MP-RJ garante independência na apuração de megaoperação e promete examinar câmeras corporais
Por Redação
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) garantiu que vai investigar as ações de policiais militares durante a megaoperação que deixou mais de 120 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (29), o procurador-geral de Justiça do estado, Antônio José Campos Moreira, afirmou que determinou a verificação das câmeras corporais utilizadas por policiais que participaram da ação.
"O MP atuará com profunda independência, exercendo com responsabilidade critério as suas funções constitucionais. Como servidores públicos, temos o dever de apurar esses fatos com rigor. E isso será feito, sem estabelecer premissas", afirmou Antônio José Campos Moreira. As informações são do g1.
Em resposta a fala do secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, que disse ter perdido parte dos registros das câmeras devido à duração limitada das baterias dos equipamentos, Moreira destaca que o acesso e a checagem das imagens são parte essencial da apuração sobre as mortes ocorridas durante a ação.
Campos Moreira afirmou que o MP requisitou um relatório detalhado sobre o efetivo policial empregado, com a descrição das armas utilizadas, munições apreendidas e projéteis recolhidos. Todo o material será submetido a perícia balística. A duração das baterias das câmeras corporais dos policiais também serão apuradas, segundo o procurador-geral.
Conforme o procurador-geral, o Ministério Público já formalizou o pedido de verificação e terá promotores acompanhando os depoimentos de policiais e as perícias em curso. “Já está em curso o pedido de verificação das câmeras corporais, que para nós é muito importante. Esse promotor que está no IML e dois colegas vão acompanhar todos os depoimentos em sede policial”, afirmou Campos Moreira.
Sobre a retirada dos corpos e preservação da cena, o procurador-geral destacou que a ação dos moradores, que retiraram os corpos de uma região de mata em direção a uma praça pública, dificulta, mas não inviabiliza a perícia. “A rigor são duas perícias distintas. Uma seria a do local, que exige a preservação. Entendemos a dificuldade dessa preservação, não estamos em um ambiente urbano, estamos em uma mata. O ideal é que o local do crime seja preservado. Isso dificulta, mas não inviabiliza a apuração”, disse.
