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ideb
O deputado estadual Emerson Penalva (PDT) protocolou um Projeto de Lei que prevê a obrigatoriedade da exposição das notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mais recente nas estruturas dos colégios da rede estadual de ensino. O PL de nº 25584 foi recebido pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) nesta terça-feira (12).
De acordo com o projeto, a nota do Ideb deve ser exposta, obrigatoriamente, em todas as escolas, colocando também uma meta estabelecida para a próxima avaliação do índice. O PL detalha que a pontuação do Ideb deve ser afixada “em local de fácil acesso e ampla visibilidade”.
Os locais sugeridos são:
- Recepção;
- Secretaria;
- Sala dos professores.
O texto também determina que o documento exposto pela instituição deve conter uma “explicação sucinta” do que é o Ideb e da importância do indicador para a melhoria da qualidade da educação. Caso aprovado, os colégios terão um prazo de 180 dias, a partir da sanção da lei, para o cumprimento das determinações.
Na justificativa, Penalva afirma que a medida irá reforçar a transparência sobre a divulgação das notas do Ideb nas unidades de ensino do governo do estado. Além disso, segundo ele, informaria de maneira mais clara os pais dos alunos sobre os resultados e as metas das escolas em que irão matricular seus filhos na rede estadual.
“O presente Projeto de Lei visa reforçar a transparência e o engajamento da comunidade escolar em torno da qualidade do ensino nas unidades da Rede Pública Estadual da Bahia. A divulgação do Ideb assegura que todos os envolvidos – professores, pais, alunos e a comunidade – estejam cientes dos resultados a serem alcançados e do caminho a ser seguido. Além disso, a visibilidade dessas informações fortalece a transparência e a participação comunitária, incentivando discussões e ações conjuntas para o alcance das metas”, justificou.
Neste ano, o Ideb da Bahia, analisando as escolas de maneira geral, registrou um índice de 3,7. Em 2021 o estado alcançou a marca de 3,5 e, em 2019, alcançou 3,2, com relação ao desempenho dos colégios de ensino médio estadual.
Dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) mostram que a Bahia registrou redução na taxa de abandono escolar de 11,5%, em 2021, para 5,4%, em 2023. A queda do abandono tem reflexo direto na melhoria da nota do fluxo escolar e confirma a assertividade dos programas de apoio à permanência estudantil desenvolvidos pelo Governo da Bahia, com foco na redução das desigualdades e garantia da oferta do direito à educação de qualidade para aqueles que mais precisam.
Para combater essas desigualdades, tem sido fundamental os investimentos na estrutura física da rede de ensino estadual. De 2019 até agora, já foram entregues 85 novas escolas em tempo integral. Outras 39 escolas foram ampliadas e mais 57 passaram por processo de modernização. Os recursos não são apenas voltados à infraestrutura, mas também aos equipamentos, ao material didático, às propostas pedagógicas inovadoras e a profissionais qualificados que viabilizam novas possibilidades de ensino e aprendizagem. São estratégias que têm tornado a escola um espaço cada vez mais atrativo para o estudante.
"Ter uma sala de aula boa, climatizada, com espaço para trabalhar ciência, inovação e tecnologia com os estudantes e, também, salário e formação continuada são a garantia de direitos. Então, esse investimento chega a um resultado bom para a Educação da Bahia", destaca a secretária da Educação do Estado, Rowenna Brito, ressaltando como o conjunto de investimentos do Governo do Estado tem impactado positivamente para a redução do abandono escolar.
Entre os programas desenvolvidos pelo governo, destaque para o Bolsa Presença que, neste ano de 2024, já garantiu a segurança alimentar para cerca de 380 mil famílias em condições de vulnerabilidade econômica e a permanência de mais de 428 mil estudantes das escolas da rede estadual.
Os alunos contam, ainda, com o Programa Mais Estudo, para o qual são selecionados com o objetivo de dar reforço escolar aos colegas, prioritariamente, em Língua Portuguesa e Matemática, recebendo, mensalmente, uma bolsa de R$ 150. Além disso, por meio do Educa Mais Bahia, são realizadas oficinas educativas de artes, esportes, música e de fortalecimento das aprendizagens.
O reforço na alimentação escolar também é mais uma estratégia voltada para a permanência dos estudantes na escola. Neste ano, até o momento, os colégios já receberam R$ 318 milhões de recursos próprios do governo baiano e R$ 92 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a aquisição de gêneros alimentícios, além do aporte de mais R$ 50,8 milhões através da Chamada Pública para aquisição de gêneros da Agricultura Familiar.
Soma-se a isso a ampliação da oferta da Educação Integral em tempo integral, com 545 unidades escolares localizadas em 338 municípios baianos
O Colégio Estadual Indígena Capitão Francisco Rodelas, localizado na Aldeia Mãe do Povo Tuxá, em Rodelas (BA), se destacou entre as melhores escolas públicas do Brasil no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
De acordo com a avaliação divulgada pelo Ministério da Educação (MEC), a instituição alcançou a maior nota entre as escolas indígenas de Ensino Médio do país, com a pontuação de 5,3. Além disso, o colégio, que oferece todas as etapas da Educação Básica, apresentou um excelente desempenho nas séries iniciais (nota 5,4) e nas séries finais (nota 6,3) do Ensino Fundamental.
A secretária de Educação do Estado da Bahia, Rowenna Brito, destacou o resultado positivo: “A Bahia tem se destacado pelo trabalho realizado na Educação Indígena, que é uma prioridade para o governador Jerônimo Rodrigues. Ele tem investido no fortalecimento do Magistério Indígena, assegurando que os povos tradicionais tenham as melhores oportunidades sem precisarem deixar suas comunidades.”
A coordenadora pedagógica do colégio, Tayra Arfer Jurum Tuxá, descreve essa conquista como “um feedback positivo” que confirma a eficácia da Educação Escolar Indígena. “Este desempenho demonstra que estamos no caminho certo, evidenciando que a educação específica e diferenciada funciona ao ser fundamentada na coletividade e na interculturalidade, e ao incorporar práticas pedagógicas enraizadas na aldeia. A combinação de saberes ancestrais com conhecimentos convencionais torna a aprendizagem significativa e efetiva. Tenho muito orgulho da nossa escola, que serve como referência de educação transformadora.”
O município de Mata de São João, no Litoral Norte baiano, obteve a melhor nota do estado na Educação Básica, entre as cidades com mais 15 mil habitantes. O posto foi confirmado após divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (ldeb) 2023, nesta quarta-feira (14).
O levantamento também aponta que o município ficou em primeiro lugar nas séries finais entre as cidades com mais de 18 mil habitantes.
Segundo os números nas séries iniciais, considerando as cidades da Região Metropolitana de Salvador (RMS), Mata de São João se manteve de Pojuca (5,9), Camaçari (5,1), Simões Filho (4,9), Lauro de Freitas (4,6), Dias d'Ávila (4,5) e São Francisco do Conde (4,2).
O gráfico do IDEB 2023 para Mata de São João nas séries iniciais (1º ao 5º ano) mostra um crescimento ao longo de quase 20 anos. Em 2005, o índice era de 2,3, e houve um aumento para 6,7 em 2023.
O levantamento traz, ainda, dados referentes à taxa de aprovação nas séries iniciais, do 1º ao 5º ano. Em 2005, o índice médio era de 6,21 pontos, enquanto em 2023 atingiu 99,1 pontos. Nas séries finais, do 6º ao 9º ano, a taxa média no mesmo período subiu de 44,7 pontos para 96,4 pontos.
O município de Conde, no agreste baiano, tem a maior diferença entre a última meta disposta pelo Ministério da Educação e a nota alcançada no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica em anos iniciais.
A meta determinada era de 5,6, mas o município alcançou apenas a marca de 3,8. Uma diferença de 1,8.
Em seguida, estão os municípios de Central e Mansidão que tiveram apenas 1,6 de diferença. Central atingiu a marca de 4,1 enquanto, era esperado 5,7. A nota determinada da cidade de Mansidão foi 6,0, mas ela recebeu apenas 4,4.
Empatados em quarto lugar ficaram as cidades de Esplanada, que chegou a 3,5 e teve a nota estimada em 5,1, Presidente Dutra, que alcançou 4,6 enquanto era esperado 6,1, e Aporá, que com uma das piores notas do estado, ficou com 3,3 enquanto o determinado era 4,8. Os três municípios tiveram diferença de 1,5.
Com a diferença de 1,4, os municípios de Cabaceiras do Paraguaçu, Ubaitaba, Canavieiras, Itapebi e Jandaíra completam esta lista. De Cabaceiras do Paraguaçu e Ubaitaba era esperado 5,4 mas a nota atingida foi 4,0.
Enquanto de Canavieiras foi determinado 5,2 mas a nota foi um 3,8. Para Itapebi o MEC definiu a média de 4,7, mas o município alcançou apenas 3,3. Já em Jandaíra o estimado era 5,3 e o atingido 3,9.
Os municípios de Santa Bárbara, no Portal do Sertão, e Umburanas, no Piemonte da Diamantina, tiveram a pior nota no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica em anos finais. As cidades alcançaram apenas 2,6 no Iden 2023.
A última meta determinada pelo Ministério da Educação, para 2021, é muito maior do que o alcançado. De Umburanas era esperado 4,3. Enquanto de Santa Bárbara era esperado 4,5.
Com a nota de 2,7, as cidades de Antônio Cardoso, Tanquinho e Esplanada são as próximas no ranking de piores desempenhos. O esperado era que Antônio Cardoso e Tanquinho chegassem a 4,4 e Esplanada atingisse 4,7.
Para completar o top piores notas, estão os municípios de Uruçuca, Ponto Novo, Piraí do Norte, Entre Rios, Conceição do Almeida, Biritinga e Belmonte empatados com apenas 2,8.
A nota esperada de Entre Rios e Piraí do Norte era 4,7. Enquanto a de Belmonte era de 5,0, Ponto Novo era de 4,9, a de Conceição do Almeida era de 4,6, Uruçuca era 4,5 e Biritinga era 4,2.
O município de Belmonte, na costa do descobrimento, tem a maior diferença entre a última meta definida pelo Ministério da Educação e a nota alcançada no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica em anos finais.
A meta determinada pelo órgão era de 5,0, mas a cidade alcançou apenas a marca de 2,8. Uma diferença de 2,2.
Em segundo lugar, com uma diferença de 2,1, está o município de Ponto Novo. Do município era esperado 4,9 mas ele só conseguiu a nota 2,8. Empatados com 2,0 pontos de diferença, estão os municípios de Esplanada, Conde e Itiúba.
De Esplanada era esperada 4,7, mas o município alcançou apenas 2,7. Enquanto para Conde foi estimada a nota de 5,2, mas a cidade recebeu 3,2. Já Itiúba recebeu 3,0 e teve, determinado pelo MEC, a nota 5,0.
Entre Rios, Piraí do Norte e Santa Bárbara tiveram a diferença de 1,9. De Entre Rios e Piraí do Norte era esperada a nota 4,7, mas os municípios receberam 2,8. Enquanto Santa Bárbara tinha determinado 4,5 e recebeu 2,6.
Em último lugar deste ranking estão Presidente Jânio Quadros, Conceição do Almeida e Buerarema com a diferença de 1,8. As notas atingidas foram: 3,4; 2,8 e 3,2, respectivamente. E as esperadas eram 5,2; 4,6 e 5,0.
Aporá, no agreste baiano, Itapebi, na Costa do Descobrimento, e Arataca, no Litoral Sul, possuem a menor nota entre os municípios baianos nos anos iniciais do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. As cidades alcançaram apenas 3,3 no Ideb 2023.
A última meta disposta pelo Ministério da Educação, para 2021, está bem acima do alcançado. O esperado era que Aporá conseguisse a marca de 4,8; Itapebi alcançasse 4,7 e Arataca chegasse a 4,5.
Em seguida, no ranking de municípios com as piores notas, estão Esplanada, no Agreste Baiano, e Itabela, na Costa do Descobrimento, ambos com a nota de 3,5. O esperado destas cidades era de 5,1 e 4,8, respectivamente.
Em sexto lugar, estão as cidades de Ponto Novo, Pedro Alexandre e Antônio Cardoso com apenas 4,7. A nota estimada destas localidades, respectivamente, era de 5,0; 4,9; 4,8.
Também empatados tendo alcançado apenas 3,8, estão os municípios de Conde, Canavieiras, Pilão Arcado, Camacan e Muquém do São Francisco.
“Vamos continuar trabalhando para a Bahia evoluir cada vez mais. Educação é prioridade máxima do Governo do Estado. Temos que estar de mãos dadas com as famílias, estudantes, professores e todos os profissionais que fazem o dia-a-dia da educação pública na Bahia, assim como as prefeituras e secretarias municipais de educação”.
A afirmação é do governador Jerônimo Rodrigues comentando a evolução da Bahia no Ideb pelo terceiro ano consecutivo. O estado saiu da vigésima segunda para a décima oitava posição nacional. “O caminho é longo e ainda tem muita coisa a ser feita. Com muito trabalho, vamos chegar lá. É o futuro sendo construído agora”, declarou Jerônimo.
Os dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) confirmam que a Bahia avançou no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, que mede o desempenho dos estudantes em exames de larga escala. Em 2023, a Bahia registrou um índice de 3,7, enquanto em 2021 foi 3,5 e, em 2019, alcançou 3,2, com relação ao desempenho dos colégios de ensino médio estadual.
A rede municipal de ensino de Salvador registrou nota de 4,2 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nos anos finais do ensino fundamental e subiu uma posição em ranqueamento entre as capitais, saindo da 19ª para a 18ª colocação. Os resultados foram divulgados na noite desta quarta-feira (14), pelo Ministério da Educação (MEC).
A educação pública da capital baiana também registrou uma melhora na aprendizagem de português e matemática. Nas duas áreas Salvador teve nota de 5,47 superando o índice de 2021, que foi de 5,45.
O secretário municipal da Educação, Thiago Dantas, afirmou que a pandemia provocou um enorme déficit no sistema de ensino em todo mundo. Contudo, segundo ele, a prefeitura de Salvador adotou uma série de medidas para buscar recompor a aprendizagem.
A pasta afirmou que em 2024 a prefeitura direcionou R$2,7 bilhões do seu orçamento para a Educação. Além de custear as ações do programa, o município reforçou a equipe da rede municipal com cerca de 1,2 mil educadores contratados apenas nos últimos 18 meses.
“Também foram contratados 700 estagiários de Pedagogia, Português e Matemática, como parte do Programa de Apoio à Aprendizagem (Paap). Eles estão em sala de aula auxiliando os professores a identificarem as deficiências de cada aluno nas matérias. A partir daí, a equipe tem desenvolvido atividades complementares específicas, a fim de reduzir o déficit de aprendizado. Além disso, foi lançado o Aprender+, com aulas extras aos sábados, para reforçar esse rol de atividades”, afirmou Dantas.
Em 2021, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) apontou que a aprendizagem de português e matemática na Bahia está entre as duas piores do país, enquanto o desempenho do Brasil em matemática aparece entre as 16 piores do mundo segundo o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA). Apesar das estatísticas, os docentes baianos se destacam pela formação célebre e entusiasmo pela educação. É o caso do professor de matemática José Fábio de Araújo Lima, que está entre os 20 melhores professores do Brasil após se classificar como finalista da Olimpíada de Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMBr).
Formado em matemática pela Universidade Estadual de Feira de Santana, a Uefs, o professor do Centro Integrado de Educação Assis Chateaubriand (CIEAC), em Feira de Santana, afirma que “a ideia é inspirar”. “Quando eu vou para sala de aula, o principal objetivo é fazer com que aquele aluno perceba que se ele se dedicar ele pode mudar aquela condição social na qual ele vive, então eu, sempre que começo um ano letivo, já chego em cada sala com esse propósito. Nem sempre a gente consegue em todos os alunos, em todas as turmas, mas geralmente a gente consegue fazer com que muitos deles se dediquem um pouco mais”.
Natural de Tanquinho, município da região centro norte do estado, José Fábio conta que trabalhava na zona rural da cidade até conseguir se mudar para estudar na universidade. “Nasci na zona rural, cresci lá, eu sou aquela pessoa que tinha tudo para dar errado. A gente crescia fazendo todas as tarefas da zona rural e na época, da primeira série até a quarta série, era com a mesma professora, todo mundo junto na mesma sala. Quando terminei a quarta série, a prefeitura colocou um caminhão com bancos de madeira e pela primeira vez as pessoas que moravam na zona rural tiveram a oportunidade de estudar, fazer a quinta série na zona urbana. E eu fui, eu sempre gostei bastante de estudar. Fiz o meu primeiro vestibular na UEFS e perdi no primeiro vestibular e passei no ano 2000”, detalhou.
Foto: Arquivo Pessoal
O matemático também ressaltou que o sonho da Universidade custava caro. E para a manutenção da sua estadia no curso, José Fábio explica que teve que conciliar o trabalho e a vida acadêmica. “Ao mesmo tempo, as condições financeiras para mudar de uma cidade para outra eram muito duras. Não sei se foi sorte ou o meu esforço, a gente pode juntar um pouquinho de cada coisa, eu passei em um concurso para recenseador no Censo Demográfico. E eu trabalhei três meses para o IBGE e com esse dinheiro eu consegui me sustentar aqui por quase um ano, fazendo o curso de matemática”, disse o docente.
O caminho até a sala de aula não foi demorado. Após o final do curso, o professor passou no concurso da rede estadual de ensino e desde então cresceu o entusiasmo pelas Olimpíadas de Matemática. “Desde 2005, eu trabalho com preparação de alunos para Olimpíadas de Matemática [A Olimpíada Brasileira de Matemática (OBMEP)]. A gente sempre está incentivando os alunos a participar, às vezes a gente monta alguns cursos. Criamos na escola estadual uma olimpíada de matemática própria no ano 2007. A gente fez a escola ser premiada na OBMEP, voltada para alunos, mas que também premia professores”.
A partir do treinamento dos alunos, nasceu “Jofarauli”, um pseudônimo de José Fábio de Araújo Lima, que participa de todas as aulas de matemática no CIEAC e deu origem ao canal do Youtube, voltado para os concursos e olimpíadas de matemática. “Em 2002, eu li um livro chamado O Homem que Calculava. É um livro que tem vários desafios matemáticos. É de um autor brasileiro que fazia alguns artigos para um jornal Globo, e ele criou um nome, que é um pseudônimo, chamado Malba Taan. E para criar esse nome, ele pegou vários alunos na sala e foi juntando pedaços dos nomes. Tive a ideia de pegar o meu nome e fui fazendo. Eu sempre uso na sala de aula como personagem, contando uma história”. O canal, Matemática com Jofarauli, já possui 6,84 mil inscritos e mais de 350 vídeos no Youtube.
José Fábio conta ainda que a inscrição da OPMBr partiu do reconhecimento dos colegas. “Fiquei sabendo do concurso por uma colega que viu uma publicação deles e achou tinha a minha cara, que eu me encaixava no perfil do professor que a olimpíada tava querendo encontrar. E eu fiz a inscrição, participei da primeira e da segunda fase e a última, que foi uma entrevista”, conta. Hoje, o tanquinhense se encontra entre os 20 candidatos que concorrem à categoria ouro da Olimpíada.
Foto: Arquivo Pessoal
Se estiver entre os dez primeiros classificados, o professor do colégio Assis Chateaubriand viaja para Xangai no mês de outubro para um intercâmbio técnico e cultural de 15 dias no Centro de Educação para Professores da Unesco (TEC Unesco) da Universidade Normal da China, país com um dos melhores índices de desempenho em matemática no mundo.
“A expectativa é muito grande e tomara que a gente esteja entre os 10, porque você falou no começo que a gente tem um dos piores índices, especialmente em relação ao ensino de matemática. É muito contraditório, a gente tem aqui no Brasil o IMPA, o Instituto de Matemática Pura e Aplicada, que tem uma das melhores matemáticas do planeta. Só que, em contrapartida, a gente não consegue fazer com que isso chegue até o ensino público, especialmente. Então quem for premiado vai participar de um intercâmbio de 15 dias lá, então é uma experiência muito rica para quem puder estar lá participando e claro [que tenho a] expectativa que eu possa estar lá”, ressaltou.
A vontade de inspirar os alunos, não só na matemática, também impulsiona a vontade de estar entre os finalistas. Ao ser questionado sobre o que ele costuma dizer aos alunos, ele contou que a perseverança é o melhor conselho. “A primeira coisa é ‘acredita’, eu sempre acreditei e nunca gostei muito de trabalhar na zona rural, eu fazia aquilo porque não tinha outra opção, mas eu sempre acreditei que se eu estudasse eu poderia mudar aquela condição e eu fiz isso. É demorado, é sofrido e eu fui melhorando a cada dia. Acho que persistência, resiliência e foco fazem com que você alcance objetivos, talvez impensáveis. É acreditar e se esforçar, batalhar, que aos pouquinhos as coisas vão acontecendo. Eu falo assim: ‘aos pouquinhos quando você se dedica, se prepara muito, a sorte, entre aspas, vai aparecendo para você’, e geralmente ela sempre aparece”, detalhou o docente.
O resultado da Olimpíada de Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMBr) será divulgado no dia 27 de março e conta com professores de diversos estados do País como Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.