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País é "muito machista" e mulheres não são tratadas com respeito na rua, em casa ou no trabalho, mostra pesquisa

Por Edu Mota, de Brasília

Protesto contra violência cometida às mulheres
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Brasil é um país fortemente machista, e as mulheres não são tratadas com respeito nem na rua, nem no trabalho e até em suas casas. Esses são alguns dos resultados da 11ª Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, realizado pelo DataSenado e pela Nexus, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), do Senado Federal.

 

O estudo é um dos maiores levantamentos feitos no país sobre o tema da violência contra a mulher, e revela em números o que as brasileiras vivem em seu dia a dia: falta de respeito, agressões, violência e machismo são constantes na vida da mulher. 

 

O levantamento mostra uma quase totalidade na percepção entre as mulheres de que o machismo segue sendo regra no país, e não exceção: 94% das entrevistadas classificam o Brasil como um país “muito machista”. 

 

Em relação à falta de respeito com que são tratadas no  dia dia, os resultados mostram que esse desrespeito constante atravessa atravessa todos os espaços da vida das mulheres:

 

49% acham (pensam/percebem) que as mulheres não são respeitadas nas ruas; 24% acham (pensam/percebem) que as mulheres não são respeitadas no trabalho; 21% acham (pensam/percebem) que as mulheres não são respeitadas em casa, pela família.

 

Desde 2011, a rua é o ambiente mais mencionado como local de maior desrespeito às mulheres brasileiras. Ainda que a quantidade de mulheres com esta percepção tenha caído 3 pontos percentuais entre 2023 e 2025, quase metade (49%) das entrevistadas ainda afirma que é nas vias públicas que as mulheres ficam mais vulneráveis. 

 

Já a percepção de que o desrespeito é maior dentro de casa aumentou 4 pontos, o que corresponde a cerca de 3,3 milhões de mulheres a mais que passaram a ver o ambiente familiar como o lugar mais inseguro.

 

Os dados do levantamento mostram que em relação ao ambiente de trabalho, não houve alteração significativa da pesquisa atual em relação às anteriores. O local de trabalho, entretanto, permanece sendo o segundo ambiente em que as mulheres percebem que há menos respeito.

 

Em relação à violência de gênero, a 11ª Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher mostra que, desde 2017, cerca de oito em cada dez mulheres acreditam que houve aumento nas agressões domésticas. Em 2025, 79% afirmaram perceber um crescimento da violência. 

 

Quando perguntadas sobre a reação das vítimas: Apenas 11% acreditam que mulheres denunciam “sempre” ou “na maioria das vezes”; 23% dizem que as vítimas não denunciam.

 

A percepção de que o Brasil é um país machista continua praticamente unânime entre as mulheres. Em 2025, 94% delas afirmam viver em um país machista, mesmo índice de 2023. O que mudou foi a intensidade: o grupo que considera o Brasil muito machista subiu de 62% para 70% em dois anos, o que representa 8 milhões de mulheres a mais com avaliação mais crítica sobre a desigualdade de gênero.

 

A edição deste ano da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher teve como população-alvo mulheres com 16 anos ou mais, residentes no Brasil. No total, foram 21.641 entrevistas. As amostras do DataSenado são totalmente probabilísticas, permitindo calcular a margem de erro para cada resultado com nível de confiança de 95%.