paul McCartney e Bob Dylan no Spotify.
"Anunciação" embala história de Gil e Juliette no BBB 21:
TU VENS, EU JÁ ESCUTO OS TEUS SINAIS
Sempre atual, “Anunciação”, que foi convertida em grito de torcida no Paraguai e no passado embalou processos históricos no Brasil, acabou virando também hino pela vacinação contra a Covid-19. “Ela foi uma das músicas das Diretas Já, foi sucesso em 1986, tinha muita gente que dizia que era a chegada de um amor, outros que diziam que era a chegada de uma criança e outros que eram tempos melhores. Eu espero que ela anuncie tempos melhores, agora anunciando a vacina”, pontua Alceu, classificando a vacinação como “uma coisa fundamental”. O músico destaca ainda o potencial de disseminação do vírus e conta que mesmo com muita cautela, acabou contraindo a Covid-19, em dezembro do ano passado (relembre). “Sempre me resguardei, me cuidei. Nunca peguei na mão de ninguém depois da pandemia - a não ser da minha mulher (risos) -, nunca comi um sanduíche fora, e lhe digo mais uma: testei positivo em determinado momento”, lembra o artista.
Como pessoa pública, o cantor pernambucano destaca a importância de se portar como influência positiva. “Eu, que sou uma pessoa conhecida, tenho que dar exemplo. Então, quando eu desço e vou lá na farmácia ou vou encontrar meu filho, não entro na casa dele e vou a pé. E eu vou com máscara, óculos de plástico, coloco o cabelo pra cima e um boné. Isso pra dar o bom exemplo também. Não posso estar brincando, porque o mau exemplo é horrível”, declara o cantor, que pretende seguir os cuidados mesmo depois da segunda dose da vacina. “Acho que a ciência está correndo atrás para salvar o mundo, existe uma guerra comercial dos laboratórios, mas eu, de minha parte, não estou nem aí. Eu tomarei. A vacina pode vir de Oxford, dos Estados Unidos, da China ou da Conchichina. Se passou pela Anvisa, tudo perfeito. Eu mesmo tomei a Coronavac e não tive nenhuma reação, a não ser falar mandarim (risos)”, brinca o pernambucano, em referência ao imunizante chinês.
“Eu faço tudo ao contrário do que eles [negacionistas] pedem ou do que eles dizem. Eu não sou negacionista, eu acredito na ciência", diz Alceu | Foto: Leo Aversa / Divulgação
Com os pés no chão, ele conta que rechaça veementemente os discursos que vão contra os protocolos estabelecidos por especialistas para o combate à pandemia, a exemplo do isolamento social, a aplicação da vacina e o uso de máscaras. “Eu faço tudo ao contrário do que eles [negacionistas] pedem ou do que eles dizem. Eu não sou negacionista, eu acredito na ciência. Essa merda pegou no mundo todo, na Índia, na China, nos Estados Unidos, em Portugal, Argentina… Tudo quanto é canto pegou, então como é que eu vou negar uma história dessas?”, questiona Alceu Valença. “Quantas pessoas morreram porque não acreditavam nisso? Então, não sou negacionista, pra mim a Terra é redonda, pra mim o vírus tem que ser tratado com vacina, da mesma maneira que o vírus da gripe foi tratado com vacina”, reitera o cantor, revelando que a Covid-19 ceifou a vida de várias pessoas próximas, inclusive um primo de 38 anos.
Sem apoiar-se em milagres ou em otimismo exagerado, Alceu defende ainda que a empatia é o caminho mais viável para o pós-pandemia. “Não venho agora com teoria ‘ah, isso aqui é uma coisa para a comunidade ficar melhor’. Não, a comunidade pode até ficar melhor, depois, em função da empatia, de você entender o outro. Mas não é essa a questão. As pessoas que não se cuidam estão fazendo um mal à sociedade. E é preciso ter empatia”, avalia o cantor, que, mesmo diante de uma realidade desoladora, acredita que é preciso seguir. “Todo dia eu recebo uma notícia, mas a gente tem que ir em frente, com alto astral, pensar no hoje e ‘Sem Pensar no Amanhã’, mas pensando um pouquinho”, conclui.
Figura non grata para Jair Bolsonaro pelo ativismo ecológico que confrontou a gestão do país em 2019, o ator Leonardo DiCaprio voltou a criticar o presidente brasileiro por causa do desmatamento na Amazônia e pelo negacionismo.
“Dados preliminares indicam aumento de 7% em agosto. O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, está sob pressão internacional para conter os incêndios, mas ele duvidou publicamente da gravidade deles no passado, alegando que oponentes e comunidades indígenas foram os responsáveis", escreveu o artista no Instagram, junto com uma notícia do jornal britânico The Guardian.
“Os incêndios florestais na Amazônia no ano passado foram devastadores o suficiente, mas com o clima mais seco este ano até agora, assim como a pandemia do coronavirus que matou mais de 99 mil brasileiros, há uma preocupação crescente de que o desmatamento em andamento não esteja recebendo atenção suficiente”, acrescentou DiCaprio, que ano passado foi acusado, sem provas, por Bolsonaro de fazer campanha contra o Brasil e “colaborar com as queimadas”.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
ACM Neto
"Aqui funciona a sede do União Brasil em Salvador, além de outros escritórios. Ontem, em pleno domingo, uma bala atravessou a porta interna e veio parar no elevador social. Imagina o risco que muitas pessoas podiam ter ocorrido se isso tivesse acontecido em um dia de semana, com o prédio cheio".
Disse o ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do partido, ACM Neto (União Brasil) ao fazer o registro que o Edifício Central Pinheiro, na Avenida Garibaldi, em Salvador, onde funciona o partido do União Brasil na Bahia, foi atingido por um disparo.