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greve de professores
Em meio à greve da rede municipal, professores de Lauro de Freitas viralizaram nas redes sociais com uma paródia bem-humorada da música "Do Pau Miúdo Não", do artista Tinny Flow. O vídeo, gravado durante uma assembleia no Centro Administrativo de Lauro de Freitas (CALF) nesta terça-feira (08), utiliza a canção para criticar a prefeita Débora Regis (União) pela falta de pagamento do piso salarial da categoria.
Veja o vídeo da paródia:
?? Professores em greve de Lauro de Freitas viralizam com paródia de "Do Pau Miúdo Não"
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) July 9, 2025
?? Confira! pic.twitter.com/9f5HLIXbUd
A música original, um hit do pagode baiano, já é conhecida por ser usada em brincadeiras e tendências nas redes sociais, inclusive com a participação de figuras como Ivete Sangalo. Agora, a versão dos professores adiciona um tom de protesto.
O vídeo é protagonizado pelos servidores Shayana Busson e Marcio Loureiro, membros do sindicato, que modo criativo, usam o humor aborda a situação dos salários em meio à paralisação no município. A postagem original do sindicato brinca com a letra da música: "Como se chamas? […] Meu nome é Deb […] Você servidor todo ativista assim quer oque? Eu só quero receber meu piso princesa! […] Não pago o piso não! Não pago o piso não".
Em entrevista ao Bahia Notícias, a professora Shayana detalha a concepção da ideia: "Nós pensamos que fazer uma paródia com essa música seria interessante. Então, criamos a letra, baixamos o playback e fomos fazer a apresentação. Eu já tinha essa ideia de me vestir caracterizada como a prefeita de Lauro de Freitas, por ela ter essa marca da repetitividade das roupas, com o capacete e a blusa azul".
Já Márcio, psicologo de formação, explica a escolha de um vereador para a caracterização, como estratégia. "Essa camisa que uso é característica de um dos vereadores da prefeita da cidade. Já temos outras performances pensadas que serão executadas nos próximos dias", complementa o servidor.
"Pensamos que Márcio poderia ir também caracterizado como um vereador da base da prefeita, que recentemente xingou os professores de 'vagabundos' e 'maconheiros'. A gente pensou em fazer esse humor juntando com a política para dar uma incrementada", destaca a professora como um desempenho artístico e político.
O sucesso da iniciativa foi tanto que o sindicato da categoria chegou a solicitar que os dois gravassem um clipe no futuro. A ideia é usar o humor de modo lúdico para destacar a greve, com um novo "hit" e uma apresentação de samba.
"A gente já criou mais duas [paródias], estamos esperando a oportunidade de consolidar. Inclusive, o sindicato solicitou [para a gente gravar] um clipe. Eu acho que desde janeiro, tenho tentado, quando a prefeita negou o pagamento do nosso salário, me encarnar nessa personagem que tem dado certo, porque torna a nossa atividade política mais lúdica, mais leve e menos sofredora para todos", explica a professora.
CONTEXTO DA GREVE
Vale lembrar que a greve dos professores de Lauro de Freitas foi declarada ilegal pela Justiça na terça-feira (08), na ocasião foi determinado o retorno imediato às aulas. A decisão judicial apontou a ausência de requisitos formais obrigatórios para a deflagração da greve, como a comprovação de assembleia-geral com quórum e lista de presença. Na ocasião, a Federação dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (Fetrab) declarou apoio à categoria.
A prefeitura, por sua vez, em nota alega que os vencimentos pagos aos docentes estão 43% acima do piso nacional do magistério e que ofereceu um reajuste linear de 2%, que foi rejeitado pela categoria.
Os professores da rede municipal de ensino de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, decretaram greve por tempo indeterminado há pelo menos três dias. A paralisação, que tem ganhado adesão de mais escolas nesta segunda-feira (07), é motivada, segundo o sindicato da categoria, pela falta de acordo com a gestão municipal da prefeita Débora Regis (União) em relação ao reajuste salarial.
O Bahia Notícias procurou o presidente do Asprolf (Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Lauro de Freitas), Valdir Silva, para entender a situação.
Valdir Silva explica que a greve foi deflagrada ainda em maio. "Mesmo com a deflagração, procuramos o governo para negociar, seguramos para negociar. Tivemos nossa última reunião em 12 de junho, com percentual de 2% em dois meses. Isso está distante do que o MEC (Ministério da Educação) atualizou como 6,27%".
O sindicato levou a proposta para os professores, que rejeitaram, solicitando uma contraproposta. Um ofício com essa solicitação foi protocolado, e uma nova negociação foi marcada para 3 de julho, última quinta-feira.
Imagem dos professores juntos no Largo do caranguejo | Foto: Reprodução / Redes Sociais
No entanto, segundo Valdir, a surpresa veio na mesa de negociação: "Quando fomos para a mesa, ficamos pasmos. Ninguém tinha ciência do ofício e da contraproposta do sindicato. Ninguém do gabinete da Prefeita sabia".
Para o professor e líder sindical, a comunicação da prefeitura de Lauro de Freitas é "inconsistente", "fria" e um "descaso com o sindicato". Ele enfatiza que o episódio da falta de conhecimento sobre o ofício aprovado pelos membros sobre a questão deixa clara a postura da gestão do executivo.
Essa percepção contraria a resposta da Prefeitura de Lauro de Freitas, que em nota afirma manter um "diálogo permanente" com os profissionais da educação, visando a melhoria da qualidade do ensino e a valorização dos servidores. A administração municipal ainda reforça seu compromisso com a transparência, o respeito aos servidores e a responsabilidade fiscal na nota.
Questionado, o presidente do Asprolf critica a prefeitura, afirmando que "a prefeitura tem que aprender a trabalhar com a verdade. E não dá para a gente seguir sem ir para a mesa de negociação. Quem vai para a mesa é secretaria, procuradoria jurídica, mas não tem autonomia para resolver nada. A prefeita não aparece, não dá resposta. Não há nenhuma intenção de tratar a educação como uma política séria".
Valdir Silva detalha que o executivo "fez descaso com o protocolo do ofício no gabinete da prefeita em 13 de junho. Não apresentou nenhuma contraproposta, não chamou mais nenhuma reunião. E mandou a gente seguir para a Assembleia, com a frieza, descaso. A assembleia não teve escolha além de determinar a greve sem previsão de retorno."
Em contrapartida, a prefeitura argumenta que já "oferece aos professores com nível superior e carga horária de 40 horas semanais uma remuneração de R$ 6.962,37, valor que representa 43,17% acima do piso nacional da categoria, atualmente fixado em R$ 4.867,77".
Além disso, a prefeitura confirma que "um professor com 15 anos de carreira e jornada de 40 horas pode alcançar remuneração mensal entre R$ 14 mil e R$ 30 mil, valores que, segundo a prefeitura, se equiparam aos de professores com título de PhD de uma universidade federal".
O presidente do sindicato alega que a prefeitura já não pagava o retroativo dos funcionários, o que, por si só, seria motivo suficiente para decretar uma greve. Ele também menciona outros elementos, como processos parados desde 2010 (15 anos sem atualização), e a alteração na lei de consulta pública, que também motivaram a paralisação.
"Nós teríamos muitas [razões] para entrar em greve, estávamos apostando no diálogo com a prefeitura. Ela fechou a mesa de negociação, desdenhando da greve", conclui Valdir.
A Prefeitura de Salvador vai manter a oferta de merenda escolar para estudantes da rede municipal, mesmo nas unidades com aulas suspensas por conta da greve dos professores. A medida, que entra em vigor nesta quarta-feira (4), atende a uma recomendação do Ministério Público da Bahia (MP-BA).
Segundo o prefeito Bruno Reis (União), a alimentação será disponibilizada nos colégios com paralisação total em horários específicos: das 9h30 às 10h (turno matutino), das 13h30 às 14h (vespertino) e das 18h30 às 19h30 para estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
“Pode haver ajustes pontuais com os gestores escolares, mas esses são os horários recomendados pela Prefeitura”, afirmou o prefeito. Já nas escolas que seguem com funcionamento parcial ou normal, o fornecimento da merenda continua nos moldes habituais.
Bruno Reis ainda destacou que, para muitas crianças da capital baiana, a merenda escolar representa a principal refeição do dia. “Essa segurança alimentar estava comprometida. Por isso resolvemos cumprir a recomendação do MP. A partir de amanhã, as escolas totalmente paralisadas estarão abertas para garantir a alimentação dos alunos”, disse.
Em greve desde o último dia 29 de abril, professores da Universidade Federal da Bahia (Ufba) iniciaram uma dissidência contra as decisões da assembleia geral da Apub (Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia) e querem que sejam realizadas consultas públicas relacionadas ao movimento paredista. Um documento foi criado na tarde desta segunda-feira (13) e já conta com 275 assinaturas.
O argumento do grupo é que uma decisão com tamanha repercussão na vida universitária seja tomada em um processo o mais inclusivo possível. A atual greve da categoria foi decidida em assembleia presencial com os votos favoráveis de 210 professores. Na ocasião, 129 docentes votaram por estado de greve e referendo sobre a greve; 210 docentes votaram pela deflagração de greve imediata e 3 docentes se abstiveram.
A expectativa dos professores é que a consulta seja colocada na pauta das próximas assembleias da categoria. Se aprovada, todos os professores teriam direito de votar na consulta por algum meio mais inclusivo que a assembleia, que geralmente ocorre apenas em Salvador ao longo de uma tarde.
Por meio de nota, organizadores do documento apontam que há duas perspectivas após a votação da assembleia. “Alguns dos que defendem a consulta têm a expectativa de que este mecanismo de decisão resulte na saída mais rápida da greve. Outros acreditam que a greve seria mantida, porém a consulta teria o efeito de unificar a categoria em torno da greve”, sinaliza o grupo.
GREVE
Após a deflagração da greve, iniciada no último dia 29, foi criado um Comando Local de Greve (CLG). A mobilização é de alcance nacional, atingindo cerca de 48 universidades e 78 Institutos Federais de Ensino (mais de 500 campi). A greve docente também se articula com a greve dos servidores técnico-administrativos, que estão paralisados desde o dia 11 de março.
Os docentes reivindicam recomposição orçamentária para as universidades, considerando que os patamares orçamentários atuais são semelhantes aos de 2014, reajuste salarial em 2024, 2025 e 2026 de modo a alcançar 22,71% nesses três anos e reestruturação da carreira docentes, a ser discutida em mesa específica com o governo e servidores.
De acordo com Carlos Zacarias, professor da Ufba e integrante do comando de greve, os 275 docentes que assinam o abaixo assinado encaminhado ao BN tem todo o direito de se manifestarem dessa forma, contudo, devem reconhecer que a decisão pela deflagração da greve foi tomada pela maioria dos 433 docentes presentes à assembleia convocada para a Faculdade de Direito no dia 25 de abril.
"Essa posição não é exatamente uma novidade. Em 2015 alguns docentes signatários do atual documento assinaram um documento parecido. No entanto, compareceram à assembleia, defenderam suas posições e foram minoritários. Os trabalhadores historicamente sabem que a consulta pública que se pode fazer sobre a deflagração de um movimento, como uma greve, ocorre na assembleia, então os colegas não podem dizer que não tinham sido avisados sobre o que seria discutido e a prova do interesse da categoria no assunto é que 433 professores e professoras lotaram o auditório da Faculdade de Direito, debatendo o tema por mais de três horas", destacou o integrante da CLG. (Atualizada às 15h31)
Uma decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) suspendeu a greve dos professores de Paripiranga, na divisa da Bahia com Sergipe. Em decisão desta terça-feira (1°), o desembargador Aldenilson Barbosa dos Santos acatou uma liminar proposta pela prefeitura da cidade contra o sindicato dos professores [APLB Vaza-Barris].
Na decisão, o magistrado determinou o retorno imediato dos docentes em 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 10 mil em caso de desobediência à medida. O desembargador ainda autorizou o desconto em folha dos dias não trabalhados aos docentes que não compareceram às escolas. Cabe recurso à decisão.
No pedido de liminar, a prefeitura alegou que a greve foi deflagrada no dia 26 de julho à revelia de requisitos legais, sem notificação prévia. A gestão ainda argumentou estudos de impacto financeiro, que apontariam a falta de recursos para atender as reinvindicações da APLB local.
Uma decisão do desembargador José Alfredo Cerqueira da Silva, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), considerou ilegal a paralisação dos professores de Cafarnaum, na região de Irecê, Centro Norte baiano. A medida, publicada nesta terça-feira (7), ainda impõe multa diária de R$ 5 mil em caso de não cumprimento.
O desembargador atendeu um pedido de liminar da prefeita Sueli Novais (PL). A greve dos professores cobra o reajuste de salários, conforme o piso nacional da categoria definido para este ano, que teve 14,95% de aumento.
No recurso, a prefeitura afirmou que a concessão do reajuste para os profissionais “implodiria o orçamento”, o que obrigaria o comprometimento de 100% dos recursos do Fundeb para este ano só com pagamento de salários, “sem deixar alternativas para a gestão cobrir os demais gastos da educação como: pessoal de apoio, complemento do transporte escolar, complemento de merenda escolar, manutenção das escolas, custeio da educação, entre outros”, diz trecho da liminar. Cabe recurso à decisão.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.