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Os limites invisíveis da campanha eleitoral: o que você precisa saber
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Após a recondução de Ednaldo Rodrigues ao cargo de presidente, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se reuniu com as federações estaduais para um almoço no Rio de Janeiro na última segunda-feira (8). A reunião durou cerca de quatro horas e foi descrita por um dos mandatários estaduais como "lavagem de roupa suja".
"Foi mais lavagem de roupa suja. (Mas) pacificou", afirmou um cartola ao site ge.globo.
Ainda de acordo com o ge.globo, a entidades estaduais estavam divididas em dois grupos. De um lado estava Reinaldo Carneiro Bastos, da Federação Paulista de Futebol (FPF) que é pré-candidato à presidência da CBF, enquanto do outro tem Gustavo Feijó, representante da Federação Alagoana de Futebol (FAF) presidida pelo seu filho e também um dos aliados de Flávio Zveiter, outro que mira a principal cadeira da entidade nacional.
"Com amor se tem amor. Com espinho se tem espinho", resumiu o dirigente de Alagoas.
No dia 7 de dezembro, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) destituiu Ednaldo da presidência da CBF e nomeou um interventor para assumir o cargo e convocar novas eleições. Porém, na última quinta (4), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes devolveu o comando da entidade ao dirigente baiano. Após se lançar como pré-candidato durante a intervenção, Reinaldo Carneiro Bastos disse que o processo eleitoral foi encerrado.
"Encerramos o processo eleitoral. Não existe mais. É assunto do passado. As 27 federações contribuem para o futebol, com mudanças, com novos métodos. Foi uma conversa muito franca, muito legal, serviu para a gente começar a olhar de hoje para a frente. Foi produtiva", disse.
Uma das principais queixas das federações é a forma centralizadora da gestão de Ednaldo Rodrigues. O mandatário da FPF também falou que o dirigente baiano se mostrou aberto a diálogos com as entidades filiadas.
"Ele abriu a reunião dizendo que precisa, que vai ter diálogo mais constante com todos. E isso já foi percebido pelas federações. Eu disse a eles: eu não participei de uma guerra. Era um processo eleitoral. Sou muito grato às federações que estavam comigo, mas estou grato por não ter nenhuma desavença com nenhum. E eu disse a eles: a partir de hoje, somos 27", completou.
Nesta terça (9), a CBF fará outra reunião, desta vez incluindo os clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, além dos presidentes de federações estaduais envolvidas nas duas divisões.
Todo ano um assunto vira pauta no noticiário esportivo: o futuro dos Estaduais. Uns defendem a permanência da competição no calendário do futebol nacional, já outros defendem a extinção. Um dos que defendem a bandeira para acabar de vez com o certame é o jornalista Rodrigo Capelo, colunista do jornal O Globo. A opinião do profissional desagradou muita gente, inclusive as federações, que repudiaram a atitude.
Foto: Reprodução/ SporTV
Em um trecho, as federações consideram a o teor da coluna como um “ataque frontal à diversidade e pluralidade que tornam o futebol brasileiro um patrimônio cultural mundialmente reconhecido. É abjeto que o colunista pareça partir de uma conotação discriminatória, desprestigiando evento tão importante como os campeonatos estaduais”.
Ao todo, 26 das 27 federações assinaram a carta de repúdio. Confira abaixo o documento na íntegra.
"A coluna é uma amostra da ignorância e irresponsabilidade com a qual algumas pessoas e agências interessadas em especulação lidam com o patrimônio cultural do futebol brasileiro. É inaceitável que um jornalista esportivo, de maneira irresponsável e sem embasamento, proponha o fim de uma tradição histórica que revelou muitos talentos e proporcionou clássicos regionais emocionantes. Os campeonatos estaduais são essenciais para o desenvolvimento do esporte nacional e movimentam a economia local, gerando empregos e fortalecendo a identidade regional. Eles são da essência raiz do futebol brasileiro.
A sugestão do colunista, que já fez comentários pejorativos associados à origem regional do presidente, em outra ocasião, é um ataque frontal à diversidade e pluralidade que tornam o futebol brasileiro um patrimônio cultural mundialmente reconhecido. É abjeto que o colunista pareça partir de uma conotação discriminatória, desprestigiando evento tão importante como os campeonatos estaduais.
A diversidade regional é uma das maiores riquezas do futebol brasileiro e os campeonatos estaduais contribuem para a manutenção dessa pluralidade. A extinção dos estaduais, como sugerido pelo colunista, seria um ataque frontal a essa diversidade, algo intolerável para uma sociedade que se propõe cada vez mais inclusiva. É um ato intolerável.
O colunista demonstra total desconhecimento e ignorância ao afirmar que os campeonatos estaduais causam estragos na estrutura do futebol brasileiro. Pelo contrário, eles são a base da formação de talentos e contribuem para o desenvolvimento do esporte no país. Além disso, os estaduais são uma vitrine para jogadores momentaneamente desconhecidos e geram empregos para cerca de 25 mil atletas e suas famílias.
É importante destacar, ainda, que os campeonatos estaduais não podem ser vistos apenas pelo prisma econômico. No entanto, ainda que seja o caso de encarar a situação sob o prisma econômico, a verdade é que a supressão dos estaduais, como sugerido, seria um golpe devastador para uma nação já assolada pelo desemprego. Com cerca de 20 milhões de brasileiros sem trabalho, a existência desses campeonatos é crucial para a sobrevivência de muitas famílias que dependem dos salários dos cerca de 25 mil atletas contratados pelos clubes.
Se essa ideia irresponsável de acabar com os campeonatos estaduais fosse levada a sério, mais de 150 mil pessoas seriam diretamente afetadas. E não são apenas essas famílias que sofreriam as consequências – a cadeia produtiva do futebol que depende desses campeonatos emprega mais de 500 mil pessoas, todas elas com suas vidas em jogo. O colunista que propôs essa ideia cega e irresponsável deve entender que, ao atacar os campeonatos estaduais, ele está atacando a sobrevivência de milhões de brasileiros.
É no mínimo questionável que o colunista do Globo venha agora expressar uma opinião tão contrária àquela defendida pelo próprio Grupo Globo ao longo de décadas. Afinal, a empresa sempre contribuiu para o fortalecimento dos campeonatos estaduais, seja por meio de patrocínios ou de sua ampla cobertura jornalística. É surpreendente, portanto, que o colunista em questão ignore completamente a história de colaboração de sua própria empresa e trate com desdém um evento que contou com o apoio e a dedicação do Grupo Globo por tanto tempo.
Tal postura pode ser vista como nada mais que uma tentativa oportunista de chamar a atenção, sem considerar as consequências graves que sua sugestão pode ter para o futebol brasileiro e para milhares de pessoas que dependem dele para sobreviver.
Caso o colunista fosse mais bem informado, saberia, ainda, que a maior parte dos campeonatos estaduais já se adequou a uma nova realidade, realizando campeonatos mais enxutos e com duração reduzida.
As Federações de Futebol do Brasil deixam claro que não irão se curvar a quaisquer tipos de pressões de pessoas que tenham interesses particulares – mormente os pouco republicanos – na extinção dos campeonatos estaduais, ao tempo em que reiteram o compromisso com o futebol brasileiro e com a valorização de todas as suas competições, incluindo os campeonatos estaduais, que têm um papel fundamental na história do esporte no Brasil.
As Federações não se curvarão a qualquer tipo de discriminação, seja de origem, seja social, ou até mesmo patrocinada, por quem quer que seja".
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Jaques Wagner
"Tá igual a mandacaru, que não dá sombra nem encosto".
Disse o senador Jaques Wagner (PT) rebateu as críticas feitas pelo o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil) sobre a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.