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desrespeito
O Brasil é um país fortemente machista, e as mulheres não são tratadas com respeito nem na rua, nem no trabalho e até em suas casas. Esses são alguns dos resultados da 11ª Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, realizado pelo DataSenado e pela Nexus, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), do Senado Federal.
O estudo é um dos maiores levantamentos feitos no país sobre o tema da violência contra a mulher, e revela em números o que as brasileiras vivem em seu dia a dia: falta de respeito, agressões, violência e machismo são constantes na vida da mulher.
O levantamento mostra uma quase totalidade na percepção entre as mulheres de que o machismo segue sendo regra no país, e não exceção: 94% das entrevistadas classificam o Brasil como um país “muito machista”.
Em relação à falta de respeito com que são tratadas no dia dia, os resultados mostram que esse desrespeito constante atravessa atravessa todos os espaços da vida das mulheres:
49% acham (pensam/percebem) que as mulheres não são respeitadas nas ruas; 24% acham (pensam/percebem) que as mulheres não são respeitadas no trabalho; 21% acham (pensam/percebem) que as mulheres não são respeitadas em casa, pela família.
Desde 2011, a rua é o ambiente mais mencionado como local de maior desrespeito às mulheres brasileiras. Ainda que a quantidade de mulheres com esta percepção tenha caído 3 pontos percentuais entre 2023 e 2025, quase metade (49%) das entrevistadas ainda afirma que é nas vias públicas que as mulheres ficam mais vulneráveis.
Já a percepção de que o desrespeito é maior dentro de casa aumentou 4 pontos, o que corresponde a cerca de 3,3 milhões de mulheres a mais que passaram a ver o ambiente familiar como o lugar mais inseguro.
Os dados do levantamento mostram que em relação ao ambiente de trabalho, não houve alteração significativa da pesquisa atual em relação às anteriores. O local de trabalho, entretanto, permanece sendo o segundo ambiente em que as mulheres percebem que há menos respeito.
Em relação à violência de gênero, a 11ª Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher mostra que, desde 2017, cerca de oito em cada dez mulheres acreditam que houve aumento nas agressões domésticas. Em 2025, 79% afirmaram perceber um crescimento da violência.
Quando perguntadas sobre a reação das vítimas: Apenas 11% acreditam que mulheres denunciam “sempre” ou “na maioria das vezes”; 23% dizem que as vítimas não denunciam.
A percepção de que o Brasil é um país machista continua praticamente unânime entre as mulheres. Em 2025, 94% delas afirmam viver em um país machista, mesmo índice de 2023. O que mudou foi a intensidade: o grupo que considera o Brasil muito machista subiu de 62% para 70% em dois anos, o que representa 8 milhões de mulheres a mais com avaliação mais crítica sobre a desigualdade de gênero.
A edição deste ano da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher teve como população-alvo mulheres com 16 anos ou mais, residentes no Brasil. No total, foram 21.641 entrevistas. As amostras do DataSenado são totalmente probabilísticas, permitindo calcular a margem de erro para cada resultado com nível de confiança de 95%.
Um advogado recebeu multa por litigância de má-fé estipulada em 20% do valor da causa, cerca de R$ 81.866, após ter desrespeitado uma juíza e outras mulheres durante uma audiência realizada na última quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher. A decisão é da juíza do Trabalho Karoline Sousa Alves Dias, da 46ª Vara do Trabalho de São Paulo.
Na ocasião, a juíza decidiu que não haveria necessidade de degravar os depoimentos colhidos em audiência telepresencial. Ao estabelecer a medida, a juíza do Trabalho argumentou que não haveria prejuízo às partes, pois a audiência foi integralmente gravada por meio audiovisual, cabendo ao eventual interessado a degravação do trecho que lhe for oportuno em razões finais ou para fins recursais.
Conforme a ata, o advogado, interrompendo o depoimento da testemunha da empresa, proferiu em “alto e bom som”, ofensas ao juízo, declarando tratar-se o ato de gravação da audiência de uma "palhaçada". Segundo a juíza, o advogado aumentou ainda mais o tom de voz e permaneceu proferindo insultos, “pelo que considero o ato como atentatório à dignidade da jurisdição”.
“Ademais, por tentar atrapalhar, retardar o feito e reduzir a respeitabilidade e a importância social do próprio sistema judiciário, sendo o próprio Poder Judiciário lesado pela conduta do patrono do reclamante, reputo, ainda, como ato tumultuário e de ma-fé processual, dada a abusividade da conduta e das ofensas injustamente proferidas”, decidiu a juíza do Trabalho Karoline Sousa Alves Dias.
A magistrada também determinou que a Ordem dos Advogados seção São Paulo seja notificada para adotar as providências que entender cabíveis.
“Oficie-se à seccional OAB/SP, com a lembrança de que, neste dia 08 de março, em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, este nobre causídico homem se sentiu no direito, que para ele, tratava-se de mera "opinião", de gritar e consequentemente desrespeitar todas as participantes desta audiência, a qual, muito oportunamente, consigno, conduzida por uma juíza mulher, assistida por uma secretária de audiência mulher, representada a reclamada por uma advogada mulher e uma preposta mulher, revelando o quanto ainda lamentavelmente sofrem as mulheres, pelo simples fato de o serem, para além das diversas desigualdades de gênero, no simples exercício de seus misteres e o quanto ainda há para conquistar nesta sociedade, a começar pelo mínimo, respeito”.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Hugo Motta
"Eu não vou fazer pré-julgamento. Não sei ainda a motivação nem qual foi a busca. Apenas recebi a ligação do diretor-geral da Polícia Federal. Pelo que me foi dito, parece ser uma investigação sobre questão de gabinete, mas não sei a fundo e, por isso, não quero fazer pré-julgamento".
Disse o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) ao afirmar que o Judiciário “está cumprindo o seu papel” ao autorizar operações contra parlamentares. A declaração foi feita após a deflagração de uma ação da Polícia Federal que teve como alvos o líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o deputado Carlos Jordy (PL-RJ).