Artigos
Direito e Sustentabilidade III
Multimídia
Ivanilson afirma que PV fará reavaliação de filiados e admite: “Servimos sim de barriga de aluguel”
Entrevistas
Diego Brito indica preocupação com frota e aponta “última milha” como desafio no trânsito de Salvador
femadum
"A música da Bahia tem que se reinventar, o axé principalmente", afirma Lazinho, vocalista do Olodum
Antes mesmo do movimento Axé Music começar e dar o tom do Carnaval em Salvador, os batuques do Olodum já eram ouvidos pelas ruas da capital baiana como um som revolucionário e, como o próprio Lazinho, vocalista da banda, classificou: problemático. Isso por que o Olodum sempre saiu nas ruas com canções de protesto e poesias musicadas, sentido contrário das músicas comerciais de hoje em dia.
Em 2025, a Axé Music completa 40 anos, seis a menos que o Olodum, que sem dúvidas, foi uma inspiração para o movimento, assim como todos os blocos afro já existentes na capital baiana antes de Luiz Caldas puxar o 'Fricote' na avenida.
Para Lazinho, a reflexão que fica após anos do surgimento do movimento é a necessidade de se reinventar. Ao Bahia Notícias, o vocalista do Olodum pontuou a diferença entre a música baiana e a música afro, feita pelo Olodum e por outros blocos, que com o passar dos anos não perdeu o propósito.
"Eu acho que a música da Bahia, ela tem que se reinventar, principalmente o axé. A música afro é um pouco diferente, porque quer ou não, a gente tem um corpo de compositores. Não perdemos nossos compositores de vista, eu estou sempre pegando pelo braço e falando 'Apareça lá', 'apresente a sua música', saio na rua falando sobre a importância deles para a propagação da nossa cultura."
Foto: Bahia Notícias
Segundo o artista, muitos compositores de música afro pensaram em migrar para o axé pela facilidade em fazer dinheiro. Lazinho conta que a união fez a força neste caso, e um grupo conseguiu convencer os compositores de não "mudar de lado".
"Algumas pessoas tinham desistido, por causa do axé. Tinha desistido de fazer música e eu e uma galera criamos um grupo para trazer novos compositores e os compositores que tinham parado de compor. Se não, o mesmo que aconteceu com o axé ia acontecer com a música de Bloco Afro. Acho que a música da Bahia tem que se reinventar, o axé principalmente, que ajudou também a levar o nome da Bahia muito longe, acho que pararam um pouco no tempo, mas agora estão tentando se reencontrar. E nós vamos ajudar, porque o que for da Bahia, o Olodum vai ajudar sempre."
Em entrevista ao Bahia Notícias durante o lançamento do Festival e Música e Artes Olodum (Femadum), o músico exaltou a importância do projeto, que completa 44 anos em 2024 e é o responsável por enriquecer o repertório do Olodum, para a Bahia.
"O Femadum não é só importante para o Olodum, nem para os compositores. A importância do Femadum é para a música de Salvador, da Bahia, que até então era chamada de música regional. A criação do festival expandiu a música da Bahia através dos tambores do Olodum para o mundo, tanto que muitos artistas baianos que não apareciam na mídia nacional e internacional, e passaram a ganhar vários prêmios e destaque a partir de 1990, porque o Olodum divulgava as músicas que eram resultados do Femadum. Hoje, o Festival se tornou o maior festival de música negra da América Latina."
Foto: Divulgação
Mundialmente conhecidos através da própria música, que conquistou grandes artistas internacionais, como Paul Simon e Michael Jackson, Lazinho relembrou a primeira vez que o Olodum pisou fora do Brasil e as dificuldades que a banda passou para se tornar a referência que é atualmente.
"Eu me lembro que em 1990 nós fomos para a Europa ganhando 10 libras por dia, que era para tomar café, almoçar e jantar, mas o sacrifício que foi feito lá atrás serviu para o reconhecimento das pessoas para o Olodum, que até então era tido como uma entidade problemática que lutava por direitos. Eu acho que a importância do Olodum para a cultura da Bahia e para a música da Bahia é muito grande. Nós somos suspeitos de falar, o povo é que vê essa grandeza e nos vem, nos reportar. O Olodum é muito importante na vida do povo baiano, quer queira, quer não, é preciso assumir isso. Mas ele tem uma importância muito grande, principalmente para a mulher negra, que nós defendemos desde a nossa criação. O Olodum vem defendendo o que eles chamam de 'classe menos favorecida', nós demos voz e vez a essas pessoas."
Criado com o propósito de divulgar a diversidade da cultura afro baiana e brasileira e dar oportunidade a talentosos artistas populares que buscam na cultura afro a sua fonte de inspiração, o Festival de Música e Artes Olodum – FEMADUM, celebra em 2024 os 44 anos de existência com uma vasta programação cultural no Pelourinho.
Com início nesta quinta-feira (5), o Centro Histórico de Salvador recebe oficinas, palestras, workshops, encontros literários, além de ações de cidadania para a comunidade. “Nós vamos fazer um festival plural e diverso que envolve várias áreas. Tem arte, literatura, música e tudo que é expressão que a gente considera importante para que a população conheça das histórias e das referências afro-brasileiras”, afirma Jorginho Rodrigues, presidente executivo na Grupo Cultural Olodum.
O Festival foi responsável por dar ao Olodum canções que levaram o grupo percussivo para o Brasil e o mundo. Foi através do concurso que o público ouviu pela primeira vez ‘Faraó Divindade do Egito’, por exemplo, composição de Luciano Gomes que ficou conhecida na voz de Margareth Menezes. O Femadum também revelou grandes compositores da música baiana, como Tatau, que ganhou a oportunidade no Ara Ketu após se apresentar no evento e ser assistido por dona Vera Lacerda, Piérre Onássis, Jauperi, Tonho Matéria e outros.
“O Femadum vem se transformando, vem se inovado e a cada ano permitindo que mais gente tenha a oportunidade de escrever suas músicas, de se tornarem conhecidos e de revelar novos talentos. A gente espera que novos talentos sejam revelados nessa edição, que venham novos Pierres, novos Jaus, Tonhos, Cabelinhos, queremos propagar a nossa mensagem”, pontua Marcelo Gentil.
Em 2025, o Olodum levará como tema do Carnaval para a avenida ‘Olodum Maré’. Três músicas foram selecionadas para a grande final, foram elas ‘Os Tambores do Olodum Saúda o Ser Criador’, de Paulo Sales, Edson Prodígio e Sérgio Debalê; ‘Recado Olodum’, composta por JC Cabelo; e ‘O Nome de Deus’, de Alisson Lima.
Foto: Bianca Andrade/ Bahia Notícias
Ao Bahia Notícias, JC Cabelo, ou Cabelinho, como é conhecido artisticamente, falou sobre a oportunidade dada pelo Femadum aos novos compositores e a importância da existência dele para a propagação da cultura negra.
“O festival perdura e abre espaço para novos talentos e principalmente para a propagação da música do bloco afro, porque quem vem para o Femadum, apesar de ser um evento promovido pelo Olodum, o olodúnico, como gostamos de falar, está interessado em saber mais dessa cultura afro. Antes a gente tinha que batucar a nossa música nos ônibus, hoje, o Femadum dá esse espaço para o artista mostrar sua arte e ser exaltado por ela.”
Neste ano, além das atividades artísticas, shows e workshops, os alunos da Escola Olodum serão assistidos por meio de uma ação oftalmológica, que terá ainda doação de óculos para os casos mais graves.
“Esse é um passo, mas durante o ano o Oludum desenvolve ações sociais que fomentam e estimulam também a consciência sobre a importância de fazer o bem. Nós somos um bloco popular e quando estamos nas ruas fazendo eventos de boa qualidade, eventos gratuitos, que permitem acesso a diversas pessoas que tenham ou não condição de pagar para assistir um evento dessa qualidade, isso nos deixa muito felizes”, celebra Jorginho.
Foto: Bianca Andrade/ Bahia Notícias
O presidente executivo do Grupo Cultural Olodum afirma que tem como maior desafio para manter o Femadum a questão financeira, já que parte dos recursos são do próprio Olodum, porém, neste ano, ele foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo. Mas o retorno do público em relação ao evento faz com que o festival continue valendo a pena de ser realizado.
“O Olodum só tem a agradecer ao público. Nós somos muito respeitados e a gente sente essa vibração, porque a gente faz um evento como esse e no Largo do Pelourinho as pessoas comparecem, mais de 10 mil pessoas chegam para ver o espetáculo promovido pelo Femadum, as pessoas vêm às oficinas, participam ativamente disso, para a gente é uma responsabilidade enorme, porque nós queremos não só agradar esse público, mas contemplá-los e fazer com que eles sintam parte desse processo.”
Confira a programação completa:
Dos dias 13 a 16 de julho de 2023, o Olodum promove seu tradicional Festival de Música e Artes (Femadum), no Centro Histórico de Salvador, com o objetivo de revelar novos talentos musicais e dar visibilidade às manifestações culturais e artísticas.
A edição 2023 do Femadum acontece com o tema “O Tambor Cidadão na Construção da Musicalidade Afro-Brasileira”. A programação artística com shows musicais será realizada no Largo do Pelourinho, nos dias 15 e 16, das 13h às 17h, aberto ao público.
A expectativa é que cerca de dez mil pessoas atendam ao chamado da banda mais internacional da Bahia. O Femadum oportuniza à população em geral o acesso à arte, cultura, lazer e entretenimento, com as participações de artistas nacionais e locais.
Criado em 1980 para divulgar a diversidade da cultura afro baiana e brasileira, o Festival de Música e Artes Olodum (Femadum) chega a mais uma edição neste fim de semana, em Salvador. O evento acontece neste sábado (9) e domingo (10), a partir das 13h, no Largo do Pelourinho, contemplando, além da música, diferentes linguagens artísticas, como literatura, artes plásticas e audiovisual.
SERVIÇO
O QUÊ: Femadum – Festival de Música e Artes Olodum
QUANDO: Sábado e domingo, 9 e 10 fevereiro, das 13h às 17h
ONDE: Largo do Pelourinho – Salvador (BA)
VALOR: Aberto ao público
Chega a mais uma edição, desta sexta-feira 26 a domingo (28), o Festival de Música e Artes Olodum (Femadum). O tradicional evento realizado pelo bloco afro Olodum acontece no largo do Pelourinho, com o tema “A Casa das Águas”, em homenagem ao carnaval do bloco, que em 2018 tem como mote “ Deusas das Águas – Oceanos, Rios e Lagos”. O festival tem início com uma exibição audiovisual da TV Olodum, seguido por um coquetel de lançamento. Além da exibição de filmes, o evento contempla ainda homenagens, premiações e apresentações musicais de grupos de reggae, samba e DJs, e, claro, a percussão do Olodum.
SERVIÇO
O QUÊ: Femadum - Festival de Música e Artes Olodum
QUANDO: 26 a 28 de janeiro. Sexta-feira, a partir das 16h30 e sábado e domingo, das 13h ás 18h
ONDE: Largo do Pelourinho – Salvador (BA)
VALOR: Grátis
Confira a programação:
12h00 – Banda Percussiva Olodum e ala de canto
Ao longo dos 36 anos do evento, já foram lançados diversos compositores, como Jau Peri, Pierre Onassis, Tonho Matéria e tantos outros nomes no cenário musical baiano. Em uma das primeiras edições, Luciano Gomes apresentou a música "Deuses Cultura Egípcia", mais conhecida como "Faraó", que deu visibilidade e popularidade ao Olodum.
Nesta edição, o Olodum homenageia personalidades que contribuíram e ainda contribuem para o fortalecimento do grupo e da valorização da população negra. Débora Regina Souza (Presidente do grupo Didá), Fabíola Mansur (Oftalmologista e Deputada Estadual), Juvenal Payayá (Cacique da Aldeia Payayá), Célia Sacramento (Vice-Prefeita), Jorge Portugal (Cantor, compositor e poeta), Zebrinha (Coreógrafo do Bando de Teatro Olodum), Alessandro Teixeira (Artística Plástico Troféu FEMADUM), Marcos Terena (Presidente do comitê internacional dos Jogos Indígenas) e o projeto “A voz do Subúrbio”, serão os homenageados do Festival.
FEMADUM – Festival de Música e Artes Olodum
Dias: 09 e 10 de Janeiro 2016
Horário: 14h às 18h
Local: Largo do Pelourinho
Gratuito
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.