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mudanca do garcia
Pela segunda vez na Mudança do Garcia, tradicional festa do Carnaval de Salvador, Magno Lopes, também conhecido Magno Capiroska, conversou com o Bahia Notícias nesta segunda-feira (3) e explicou como lida com a junção da religião com a folia.
Com uma placa pendurada no pescoço com os dizeres "confesse seus pecados", Magno, que é católico, disse que sabe "separar as coisas" e que sua fantasia é apenas um "personagem".
"Já é o segundo ano que saio assim e graças a Deus eu sei separar a religião do folião. Sou bastante abordado para tirar fotos. Uma coisa é o personagem, outra coisa é a religião, não misturo os dois. Só faço o trabalho de me divertir e não agravar certas coisas", disse Magno.
Produtor de eventos, Magno também disse estar rezando pelo papa Francisco, que está internado desde 14 de fevereiro, depois que um surto de bronquite piorar e se transformar em pneumonia em ambos os pulmões.
"Estou rezando por ele. É uma pessoa que tem influência no mundo em termos de paz, religiosidade, simbolismo da religião católica. Então, para mim, ele tem que ter a salvação".
Por fim, Magno Caipiroska considerou a Mudança do Garcia um ambiente para este tipo de fantasia.
"A Mudança do Garcia é um ambiente ideal para esse tipo de fantasia. Sou bem recepcionado. A Mudança faz parte de uma coisa liberada para muita coisa. São pessoas que estão com o propósito de brincar e se divertir. Não tem aquela coisa da crítica, nada disso", disse Magno.
Figurinha carimbada na Mudança do Garcia, o morador de Itaparica, o aposentado Carlos Gonçalves, acompanhou o desfile se trajando de Preto-Velho, figura emblemática da Umbanda. Ao Bahia Notícias, ele contou que, apesar de não seguir a religião, respeita a entidade e se emocionou ao dizer que “só se sente bem” quando se veste como o Preto-Velho.
“Não sou de Umbanda. Respeito toda classe, toda religião, mas eu não sou adepto a nenhuma. Mas gosto da figura de Preto-Velho. Ele é a proteção, o pai, o conselheiro. Só venho na Mudança do Garcia. Cheguei a ir no Pelourinho ano retrasado, mas não sou fui tão agraciado como sou aqui no Garcia. Geralmente não me apresento como Preto-Velho lá onde moro [Itaparica], mas aqui é só aqui onde me sinto muito bem”, contou Carlos, emocionado durante seu relato.
Segundo a Fundação Cultural Palmares, os Pretos-Velhos são guardiões da ancestralidade afro-brasileira. Sendo entidades veneradas por sua generosidade, amor e sabedoria, personificando os idosos africanos que enfrentaram as agruras da escravidão e agora orientam os vivos com sua paciência e conhecimento milenar.
Na vibração de Omolu, patrono da cura, os Preto-Velhos se manifestam, portando seus cachimbos e ramos de arruda, símbolos de purificação e cura espiritual. Com rezas e água fluidificada, eles banham os fiéis em energias restauradoras, enquanto o fumo do cachimbo afasta as negatividades, harmonizando os espíritos presentes.
O secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia (Setre), Augusto Vasconcelos, repercutiu os novos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no estado da Bahia e sobre a relação dele com a Mudança do Garcia.
O secretário, que está presente no ato nesta segunda-feira (3), falou sobre a taxa de desemprego na Bahia. De acordo com ele, o governo estadual tem feito investimentos que corroboram para a geração de empregos.
“Lideramos a geração de empregos da região do Nordeste, conforme dados do Caged. Isso demonstra o esforço que o governo do Estado vem fazendo para atrair novas empresas, fazer novos investimentos na infraestrutura.Temos apostado muito em energias renováveis, na agenda da agricultura e no fortalecimento da indústria. Na Bahia foram quase 7 mil novos trabalhos de carteira assinada”, afirmou, em entrevista ao Bahia Notícias.
Além de falar sobre geração de empregos, Vasconcelos falou sobre a relação dele com a Mudança do Garcia e a representatividade do festejo. Conforme o secretário, a festa é uma manifestação espontânea, com reivindicações políticas e defesa dos direitos.
“Desde os meus 16 anos que eu venho participando da Mudança, quando ingressei no movimento estudantil. Tive a oportunidade de conhecer esse movimento que traz reivindicações políticas em defesa de direitos com irreverência, com ironia, com a cara do Carnaval da Bahia e realmente é uma manifestação espontânea do nosso povo e que a gente tem fortalecido”, contou.
No Carnaval de Salvador, a Mudança do Garcia é uma festa a parte, que se firma como um espaço de protesto, irreverência e resistência popular. O festejo que conta com trios independentes e cartazes carregados de crítica política marca as segundas-feiras de Carnaval, todo ano, desde da década de 1950.
Vinicius S.A responsável pela obra “Lágrimas”, no Mercado Modelo, marca presença juntamente com a esposa Larissa Fadigas há 7 anos, levando a famosa ‘Moita’ para a Mudança do Garcia.
Para o artista, a Moita” é um espaço onde as regras convencionais não existem e onde as manifestações individuais encontram abrigo mesmo no meio da multidão. “É um lugar da permissividade, num lugar proibido. Claro, com respeito. A única regra da Moita é que ‘não, é não’. O resto é livre.” O artista relata que o espaço se tornou um ponto de encontro para aqueles que buscam um Carnaval menos engessado, mais próximo das raízes populares da festa.
Foto: Francis Juliano / Bahia Notícias
Além disso, o artista considera a Mudança do Garcia o capítulo mais especial do Carnaval de Salvador. “Aqui acontece, ao mesmo tempo, uma reverência e uma coisa política, poética. É um Carnaval do povo, dos sambas, que surge no chão da praça, sem tanto controle. Essa espontaneidade é muito boa para o Carnaval.”
Outra presença que chamou a atenção na Mudança do Garcia foi o bloquinho ‘Já fui gatinha, agora sou onça’. Formado por um grupo de amigas, as idealizadoras do projeto, Denise Alves e Jaci Vale, revelaram ao Bahia Notícias que a proposta é exaltar mulheres, especialmente as 40+, que compõem o bloco.
Foto: Francis Juliano / Bahia Notícias
“Essa ideia surgiu justamente de Jaci, em fantasiarmos todas e saímos na rua brincando. E aí todo mundo comprou a ideia. Hoje já temos o Instagram, já tem uma média de 60, 70 mulheres. E participamos sempre nesse mesmo objetivo, [mostrar] maturidade, empoderamento, somos onças, já fomos gatinhas, agora somos oncinhas. Ou seja, são mais fortes, são mais decididas.
Figurinha carimbada na Mudança do Garcia, a cantora, compositora e historiadora Juliana Ribeiro, se emocionou ao relembrar um momento importante para ela na festa, que realiza a 95ª edição nesta segunda-feira (3), durante o Carnaval de Salvador.
Ao Bahia Notícias, a cantora afirmou que um dos momentos mais marcantes para ela na Mudança aconteceu em 2015, quando puxou o trio que se apresenta atualmente ao lado do sambista Riachão.
“Esse trio abria o circuito da Mudança do Garcia, que se tornou Circuito Riachão, subimos e fizemos esse trio juntos. E foi lindo, Riachão chorava em cima do trio, as TVs gravando tudo, foi uma emoção ímpar. Desde então, eu nunca parei de fazer isso. São 10 anos consecutivos na mudança.”
Para a artista, a existência da Mudança do Garcia é a resistência do que significa o Carnaval de Salvador. “É um Carnaval que a gente pode ser a gente, um carnaval verdadeiro, onde você pode festejar e protestar, a gente pode se indignar e ser feliz. A Mudança do Garcia acaba sendo um grande colo”.
A Mudança do Garcia chega ao Carnaval de Salvador em 2025 celebrando 95 anos de bloco. Uma das pautas centrais do projeto para o momento é o reconhecimento como patrimônio imaterial junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). E quem tem ajudado no processo é Rosana Costa, estudante de Arquivologia da Ufba, que apresentou um trabalho de conclusão de curso sobre a Mudança.
"A mudança do Garcia, para dizer a verdade, eu sempre ouvi falar dessa festa que é linda, maravilhosa. É uma festa diferente, um Carnaval. Quando se fala de bloco, muita gente tem a imagem de que é o trio elétrico que passa no circuito Osmar, Dodô, no Campo Grande, com os artistas renomados e tudo. Aqui também temos artistas de qualidade, que também unem para poder divertir o povo, mas é o Carnaval antigo, onde participam as crianças, adultos, idosos. Ë um carnaval que nunca se ouviu falar de violência, é um carnaval que une alegria e protesto, que é a conscientização sobre os problemas que acontecem na sociedade, é isso que eu considero de mais valioso", disse em entrevista ao Bahia Notícias nesta segunda (3).
"Eu não conhecia antes. Sempre quando eu ouvia falar fala assim da Mudança do Garcia, é uma festa que é protesto. E eu disse que ia procurar conhecer mais a fundo. Eu vim procurar o coordenador Rodney para poder saber mais sobre a história da Mudança e como ele se organiza. Passou por muitas transformações, mas mesmo assim eles procuram preservar a festa tradicional do carnaval. E eu estou muito feliz por ter feito o TCC", acrescentou.
Segundo Rosana, sua paixão pela Mudança do Garcia passa pela pluralidade do bloco. "É uma festa representativa e é uma festa que abraça toda a comunidade", afirmou.
"A forma como os movimentos sociais, sindicatos, a presença dos políticos que vêm para cá. Abraça toda a comunidade, todas as ideologias, todos os movimentos. Aqui não tem separação, não tem exclusão. Qualquer pessoa pode vir, pode participar, é aberto ao público em geral", finalizou.
Para este ano, a festa tem como tema justamente as quase 10 décadas de história. Ao Bahia Notícias, o Rodney Martins, coordenador do bloco há 12 anos, pontuou a importância da conquista do título de patrimônio imaterial como uma forma de respeito e preservação do bloco, um dos mais antigos da festa baiana, e que ainda sofre com questões de logística e captação de recursos.
O filme "Ainda Estou Aqui", do diretor Walter Salles, venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional de 2025, e a Deputada Estadual, Olivia Santana, comentou sobre a premiação, na Mudança do Garcia, nesta segunda-feira (3).
A deputada celebrou o feito do filme e exaltou tanto a atuação de Fernanda Torres como a direção de Walter Salles: “Ela foi gigante, ela puxou filme, óbvio, foi uma obra maravilhosa, muito bem feita, muito bem estruturada. O Walter Salles tem todo o mérito e mereceu receber o Oscar de melhor filme estrangeiro”, afirmou.
Olívia falou também sobre a vitória de Mikey Madison como melhor atriz, protagonista do longa "Anora" e comentou sobre as expectativas para o prêmio. “A gente merece mais, mas a tradição da Academia é premiar filmes norte-americanos e artistas norte-americanos. Então, a Fernanda Torres não levou. A gente imaginava que Demi Moore até poderia, mas eu quero dizer que isso não tira, em nada, o brilho e a presença marcante de Fernanda Torres no cinema brasileiro”, exaltando o trabalho da atriz brasileira.
O Carnaval de Salvador em 2025 celebra marcos importantes. Além dos 40 anos de Axé Music, a folia abre espaço, mais uma vez, para o desfile da Mudança do Garcia, que completa 95 anos de existência, e busca, junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o reconhecimento da festa como patrimônio imaterial.
Para este ano, a festa tem como tema justamente as quase 10 décadas de história. Ao Bahia Notícias, o Rodney Martins, coordenador do bloco há 12 anos, pontuou a importância da conquista do título de patrimônio imaterial como uma forma de respeito e preservação do bloco, um dos mais antigos da festa baiana, e que ainda sofre com questões de logística e captação de recursos.
“O tema desse ano, a Mudança do Garcia, ela faz 95 anos. Esse ano, comprovadamente, apesar de já existir antes disso, já ter a sua existência antes desse tempo. E a gente precisa de respeito. Nós somos mais antigos, acho que mais até do que o Filho de Gandhy, e a gente não tem o respeito pelo que nós somos. [Temos] dificuldade para conseguir aprovar os projetos da prefeitura, dificuldade de logística, de infraestrutura. A gente está tentando agora uma patrimonialização imaterial que já está em processo.”
O coordenador acredita que a festa ter o estigma de um “movimento de esquerda”, acaba dificultando os processos junto a prefeitura, mas para Rodney, a Mudança do Garcia tem espaço para todos, desde que não haja preconceitos.
“Claro que o governo do estado nos dá uma assistência macro, sem o governo do estado a gente não ia sair, a prefeitura a gente já não tem tanto apoio, talvez porque a mudança do Garcia seja caracterizada como movimento de esquerda. Mas também é de direita, é o local do protesto, da irreverência. A Mudança do Garcia é do povo, todo mundo pode vir aqui protestar, não vai sofrer violência, não vai sofrer homofobia, não vai sofrer intolerância, nada. Todo mundo aqui tem direito de botar a boca no mundo, claro que com respeito.”
Morador da Ilha de Itaparica, o aposentado Carlos Gonçalves é figura presente na Mudança do Garcia, no carnaval de Salvador, há mais de 20 anos. Nesta segunda-feira (12) não foi diferente, ele participou do bloco trajado como Preto Velho.
Em conversa com o Bahia Notícias, ele contou que todos os anos vai à Mudança homenageando a entidade como forma de valorizar a cultura afro. “Somos a população mais negra fora da África”, pontuou. Na visão de seu Carlos, falta “conhecimento” à população quanto à simbologia do próprio Preto Velho e da cultura afro-brasileira.
Nas religiões de matrizes africanas, os Pretos Velhos representam os ancestrais africanos que foram escravizados e viveram nas senzalas, e morreram no tronco ou de velhice. São entidades que gostam de contar histórias do tempo do cativeira e refletem características como humildade, paciência e sabedoria. São tidos também como grandes conselheiros.
Presente na Mudança do Garcia, no carnaval de Salvador, nesta segunda-feira (12), a presidente da Associação dos Professores Licenciados de Feira de Santana (APLB Feira), Marlede Oliveira, afirmou que a situação da educação no município é grave.
Segundo a sindicalista, o prefeito Colbert Martins (MDB) quer utilizar precatórios do Fundo de Desenvolvimento da Educação Fundamental (Fundef), atual Fundeb, para construção de um hospital municipal.
“Ele está pegando o dinheiro da educação para colocar no hospital que vai ser construído, o municipal, que ele prometeu lá na campanha e nunca fez. Então agora ele lançou no edital, que vai fazer um hospital com os recursos do Fundo de Educação”, denunciou em entrevista ao Bahia Notícias.
Marlede Oliveira ainda afirmou que embora os recursos para pagamento dos precatórios tenham sido liberados em 2018, ainda na época da gestão do ex-prefeito José Ronaldo, os professores ainda não receberam. “Nesse sentido a gente tem ido para Justiça, vai chegar mais verba agora da segunda parcela dos precatórios, vai chegar R$ 38 milhões, aí nós conseguimos uma vantagem positiva para nós que foi bloquear, já ter antecipado esse recurso”.
O tratamento recebido por Davi dentro da casa do Big Brother Brasil 24 tem ultrapassado o muro do entretenimento e feito diversas figuras públicas se manifestarem, a exemplo da deputada federal Alice Portugal (PCdoB). Telespectadora do programa, neste domingo (11) ela publicou nas redes sociais o momento em que o baiano ameaçava sair, e escreveu que o racismo vivido pelo rapaz aqui fora é refletido e repetido dentro do reality show.
Questionada pelo Bahia Notícias nesta segunda-feira (12), durante a Mudança do Garcia, sobre a possibilidade de o BBB ter se tornado uma verdadeira arena de disputa de posições políticas, Alice afirmou não ser possível ficar calada diante da situação vivida pelo motorista de aplicativo.
“Nós sabemos que aquele é um programa onde o confinamento induz a conflitos, mas chamou atenção da sociedade brasileira que o conflito ele dispare um gatilho de cunho racista, elitista, de uma maneira persectora, cruel com esse jovem negro, baiano, alegre, de sentimentos nitidamente puros”, comentou.
“Então aquilo nos constrange e ainda há um processo de catapultar o preconceito para os baianos como um todo, então não é à toa que o Brasil está se pronunciando, o movimento anti-racista se pronunciando, e evidentemente ele ganhando essa adesão dentro daquele circuito do programa. Acredito que possa servir de maneira educativa, o que está acontecendo ali, que é realmente uma crueldade, o preconceito. O rapaz, não pode abrir a boca pra nada, pra sorrir, para chorar, para gritar, para adoecer. Ele está errado por existir. E isso não dá para realmente aceitar calado e eu não só como baiana, mas como alguém que é aderente a luta antirracista de forma conceitual, não posso ficar calada diante daquilo”.
A urgência para preservação ambiental e o convívio harmônico com a natureza foram as escolhas da fantasia pensada pelo ator Demian Reis, para brincar e protestar na Mudança do Garcia nesta segunda-feira (12). Integrante do bloco Paxamama, ele chegou ao tradicional evento do carnaval de Salvador vestido de árvore.
“Para lembrar que sem as florestas não tem vida para o ser humano, nenhum animal, nenhum ser vivo. As florestas são a fonte a partir do qual tudo pode acontecer, agora sem elas nada vai acontecer. Então é para trazer a importância, a urgência, a prioridade que são as florestas e, particularmente, as florestas brasileiras que são cuidadas pelos povos originários”, explicou em entrevista ao Bahia Notícias.
Ao pontuar que os povos indígenas cuidam da floresta e guardam com ela uma convivência harmônica, criativa, espiritual e cultural, Demian Reis criticou a relação do “homem branco, patriarcal, ocidental, capitalista”, que, para ele, tem lidado com a natureza e animais “unicamente como recurso”.
Sobre a preservação ambiental na capital baiana, o ator classificou o cenário como “problemático”. “Salvador, por exemplo, onde o prefeito liberou diversas áreas verdes no momento em que o mundo e as cidades cosmopolitas do mundo estão preservando as árvores. O BRT é um exemplo, mas outro exemplo foi nessa gestão aqui agora foram liberadas diversas áreas verdes para a construção de prédios, então a especulação imobiliária infelizmente passa por cima de toda a proteção florestal, inclusive APAS”, disse.
“Tudo é dinheiro. No final, o consumismo humano, o antropocentrismo humano é o grande mal a ser combatido. Nós não somos o centro do universo porra nenhuma, nós somos uma parte e a gente tem que ser satisfeito e ser muito grato por ter a oportunidade de estar vivo junto com tantos seres maravilhosos”, criticou.
A definição do nome para o cargo de vice da chapa encabeçada por Geraldo Júnior (MDB) para a disputa das eleições de Salvador será tomada após o Carnaval da Bahia. De acordo com a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB), os partidos, que inclui o PT, ainda não chegaram a um consenso, mas que deverá ser uma pessoa negra, sendo a própria parlamentar entre as opções. Ela marcou presença no bloco Mudança do Garcia, nesta segunda-feira (12), quinto dia do Carnaval de Salvador.
"Os partidos estão discutindo e vão chegar a um consenso sobre o nome que possa compor a vice de Geraldo Júnior. Depois do Carnaval essa pauta vai ser definida e a base do governo aliada vai partir para uma campanha com a chapa mais completa. O PCdoB marcha com esse projeto", afirmou em entrevista ao Bahia Notícias.
No final de janeiro deste ano, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), sancionou a lei que proíbe o uso de pistolas de água e objetos similares durante a folia na capital baiana. Olívia Santana foi a autora do projeto, que teve aprovação unânime na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). A inciativa foi por conta de uma cena que viralizou no Carnaval do ano passado feita durante a passagem do bloco As Muquiranas, quando uma mulher foi cercada por um grupo de homens e além de ser atingida pelos jatos de água das pistolas, foi empurrada e agredida fisicamente.
"Para mim agora, o mais importante é que a lei foi aprovada. Estou muito feliz com isso, porque no começo eu fui muito critica, incompreendida, houve muita tentativa de desqualificação da importância desse projeto. Hoje a gente vê crescer a adesão. Todo mundo agora entende que isso foi fundamental para melhorar o Carnaval da Bahia. Eu passo nas ruas e as mulheres, as pessoas LGBT agradecem. Também tenho que agradecer os políticos que foram convencidos no processo, porque na hora da votação a gente precisou do apoio de todo mundo. No começo foi difícil, mas depois a gente conseguiu, votou e aprovou. Quero destacar o que governador Jerônimo compreendeu de pronto e disse: "Se vai ser bom para as mulheres, conte comigo que vou ajudar". E ele ajudou, fez essa regulamentação da lei. Todo mundo se juntou e a gente teve um resultado bacana. O que significa que quando se quer, é possível sim fazer políticas que alteram as relações culturais de discriminação, exclusão e temos que continuar nisso", comentou.
A cantora, compositora e historiadora Juliana Ribeiro, figurinha carimbada na Mudança do Garcia, marcou presença na edição da festa em 2024 e relembrou um momento importante vivido na celebração, que é uma tradição na segunda-feira de Carnaval em Salvador.
Em entrevista ao Bahia Notícias nesta segunda (12), a artista celebrou a resistência do bloco, um dos mais antigos da cidade que vem sendo realizado há 98 anos, e que há quase 10 foi renomeado de Circuito Riachão em homenagem a um dos maiores nomes do samba.
"Eu venho desde que era mudança do Garcia e não circuito Riachão, aqui se tornou circuito de Riachão em 2014 para 2015 e eu tive a honra de estar puxando esse trio com Riachão, a gente abriu a Mudança com Riachão em cima do trio comigo, e a gente adentrou no Campo Grande e institucionalizou. Então, a partir daquele ano, a mudança do Garcia passou a se chamar Circuito de Riachão, e ele ficou muito feliz, porque essa homenagem foi feita em vida. Eu acho que isso é fundamental", contou.
Juliana, que participa do Microtrio de Ivan Huol ainda falou sobre a oportunidade de continuar participando da festa de diversas formas. "Todos os anos que eu estou aqui, seja puxando o trio, seja me divertindo e em geral fazendo trios. Esse ano, comigo, o trio mais uma vez. E acho que a Mudança do Garcia é esse lugar fundamental do Carnaval, onde as verdades, as necessidades, o que é de verdade que passa. Então, a gente não pode esquecer disso."
Para a cantora, a Mudança do Garcia é o espaço de surpresas e da essência da folia na capital baiana. "O Carnaval sempre foi esse lugar onde você pode protestar, você pode se expressar, onde você pode se travestir, é a verdade do Carnaval, e a gente perdeu isso quando a gente institucionalizou o Carnaval, todo mundo de abadá. Então se você vier na Mudança do Garcia você vai perceber muito o citado, e é por isso que é tão especial."
Pré-candidata a vereadora de Salvador, Aladilce Souza (PCdoB) prometeu lutar para que o circuito Riachão, onde desfila o tradicional bloco Mudança do Garcia, receba o mesmo tratamento dos principais circuitos do Carnaval de Salvador, Dodô (Barra-Ondina) e Osmar (Campo Grande), caso voltasse à Câmara. A atual vice-presidente do partido marcou presença nesta segunda-feira (12), quinto dia da folia na capital baiana, na atração.
"É como se discriminasse o circuito. Aqui é um circuito oficial. Estamos aqui para reforçar, vai ter a patrimonialização da Mudança. Espero que se eu voltar para a Câmara, vou brigar que o mesmo tratamento que os circuitos Dodô e Osmar têm, que o circuito Riachão também tenha, porque merece. É uma manifestação popular e espontânea de um povo que também paga imposto e merece ter de volta. Não é para ter carro estacionado, tem que ter ordenamento, tem que ter iluminação garantida. Tudo isso são coisas que a gente vem conseguindo aos poucos com muita dificuldade e eu espero que com esse investimento e patrimonialização e de outras coisas que a gente possa fazer aqui seja tratado com toda dignidade que merece em homenagem ao nosso grande Riachão", afirmou em entrevista ao Bahia Notícias.
Aladilce exerceu quatro mandatos na Câmara Municipal de Salvador entre 2000 e 2016. Ela foi idealizadora do projeto de lei que batizou o circuito de Riachão em 2015. O sambista soteropolitano nasceu em 1921 no bairro do Garcia. Ele já cantava em serenatas ou batucadas do bairro desde os nove anos e compôs sua primeira canção aos 12. Diversas músicas feitas por ele foram interpretadas por cantores como Caetano Veloso e Gilberto Gil.
"A Mudança vai fazer 100 anos daqui a dois anos, tem 98 anos. Nasceu como um movimento em protesto aqui no bairro, por terem expulsado uma prostituta daqui, e isso vem se repetindo ano após ano. A marca da Mudança tem sido da oposição, do protesto, das reinvindicações que ficam contidas durante todo o ano e essa exclusão de criatividade e alegria, mas faltavam recursos. Eu sempre participei aqui e quando vereadora os coordenadores me procuraram para ajudar a mediar a relação com a Prefeitura para conseguir recursos e botar um trio. A Mudança sempre foi vista meio de canto de olho, exatamente por causa da marca. Então, eu fiz o projeto de lei e como Riachão era daqui e morava aqui, batizamos de circuito Riachão, que ao mesmo tempo a gente reconhece esse movimento político-popular que acontece no Carnaval. É o maior bloco e reconhece também o patrimônio que é Riachão para o povo brasileiro. A partir daí começamos a cobrar mais da Prefeitura que botasse banheiro químico", comentou a ex-vereadora.
Um dos mais antigos e tradicionais de Salvador, o bairro do Garcia fica localizado no Centro da cidade ao lado do circuito Osmar. A Mudança do Garcia tradicionalmente sai do fim de linha do bairro, Rua Prediliano Pitta, e segue em direção até chegar no Campo Grande. Dentre as atrações, está a cantora Cláudia Costa e diversos grupos de samba.
Com mais de 90 anos de existência, a Mudança do Garcia participa de mais uma segunda-feira no Carnaval de Salvador. O bloco tradicional tem como marca levar samba e protesto para a avenida. Para 2024, o tema escolhido é "Patrimônio Imaterial da Bahia".
Na última sexta-feira (9), inclusive, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) publicou uma notificação que visa a patrimonialização da Mudança do Garcia. Em entrevista ao Bahia Notícias nesta segunda-feira (12), Rodney Martins, coordenador falou sobre a proposta.
"A gente está caminhando devagarzinho. Já conseguimos a aprovação do Circuito Riachão, é lei. E a patrimonialização agora com a documentação de que a Mudança com certeza tem mais de 90 anos, porque temos um jornal de 1930 publicitando já a saída da Mudança", disse.
Apesar da lei, o coordenador ressalta que a patrimonialização pode ajudar o bloco a ser mais respeitado pelos governantes. Segundo ele, a lei não é cumprida. "Mais respeito dos governantes no tocante, a poda das árvores, segurança de trânsito que não tem. A gente tem um circuito só no nome, é lei, mas a lei não é respeitada, porque as ruas não são fechadas, não tem o acesso só de moradores, então a gente é invadido por ambulantes, então tem que ter uma certa ordem", disse.
"É circuito, no papel e na verdade não funciona como circuito, e cabe a nós moradores e coordenação da Mudança do Garcia fazer esse ordenamento de trânsito de ambulantes", acrescentou.
Rodney também citou o financiamento do bloco e esclareceu sobre as verbas que são destinadas pelo poder público.
"Nós temos um financiamento do governo do estado, e esse ano tivemos um financiamento da prefeitura, porque o pessoal bota na transparência 'verba destinada para a Mudança do Garcia', mas essa verba não vem para a coordenação, essa verba vem para amigos de políticos, amigos de vereadores, que querem sair na Mudança e conseguem emendas só que caem na conta da coordenação. E a coordenação fica com o mínimo. Só que faz o gestor com o mesmo ônus do que sai, daquele que faz acontecer", disse.
Com previsão de saída pontual às 12h45, a Mudança do Garcia segue em direção ao Campo Grande com atrações como Cláudia Costa, que puxa o principal, além de Eduardinho FM, Eduardinho Fora da Mídia e Nonato, que é presidente da Liga de Samba Junino.
O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) publicou, na edição do Diário Oficial desta sexta-feira (9), uma notificação pública que visa a patrimonialização da Mudança do Garcia.
O Ipac concedeu um Registro Especial provisório ao grupo. A decisão de tornar o tradicional bloco em patrimônio cultural do estado de forma definitiva depende do aval do governador Jerônimo Rodrigues.
Os técnicos do Ipac vão dar continuidade ao processo de patrimonialização com visitas técnicas, registros fotográficos, entrevistas com a comunidade e demais envolvidos, dentre outras atividades, para elaborar o dossiê com os estudos.
Conhecida pela irreverência e críticas sociais, a Mudança do Garcia sai sempre na segunda-feira de Carnaval, no circuito Osmar, no Campo Grande, e está prestes a completar 100 anos.
O bloco surgiu em 1926, com o nome Arranca-Tocos, criado por ex-policiais. Depois, passou a ser chamado Faxina do Garcia e, mais tarde, já na década de 1950, ganhou seu nome definitivo.
A versão mais popular do surgimento do bloco diz que uma prostituta decidiu se mudar do bairro em uma segunda-feira de carnaval, depois de ter sido expulsa pela elite da sociedade da época. A partir disso, na segunda-feira de todos os carnavais, moradores do bairro fazem o movimento, lembrando a mudança da mulher.
ILÊ AIYÊ
Recentemente o governador Jerônimo Rodrigues autorizou o processo de patrimonialização do Bloco Ilê Aiyê como bem cultural imaterial do estado da Bahia. O ato aconteceu durante a 43ª Noite da Beleza Negra, no dia 13 de janeiro deste ano. O evento deu início às celebrações oficiais de 50 anos do bloco afro na Bahia.
As ações de conscientização da campanha "Respeito é Nosso Direito" foram realizadas nesta segunda-feira (20), na Mudança do Garcia, no Carnaval de Salvador. Promovida pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), em parceria com a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), a campanha faz um alerta para a importância de combater a violação de direitos na folia momesca.
Na saída do bloco, as equipes de mobilização da SJDH distribuíram material informativo para os foliões com foco no trabalho infantil e exploração sexual, tráfico de pessoas e trabalho escravo.
“A mudança do Garcia é esse encontro do Carnaval popular, da manifestação e da democracia. Aqui a gente tem a oportunidade de trazer a nossa campanha sobre direitos humanos, sobre a defesa e proteção dos direitos humanos para o Carnaval e levar para os foliões a importância de combater os diversos tipos de violência”, ressaltou o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas.
As mobilizações estão sendo realizadas desde quinta-feira (16), no início do Carnaval, com abordagem de foliões e trabalhadores, como também no atendimento para os casos de violações de direitos através do Plantão Integrado dos Direitos Humanos. As equipes de mobilizadores estiveram nos postos da Lapa, Pelourinho, Terminal Náutico, Circuito Barra-Ondina e Campo Grande. As abordagens permitiram ainda a identificação de situações de vulnerabilidade/risco social e os sujeitos foram orientados e encaminhados para os órgãos que compõem a Rede de Proteção.
“A SJDH vem dando continuidade as ações de Carnaval também na Mudança do Garcia, com o objetivo de fortalecer a campanha de conscientização contra o trabalho infantil e a exploração sexual e o combate a violação de direitos em outras categorias como LGBT, pessoa idosa, pessoa com deficiência, trabalho escravo e tráfico de pessoas. Estamos fazendo essa mobilização com a distribuição de material e de pulseirinhas para que as pessoas fiquem atentas e sejam sensibilizadas para denunciar toda e qualquer situação de violação de direitos”, afirmou a coordenadora de Proteção a Criança e ao Adolescente da SJDH, Iara Farias.
A foliã de Salvador, Josemeire Souza, que participou do desfile da Mudança do Garcia ao lado da filha adolescente, destacou que as pessoas podem se divertir na festa e que devem também proteger as crianças e os adolescentes. “Estamos aproveitando o Carnaval, mas é importante nós protegermos as nossas crianças e adolescentes. Precisamos ficar atentos e ter todo o cuidado com eles neste Carnaval”, ressaltou a foliã.
Comemorando 80 anos, a Mudança do Garcia é um dos blocos mais antigos e tradicionais do Carnaval de Salvador que leva para a avenida diversas manifestações culturais e populares com muita irreverência.
Vestido de morte em crítica à reforma da previdência, o servidor público Freitas Júnior saiu na Mudança do Garcia, nesta segunda (20) de Carnaval. Para ele, as novas regras trouxeram muitos prejuízos para o trabalhador brasileiro.
“Muita gente está trabalhando há muito tempo, fazendo sua contribuição e não sabe se vai se aposentar dignamente. Se o governo Lula tem compromisso com o trabalhador que sustenta esse país, vai mudar essa realidade”, disse.
Freitas Júnior desfila há 20 anos no Centro de Salvador. “Eu saio fantasiado, sempre trazendo um cartaz de protesto. É protesto com irreverência”, completou.
Secretário de Cultura do Estado da Bahia, Bruno Monteiro defendeu o tombamento da “Mudança do Garcia”, entidade carnavalesca mais antiga em atividade em Salvador.
“O processo de tombamento é uma responsabilidade do IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia), que é ligado à Secretária de Cultura. É uma reinvindicação justa, pois é o bloco mais antigo do Carnaval. Claro, que passa por uma análise técnica, mas enfim, é uma reinvindicação muito justa”, disse em entrevista ao Bahia Notícias.
Para os poucos que não conhecem a Mudança do Garcia, não se trata de um bloco afro, infantil ou musical. É de contestação e que faz protestos no meio da folia momesca, como destaca Bruno Monteiro.
“Participo da Mudança do Garcia há 20 anos. Sempre me senti muito a vontade. Essa é a essência da cultura. A rebeldia, a reinvindicação e o protesto. E a gente é feito disso. Eu sou um militante político desde que me entendo por gente. Então aqui une tudo e tem essa força que eu acho que é uma sustentação de nossa cultura”.
Marcada pela irreverência, protesto com bom humor e reflexões, a Mudança do Garcia traz personagens que reforçam esse sentido. Um deles é o contador Chico Pontes, de 73 anos, que foi fantasiado com uma plaquinha escrita "O que sobrou da pandemia". Abordado pela reportagem do Bahia Notícias, o folião destacou a importância de se divertir e passar mensagens de reflexão na folia.
"Todo ano eu saio, procuro um tema para sair dentro do contexto do momento. A pandemia foi um momento de reflexão para todas as pessoas. Sempre curti minha vida, trabalhei, sou bacharel em Ciências Contábeis, mas na pandemia o mundo parou. As pessoas agora estão dando valor à vida, minha esposa está ali comigo. Sempre procurei trabalhar, viver, gastar e recolher meu INSS para ter minha vida tranquila", declarou.
A Mudança do Garcia é uma tradição no Carnaval de Salvador. Um dos mais antigos blocos da folia, reúne diversas manifestações culturais e populares.
Petroleiros pediram a redução do preço dos combustíveis, na segunda (20) de Carnaval, na Mudança do Garcia. O diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Paulo César Martin, na ocasião, pontuou que é necessário “abrasileirar” o preço do combustível.
“Setenta por cento do preço dos combustíveis o refino é da Petrobras. Hoje, o combustível mais caro é da Reman [Refinaria Isaac Sabbá], no Amazonas, e depois o da (RLAM) [Refinaria Landulpho Alves], na Bahia, todas as duas refinarias privatizadas. Isso demonstra que a privatização é só para aumentar o lucro de quem vai comprar e garantir aos importadores que eles coloquem o preço do combustível que querem. A melhor proposta é abrasileirar o preço do combustível”, disse.
Martin ainda defendeu que a composição do valor cobrado pelo combustível observe que “setenta por cento de todos os custos do refino em produção de petróleo é nacional”.
“O trabalhador recebe em moeda nacional. Somente trinta por cento é custo internacional, atrelado ao dólar. Então o que você tinha que ter era uma composição de preços que representasse essa condição”, completou.
Somando mais de 50 anos de tradição, a Mudança do Garcia segue concentrada no fim de linha do bairro, nesta segunda-feira (24), com seus blocos de protesto, personagens fantasiados e o folião assíduo, que não deixa nenhuma edição passar em branco. A saída dos trios estava marcada para as 11h, mas houve um atraso no Circuito Riachão.
Dentre as figuras tarimbadas na folia engajada da Mudança, que este ano tem “Intolerância Zero” como tema, estão Divina Valéria (clique aqui) e o ator George Washington (clique aqui), que nasceu na liberdade, mas sempre vai ao bairro do Centro de Salvador.
Até as 12h, o movimento de blocos de protesto foi menor em relação ao carnaval passado, mas o movimento na via principal do Garcia é intenso.
Figurinha tarimbada no carnaval de Salvador, a atriz e cantora transformista carioca Divina Valéria acompanhou mais uma Mudança do Garcia, nesta segunda-feira (24), e comparou a festa no passado e atualmente.
“Participei tanto do carnaval da Bahia, que hoje eu sinto um carnaval diferente. Houve uma mudança, não tem mais aquela coisa tradicional do carnaval, da Mudança. É porque entrou muita gente que nem sabe o que é a Mudança do Garcia e eu que frequento há muitos anos, lógico que encontro uma diferença muito grande. Mas não deixa de ser uma coisa animada, ainda é uma coisa que resta do carnaval antigo e é isso aí”, avaliou a artista, lembrando que está presente na folia há mais de quatro décadas. “São 46 anos [de carnaval], eu fui homenageada pelo prêmio Dodô e Osmar há seis anos, pelos meus 40 anos de carnaval e são 12 anos de Bloco do Jacu. Hoje em dia eu venho pra Bahia mais pra olhar de fora, não participo muito como antes”, contou.
Divina Valéria destacou ainda a importância do “Intolerância Zero”, tema da Mudança do Garcia este ano. “É sempre importante alertar as pessoas porque essas coisas não tem que existir. Preconceito contra cor, contra pobreza, LGBT, contra todas as minorias”, disse a atriz, destacando que é inadmissível a violência, sobretudo no carnaval, “um momento de alegria, que as pessoas saem para se divertir”.
Já no carnaval de 2014,o autor de sambas famosos como Cada Macaco no Seu Galho, Vá Morar com o Diabo e Retrato da Bahia foi homenageado pelo cortejo histórico da Mudança do Garcia.
A homenagem ao cantor dando seu nome ao circuito já tinha sido feita pelo Conselho do Carnaval, no mesmo ano.

Publicação da ComCar no Diário Oficial que aprova o nome de Juliana Ribeiro (clique aqui para ampliar)
Na época, o presidente do Conselho, Pedro Costa, afirmou que a exceção ficaria por conta dos artistas que fossem “considerados por escrito como de relevante interesse para a festa momesca”. Como Juliana Ribeiro foi financiada pela Secretaria de Cultura do Estado (Secult) para apresentação em trios independentes nos circuitos Osmar (Campo Grande) e Dodô (Barra) e show no Largo do Pelourinho, o órgão alegou “duplicidade de fonte pagadora”, mesmo após o julgamento do projeto – que durou cerca de 30 dias e contou com a participação do próprio ComCar, da Empresa Salvador Turismo (Saltur), do governo do Estado, da Câmara Municipal, do Sindicato dos Músicos, da Federação das Entidades Carnavalescas, da Associação Baiana dos Artistas Notórios (Aban), da sociedade civil com conhecimento referencial musical, além da Coordenadoria Executiva do Carnaval –, aprovação e publicação do nome da cantora no Diário Oficial do Município, no dia 5 de janeiro. O Bahia Notícias não conseguiu entrar em contato com nenhum dos membros do Conselho, mas a assessoria de imprensa do órgão informou que o decreto já previa a impossibilidade da apresentação para todos os artistas na mesma situação e que a inscrição para o edital havia sido feita sob ciência do requisito. “O ComCar (Prefeitura) alega que não pode pagar os artistas que passaram no edital do Trio Pipoca (Secult-Estado) por haver duplicidade da fonte pagadora. Como assim? Um é municipal e outro estadual! E nessa desorganização, artistas como eu, Márcia Short, Clécia Queiroz, Neto Balla, Gal do Beco, Cláudia Costa, entre outros, fomos super prejudicados neste carnaval”, protestou Juliana na postagem.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.