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Os criminosos dos complexos do Alemão e da Penha, vinculados a facção do Comando Vermelho (CV) montaram um ponto de observação na Serra da Misericórdia, região de mata entre os dois complexos, com vista privilegiada para vias importantes, como a Estrada Adhemar Bebiano, e comunidades da região. O registro foi feito pela Agência O Globo nesta sexta-feira (7), que marca 10 dias desde a megaoperação contra a facção na região.
Na ocasião, a Operação Contenção mobilizou 2.500 policiais nos complexos do Alemão e da Penha na tentativa de cumprir mais de 100 mandados de prisão e outros mandados de busca e apreensão na região. Foi justamente na Serra da Misericórdia em que a maioria dos mais de 120 suspeitos foram mortos na ação.
A estrutura registrada pela reportagem é de madeira, coberta por telhas de alumínio, e um dos suspeitos aparece com uma roupa camuflada. O “QG” foi instalado ao lado de uma pedreira, no Engenho da Rainha, atrás da Favela da Flexal, outra comunidade dominada pelo CV. O suspeito fica num ponto isolado, acima das casas, em meio a árvores e rochas.
Segundo informações da Polícia Militar, foi pela mesma área, no Engenho da Rainha, que policiais do 3º BPM (Méier) entraram no Complexo do Alemão no último dia 28, na tentativa de “encurralar” os alvos na Serra da Misericórdia, onde também seriam recebidos por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope). A estratégia foi definida pela polícia como “Muro do Bope”.
Incursões em direção a essa área de mata também ocorreram pela Penha e pelo Alemão, contando com os batalhões de Choque, de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom) e de Irajá (41º BPM), além de agentes da Polícia Civil.
Segundo o jornal O Globo, desde o dia da ação policial, o Disque Denúncia já recebeu 327 denúncias relacionadas às regiões do Alemão e da Penha.
Quase 70% dos cariocas concordaram com a megaoperação da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PM-RJ) nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte, contra a facção do Comando Vermelho. É o que dizem os dados da Paraná Pesquisas, divulgados nesta sexta-feira (31). A pesquisa ouviu 800 habitantes da capital fluminense por entrevistas pessoais no dia 30 de outubro (quinta-feira) e, segundo os resultados, 69,6% dos cidadãos foram a favor das ações, frente a 25,8% que se disseram contra e 4,6% não souberam responder.
Questionados quanto à realização de mais megaoperações policiais como a Operação Contenção, megaoperação desta terça-feira (28), que já se tornou a mais letal da história do Brasil, 67,9% dos entrevistados se disseram a favor da realização de novas operações. 26,6% se disseram contra e 5,5% não souberam responder ou não opinaram.
Sobre o impacto da operação em questão na redução ou combate a criminalidade/violência, a maioria dos cidadãos entrevistados, cerca de 53,1%, responderam que as operações “estão ajudando a reduzir a criminalidade”; 41,6% responderam que "estão agravando a violência" e 5,3% cariocas não responderam.
A Paraná questionou ainda sobre a ação de agentes policiais durante a megaoperação. Para 60,1% dos moradores do Rio, não houve exageros por parte das forças policiais, enquanto para 29,4% houve sim exageros e 7,0% dos cariocas apontaram exageros, em partes. Outros 3,5% não souberam responder.
DESDOBRAMENTOS POLÍTICOS
Os entrevistados também avaliaram a gestão do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na área de segurança pública, especialmente no combate ao tráfico de drogas.
Entre os moradores da capital fluminense, 33,4% consideraram a atuação de Castro como positiva, sendo 14,0% “ótimo” e 19,4% “bom”. 32,5% consideraram negativa a gestão de segurança do governador, sendo que 8,1% a definiram como ruim e 24,4% como péssima. Outros 30,6% definiram as políticas estaduais como “regulares”. 3,5% não souberam responder.
No caso de Lula, os cariocas consideram, majoritariamente, que as políticas federais de segurança pública são negativas, cerca de 56,1% dos entrevistados, considerando que 45,0% definiram como “péssimas” e 11,1% como “ruins”. 26,5% definiram a gestão de segurança nacional como “regular” e 14,2% deram respostas positivas, sendo 5,9% “ótimo” e 8,3% “ruim”. Outros 3,3% não souberam responder.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) garantiu que vai investigar as ações de policiais militares durante a megaoperação que deixou mais de 120 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (29), o procurador-geral de Justiça do estado, Antônio José Campos Moreira, afirmou que determinou a verificação das câmeras corporais utilizadas por policiais que participaram da ação.
"O MP atuará com profunda independência, exercendo com responsabilidade critério as suas funções constitucionais. Como servidores públicos, temos o dever de apurar esses fatos com rigor. E isso será feito, sem estabelecer premissas", afirmou Antônio José Campos Moreira. As informações são do g1.
Em resposta a fala do secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, que disse ter perdido parte dos registros das câmeras devido à duração limitada das baterias dos equipamentos, Moreira destaca que o acesso e a checagem das imagens são parte essencial da apuração sobre as mortes ocorridas durante a ação.
Campos Moreira afirmou que o MP requisitou um relatório detalhado sobre o efetivo policial empregado, com a descrição das armas utilizadas, munições apreendidas e projéteis recolhidos. Todo o material será submetido a perícia balística. A duração das baterias das câmeras corporais dos policiais também serão apuradas, segundo o procurador-geral.
Conforme o procurador-geral, o Ministério Público já formalizou o pedido de verificação e terá promotores acompanhando os depoimentos de policiais e as perícias em curso. “Já está em curso o pedido de verificação das câmeras corporais, que para nós é muito importante. Esse promotor que está no IML e dois colegas vão acompanhar todos os depoimentos em sede policial”, afirmou Campos Moreira.
Sobre a retirada dos corpos e preservação da cena, o procurador-geral destacou que a ação dos moradores, que retiraram os corpos de uma região de mata em direção a uma praça pública, dificulta, mas não inviabiliza a perícia. “A rigor são duas perícias distintas. Uma seria a do local, que exige a preservação. Entendemos a dificuldade dessa preservação, não estamos em um ambiente urbano, estamos em uma mata. O ideal é que o local do crime seja preservado. Isso dificulta, mas não inviabiliza a apuração”, disse.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), comentou sobre os resultados da “megaoperação” da Polícia do Rio de Janeiro contra a atuação do Comando Vermelho na capital fluminense. Em declaração dada nesta quarta-feira (29), o gestor estadual destacou a preparação para possíveis reações do crime organizado na Bahia.
“Na Bahia, nós nos preparamos para qualquer tipo de reação que pudesse acontecer aqui. O secretário Marcelo está acompanhando por minuto essa situação”, afirma. Ele afirmou ainda que o exemplo deixado pelo Rio de Janeiro, que, nesta ação, protagonizou a operação policial mais letal da história brasileira, deve pautar as revisões metodológicas das polícias em todo o país.
“Outra fotografia posta é que a forma como se deve tratar temas como este. Não deve ser com a força bruta desse formato, esse modelo é possível que não sirva. Nós temos que ter a unidade entre governo federal, governo do estado, para fortalecermos as forças estaduais”, destacou. O governador completa afirmando que, até o momento, a SSP-BA “dá conta” da demanda de gestão de segurança, sem necessitar de suporte nacional.
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“Não há previsão de nenhum pedido de reforço aqui na Bahia, nós damos conta do que nós estamos fazendo. A Secretaria de Segurança Pública está preparada com a inteligência, com a Polícia civil, com a Militar, para poder evitar que qualquer tipo de ação repercuta aqui”, completa.
Jerônimo comentou ainda sobre a identificação de sete suspeitos baianos entre os alvos da ação no Rio de Janeiro.
“O fato de termos baianos envolvidos, isso é a mobilidade deles. Eles mandam os representantes de um canto para outro e a ordem que eu dei ao Marcelo [Werner, secretário estadual de Segurança Pública] era poder acompanhar, porque a responsabilidade é da Polícia do Rio de Janeiro, mas podemos acompanhar para ver o que nós, enquanto Estado da Bahia, podemos ajudar nessa situação, ver esses sete que estão lá colocados como baianos, que tipo de atuação eles têm aqui, para a gente também botar inteligência para poder acompanhar”, destacou o governador.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Hugo Motta
"Eu não vou fazer pré-julgamento. Não sei ainda a motivação nem qual foi a busca. Apenas recebi a ligação do diretor-geral da Polícia Federal. Pelo que me foi dito, parece ser uma investigação sobre questão de gabinete, mas não sei a fundo e, por isso, não quero fazer pré-julgamento".
Disse o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) ao afirmar que o Judiciário “está cumprindo o seu papel” ao autorizar operações contra parlamentares. A declaração foi feita após a deflagração de uma ação da Polícia Federal que teve como alvos o líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o deputado Carlos Jordy (PL-RJ).