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cordel
O juiz José de Souza Brandão Netto, da 123ª Zona Eleitoral de Araci, no Sisal baiano, adotou um modelo diferente de texto para proclamar uma decisão referente às eleições de 2024. O magistrado escreveu em versos de cordel a sentença de impugnação de candidatura de um cidadão com baixa escolaridade.
O processo em questão envolvia questionamentos sobre a capacidade de leitura e escrita do candidato.
Na sentença, o juiz utilizou o formato de cordel para defender o direito de todos os cidadãos participarem do processo democrático. Ele mencionou ainda os índices de analfabetismo no Brasil, reforçando a importância de garantir o direito democrático a todas as pessoas, independentemente da formação escolar.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estabelece que pessoas com baixa escolaridade podem se candidatar, desde que cumpram os requisitos da legislação eleitoral. Um dos documentos aceitos para comprovar a alfabetização é a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), conforme entendimento do TSE, que assegura o direito do candidato desde que ele não seja considerado analfabeto
Leia abaixo parte da decisão em forma de cordel:
Trata-se de Processo de Impugnação
Contra a candidatura do cidadão
Dizem que lhe falta formal educação
Desconfiados, sem provas, o deduraram no "Povoado Socavão"
O Promotor, fundamentando, deu corda não!
Disse que já havia sentença, por isso, preclusão
Analfabeto é quem não sabe ler e escrever
Mas Justiça tem seus prazos, por isso, não dê azo pro prazo perder
Por lei, pouco alfabetizados candidatos podem ser,
Nos nossos rincões, com analfabetismo funcional, há 38 milhões
Mas tem que não saber ler e não escrever uma frase inteligível,
Para a Justiça te reputar inelegível.
O País precisa seguir na luta, pois há mais de 9 milhões de analfabetos fora da disputa.
Pro TSE, prova-se a escolaridade com a Carteira Nacional de Habilitação,
O certificado escolar acostado afasta o analfabetismo falado contra o réu impugnado.
Assim, há de ser prestigiado o exercício da cidadania,
Evitando que redutos pouco letrados sejam dominados por elites da Bahia.
Por isso, em Comarca do nosso Nordeste, em que brilhou o Rei do Baião,
Acolho o parecer do Promotor da região.
Ao cabo, confirma-se a sentença já proferida,
Pois precluiu a ilegalidade a ser perseguida.
Portanto, fica mantida a capacidade eleitoral passiva,
E rejeito a inelegibilidade do réu referida.
Ante o exposto, sem mais sobressaltos,
determino o arquivamento dos autos.
PRI.
ARACI/BA, 9.09.2024.
José de Souza Brandão Netto
Juiz Eleitoral da 123ª Zona Eleitoral de Araci BA
“Trago histórias versadas / Passadas no chão do Brasil./ Conto memórias de sangue / De gente que não desistiu / Da vida liberta no mundo / Sem um dono ou senhoril”. Com estes e outros versos, o baiano Pedro de Albuquerque Oliveira apresenta seu livro “Revoltas Populares no Cordel”, com lançamento online previsto para esta terça-feira (30), partir das 19h, pela Editora Teatro Popular de Ilhéus.
Em formato e-book e audiobook, a obra usa a linguagem do cordel e ilustrações assinadas pela multiartista Naiara Gramacho para remontar levantes populares ocorridos no Brasil, a exemplo da Conjuração Baiana, Independência da Bahia, Cabanagem, Balaiada, Guerra de Canudos, Revolta da Chibata e a história de Palmares.
“Sempre gostei da poesia que a literatura popular do cordel traz. É algo de tão complexo e simples ao mesmo tempo. Tem uma energia ancestral popular poderosíssima. Vivi minha infância e adolescência em Ilhéus, pude presenciar de perto a arte de Gilton Thomaz (cordelista) e Azulão Baiano (repentista), foram eles que me incentivaram e ensinaram a literatura de cordel. Franklin Costa (cordelista) também foi uma grande influência”, conta Oliveira, que é formado em Artes Cênicas e Interpretação Teatral pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), Jornalismo pela FSBA e Rádio/TV pela Uesc, além de ter pós-graduação em Gestão Cultural (Uesc), e atualmente fazer mestrado em Ensino e Relações Étnico Raciais pela UFSB e licenciatura em História pela Uesc.
Segundo o autor, a ideia do livro surgiu diante de uma lacuna existente na educação do país. “Quando pensei nesse projeto, sobre as ‘Revoltas Populares no Cordel’, acreditava que o material pedagógico destinado ao ensino de história em muitos casos é incompleto quando se trata de revoltas populares no Brasil”, lembra ele, apostando que transformar as histórias em cordel “tornaria mais acessível a jovens e crianças” e seria “mais lúdico e agradável”.
Livro tem ilustrações assinadas por Naiara Gramacho | Foto: Reprodução
“Além de valorizar a cultura literária do cordel, pensei que poderia oportunizar um acesso à história do povo brasileiro. Destinado principalmente a crianças e jovens, o livro é acessível a todos os públicos. Isso é um compromisso que tenho. Por isso também fizemos a versão em áudio. O foco principal é fortalecer a importância dessas lutas nas conquistas populares no país. Pensar isso de forma decolonial e encarnada foi o formato que mais me instigou”, explica.
A escolha dos temas, de acordo com Pedro, se deu por grau de importância e representatividade popular. “Além de serem fatos históricos em que o povo teve, pelo menos, algumas vitórias no decorrer da guerra, também levou-se em conta a proximidade com o universo nordestino, espaço que ocupo e sou apaixonado, além de ser o berço do cordel brasileiro”, pontua o escritor baiano, que por ser ator, jornalista e radialista, faz ele mesmo a locução do audiolivro. “Foi uma experiência rica, pois interpreto essas histórias da forma como elas vieram ao meu pensamento. A gravação, edição e mixagem deste material belíssimo é de Eli Arruda, um artista muito querido aqui da região do Litoral Sul da Bahia”, conta.
Por enquanto, o material estará disponível apenas em formato virtual (ebook e audiobook), mas o autor não descarta a possibilidade de lançar uma versão impressa. “É uma possibilidade que temos pensado. Entretanto é uma marca do grupo Teatro Popular de Ilhéus - do qual faço parte - dialogar com o agora, a contemporaneidade. Por isso propusemos esse projeto na ideia de entrarmos mais um pouco no universo virtual. Acreditamos que nesse formato poderemos dialogar com um maior número de pessoas. Entretanto pensamos, em algum momento, em transformar essas histórias num formato impresso também”, diz o baiano. “Como a maioria de nossos sonhos e desejos... Deixa passar a pandemia”, completa.
A literatura de cordel aumentou sua presença no Mercado de Arte Popular (MAP), em Feira de Santana. Representada em folhetos do cordelista Jurivaldo Alves da Silva, que antes era restrita a duas bancas, ganhou um box que foi cedido pela prefeitura para que o artista criasse o Museu do Cordel.
O espaço está localizado em área nobre do MAP, mesmo local onde funcionou o Espaço Literário da Academia Feirense de Letras. Jurivaldo Alves diz que ainda está em fase de organização do local. Mas, já é possível ver boa parte do seu acervo.
“São cordéis raríssimos, que não vendo e não troco por nada”. Nessa coleção ele reúne histórias de autores reconhecidos na literatura, como a obra “A Donzela Teodora”, de Leandro Gomes de Barros, primeiro escritor brasileiro de cordel. “Ele é considerado o patrono do cordel”, destaca Julivaldo Alves.
O cordelista e folheteiro afirma que o espaço está de portas abertas para outros escritores, sobretudo de Feira de Santana. “Bule Bule, Zadir Marques Portos, Franklin Machado, entre tantos outros, têm portas abertas aqui”, diz.
ESPAÇO DE DIVULGAÇÃO
Além disso, ele pretende receber no Museu do Cordel outros escritores que queiram divulgar sua obra. Os cordelistas Oleone Coelho e José Bezerra foram os primeiros convidados. Eles vieram a Feira de Santana, nesta quarta-feira, 7, para apresentação dos livros “Lampião a Raposa da Caatinga” e “Lampião na Bahia”, ambos de José Bezerra, e “Antônio Conselheiro, Os Sertões e o Sertão de Sergipe”, de Oleone.
"São meus velhos amigos e duas autoridades da história do cangaço", disse o orgulhoso Jurivaldo Alves, informando que esses livros também estão à venda no local.
Natural de Irará, cidade próxima a Feira de Santana, o cordelista Kitute Coelho resolveu parabenizar os esforços do governador da Bahia, Rui Costa, e do prefeito de Salvador, ACM Neto, pela gestão da crise durante a pandemia do novo coronavírus.
Como artista que é, ele usou linguagem do cordel para reforçar a importância da união dos rivais políticos contra a Covid-19, além de enaltecer a luta dos baianos e criticar a postura do presidente diante do problema, classificando Jair Bolsonaro como “parte da escória”.
"Não vou falar de política/ Vim falar de união/ Sempre faço minha crítica/ Mesmo sendo obrigação/ Na Bahia, nosso templo/ Neto e Rui deram exemplo/ Para o resto da nação/ Juntos fazem diferença/ Lutando na pandemia/ Misturando força e crença/ Que é a cara da Bahia/ Essa terra tão amada/ E desde sempre marcada/ Por sua dicotomia”, dizem alguns versos.
“Podem voltar a brigar/ Lá na frente não duvide/ Mas agora vão lutar/ Um ao outro não agride/ De direita ou de esquerda/ O que importa é não ter perda/ Pro demônio da Covid/ Da cidade alta ou baixa/ Aqui não tem essa história/ Só o presidente se encaixa/ Como parte da escória”, diz outra parte, ressaltando a parceria momentânea de Rui e Neto e criticando Bolsonaro, que é lembrado em outros versos, por “receitar” cloroquina e tubaína contra o novo coronavírus.
Confira o cordel completo:
Zelando pela sua própria saúde e em quarentena para prevenir contaminação por coronavírus, o cantor baiano Moraes Moreira teve um surto criativo, na madrugada desta terça-feira (17), em sua casa na Gávea, no Rio de Janeiro.
De acordo com o portal O Globo, reconhecendo a caneta como sua arma, o artista de 72 anos criou um cordel, inspirado na nova doença que, no Brasil, já contaminou mais de 200 pessoas e, até então, causou uma morte (veja aqui).
Nos versos, intitulado “Coronavírus”, Moreira deixa claro sua tensão e medo pela pandemia, mas ao mesmo tempo não esquece das balas perdidas que constantemente causam vítimas no Brasil.
No decorrer do cordel, ele também faz críticas aos excessos e retrocessos. Moraes também repudia em sua letra o machismo, a misoginia, o preconceito e a hipocrisia.
Nas duas últimas estrofes, ele tenta buscar respostas sobre o feminicídio, simbolizado pelo nome de Marielle Franco e reflete, finalizando, que não há tempo e nem idade para conquistar a liberdade em um mundo cheio de problemas.
Confira o cordel “Coronavírus” na íntegra:
Eu temo o coronavírus
E zelo por minha vida
Mas tenho medo de tiros
Também de bala perdida,
A nossa fé é a vacina
O professor que me ensina
É a minha própria lida
Assombra-me a pandemia
Que agora domina o mundo
Mas tenho uma garantia
Não sou nenhum vagabundo,
Porque todo cidadão
Merece mais atenção
O sentimento é profundo
Eu não queria essa praga
Que não é mais do Egito
Não quero que ela traga
O mal que sempre eu evito,
Os males não são eternos
Pois os recursos modernos
Estão aí, acredito
De quem será esse lucro
Ou mesmo essa teoria?
Detesto falar de estupro
Eu gosto é de poesia,
Mas creio na consciência
E digo não à violência
Toda noite e todo dia
Eu tenho medo do excesso
Que seja em qualquer sentido
Mas também do retrocesso
Que por aí escondido,
Às vezes é que notamos
Passar o que já passamos
Jamais será esquecido
Até aceito a Polícia
Mas quando muda de letra
E se transforma em milícia
Odeio essa mutreta,
Pra combater o que alarma
Só tenho mesmo uma arma
Que é a minha caneta
Com tanta coisa inda cismo...
Estão na ordem do dia
Eu digo não ao machismo
Também à misoginia,
Tem outros que eu não aceito
É o tal do preconceito
E as sombras da hipocrisia
As coisas já foram postas
Mas prevalecem os reles
Queremos sim ter respostas
Sobre as nossas Marielles,
Em meio a um mundo efêmero
Não é só questão de gênero
Nem de homens ou mulheres
O que vale é o ser humano
E sua dignidade
Vivemos num mundo insano
Queremos mais liberdade,
Pra que tudo isso mude
Certeza, ninguém se ilude
Não tem tempo, nem idade
Tradição no calendário de eventos literários do Brasil, a nona edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) acontece desta quinta-feira (24) a domingo (27), no Claustro do Convento do Carmo, no município do Recôncavo baiano. Neste ano, as principais novidades do evento gratuito ficam por conta de mesas exclusivamente dedicadas à literatura de cordel, aos quadrinhos e às produções com temática LGBT+.
Pela primeira vez à frente da curadoria das mesas, a professora Kátia Borges reconhece que esses eram pleitos antigos do público do evento e ressalta a abertura desse espaço dentro da programação com mais de 50 atrações.
"A gente está com mesas que são pioneiras, são inéditas na Flica. Tem uma mesa sobre quadrinhos, com Marcelo D'Salette, Hugo Canuto, uma novidade interessantíssima pra quem é fã de quadrinho. A gente também tem uma mesa de cordel, que é dedicada a toda a população do Recôncavo, uma reivindicação antiga, e uma das principais mesas é com Bráulio Bessa", destaca a curadora.
Poeta e cordelista que ganhou maior projeção nacional com sua participação no "Encontro com Fátima Bernardes", nas manhãs de sexta, Bessa se junta ao autor baiano Antônio Barreto na mesa "Pra cada canto que eu olho, vejo um verso se bulindo". O bate-papo com os dois será na manhã de sábado (26), com mediação de Maviael Melo.
Já D'Salette e Canuto se apresentam um pouco mais tarde, às 17h, na mesa "Quer que desenhe? Perspectivas negras nos quadrinhos".
Além deles, outros nomes de destaque na programação são Lilia Moritz Schwarcz, Antonio Brasileiro, Lande Onawale, Thalita Rebouças e a autora portuguesa Maria do Rosário Pedreira.
Como a programação é diversa e a festa não possui um tema central, Katia frisa que “há nomes que se impõem” no momento de pensar a programação. Como exemplo, ela cita o soteropolitano Itamar Vieira Júnior, vencedor do prêmio LeYa e finalista do Prêmio Jabuti 2018. Ele e Marcelo Maluf vão participar da segunda mesa, "Cartografias da subalternidade; a construção do lugar do outro", às 19h de quinta.
Ainda assim, a curadora explica que há um "nexo curatorial" que permite trazer coesão para todos os espaços do evento. "Cada curador faz um recorte. Graças a Deus, a gente tem uma literatura contemporânea imensa, com vários autores, gêneros e tal, mas nós buscamos trazer um pouco de reflexão em relação a um fazer literário e em relação a novas vertentes. É uma diversidade não só na temática que está presente, mas também há diversidade de autores", defende.
O discurso de Kátia está alinhado ao da "booktuber" e também curadora Barbara Sá. A jovem de 24 anos está à frente da Geração Flica, espaço que será inaugurado nesta nova edição, na Casa do Iphan de Cachoeira. Nele, a ideia é abordar assuntos diretamente ligados à literatura juvenil.
A curadora Barbara Sá | Foto: Wellyson Gomes
“Eu tive como norte a ideia de apresentar literatura em várias vertentes, então eu queria autores que trabalhassem seus livros de formas diferentes, com adaptações, livros sobre internet e mergulhar nesses aspectos diferentes da literatura baiana”, conta Barbara.
Como sua própria base literária foi formada no meio digital e ela hoje trabalha no Youtube, a curadora destaca que a busca pelos autores ocorreu, principalmente, na internet. Para ela, é preciso mostrar a esses leitores que eles têm um canal acessível para compartilhar suas experiências de leitura. O resultado disso foi a escolha de nomes como o escritor e compositor baiano Edgard Abbehusen, que participa da mesa "Literatura de Instagram, arte ou brincadeira?", e do escritor Matheus Rocha.
A programação da Geração Flica, que termina mais cedo, no sábado (26), tem ainda nomes como Pam Gonçalves, na mesa "Lives: novos modelos de criação", Clara Alves, para defender que "Video-game é coisa de menina", e de novo Thalita Rebouças, que aqui vai falar sobre as adaptações de seus livros na mesa "Oi, mãe, meu livro foi parar no cinema".
FLICA PARA BAIXINHOS
Presente desde 2013, a Fliquinha tem espaço garantido na Festa Literária. Como nas edições anteriores, a programação especial para crianças ocorre no Cine-Teatro Cachoeirano, também de quinta a sábado.
Nesta sétima edição, serão 16 autores, entre nomes locais e nacionais, que vão participar de rodas de conversa e oficinas de escritas. Além disso, diversas atrações integram a grade, cujo conceito para a escolha dos participantes visa atender às multilinguagens.
Foto: Camila Souza /GOVBA
"Se observar a programação da Fliquinha, ela tem os autores locais aqui da Bahia e também autores nacionais. A gente tem apresentações artísticas, várias expressões, como teatro, cinema, mas sempre permeia a literatura. Além disso, a gente tem sempre a representatividade da nossa herança tanto indígena quanto afrobrasileira porque é nossa formação, está no nosso DNA, principalmente aqui no Recôncavo e em Salvador, que tem tanta influência africana", ressalta Mira Silva, curadora da Fliquinha ao lado de Lilia Gramacho.
Ela explica que as duas, juntas, todo ano cumprem a missão de levar nomes que possam contribuir para o processo de formação de leitores.
Viabilizada por meio do edital Fazcultura, do governo do estado, a Flica é inteiramente gratuita. Além das mesas literárias, a festa conta ainda com apresentações musicais, de dança e oficinas. Confira no site a programação completa (veja aqui).
Paulo Afonso irá receber o 1º Festival Nacional de Repente do Território Itaparica. O evento que vai acontecer no espaço do Coreto, é gratuito e começa nesta sexta-feira (16) até o domingo (18). O projeto tem como objetivo ofertar um festival relacionado às culturas populares no Território Itaparica, trazer artistas de vários lugares do Brasil para desafios de repente, e também oferecer aos participantes a oportunidade de aprender, através de palestras, oficinas, exposições, recital de poesia, com alusão ao Dia Nacional da Poesia. Além do Festival que acontece à noite, estão previstas também duas oficinas de Cordel e Xilogravura, com dois oficineiros , Luiz Natividade, xilógrafo da capital baiana, e o poeta e escritor Romildo Alves, de Feira de Santana. Durante a sexta-feira (16) e no sábado (17), as oficinas abordam "O Cordel e produção de poesia popular", e acontecerão, no Espaço Raso da Catarina, nos turnos da manhã e da tarde. Na noite do domingo (18), acontece o encerramento do evento com a apresentação da peça teatral “O Auto da Compadecida”, pelo Grupo de Teatro CIZARTE. Confira a programação completa:
(Sexta/Sábado)
O QUÊ: Oficinas sobre o "O Cordel e produção de poesia popular"
QUANDO: 16 e 17 de março, – das 8H às 11:30 e 14h às 17:30
ONDE: Espaço Raso da Catarina
VALOR: Gratuito
(Domingo)
O QUÊ: peça teatral “O Auto da Compadecida”, recital de poesia e o show de encerramento com o forró "pé-de-serra" de Sálvio Emanuel e TRIO ZÉ MADRUGA
QUANDO: 18 de março, às 19h
ONDE: Praça do Coreto
VALOR: Gratuito
A Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultura (SCDC), vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), lançou, nesta segunda-feira (5), o Edital Culturas Populares Leandro Gomes de Barros. Com inscrições abertas até 28 de julho, a convocatória contemplará 500 inciativas que fortaleçam as expressões culturais populares brasileiras, a exemplo do Cordel, da Quadrilha, o Maracatu, Jongo, Cortejo de Afoxé, Bumba-Meu-Boi e Boi de Mamão. A iniciativa não inclui, no entanto, as Culturas Indígenas, Culturas Ciganas, Hip Hop e Capoeira, por já serem objeto de Editais específicos lançados pelo MinC. Das 500 premiações, 200 serão destinadas a pessoas físicas; outras 200 vão para coletivos culturais sem constituição jurídica; 80 são voltadas para pessoas jurídicas sem fins lucrativos e com natureza ou finalidade cultural. Serão premiados ainda 20 herdeiros de mestres já falecidos (In Memorian), em homenagem à dedicação do trabalho voltado aos saberes e fazeres populares e às expressões culturais, com reconhecimento da comunidade onde viveram e atuaram. Cada iniciativa selecionada receberá R$ 10 mil. O edital está disponível no site do MinC (clique aqui) e as inscrições poderão ser feitas por via postal ou pela internet , através do Sistema de Acompanhamento às Leis de Incentivo à Cultura – SalicWeb (clique aqui). O edital leva o nome de “Leandro Gomes de Barros” para homenagear o cordelista paraibano (1865 - 1918). Considerado o rei dos poetas populares do seu tempo, também foi chamado de “príncipe dos poetas”, em 1976, por Carlos Drummond de Andrade.
A Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, por meio do seu Escritório no Rio de Janeiro, abriu para visitação a coletânea “Brazil Cordel Literature Web Archive”, que constitui em um acervo digital sobre a literatura de cordel no Brasil (clique aqui para acessar). O público poderá conferir mais de 12 mil peças, dentre elas, a famosa coleção de Sol Biderman e algumas datadas da década de 1930. O material, que inclui CDs, DVDs e diversos títulos de cordéis, é fruto do trabalho conjunto do Escritório do Rio, da Divisão Hispânica da Biblioteca do Congresso em Washington e do American Folklife Center (AFC).
Formado por bailarinos do Vale do São Francisco, o Coletivo Trippé apresenta o espetáculo “Cordear”, neste sábado (18) e domingo (19), às 20h, no Centro de Cultura João Gilberto, em Juazeiro. A montagem é um recital dançado, que leva para a cena adaptações de cordéis que remontam as memórias do povo sertanejo. Além das apresentações, o grupo promove ainda um bate-papo sobre dança, no dia 19 de março, com participação de Djima Darc. “Pela primeira vez, estamos conseguindo um projeto de manutenção para o Trippé, uma oportunidade única para que o grupo tenha um trabalho contínuo de dança na região, já que está no interior e ser artista, aqui ou fora, sempre é uma batalha”, comenta Adriano Alves, integrante do coletivo. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
Serviço
O QUÊ: Espetáculo “Cordear”
QUANDO: Sábado e domingo, 18 e 19 de março, às 20h
ONDE: Centro de Cultura João Gilberto – Juazeiro (BA)
VALOR: R$10 (inteira) e R$5 (meia)

Capa da versão em cordel do clássico de Exupéry
As referências ao Nordeste aparecem já na capa do livro de Limeira. O garotinho da clássica imagem que ilustra a capa do romance ganhou elementos como um chapéu de couro e pele queimada de sol. No cordel, a rosa encontrada pelo pequeno príncipe virou uma flor de mandacaru.
O livro estará à venda nas livrarias de Recife e no site da editora.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luiz Inácio Lula da Silva
"O meu time não tem medo de brigar. Se for preciso brigar, a gente vai brigar. Mas antes de brigar, a gente quer negociar".
Disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as negociações com Donald Trump para o fim do tarifaço.