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Presente na saída do Bloco Ilê Ayê, na noite deste sábado (1º), a secretária da Promoção da Igualdade Racial da Bahia (SEPROMI), Ângela Guimarães, celebrou o investimento do Governo do Estado no fortalecimento dos blocos de matriz africana durante o Carnaval de Salvador, por meio do programa Ouro Negro.
"O Governo do Estado reconhece a importância dos blocos afro, de samba, de samba reggae, afoxé. Por isso, instituiu desde 2008 esse programa de apoio, de subsídio, para assegurar que essas agremiações, que têm um trabalho comunitário que perpassa o ano inteiro, mas também um valor simbólico e identitário que atravessa gerações, consigam estar bonitos, bem estruturados, chegar na avenida com seus associados e com seus temas do carnaval na boca do povo. Isso tudo é importante porque é exatamente o que faz o Carnaval da Bahia ser um carnaval plural no sentido da diversidade das expressões culturais, porém único no Brasil. Em nenhum outro lugar do país você vê tanta diversidade em um só espaço", afirmou.
Sobre a redução de denúncias de racismo no Carnaval, a secretária atribuiu o fato a uma maior conscientização social e fortalecimento dos canais de denúncia.
"Olha, eu gosto muito da máxima de Vovô, fundador do Ilê [Ayê]: não é que está acontecendo menos racismo, é que a sociedade está mais mobilizada, mais conscientizada, os organismos de denúncia estão mais ativos, o poder público está mais articulado institucionalmente, fazendo campanhas como a nossa, 'Com racismo não tem folia', colocando cada vez mais equipamentos públicos à disposição dessas denúncias. Isso acaba inibindo também aquelas pessoas que achavam que tinham livre ação para sair por aí proferindo ataques e ofensas racistas", explicou.
Apesar da maior vigilância e das campanhas educativas, Ângela reforçou que o racismo continua sendo uma realidade no Brasil e que a subnotificação ainda é um desafio.
"Então, eu não acho que o racismo no Brasil diminuiu, muito pelo contrário, ele se intensificou. Mas hoje temos mais vigilância, mais equipamentos públicos, mais campanhas e o resultado de cinco décadas de blocos afro atuando na formação de uma consciência antirracista na sociedade. Tivemos o registro de uma denúncia, mas não quer dizer que só houve essa. Em casos como o racismo, violência contra a mulher, contra pessoas com deficiência ou LGBTQIAPN+, ainda enfrentamos a subnotificação, porque nem sempre todas as pessoas se sentem mobilizadas a denunciar", concluiu.
A tradicional e disputada saída do Bloco Ilê Aiyê, no bairro do Curuzu, em Salvador, teve um elemento especial neste sábado (10): a comemoração dos 50 anos do Mais Belo dos Belos em 2024. O desfile, que mistura Carnaval com rituais do candomblé e a celebração do marco, contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues e outras autoridades. Este ano, o Governo do Estado investiu R$ 1 milhão para a apoiar a entidade através do Programa Ouro Negro, que foi ampliado para atender a uma maior quantidade de grupos de matrizes africanas na capital e no interior baiano.
"50 anos de bloco afro na Bahia hoje, e estamos homenageando isso esse ano. E eu me comprometi a fazer uma agenda posterior ao Carnaval, para dar ainda mais atenção, apesar de que o Ouro Negro fez isso com propriedade. Se temos alegria, força e boa energia, é por conta dos próprios blocos afro, mas também pela parceria do Governo do Estado, em fortalecer os recursos, investindo na cultura do estado da Bahia", afirmou o governador.
Fotos: Joá Souza/GOVBA
Com mais de 3 mil associados para o Carnaval 2024, o bloco celebrou o cinquentenário com o tema “Com o axé de Mãe Hilda Jitolu, a invenção do Bloco Afro. Ah, se não fosse o Ilê Aiyê”. "Aqui tem uma representatividade toda especial. A saída do Ilê tem energia mágica, um simbolismo que marca a nossa história, da nossa cultura, do nosso povo e da nossa gente", destacou o vice-governador e coordenador do Carnaval, Geraldo Júnior, que também prestigiou a saída.
Além da comunidade do Curuzu, baianos e turistas, personalidades também participaram do momento, com destaque para o cantor e compositor Caetano Veloso. "A saída do Ilê Ayê é um dos retratos do Carnaval da Bahia, que é um verdadeiro caldeirão cultural. Nós assistimos aqui uma cerimônia religiosa, antes de um grupo de filhos de santo, negros, descendentes de escravos, desfilarem pelas avenidas dessa cidade. É isso que atrai visitantes para a Bahia. Essa efervecência cultural que só tem na Bahia", disse o secretário de turismo, Maurício Bacellar.
Após a emblemática saída do Curuzu, o Bloco Ilê Aiyê seguiu para o desfile no Campo Grande.
Joá Souza/GOVBA
O tema que irá nortear o desfile dos blocos afros no Carnaval de 2024 será “50 anos dos blocos afros: nossa energia é ancestral”. O anúncio foi feito pelo secretário de Cultura do Estado, Bruno Monteiro, na tarde desta terça-feira (09), quando, ao lado do governador Jerônimo Rodrigues, ele anunciou outras ações preparadas pela pasta para enaltecer o protagonismo dos blocos de matriz africana.
Em conversa com a imprensa, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), Monteiro falou que a homenagem pensada para o Carnaval visa contemplar o bloco Ilê Ayê, que este ano completa 50 anos de história, e também todos os demais blocos de afoxés. “Nós estamos fazendo, neste momento, um balanço do Carnaval do ano passado, com a ampliação do Ouro Negro, com a ampliação de projetos e, justamente, essa homenagem que ressalta o protagonismo que eles fazem, que eles têm nessa exaltação dessa energia ancestral, que é o Carnaval da Bahia”, explicou. Concebido em 2008, o edital Ouro Negro concede apoio financeiro às entidades de matrizes africanas como blocos afro, afoxés, samba, reggae e blocos de índio para a realização dos seus desfiles carnavalescos.
Bruno Monteiro destacou que a Secretaria da Cultura está comprometida em atender às reivindicações das entidades, sendo a principal delas o apoio permanente da pasta para que este não se restrinja, somente, ao período do Carnaval. “Nós assumimos o compromisso no ano passado, o Ouro Negro já traz isso: ampliar o apoio para as lavagens, para as festas populares, para micareta de Feira de Santana, para os Carnavais do interior, mas nós estamos estudando também, a partir dos recursos da Lei Aldir Blanc, um apoio continuado a essas entidades. O nosso entendimento é que elas não fazem só Carnaval, elas fazem cultura e a cultura é o ano todo”, frisou.
O restaurante onde teria acontecido o racismo denunciado por músicos da banda Ilê Ayê divulgou uma nota nesta sexta-feira (1) com sua versão dos fatos. A reclamação dos artistas foi publicada nas redes sociais do grupo na quinta-feira (30).
Conforme a nota, o Bistrot Trapiche afirma que “repudia e abomina qualquer ato racista ou discriminatório”. “Nos sentimos honrados em receber membros do Ilê Ayê que encantaram a todos realizando uma belíssima apresentação no encerramento de um evento”, agradeceu.
O problema entre a banda e o local teve início por causa da falta de um camarim para os músicos colocarem as vestes artísticas. “Eles informaram que o contratante tinha se comprometido a disponibilizar um camarim, no entanto, por se tratar de um restaurante, infelizmente não dispomos desse espaço”, alega o restaurante.
A publicação do Ilê fala sobre a necessidade do espaço: "Foi nos indicado uma sala no espaço, para que pudéssemos nos arrumar para o evento. Após um tempo já nessa sala, eis que surge uma senhora, desesperada, pedindo que saíssemos daquele local, que não era para estarmos ali, pois naquele local tinha coisas de valor".
O restaurante contradiz a informação: “Foi mencionado um salão que teria sido disponibilizado para troca do figurino, contudo, não pertence ao restaurante, situando-se fora do estabelecimento. Trata-se de um imóvel externo, que não é de nossa propriedade, razão pela qual não temos nenhuma autonomia para conceder a utilização do mencionado espaço. Na ocasião tivemos o cuidado de disponibilizar os nossos banheiros e assegurar uso exclusivo com o propósito de salvaguardar toda privacidade necessária!”, exclama.
A reação da proprietária fez com que banda reafirmasse que cor da pele não tem ligação com nenhum tipo de crime. "Fomos tratados como ladrões e não artistas que estavam ali para realizar um trabalho. É claro que a primeira intenção foi sair do local e não realizar a apresentação, mas fomos convencidos pelo contratante a fazer tal apresentação. É inadmissível que esse tipo de coisa continue acontecendo na nossa cidade. Alguns brancos e brancas dessa cidade precisam entender que ser negro ou negra não é sinônimo de ser ladrão ou ladra”, criticou.
Em contrapartida, o Trapiche Bistrô ter sido palco para a campanha antiracismo do governo do Estado em 20/11/2023. “Viviane Mendonça [dona do local] reforça o compromisso de combater qualquer ato racista e discriminatório”, conclui.
CONFIRA A NOTA
Desde a sua fundação, na década de 1970, o Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Carnaval do Brasil, só permite a entrada de pessoas pretas em seus desfiles. Essa restrição, no entanto, tende a mudar a partir do próximo ano.
Conforme publicou o jornalista Osmar Marrom Martins, do jornal Correio, a informação foi confirmada pelo próprio presidente da agremiação da Senzala do Barro Preto, Antônio Carlos dos Santos, o Vovô.
A mudança acontece no mesmo ano em que é celebrado o aniversário de 50 anos do Ilê. A expectativa do dirigente, apurou Marrom, é de que mais pessoas possam apoiar a iniciativa - não apenas durante a folia mas durante todo o ano.
A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) divulgou no Diário Oficial do Estado, neste sábado (11), o resultado final das atrações selecionadas para participar dos projetos de Carnaval do Pelô e Carnaval Pipoca 2017. Entre as atrações classificadas estão: Magary Lord, Márcia Castro, Ifá, Ilê Aye, Xangai e Reflexus. São contempladas as seguintes modalidades: projeto 3 artistas, show em palcos do Pelô, bandas de sopro e percussão, bandinhas de percussão, bandinha de corda e percussão, bandão e performances e bailes infantis, microtrios e nanotrios. (confira publicação)
SERVIÇO
O quê: 8ª Quitanda do Saber – Alaíde do Feijão 2012
Quando: Sábado, 10 de março, 13h
Onde: Largo Tereza Batista, Pelourinho
Quanto: R$ 50 (camisa)
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Tiago Correia
"Na verdade o medo deles é que Neto seja o candidato. Ele é o mais competitivo e que lidera as pesquisas. Na eleição passada eles fizeram o mesmo".
Disse o deputado estadual e líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Tiago Correia (PSDB) ao comentar os rumores de que o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), poderia desistir de disputar o governo da Bahia em 2026.