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eleicao de 2024
A definição dos nomes que irão presidir as comissões na Câmara de Vereadores de Salvador deve ficar para a próxima quarta-feira (5). Porém, o União Brasil já definiu o nome para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ): Duda Sanches. O edil foi confirmado pelo partido como o escolhido, conforme o líder do governo, vereador Kiki Bispo (União).
“Tivemos uma reunião na semana passada, o regimento fala que a indicação parte do partido e o partido entendeu por colocar o nome do vereador Duda Sanches. Claro que isso ainda requer passar pelo presidente, o regime é presidencialista, o presidente está analisando com calma. Mas foi uma indicação partidária, como prevê o regimento. Vamos esperar, para a partir de amanhã, ao abrir o prazo regimental, para poder ser discutido. Eu, como líder do governo, espero que o partido reedite a presidência da CCJ, tem sido de praxe. Somos a maior bancada do legislativo municipal”, apontou Kiki.
Responsável pela CCJ na última legislatura, o vereador Paulo Magalhães Jr. (União) deve deixar o posto. “Paulo é procurador, Duda já é segundo vice. Os espaços vão se arrumando. Tenho prezado e me abstive de qualquer escolha, minha condição de líder do governo me isenta desta questão interna, mas o diálogo vai acabar prevalecendo. É natural e legítimo que todos queiram presidir a CCJ, mas vamos chegar a um consenso”, indicou.
Com o início das atividades legislativas em mais um mandato para os vereadores de Salvador, alguns projetos devem tomar destaque na Câmara Municipal. Apesar do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e da Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo (LOUOS) estarem no radar, o vereador Claudio Tinoco (União) acredita que o legislativo municipal deve apresentar novidades e apreciar também pautas propostas pelos edis.
“O PDDU e a LOUOS, por uma exigência da lei, estarão sendo discutidos a partir do momento em que o Executivo encaminhe os projetos para a Câmara. A gente não pode desprezar que essa Câmara que inicia hoje, inicia renovada. São 17 novos vereadores, em particular. Estou apresentando uma série de projetos legislativos, então, além da agenda importante que é o PDDU e a LOUOS, tenha certeza que essa Câmara vai iniciar a legislatura muitas inovações e debates. Uma Câmara ativa”, disse Tinoco.
Presente na primeira sessão legislativa do ano, nesta segunda-feira (3), Tinoco também comentou as recentes farpas trocadas entre o prefeito de Salvador Bruno Reis (União) e o governador Jerônimo Rodrigues (PT). Segundo ele, o atrito seria traduzido pela “falta de diálogo” entre as lideranças.
“Quando você se sente desprestigiado, quando o governador transita e recebe prefeitos, como vocês estão vendo nos últimos dias, a referência que votaram com nosso candidato em 2022 [ACM Neto], isso demonstra uma posição extremamente política”, completou.
O deputado estadual Raimundinho da JR (PL) recebeu R$ 750 mil em doações do PL na campanha eleitoral deste ano, quando disputou a prefeitura de Dias D’Ávila. O parlamentar é alvo de uma “limpa” promovida pelo presidente estadual do partido, João Roma, que abriu um processo disciplinar contra o deputado devido a sua proximidade com o grupo do governador Jerônimo Rodrigues (PT).
Raimundinho da JR não logrou êxito na disputa em Dias D’Ávila neste ano, perdendo para o prefeito reeleito Augusto Castro (PSDB) em uma diferença de quase 12 mil votos. Em 2022, quando se candidatou para a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o parlamentar recebeu uma doação de R$ 220 mil do Partido Liberal.
Nesta quinta-feira (25), Roma afirmou que Raimundinho e Vitor Azevedo (PL), deputado que também alvo do processo disciplinar, pediram para deixar o partido. A informação, no entanto, foi negada pelos dois parlamentares, os quais disseram que “nunca demonstraram vontade” de migrar de legenda.
“Por um espectro, ficamos levantando bandeiras contra impostos, nos colocando antagonicamente ao PT. Por outro lado, tem deputados que foram legitimamente eleitos, tenho boa relação pessoal com ambos, tanto Vitor Azevedo quanto Raimundo da JR, sendo que os dois definiram estar alinhados com o PT. Isso gera um desconforto no partido. Os dois já manifestaram o desejo de sair do partido. Eles foram notificados pelo partido", afirmou Roma.
Em resposta, Vitor Azevedo disse nesta quinta que sempre defendeu uma linha mais política dentro do PL, dando a entender que estaria aberto a conversar com outras linhas ideológicas. O deputado também reforçou que defendeu a candidatura do próprio João Roma à prefeitura de Salvador.
"Nunca demonstrei vontade de sair do PL. Sempre defendi uma linha mais política e menos ideológica do partido. Inclusive, defendi a candidatura de João Roma, presidente do PL na Bahia, a prefeito de Salvador, como forma de fortalecer a sigla na capital. Infelizmente, ele (Roma) resolveu apoiar a reeleição do prefeito Bruno Reis", declarou Vitor.
Antes de se filiar ao PL, Raimundinho teve passagens por PRB e PDT.
Com 5 deputados estaduais disputando prefeituras nas eleições deste ano, a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) pode ter o retorno de “velhos conhecidos” após o pleito no próximo domingo (6). Em caso de vitória na disputa municipal, os parlamentares da AL-BA são obrigados a renunciar seus mandatos para poderem assumir o executivo de seus respectivos municípios.
Os deputados que disputam as eleições deste ano são:
- Eures Ribeiro (PSD) - Prefeitura de Bom Jesus da Lapa
- Claudia Oliveira (PSD) - Prefeitura de Porto Seguro
- Pablo Roberto (PSDB) - Vice-prefeito em Feira de Santana
- Raimundinho da JR (PL) - Prefeitura de Dias D’Ávila
- Pancadinha (Solidariedade) - Itabuna
Agora, veja quem podem ser os suplentes que podem assumir o mandato após o pleito. Já adianto que temos um nome que também é candidato e disputa uma prefeitura do interior.
PSD
A 1ª suplência do PSD fica com a atual Secretária Estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur), Jusmari Oliveira. Ela também foi deputada federal, deputada estadual e também prefeita do município de Barreiras, sendo eleita em 2008.
O segundo suplente fica com o ex-zagueiro do Esporte Clube Vitória, Marcone Amaral. O ex-atleta atualmente é presidente do Hospital de Base Luiz Eduardo Magalhães de Itabuna e chegou a ser eleito prefeito de Itajuípe em dois mandatos (2016-2020 e 2020-2022).
Separamos também a terceira suplência do PSD, por precaução, caso a secretária Jusmari permaneça no cargo na Sedur, mesmo com uma eventual vitória de Claudia Oliveira ou Eures Ribeiro. No caso, a vaga seria de Vera da Saúde, que é ex-prefeita de Maragogipe (2012-2016 e 2016 -2020).
PSDB
Em possível êxito de Pablo Roberto em Feira de Santana, Paulo Câmara retornaria ao posto de deputado estadual da Bahia, cargo que ocupou entre 2018 e 2022. Ele também foi vereador de Salvador e chegou a assumir a presidência da Casa por dois biênios consecutivos (2013-2014 e 2014-2015).
Atualmente, Câmara é assessor do presidente da Companhia de Desenvolvimento do Vale do Rio São Francisco (Codevasf).
Solidariedade
Caso Pancadinha seja eleito prefeito de Itabuna, quem ficaria em seu lugar seria o Pastor Tom, que foi deputado estadual entre 2018 e 2022. O suplente do Solidariedade possui forte influência em Feira de Santana, onde foi vereador eleito em 2012 e en 2016.
PL
Finalizando a rodada, vamos agora falar do PL. Se o deputado Raimundinho da JR for eleito em Dias D’Ávila, a primeira opção à espera da vaga seria o tenente-coronel da Polícia Militar, Coronel França. Contudo, o que acontece é que o PM também disputa uma prefeitura neste ano, no caso, a de Teixeira de Freitas.
Caso ambos os candidatos do PL sejam eleitos, a cadeira fica com Kátia Bacelar, irmã do deputado federal Jonga Bacelar (PL).
PESQUISAS
Dentre as pesquisas realizadas pela Séculus Análise e Pesquisa, os deputados Eures Ribeiro e Pablo Roberto seriam eleitos. No caso, só foram divulgados levantamentos nos municípios de Bom Jesus da Lapa, Feira de Santana e Dias D’Ávila.
Eures lidera com 55,37% das intenções de voto, enquanto Fábio Nunes (PT) pontuou 21,68%.
No caso de Feira de Santana, o candidato a prefeito na chapa de Pablo Roberto, Zé Ronaldo (União), abriu vantagem de 26 pontos percentuais sobre o deputado federal e prefeiturável Zé Neto (PT).
No caso de Dias D’Ávila, o deputado Raimundinho da JR aparece com desvantagem em comparação com o atual prefeito do município. O parlamentar registrou 26,60% das intenções de voto, enquanto o candidato à reeleição, Alberto Castro (PSDB) chegou aos 49,32%.
A disputa eleitoral pelas cidades baianas tem apresentado um movimento vinculado à capital baiana relacionado a alguns deputados federais. Maior colégio eleitoral do estado, Salvador possui 1.969.757 eleitores e tem ligado o alerta de alguns parlamentares que já pensam nas eleições de 2026 e buscam ampliar a votação. Com isso, candidatos a vereadores podem usufruir de certo apoio e estrutura do âmbito federal.
Como exemplo, em movimento para ampliar sua base, o deputado federal Dal (União) tem olhado com mais carinho para Salvador. Apuração do Bahia Notícias indica que o parlamentar apadrinhou Binho Ganso, candidato a vereador na capital, como representante na disputa. Apesar de ter em Salvador o maior número de votos, com 8.938, o interior do estado segue sendo seu maior reduto eleitoral.
Ao todo, Dal recebeu 140.435 votos por toda a Bahia. Reduto eleitoral do deputado, a cidade de Amargosa forneceu 5.881 votos. Dal foi o mais votado em Ubaíra, com 2.601 votos, em Sapeaçu com 4.027, em São Miguel das Matas com 2.329, Presidente Tancredo Neves com 4.791, Pau Brasil com 1.374, Nova Itarana com 2.434, Mutuípe com 3.438, Laje com 3.146, Jaborandi com 2.857, Itaquara com 2.476 e Camacan com 2.540 votos.
Também com forte atividade pelo interior do estado, o deputado federal Zé Rocha (União) teve 1.098 votos na capital baiana, durante a disputa de 2022. José Rocha foi o mais votado em alguns municípios, entre eles, Jussiape, Lagoa Real, Coribe e outros. O filho dele, o deputado estadual eleito Manuel Rocha (União), que deve "herdar" a vaga do pai, teve 1.401 na disputa em Salvador. Ambos têm auxiliado e acompanhado o candidato a vereador de Salvador Lucas Moreno, que também é filiado ao União Brasil.
Outro nome de expressão pelo interior do estado, o deputado federal Elmar Nascimento teve 12.620 votos em Salvador. Com base espalhada, Elmar foi o mais votado em alguns municípios, entre eles, Campo Formoso com 17.331 votos, Conceição do Coité com 9.859 votos e outros. Elmar também terá candidato a vereador na capital: o nome apoiado na disputa é o do ex-diretor de Esportes da capital Felipe Lucas (PSDB).
O deputado federal Cláudio Cajado (PP), com atuação mais direta no interior, teve 3.462 votos em Salvador. Cajado foi o mais votado em Tanque Novo com 6.433 votos, Tapiramutá com 3.659 votos, Pindobaçu com 5.255 votos, Ibicoara com 5.015 votos e outros municípios pelo interior. Pensando na capital baiana, Cajado tem atuado de forma conjunta com o atual vereador Átila do Congo (PMB) que irá buscar sua reeleição.
Na base governista, um dos que mais deve ampliar a base é o deputado federal Valmir Assunção. O parlamentar tem seus votos pulverizados pela Bahia, principalmente pelo sul do estado, sendo o mais votado no Prado com 6.013 votos, Rio do Antônio com 3.180 e Wagner com 1.716 votos. Valmir teve na capital baiana um total de 12.022 votos, em 2022, porém pode ampliar seus votos dois nomes ligados a ele na capital baiana: Fabya Reis e Tiago Ferreira.
Valmir, que é ligado ao movimento Sem Terra, é marido da candidata a vice-prefeita de Salvador, Fabya Reis, que também tem o desejo de disputar o pleito em 2026. Para vereador, o deputado petista possui forte ligação com o vereador Tiago Ferreira (PT), podendo também usufruir dessa troca de apoios para a próxima eleição.
Mais um nome que tem atuado na capital é o deputado federal Josias Gomes (PT), mais votado em 10 cidades pelo interior baiano, em 2022, como Camamu, Caetité, Rafael Jambeiro, entre outras. Apesar de não ter conquistado o mandato, Josias foi o primeiro suplente no pleito e com a licença de Afonso Florence (PT) para ocupar a Casa Civil no governo baiano, assumiu o posto. Na capital baiana, Josias recebeu 3.521 votos e tem apoiado o vereador Arnando Lessa (PT), que também busca a reeleição.
Mergulhado na organização das chapas de vereadores da base aliada, o atual prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), que vai buscar a reeleição na capital, tem diversificado e ampliado o "diálogo". Informações que chegam ao Bahia Notícias dão conta que Reis está cada vez mais próximo dos vereadores de oposição.
Alguns vereadores de mandato, procurados pelo Bahia Notícias, em condição de anonimato, indicaram que o movimento de Bruno Reis seria "coordenado", buscando também atrair os edis da oposição. Recentemente, como exemplo, Bruno teria acatado emendas de vereadores do outro bloco, também como forma de "fortalecer" a relação com outros parlamentares.
"Bruno tem feito o que o governo não faz", disse um dos edis ao BN. A execução de projetos através das emendas dos vereadores de oposição tem sido um dos pontos mais ressaltados por edis da bancada. Os vereadores também apontaram para uma "facilidade" maior do diálogo com Bruno Reis, do que com o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União). Bruno estaria mais "receptivo" para as demandas do bloco, facilitando os pedidos e "apaziguando" a relação.
O movimento de "abertura de diálogo" por Bruno Reis com os vereadores também tem sido um "passo além" para a manutenção de quadros da base governista. A permanência do vereador de Salvador André Fraga no Partido Verde, para as eleições deste ano, parece estar bem encaminhada por conta disso.
Com um debate aquecido dentro da federação que o PV compõe - juntamente com PT e PCdoB -, a manutenção de Fraga, mesmo apoiando a reeleição de Bruno, tem avançado. Externando frequentemente o desejo de se manter no partido, o vereador aponta para a "relação histórica" com a sigla, integrando os quadros de gestão nacional da legenda. Apesar disso, Fraga seria visto como um "estranho no ninho" dentro da federação que majoritariamente tem vereadores e políticos de oposição à atual gestão em Salvador. Mesmo com a "pressão", um exemplo tem causado certo desconforto aos integrantes do grupo: o vereador Suíca, do PT.
Durante uma reunião da federação em Salvador, na última quarta-feira (13), um questionamento causou embaraço aos membros partidários. Segundo presentes no encontro revelaram ao Bahia Notícias, um quadro da federação questionou sobre a permanência de André Fraga no PV. Uma das fontes relatou ao BN que a saia justa fica por conta da postura de outros vereadores da Federação Brasil da Esperança com matérias apresentadas pelo Executivo Municipal. "E Suíca, que vota com [o prefeito] Bruno Reis às vezes? E Tiago Ferreira? O próprio Hélio Ferreira, do PCdoB", disse um integrante em condição de anonimato.
O "rascunho" da chapa tucana para as eleições municipais de 2024 já tem sido feito, por meio do presidente da Câmara de Vereadores de Salvador, Carlos Muniz. A conta montada pelo PSDB não engloba o atual vereador Joceval Rodrigues (Cidadania), que integra a federação formada com o PSDB e projeta a ampliação da bancada.
"Joceval Rodrigues tem conversado com a gente, tem procurado outros partidos que ele deseja sair do partido. Ele tem um candidato a prefeito diferente do nosso, nós ficamos tristes por isso, mas ao mesmo momento fico alegre por ele ser bem cortejado por outros partidos. É um colega, uma pessoa muito competente e eu tenho certeza que terá êxito na campanha dele. Fico triste, mas espero que ele esteja fazendo a coisa correta para a carreira dele", indicou ao BN.
Muniz ressaltou que, desde 2007, quando iniciou na política, realiza a organização de legendas. "Pode ter certeza que o PSDB hoje tem quatro vereadores. Nós iremos aumentar esse número de vereadores com mandato e o PSDB na eleição de 2024 sairá muito mais fortalecido do que na eleição de 2020. Nossa pretensão é fazer de 6 a 7 vereadores e, com certeza, chegaremos nesse número", completou.
Ainda ocupando a secretaria de Infraestrutura de Salvador, o vereador de mandato Luiz Carlos (Republicanos) apontou que o ano legislativo deve ter um "ritmo acelerado", mesmo com eleições municipais no final do ano. Presente na reabertura das atividades na Câmara de Vereadores de Salvador, nesta sexta-feira (2), Luiz já tem retorno programado para o legislativo.
"Me descompatibilizo da prefeitura e volto para Câmara. A expectativa é manter o ritmo acelerado até próximo das eleições. Claro, a Casa é presidencialista, depende do entendimento do presidente, mas é um colegiado. Acho que vamos fazer um grande ano. Do ponto de vista de entrega da prefeitura, a cidade está um canteiro de obras, usando a inteligência, dialogando com órgãos de trânsito. Não estamos causando transtornos", disse Luiz Carlos.
Com o debate ativo para a vice ocorrendo, Luiz Carlos ressaltou que o processo ainda continua. "Com o Republicanos não seria diferente. Estamos alinhados com o partido que precisa ampliar espaços. Na Câmara temos três vereadores, três espaços de obras na cidade, quase 100% das obras passam por essas pastas. Vocês percebem que a contribuição tem sido importante. É natural que queira ampliar os espaços, mas é uma decisão do prefeito com os partidos", comentou.
O "bate cabeças" pela candidatura de oposição em Salvador ainda tem gerado algumas "teses" entre os políticos do grupo. De acordo com mandatários que ocupam a federação formada por PT, PCdoB e PV, a ausência de nomes com traços ideológicos na disputa pela prefeitura pode gerar o reforço de outras legendas.
A avaliação de vereadores com mandato e postulantes pelo grupo partidário é de que o movimento de não ter "candidatos de esquerda", propicie o reforço na bancada do PSOL na Câmara soteropolitana. Ao Bahia Notícias, eles sugeriram que o movimento se daria por conta do "voto ideológico" ligado à esquerda, além do conhecido "voto de legenda", que seria reforçado pela candidatura do PSOL na capital.
Com uma candidatura já confirmada, o PSOL possui uma cadeira na Câmara, ocupada pela vereadora Laina Crisóstomo - Pretas por Salvador. O partido poderia então "atrelar" a candidatura de vereadores a majoritária. Entre os nomes cotados estão o dos ex-candidatos ao governo da Bahia, Kleber Rosa, e ao Senado, Tâmara Azevedo (relembre aqui).
O embate entre o vice-governador Geraldo Jr. (MDB) e o deputado estadual Robinson Almeida (PT), além da deputada estadual Olívia Santana (PCdoB), tem gerado uma forte "incerteza" em quem deve disputar um mandato em 2024. O entendimento seria que, com o avanço da possibilidade de Geraldo Jr. ser o escolhido, as chances de "avançar" com candidaturas de vereadores da federação cairiam.
"Se temos o 13, iremos de 15?", questionou um interlocutor ao apontar para o cenário da disputa. "Com esse movimento só iremos reforçar o PSOL, que terá uma candidatura de esquerda", completou ao Bahia Notícias.
Apesar das sinalizações, o senador Jaques Wagner (PT) disse que a escolha do candidato único da base do partido para a disputa à prefeitura de Salvador, nas eleições de 2024, não deve deixar nenhuma “cisão” e nem “rusga” entre os possíveis nomes e os seus grupos (relembre aqui). O presidente do Partido dos Trabalhadores, Éden Valadares, também negou qualquer "rachadura" (veja aqui).
Com isso, a montagem das chapas de vereadores pelos partidos em Salvador pode ter algumas condicionantes. Uma delas, a do MDB, pode sofrer com a eventual candidatura a prefeito do vice-governador Geraldo Jr., ou não. O partido pode "ceder" o espaço para vereadores com mandato como contrapartida para liderar a candidatura na capital em 2024 pelo grupo político do governador Jerônimo Rodrigues.
CENÁRIO DA CHAPA DE VEREADORES
Com ou sem uma candidatura a prefeito em Salvador, o Partido dos Trabalhadores deve abocanhar o maior número de candidaturas na chapa para vereadores, na capital baiana. Segundo informações obtidas pelo Bahia Notícias com lideranças da legenda, o PT terá 18 das 44 candidaturas possíveis da federação com o PCdoB e o PV.
A condição, segundo as lideranças, se daria pelo maior número de representantes na Câmara atualmente, com quatro nomes: Marta Rodrigues, Tiago Ferreira, Suíca e Arnando Lessa - este último ocupando a suplência de Maria Marighella. As filiações do governador do estado, Jerônimo Rodrigues, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva teriam "reforçado" o coro do grupo para o maior número de candidaturas dentro da federação.
Com ou sem uma candidatura a prefeito em Salvador, o Partido dos Trabalhadores deve abocanhar o maior número de candidaturas na chapa para vereadores, na capital baiana. Segundo informações obtidas pelo Bahia Notícias com lideranças da legenda, o PT terá 18 das 44 candidaturas possíveis da federação com o PCdoB e o PV.
A condição, segundo as lideranças, se daria pelo maior número de representantes na Câmara atualmente, com quatro nomes: Marta Rodrigues, Tiago Ferreira, Suíca e Arnando Lessa - este último ocupando a suplência de Maria Marighela. A filiação do governador do estado, Jerônimo Rodrigues, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva teriam "reforçado" o coro do grupo para o maior número de candidaturas dentro da federação.
A mudança, que ocorreu na eleição geral do ano passado, e será aplicada pela primeira vez em um pleito municipal, coloca o número de vereadores mais um, no caso 44 nomes, alterou o cenário para o pleito de 2024. A medida também tem validade para as federações, fazendo com que tanto o PT, PCdoB e PV indiquem o total determinado na lei.
Por exemplo, em 2020, a coligação do atual prefeito Bruno Reis (União) lançou o maior número de candidatos, totalizando 890, seguido pela coligação de Bacelar (PV), com 174 postulantes. Em 2024, o União Brasil poderá lançar os mesmos 44 candidatos da federação PT, PCdoB e PV, e demais partidos ou federações.
E O PCDOB E PV?
O restante das 26 vagas pode ficar dividido da seguinte forma: 10 candidaturas do PV e 16 do PCdoB, de acordo com interlocutores da federação. Apesar disso, o grupo tem analisado que existe um "problema" interno na indicação de candidatos: o PV.
Integrantes do PCdoB e PT têm apontado que ao menos 9 dos 10 candidatos do PV seriam alinhados ao prefeito Bruno Reis. As candidaturas então seriam "gestadas" em um ventre de oposição, porém para "reforçar" a bancada ligada ao grupo político adversário.
Setores da federação ainda ponderam uma melhor "adequação" dos espaços, visto que o grupo pretende "reforçar" a bancada a partir de 2024. O PV possui apenas um vereador com mandato, André Fraga, ligado a gestão atual, sendo secretário durante mandato do ex-prefeito ACM Neto (União).
O presidente do Partido dos Trabalhadores da Bahia, Éden Valadares, se pronunciou sobre as especulações de que o nome para disputar a Prefeitura de Salvador em 2024 já estaria decidido pelo governador Jerônimo Rodrigues e de que o PT indicaria, para a composição da chapa, uma vice mulher. Éden reiterou que o pré-candidato do grupo liderado por Jerônimo ainda não foi definido, o que será feito após um processo de muito diálogo, consenso e união, e reafirmou o nome do deputado estadual Robinson Almeida como pré-candidato do PT à sucessão municipal na capital baiana.
“É natural que a ansiedade cresça e as especulações também. Toda hora sai uma suposição aqui, outra acolá. Normal. Os jornalistas consultam suas fontes e buscam acertar primeiro do que os outros”, disse Éden, ao ressaltar o envolvimento de todos os partidos da base nas discussões. “Importante é manter a política presidindo nossas decisões. E o que é a política? É o debate de ideias, de programa, de perfil também, mas sobretudo de critérios. São os movimentos dos partidos estarem dialogando e colocando suas opiniões sobre a mesa e o governador Jerônimo conduzindo a construção de consensos em um jogo de equilíbrio e de ganha-ganha, onde todos os aliados se sintam igualmente ouvidos e atendidos.”
Éden destacou o respeito a todos os nomes postos até o momento e justificou a força da pré-candidatura do partido e da Federação PT, PCdoB e PV na capital baiana. “No nosso caso, no caso do PT, fizemos um processo interno de muita unidade - municipal, estadual e nacional - respeitando todas as postulações, mas apresentando um nome e uma tese. O nome é o do companheiro Robinson, deputado estadual, foi federal e secretário de Estado; e a tese é a de que o PT a Federação tem uma largada mais densa por ter 7 vereadores de mandato em Salvador, ter as maiores votações para deputado estadual e federal na última eleição, e uma presença política forte, histórica e enraizada na cidade”
O presidente estadual do PT pregou, ao final, a união do grupo dos partidos da base de Jerônimo para a escolha do nome não somente em Salvador, mas no maior número possível de cidades na Bahia, por entender que os partidos saem mais fortalecidos quando unificados. “E seguimos com maturidade buscando a união do grupo do governador e do Presidente Lula. Segurando a ansiedade da militância que já quer estar nas ruas defendendo o 13, com a responsabilidade de quem sabe que ninguém ganha nada sozinho, nem que se trata de um jogo de quem tem a unha maior sobe na parede. Seguimos respeitando todos os partidos, suas lideranças e confiamos muito na capacidade de condução do governador Jerônimo Rodrigues”.
O deputado federal Neto Carletto (PP) disse, na tarde desta segunda-feira (18), que o presidente nacional do Progressistas, Ciro Nogueira, deixou o partido livre em todos os estados, para que tomem a decisão da escolha de quem apoiar nas eleições de 2024. Apesar do PP de Salvador ter declarado apoio à base de Bruno Reis (União), o parlamentar já anunciou ser contrário à decisão.
“O presidente do PP tem dado independência, em todos os estados, para que o partido tome a decisão que queira. Como aqui na Bahia ficou decidido que o partido ficaria sob o comando de Mário Negromonte Júnior, possivelmente ele está dando aval para que Cacá Leão, em nome do partido, possa estar negociando, com Barreiras, Salvador e todos esses municípios. Eu já coloquei minha posição pessoal em relação a esse assunto: sou totalmente contra. Já coloquei a Ciro Nogueira também a minha posição em relação a isso, que é caminhar na base aliada do governador Jerônimo Rodrigues, na base de Rui Costa, do presidente Lula, diferentemente que essa posição que o Partido Progressista tem tomado aqui em Salvador”, disse durante participação no Projeto Prisma.
Carletto declarou que participou da última reunião executiva do partido da Bahia e que esclareceu seu posicionamento sobre apoiar o PT e que, no encontro, fez questão de ressaltar a justificativa da sua escolha. “Infelizmente não foi a posição da maioria dos membros”, lamentou.
“Eu deixei bem claro a minha opinião de que para o partido sobreviver e conseguir crescer precisava estar alinhado com a base do Governo do Estado”, afirmou.
Confira:
O julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) da ADPF, proposta pelo União Brasil, sobre a possibilidade de um terceiro mandato na presidência da Câmara de Vereadores de Salvador foi paralisado. O ministro André Mendonça pediu vista para a ação, impedindo a divulgação de novos votos.
Outros três ministros acompanham o relator do caso, o ministro Nunes Marques: Gilmar Mendes, Edson Fachin e Alexandre de Moraes. Já o ministro Dias Toffoli acompanhou o relator com ressalvas, mas sem alterar substancialmente o entendimento do relator.
A ação protocolada em abril de 2022 buscava impedir a reeleição pela terceira vez consecutiva de Geraldo Jr. (MDB). O entendimento inicial era para a validade do terceiro mandato de forma subsequente, com decisão dada após o presidente da época, já ter se elegido como vice-governador da Bahia, em chapa com Jerônimo Rodrigues (PT).
Após o movimento, ficou validada a chegada do primeiro vice-presidente da Casa no posto, o atual presidente Carlos Muniz (PSDB). Apesar disso, a possiblidade de chancela da decisão pode impactar no futuro da Câmara, já que com o entendimento pela viabilidade da manobra sendo confirmando pela Corte, Muniz ainda poderia buscar, eventualmente, mais dois mandatos na presidência.
A dança das cadeiras dos vereadores de Salvador, pensando nas eleições de 2024, irá movimentar os bastidores da Câmara. Pensando na viabilidade política para o pleito do ano que vem, alguns edis devem migrar de partido, incluindo o vereador Isnard Araújo (PL).
Com o Partido Liberal passando por algumas mudanças, sob o comando do ex-deputado federal João Roma, Isnard pode não permanecer no partido. Informações obtidas pelo Bahia Notícias com interlocutores da Câmara apontam que o desembarque de Isnard deve ocorrer, porém com a indefinição do destino. O tema já teria o debate iniciado pelo vereador.
Com a indefinição e a dificuldade para o cálculo eleitoral do próximo pleito, o edil pode chegar a um partido menor, para conseguir garantir a eleição. Interlocutores sinalizaram ao BN que Isnard tem cogitado a possibilidade de se filiar ao Mais Brasil, partido que surge da fusão entre o PTB e o Patriota, porém ainda passa por um debate judicial para ser constituído de forma definitiva (veja aqui e aqui).
Ainda vinculado ao PL, Isnard fez coro para a chegada do colega de Câmara, o presidente Carlos Muniz (PSDB), ao partido (veja aqui). Apesar da intenção, o chefe do Legislativo soteropolitano acabou se filiando ao PSDB, aumentando o número de vereadores da legenda na Casa. Já o PL possui dois edis, contanto, além de Isnard, com Alexandre Aleluia.
O Partido da Mobilização Nacional (PMN) deve permanecer na base do prefeito Bruno Reis (União) e terá algumas condicionantes na eleição de 2024. Ao Bahia Notícias, o vereador Marcelo Maia sinalizou que a disputa para vereador tentará reforçar a chapa e ampliar o número de cadeiras.
"Certamente ele segue na base do prefeito. Embora existam outros convites de apoio. Queremos ter uma chapa competitiva de vereadores, eleger o meu nome, mas ter mais dois ou três. É claro, sem a chegada de vereadores de mandato ou medalhões, para dar oportunidades que eu tive, para ser eleito. Isso foi o que foi pactuado. Temos feito esse diálogo com a estadual e o presidente nacional", comentou.
Maia indicou que com o reforço da bancada na Câmara de Vereadores de Salvador, podendo eleger até três vereadores, o partido busca ampliar o espaço em uma eventual reeleição de Reis. "Assim teremos um espaço diferenciado no próximo mandato de Bruno", completou.
Na Agersa, Uldurico Jr. deve disputar novamente a prefeitura de Porto Seguro e avalia possibilidades
O atual diretor da Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia (Agersa), ex-deputado federal Uldurico Jr. (MDB) (veja aqui) deve disputar a prefeitura de Porto Seguro em 2024. Segundo interlocutores da legenda, Uldurico já tem externado a vontade de pleitear a vaga.
Os integrantes do MDB apontaram ainda, em condição de anonimato, que, antes de assumir a Agersa, Uldurico chegou a cogitar a saída da vida política e, consequentemente, do MDB. Porém, aliados sinalizaram a importância de Uldurico no sul do estado, região tida como "fundamental" para a gestão. Mesmo assim, o político ainda segue analisando o futuro partidário para as próximas eleições.
Uldurico tem grande força na região e será a segunda vez que disputa a prefeitura de Porto Seguro. Em 2014, Uldurico se elegeu pelo Partido Trabalhista Cristão, sendo o mais jovem daquelas eleições. Já em 2016, se filiou ao Partido Verde e assumiu a liderança do partido na Bahia. Em 2018, na véspera da data limite para troca de partidos antes do pleito daquele ano, Uldurico se filiou ao Partido Pátria Livre, conseguindo a reeleição. Logo após migrou para o PROS.
Já em 2020, Uldurico aliou-se à ex-prefeita, a atual deputada estadual Cláudia Oliveira (PSD), na disputa à prefeitura de Porto Seguro. O político teve Maurício Pedrosa como vice, sendo derrotado pelo grupo de Jânio Natal (PL), atual prefeito, e Paulinho Tôa Tôa, o vice. Em 2022 Uldurico teve 69.087 votos na tentativa de reeleição, ficando como primeiro suplente do MDB.
Liderança do PT em Salvador, a vereadora Marta Rodrigues indicou que a filiação do presidente da Câmara de Vereadores de Salvador, vereador Carlos Muniz, ao PSDB não indica uma adesão direta ao grupo do prefeito Bruno Reis (União).
"O presidente tem tomado decisões com muita firmeza. Já tinha anunciado que iria anunciar o partido que iria se filiar. Não acredito que vai seguir nessa caminhada [de seguir o governo]. Que nossa casa continue com autonomia, independente do lado de lá", indicou ao Bahia Notícias.
O PT segue sendo o principal opositor da gestão Bruno Reis e deve disputar a prefeitura com um nome próprio (veja mais aqui). Recentemente, lideranças sinalizaram que, por ajustes na seara federal, o partido poderia não colocar um nome no pleito de 2024 (reveja aqui).
O deputado estadual Robinson Almeida (PT) foi um dos filiados que defendeu a presença da candidatura de um nome do Partido dos Trabalhadores em Salvador. Nas últimas eleições, o grupo liderado pelo então governador Rui Costa (PT) colocou em prática a estratégia de pulverização da base aliada, incluindo o da candidata do partido, Denice Santiago. O movimento culminou com a eleição de Bruno Reis (União), sucessor do chefe do executivo soteropolitano ACM Neto.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.