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glitter
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) esclareceu que plásticos, incluindo o polipropileno (PP) micronizado, não estão autorizados para uso na composição de alimentos, sejam eles preparados ou industrializados.
Com isso, nenhum pó decorativo ou glitter que contenha o chamado “PP micronizado” pode ser utilizado em produtos de confeitaria ou na decoração de alimentos. Segundo a agência, esses materiais são permitidos apenas em objetos decorativos não comestíveis, como cenários ou enfeites utilizados em festas temáticas.
A Anvisa reforçou que produtos usados para colorir bolos, doces e similares, tanto em confeitarias quanto em ambientes domésticos, são considerados alimentos. Por isso, devem ser fabricados somente com ingredientes e aditivos previamente autorizados, como corantes e substâncias que alteram cor, textura e sabor, após avaliação de segurança para o consumo humano.
O posicionamento da Anvisa foi divulgado após a repercussão de um vídeo publicado nas redes sociais, na conta Almanaque SOS, que mostrou supostos glitters “comestíveis” sendo produzidos com materiais plásticos semelhantes aos usados em garrafas PET.
@almanaquesos Plástico Comestível, vamos falar sobre isso?
? som original - Almanaque SOS
Presença constante em fantasias e maquiagem de carnaval, as partículas de glitter podem comprometer o crescimento de organismos que constituem a base de ecossistemas aquáticos, de acordo com um estudo da Universidade de São Paulo (USP) publicado recentemente na revista Aquatic Toxicology. A reportagem é da jornalista Julia Moióli, da Agência FAPESP.
As partículas de glitter são microplásticos com menos de 5 milímetros. Seu tamanho reduzido impede que sejam filtradas pela rede de tratamento de esgoto. Portanto, quando os foliões tomam banho, elas escorrem diretamente pelo ralo e se espalham por praias, sedimentos, florestas, lagos e oceanos.
Estima-se que, nos últimos anos, mais de 8 milhões de toneladas do material foram lançados no oceano, de acordo com a literatura científica atual.
Por não ser biodegradável, o glitter entra em contato com os organismos aquáticos e afeta todo o ecossistema à sua volta. Essa exposição pode acontecer de diversas formas, como ingestão, contato com subprodutos tóxicos ou danos e ferimentos causados pelas bordas afiadas das partículas. Além disso, sua forma, tamanho e propriedades físico-químicas dificultam a medição precisa dos níveis de contaminação da água.
Os pesquisadores acreditam que o estudo oferece embasamento para que o poder público e a população repensem as comemorações da festa mais popular do país e estimulem um consumo mais consciente de itens derivados de plástico.
“O glitter foi criado para ser usado em festividades e, nesses momentos, as pessoas acabam não pensando na problemática criada para o meio ambiente”, acredita Marli de Fátima Fiore, pesquisadora do Cena-USP e coordenadora do trabalho.
“Mas é preciso lembrar que esses microplásticos comprometem e contaminam ecossistemas tanto marinhos quanto de água doce, que são extremamente importantes para nossa vida, e pensar em campanhas para que eles sejam evitados ao máximo.”
Os pesquisadores pretendem agora realizar os mesmos testes em mais linhagens de cianobactérias e também analisar o glitter dito biodegradável para verificar se esse material realmente não gera problemas para os organismos (como, por exemplo, prejuízos decorrentes de possíveis pigmentos com metais na composição).
O ESTUDO
Em estudo conduzido no Centro de Energia Nuclear na Agricultura da USP (Cena-USP) com apoio da FAPESP (projetos 16/14227-5 e 18/24049-2), pesquisadores avaliaram os efeitos de cinco concentrações de partículas de purpurina não biodegradáveis em duas linhagens de cianobactérias, Microcystis aeruginosa CENA508 (unicelular) e Nodularia spumigena CENA596 (filamentosa), que são responsáveis por formação de florações em corpos d’água. Ambas fazem parte da coleção de quase 800 linhagens coletadas no país pelo grupo Cyanos. Durante 21 dias, a taxa de crescimento celular das cianobactérias foi medida a cada três dias por meio de espectrofotometria (medição de densidade óptica).
“Conseguimos observar que as doses crescentes de glitter aumentam o biovolume das células de cianobactérias, fazendo com que passem por processos de estresse que comprometem até mesmo a fotossíntese, o que destaca a toxicidade pouco explorada do glitter em microrganismos”, afirma Mauricio Junior Machado, autor do estudo e pesquisador do Laboratório de Biologia Celular e Molecular do Cena-USP. “Vale lembrar que, se algo afeta as cianobactérias diretamente, então indiretamente afetará outros organismos do mesmo ambiente.”
Os resultados sugerem que concentrações ambientais de glitter semelhantes à maior dosagem testada (>200 mg de glitter por litro de água) podem influenciar negativamente organismos suscetíveis dos ecossistemas aquáticos. O efeito mais evidente foi visto em Microcystis aeruginosa, que apresentou mudanças na taxa de crescimento durante todo o período de experiência: um pico de crescimento foi registrado no tratamento com glitter de 50 mg por litro de água, enquanto o menor crescimento foi registrado com 200 mg por litro de água. Em Nodularia spumigena, o maior crescimento foi medido em 100 mg de glitter por litro de água, com efeitos negativos observados em concentrações de purpurina acima de 137,5 mg por litro de água, afetando a densidade celular sem recuperação. A diferença na taxa de crescimento só aconteceu no 21º dia do experimento.
Não houve diferença significativa entre as concentrações de clorofila e de carotenoides totais. Entretanto, em valores absolutos, ambas as linhagens apresentaram redução de carotenoides nos grupos expostos a 200 e 350 mg de glitter por litro de água, e uma variação na fluorescência da clorofila foi observada em Nodularia spumigena para células expostas a 350 mg por litro de água.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Ciro Gomes
"Quando Lula se elege, chama o José Alencar, do PL, para ser o vice-presidente da República. Aí tudo bem, pode fazer aliança com o PL. Quando Lula resolveu lançar Dilma, sem vivência política nenhuma, já avisado que as coisas podiam ser gravemente traumatizadas, como infelizmente aconteceu, ele chamou a polêmica figura do Michel Temer, do MDB. Aí pode, não tem problema nenhum, porque sendo Lula e o PT, pode".
Disse o ex-governador do Ceará, ex-ministro e ex-candidato à Presidência da República Ciro Gomes ao oficializar, nesta quarta-feira (22), sua filiação ao PSDB, legenda à qual retorna após 29 anos. O ato foi realizado em Fortaleza (CE) e marcou também o anúncio de Ciro como novo presidente estadual do partido.