Artigos
Direito e Sustentabilidade III
Multimídia
Ivanilson afirma que PV fará reavaliação de filiados e admite: “Servimos sim de barriga de aluguel”
Entrevistas
Diego Brito indica preocupação com frota e aponta “última milha” como desafio no trânsito de Salvador
corneas
Na Bahia, 1.647 pessoas aguardam na fila por um transplante de córnea, mas uma nova parceria pode ajudar a transformar esse cenário. Representantes do Serviço de Verificação de Óbito (SVO), unidade vinculada à Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) e gerida pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS), se reuniram na última terça-feira (28) com a coordenação da equipe de captadores do Banco de Olhos da Bahia. O encontro discutiu estratégias para ampliar as doações e garantir mais acesso aos transplantes no estado.
Para Mirela Andrade de Jesus, coordenadora do Banco de Olhos, o SVO tem um papel estratégico no processo. "Hoje temos quase 1.700 pessoas na fila do transplante, e o SVO, ao lado do Banco de Olhos, pode transformar vidas. A parceria nos permitirá abordar as famílias em momentos delicados, oferecendo a elas a possibilidade de doação de córneas, um direito que lhes pertence. Iniciando esse trabalho, aumentaremos consideravelmente as doações efetivas no estado", pontuou.
A doação de córneas é um processo rápido, sem custos para a família, e não interfere na aparência do doador ou nos trâmites do sepultamento. Cada doação tem o potencial de devolver a visão a até dois pacientes, impactando diretamente a qualidade de vida de quem espera por essa chance.
Sophia Santana, gestora de contratos do SVO, destacou a importância da integração.
"Essa parceria simboliza um avanço na saúde pública, unindo esforços para transformar momentos de dor em esperança. Reafirmamos nosso compromisso com a sociedade, promovendo uma atuação eficiente e solidária, sempre com respeito e dignidade em todas as etapas do processo", afirmou.
A iniciativa representa uma importante união entre diferentes setores da saúde pública, buscando não apenas atender às necessidades da fila de transplantes, mas também fortalecer a conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos na Bahia.
O serviço de captação de córneas instalado nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), obteve o registro de 54 doações de córneas em 2023 nas unidades da capital baiana. As doações segundo registro da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) beneficiaram 108 pessoas que conseguiram voltar a enxergar após receberem a doação.
O novo número supera o total de procedimentos realizados durante o ano passado, quando somente 25 transplantes de córneas foram registrados.
Um dos casos de doação registrados na UPA foi o de Raimunda da Conceição Rocha, de 62 anos. Durante uma conversa informal com a filha Raulene Conceição, técnica de enfermagem, de 46 anos, Raimunda disse a Raulene antes de morrer que gostaria de se tornar doadora.
“Lembro que ela se interessou pelo assunto, começou a tirar dúvidas e se colocou à disposição para ajudar o próximo, melhorar a qualidade de vida de outras pessoas. Quando a assistente social da Upa San Martins me perguntou sobre a possibilidade, conversei com meus familiares e, dentro de um consenso, autorizamos a realização do procedimento após seu falecimento”, explica Raulene.
A trabalhadora da saúde afirmou que também é doadora de sangue e entende que é fundamental, tanto quanto doar, dialogar com quem convive com uma situação similar a dela, quando um ente querido está “próximo de partir”. “É muito clara a importância da valorização da vida através da doação e, ainda que seja só um órgão, é uma grande ação para quem recebe”, destacou.
Atualmente na Bahia, a fila de espera por uma córnea contabiliza mais de mil pessoas que aguardam em torno de 17 meses pelo tecido. Chama atenção ainda a taxa de negativa familiar, que é igual ou superior a 60%.
Considerando a importância do tema, a Secretaria Municipal da Saúde tem promovido uma série de sensibilizações junto aos profissionais das UPAs; como o alinhamento feito com o Banco de Olhos da Bahia com o objetivo de capacitar médicos, enfermeiros e assistentes sociais na abordagem sobre o tema junto a pacientes e familiares assistidos. Isso porque, para que ocorram as doações, são fundamentais a generosidade e solidariedade das pessoas, além do trabalho efetivo da equipe envolvida.
A vice-prefeita e secretária da saúde, Ana Paula Matos, destaca a importância da ação pioneira na rede municipal. “Essa nossa sensibilização serve para propagar informações sobre um programa tão importante já existente, mas sem ampla adesão. Apenas o familiar pode autorizar a retirada das córneas, mas muitos desconhecem o tema ou como proceder. Nosso objetivo, então, é destacar que a doação é um ato humanitário, um gesto nobre de amor ao próximo e aqueles que desejam se tornar um doador, podem se manifestar em vida. A adesão dos familiares também é de extrema importância para a doação”, pontuou.
SEM CUSTOS
A doação não acarreta nenhum gasto para a família do doador, bem como não interfere na estética do concessor para o funeral, de acordo com a tradição de cada família.
Os transplantes permitem que pessoas com alguma deficiência visual por problemas de córnea recuperem a visão. Durante um transplante de córnea, o botão (ou disco) central da córnea opacificada (embaçada) é trocado por um botão central de uma córnea saudável. Esta cirurgia pode recuperar a visão em mais de 90% dos casos de pessoas que têm alguma deficiência visual, por problemas de córnea.
Qualquer indivíduo entre 2 e 70 anos pode ser doador. Diante de uma notificação de potencial doador, será realizada uma triagem através de aplicação de questionário junto aos familiares, revisão de histórico médico e exames de sangue para definir se há alguma contraindicação à doação. Vale lembrar que as córneas podem ser preservadas por até 14 dias após a sua retirada.
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) deu início, na última quinta-feira (11), a uma série de encontros que capacitará médicos, enfermeiros e assistentes sociais do município, no incentivo à doação de córneas.
A sensibilização, ocorrida na sede do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), no Pau Miúdo, teve como foco servidores atuantes nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), visando auxiliar na abordagem junto a pacientes e familiares assistidos nas unidades municipais.
As doações tiveram início em 2018 e, hoje, na Bahia, a fila de espera por uma córnea contabiliza 1.234 pessoas, que aguardam em torno de 17 meses pelo órgão. De acordo com o coordenador de Urgência e Emergência da SMS, Ivan Paiva, a Saúde está tentando mobilizar a rede, juntamente com o banco de olhos, pelo elevado número de pessoas que estão na fila aguardando.
“Esperamos, através da abordagem, mobilizar a nossa equipe para que possa conversar com as famílias, oferecendo a possibilidade da doação. Uma doação de córneas possibilita que duas pessoas voltem a enxergar. Sabemos que é um momento de perda, de sofrimento, mas significa uma luz na vida de outras pessoas, que podem ter um problema ocular resolvido, ou minimizado. Nós tentamos motivar a equipe, com uma abordagem adequada, humanizada”, afirmou Paiva.
O que chama atenção da SMS é a taxa de negativa familiar, superior a 70%. De acordo com dados oficiais do Estado, a fila de espera cresceu no período da pandemia, mesmo depois de uma campanha premiada do Banco de Olhos, realizada entre 2017 e 2019 (fila zero de córnea) que, na época, reduziu o número de inscritos, de 1,3 mil para 496, e o tempo de espera, de dois anos para cinco meses.
Responsável pela capacitação e coordenadora de Educação Continuada do Banco de Olhos, Marli Nascimento destaca que, no cenário pós-pandemia, houve o aumento da fila de pacientes que precisam de transplante. “A rede tem um grande potencial de captação de doadores. Sabemos que é um momento difícil para a família que perdeu um ente, mas tentamos levar essa fala, mostrando que através da doação outras pessoas podem voltar a enxergar", disse.
Segundo Marli, o objetivo é zerar a fila até dezembro. "Temos potencial. São 16 unidades no município, então esse é o momento de se colocar no lugar do outro, de ter empatia na conscientização não só do transplante de córnea, mas também de outros órgãos”, destacou.
Diferentemente do que acontece com outros órgãos e tecidos (como coração, rim e fígado), aproximadamente 90% das córneas doadas têm condições de serem transplantadas. Elas podem ser preservadas por até 15 dias após a sua retirada. A doação não acarreta nenhum gasto para a família do doador.
Os transplantes permitem que pessoas com alguma deficiência visual por problemas de córnea recuperem a visão. Durante um transplante de córnea, o botão (ou disco) central da córnea opacificada (embaçada) é trocado por um botão central de uma córnea saudável. Esta cirurgia pode recuperar a visão em mais de 90% dos casos de pessoas que têm alguma deficiência visual, por problemas de córnea.
Qualquer indivíduo entre 2 e 80 anos pode ser doador. Diante de uma notificação de potencial doador, será realizada uma triagem através de aplicação de questionário junto aos familiares, revisão de histórico médico e exames de sangue para definir se há alguma contraindicação à doação.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.