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"A música da Bahia tem que se reinventar, o axé principalmente", afirma Lazinho, vocalista do Olodum
Antes mesmo do movimento Axé Music começar e dar o tom do Carnaval em Salvador, os batuques do Olodum já eram ouvidos pelas ruas da capital baiana como um som revolucionário e, como o próprio Lazinho, vocalista da banda, classificou: problemático. Isso por que o Olodum sempre saiu nas ruas com canções de protesto e poesias musicadas, sentido contrário das músicas comerciais de hoje em dia.
Em 2025, a Axé Music completa 40 anos, seis a menos que o Olodum, que sem dúvidas, foi uma inspiração para o movimento, assim como todos os blocos afro já existentes na capital baiana antes de Luiz Caldas puxar o 'Fricote' na avenida.
Para Lazinho, a reflexão que fica após anos do surgimento do movimento é a necessidade de se reinventar. Ao Bahia Notícias, o vocalista do Olodum pontuou a diferença entre a música baiana e a música afro, feita pelo Olodum e por outros blocos, que com o passar dos anos não perdeu o propósito.
"Eu acho que a música da Bahia, ela tem que se reinventar, principalmente o axé. A música afro é um pouco diferente, porque quer ou não, a gente tem um corpo de compositores. Não perdemos nossos compositores de vista, eu estou sempre pegando pelo braço e falando 'Apareça lá', 'apresente a sua música', saio na rua falando sobre a importância deles para a propagação da nossa cultura."
Foto: Bahia Notícias
Segundo o artista, muitos compositores de música afro pensaram em migrar para o axé pela facilidade em fazer dinheiro. Lazinho conta que a união fez a força neste caso, e um grupo conseguiu convencer os compositores de não "mudar de lado".
"Algumas pessoas tinham desistido, por causa do axé. Tinha desistido de fazer música e eu e uma galera criamos um grupo para trazer novos compositores e os compositores que tinham parado de compor. Se não, o mesmo que aconteceu com o axé ia acontecer com a música de Bloco Afro. Acho que a música da Bahia tem que se reinventar, o axé principalmente, que ajudou também a levar o nome da Bahia muito longe, acho que pararam um pouco no tempo, mas agora estão tentando se reencontrar. E nós vamos ajudar, porque o que for da Bahia, o Olodum vai ajudar sempre."
Em entrevista ao Bahia Notícias durante o lançamento do Festival e Música e Artes Olodum (Femadum), o músico exaltou a importância do projeto, que completa 44 anos em 2024 e é o responsável por enriquecer o repertório do Olodum, para a Bahia.
"O Femadum não é só importante para o Olodum, nem para os compositores. A importância do Femadum é para a música de Salvador, da Bahia, que até então era chamada de música regional. A criação do festival expandiu a música da Bahia através dos tambores do Olodum para o mundo, tanto que muitos artistas baianos que não apareciam na mídia nacional e internacional, e passaram a ganhar vários prêmios e destaque a partir de 1990, porque o Olodum divulgava as músicas que eram resultados do Femadum. Hoje, o Festival se tornou o maior festival de música negra da América Latina."
Foto: Divulgação
Mundialmente conhecidos através da própria música, que conquistou grandes artistas internacionais, como Paul Simon e Michael Jackson, Lazinho relembrou a primeira vez que o Olodum pisou fora do Brasil e as dificuldades que a banda passou para se tornar a referência que é atualmente.
"Eu me lembro que em 1990 nós fomos para a Europa ganhando 10 libras por dia, que era para tomar café, almoçar e jantar, mas o sacrifício que foi feito lá atrás serviu para o reconhecimento das pessoas para o Olodum, que até então era tido como uma entidade problemática que lutava por direitos. Eu acho que a importância do Olodum para a cultura da Bahia e para a música da Bahia é muito grande. Nós somos suspeitos de falar, o povo é que vê essa grandeza e nos vem, nos reportar. O Olodum é muito importante na vida do povo baiano, quer queira, quer não, é preciso assumir isso. Mas ele tem uma importância muito grande, principalmente para a mulher negra, que nós defendemos desde a nossa criação. O Olodum vem defendendo o que eles chamam de 'classe menos favorecida', nós demos voz e vez a essas pessoas."
O baiano Lázaro Ramos foi convidado pela Estação Primeira de Mangueira para participar do desfile da escola no Carnaval deste ano. O samba-enredo da agremiação carioca terá como tema "A Verdade Vos Fará Livre".
Segundo a revista Quem, se aceitar o convite, Lázaro deverá, junto com outras pessoas interpretar Jesus Cristo. "Teremos várias faces de Jesus", afirmou Rubem Machado, assessor de imprensa da escola.
A informação foi confirmada pela assessoria do artista. Que também disse que ele ainda não aceitou por questões de agenda - situação que pode ser revista e garantir a presença do baiano no sambódromo.
O presidente do Olodum, João Jorge, e o cantor Lazaro Araújo Muniz dos Santos, mais conhecido como Lazinho, serão homenageados nesta terça-feira (12) na Câmara Municipal de Salvador (CMS). O primeiro vai receber a medalha Thomé de Souza e o segundo, a Zumbi dos Palmares.
Ambas as honrarias foram propostas pelo vereador Luiz Carlos Suíca (PT). As medalhas serão entregues em cerimônia programada para 19h no plenário Cosme de Farias, no prédio da CMS, com a presença de membros do movimento negro e de diferentes setores da sociedade soteropolitana.
Tanto João Jorge quanto Lazinho atuam na promoção da igualdade racial, no desenvolvimento das culturas e das comunidades periféricas da capital. “São nomes da cultura popular brasileira. Antes de tudo, os dois atuam em frentes para a promoção da igualdade racial, são negros e sabem da luta diária que semelhante nosso enfrenta no cotidiano, em meio a uma sociedade com grupos racistas e preconceituosos. Lazinho é do tempo que quem praticou alguma arte era subversivo”, avalia Suíca.
Ele destaca o quanto os dois merecem as honrarias pelo "envolvimento direto" na luta por igualdade social, das minorias, das mulheres.
Além de presidir o Olodum, João Jorge é advogado, mestre em Direito público, bolsista da Fundação Ford, membro da rede dos advogados sociais da América Latina e fundador do Grupo Negro da UCSal. Ele também é autor do livro ‘Olodum Estrada da Paixão’. Já ‘Lazinho’, o edil ressalta, tem dedicado a vida na luta pela desigualdade social, contra a intolerância religiosa e, sobretudo, contra o preconceito e o racismo.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Hugo Motta
"Eu não vou fazer pré-julgamento. Não sei ainda a motivação nem qual foi a busca. Apenas recebi a ligação do diretor-geral da Polícia Federal. Pelo que me foi dito, parece ser uma investigação sobre questão de gabinete, mas não sei a fundo e, por isso, não quero fazer pré-julgamento".
Disse o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) ao afirmar que o Judiciário “está cumprindo o seu papel” ao autorizar operações contra parlamentares. A declaração foi feita após a deflagração de uma ação da Polícia Federal que teve como alvos o líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o deputado Carlos Jordy (PL-RJ).