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igreja de sao francisco de assis
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito civil público para investigar as condições de conservação do Centro Histórico de Salvador, após o desabamento de parte do teto da Igreja de São Francisco de Assis, localizada no Pelourinho, área tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade. O inquérito, assinado pela Procuradora da República Vanessa Gomes Previtera, determina a apuração de possíveis omissões na preservação de imóveis protegidos e busca soluções para evitar novos danos ao patrimônio.
De acordo com o documento, o caso se tornou urgente após vistorias identificarem diversos prédios tombados em situação de "risco alto ou muito alto", conforme um Plano de Contingenciamento elaborado pela Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador (CODESAL) em 2023. A queda de parte da estrutura da Igreja de São Francisco, integrante do conjunto arquitetônico protegido pelo IPHAN, alertou sobre a necessidade de medidas efetivas para evitar a degradação irreversível de um dos principais símbolos culturais do Brasil.
O inquérito vai apurar se órgãos como o IPHAN, a prefeitura de Salvador e o governo da Bahia têm adotado as medidas necessárias para a manutenção desses imóveis. Dependendo das conclusões, o MPF poderá propor uma ação civil pública para obrigar o poder público a agir ou firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com metas de restauro. Se comprovada negligência, responsáveis poderão ser acionados judicialmente.
DESABAMENTO
Uma parte do teto da Igreja de São Francisco de Assis desabou no dia 5 de fevereiro, no bairro do Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador. Cerca de 5 pessoas ficaram feridas após o acidente e uma turista, identificada como Giulia Panchoni Righetto, que estava acompanhada de amigos durante a visita à Igreja, morreu.
Um mês após parte do teto da igreja de São Francisco de Assis desabar, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) contratou uma empresa para execução de serviços emergenciais no templo religioso localizado no Pelourinho, em Salvador, e segue interditado pela Defesa Civil.
O incidente ocorreu no início da tarde do dia 5 de fevereiro e deixou uma pessoa morta, a turista de São Paulo Giulia Righetto, de 26 anos, e outras cinco feridas. Após o desabamento da estrutura, o Iphan chegou a sinalizar que fecharia contrato emergencial para intervenções no local. A definição da empresa contratada foi publicada agora, 30 dias após o caso.
Segundo documento obtido pela reportagem, a Superintendência do Iphan na Bahia, autarquia vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), contratou a Mehlen Construções LTDA para realizar serviços de estabilização, remoção e acondicionamento dos elementos do forro da nave e da cobertura da igreja, tombada pelo Iphan.
Foto: Reprodução / Iphan
O extrato aponta que o contrato é válido até o dia 28 de outubro deste ano, e o valor total a ser empenhado para os reparos é de R$ 1.376.750,97. A modalidade foi por meio de dispensa de licitação, seguindo o que o Instituto divulgou no mês passado.
Na justificativa para a contratação, o superintendente Hermano Fabricio Oliveira Guanais detalha os danos apresentados após o desabamento. Conforme o Iphan, houve queda de quase todo o trecho central do forro da nave (80% da área), na porção situada entre o coro e o altar, com exceção dos elementos artísticos e pinturas localizadas nas laterais.
"O trecho do forro situado sobre o coro permanece aparentemente fixado no barroteamento, apesar do sinistro, não tendo sido verificadas, a priori, outras movimentações no forro da capela-mor ou dos corredores laterais. Contudo, nota-se que alguns elementos ainda apresentam risco de desprendimento", aponta o documento de contratação direta.
Além disso, a autarquia indica que os elementos em madeira desprendidos se encontram bastante danificados e amontoados sobre os bancos e sobre o piso da nave. "Apesar do dano substancial que foi causado com o desabamento, a adequada catalogação deste material é fundamental para balizar as futuras ações de restauração do forro, elemento singular da composição de um dos exemplares mais distintos do nosso patrimônio edificado, representativo da arquitetura religiosa do período colonial", acrescenta.
Foto: Reprodução / Iphan
Por fim, o Iphan afirma que a contratação foi feita pela necessidade de adoção de medidas emergenciais para garantir a segurança do espaço e, especialmente, para possibilitar a guarda adequada dos elementos artísticos do forro da nave da Igreja de São Francisco, facilitando as futuras ações de restauração.
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SOLUÇÃO PARA O LOCAL
O Bahia Notícias também acessou o termo de referência do contrato, onde foi possível consultar as soluções que serão adotadas na igreja no momento. Entre elas, estão listadas:
- Realização de levantamentos preliminares sobre a situação do monumento e dos escombros que se encontram na nave da Igreja e demais espaços afetados;
- Escoramento de elementos instáveis que ainda apresentam risco de arruinamento e desabamento em toda a área da Igreja;
- Avaliação estrutural da cobertura, inclusive todo o telhamento e madeiramento leve e pesado;
- Proteção dos elementos artísticos integrados contra impactos mecânicos decorrentes da movimentação de material e equipamentos necessários aos serviços.
A IGREJA
O convento franciscano foi fundado na Bahia em 1587 e destruído quando da invasão holandesa, datando de 1686 o início da construção do atual convento e igreja, sob a administração do Frei Vicente de Chagas. O conjunto é ainda formado pela Ordem Terceira de São Francisco e pelo cruzeiro que lhe é fronteiro.
O convento desenvolve-se em torno de um claustro quadrado, ocupado em um dos lados pela igreja e sacristia, e nos demais por celas, destacando-se o conjunto de azulejos de meados do século XVIII que decora as galerias dos dois andares e reproduz, no térreo, as estampas dos Emblemas de Horáci.
Foto: Reprodução / TV Globo
A igreja, com três naves, distingue-se das construções franciscanas do Nordeste, de nave única, sendo as laterais mais baixas que o corpo central, separadas por arcadas interligadas por maciços, sugerindo capelas. Seu interior é um exemplo do barroco setecentista, onde se destaca a talha dourada que reveste suas paredes e o forro da nave, em caixotões apainelados.
Uma reportagem exibida pelo Fantástico, programa da TV Globo, neste domingo (16), mostra o antes e o depois da Igreja de São Francisco de Assis, onde parte do teto desabou no dia 5 de fevereiro e vitimou uma jovem e deixou outras cinco pessoas feridas.
Foto: Reprodução / TV Globo
Acompanhada pela Defesa Civil de Salvador, a equipe do Fantástico acessou o templo religioso, localizado no Pelourinho. Conhecida como "igreja de ouro", era uma das mais procuradas por turistas que visitam a capital baiana.
O teto do local possuía ornamento com detalhes de ouro e pinturas sacras do século 18. Imagens de câmeras do circuito interno mostram que às 14h24 do dia 5 de fevereiro seis turistas foram atingidos pelo desabamento. Cinco tiveram ferimentos leves, mas a paulista Guilia Righetto, de 26 anos, morreu na hora.
Foto: Reprodução / TV Globo
Foto: Reprodução / TV Globo
Foto: Reprodução / TV Globo
Foto: Reprodução / TV Globo
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.