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O secretário de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho, anunciou no segundo dia do Salcine Conecta, nesta quarta-feira (13), o apoio institucional da pasta municipal ao Festival Internacional do Audiovisual Negro (Fianb), que será realizado pela primeira vez em Salvador.
O evento integra a programação do Novembro Salvador Capital Afro, e será realizado entre os dias 21 e 26 de novembro. Estão previstas mesas de discussão e mostras audiovisuais abertas ao público, que serão espalhadas por diversos pontos de Salvador. Serão utilizados os espaços Boca de Brasa do Subúrbio e de Cajazeiras, o Cine Glauber Rocha, o Cinema do MAM e o CineSercla de Cajazeiras.
Para Pedro Tourinho, é de fundamental importância o apoio institucional às ações que enaltecem a cultura e as raízes do povo de Salvador. “Trazer o Fianb para Salvador, após quatro edições em São Paulo, é muito representativo e marca o início da nossa parceria com a APAN, organizadora do festival, que vai perdurar por muito tempo. Termos em Salvador, no mês de novembro, um evento que tem um escopo conceitual tão importante, que fala sobre conexão e ancestralidade, é exatamente o que pensamos para a capital afro que Salvador é”, afirmou.
FESTIVAL
Com o tema central “Transatlanticidade”, conceito concebido pela historiadora negra Maria Beatriz Nascimento, o festival, que nasceu em São Paulo, em 2016, objetiva promover um diálogo entre as diásporas Afro-atlânticas, sobretudo as Américas e o Caribe, e a África, a partir da distribuição e exibição/circulação audiovisual.
As mesas de discussão, com a presença de pesquisadores de todo o Brasil, abordarão as obras de Maria Beatriz do Nascimento, bem como a história e desenvolvimento do Festival Pan-Africana de Cinema e Televisão de Uagadugu (FESPACO), maior festival de cinema da África. Já as exibições de filmes nacionais e internacionais, incluem sessões especiais para crianças, programadas pela mostra Kilombinho.
Keity Souza, diretora administrativa da APAN e coordenadora do festival, considera que a realização do festival em Salvador, no mês de novembro, é extremamente simbólico para a população da cidade. "Salvador é a capital mais negra do país, com mais de 80% da sua população negra, e trazer o Fianb pra cá, onde temos crescido tanto na produção audiovisual é um desejo que estamos conversando desde o início do ano. Especialmente realizando em novembro e com a temática da Transatlanticidade, um tema que toca muito na nossa população”, afirmou.
O festival promoverá uma extensão do Encontro Nacional de Eventos de Audiovisual Negro, em parceria com o evento Políticas do Olhar, realizado pelo Fórum Itinerante de Cinema Negro (FICINE). Este ano, em sua 4ª edição, o Fianb também acontecerá em São Paulo (SP) e em Belém (PA), fortalecendo a conexão entre as regiões brasileiras, como defendido pelos ideais de Maria Beatriz Nascimento que inspiram o Festival e suas pontuações sobre o audiovisual brasileiro.
O Novembro Salvador Capital Afro é um calendário inédito com uma programação para o mês em que se comemora a Consciência Negra. Com festivais de música, empreendedorismo, exposições de arte, desfiles de blocos Afro e afoxés e eventos de moda, o Novembro SCA acontecerá durante todo o mês e é pautado na exaltação da ancestralidade negra da capital baiana, tendo o afroturismo como base.
A deputada estadual Olívia Santana estava presente na Mostra Lugar de Mulher é no Cinema. No evento, ela falou sobre a importância da nova geração reverenciar as “mulheres desbravadoras”. Na mostra também estava presente a atriz D. Léa Garcia, que foi homenageada.
“Léa Garcia para mim foi um grande ícone do audiovisual brasileiro. Ela pagou um preço muito alto, ela assumiu alguns personagens extremamente perigosos, como a Rosa da novela Escrava Isaura, era uma personagem odiada no Brasil”, começou.
A deputada prosseguiu afirmando que a narrativa foi feita para “tornar angelical” a imagem de Lucélia Santos, que fazia a personagem Isaura. “Causava espanto uma mulher branca escravizada”.
“Eu sempre digo que aquela novela foi um golpe muito duro, que ajudou a aniquilar a autoestima do povo preto e ajudou. Então a militância de Léa Garcia dentro e fora das telas foi questionando 'será que só tem esse papel?’, ‘será possível as mulheres negras ocuparem outro lugar nas telas?’”, continuou.
Olívia Santana também falou sobre os investimentos da Lei Paulo Gustavo. “No pós-pandemia você ter um investimento de R$ 3 bilhões para o audiovisual brasileiro, é um fôlego muito forte e a gente tem que aproveitar isso da melhor forma possível”.
“A Bahia que tem os fazedores de cultura, os fazedores de audiovisual. Aqui nasceu o Cinema Novo. Então a gente tem muito o que contribuir. Tem uma juventude bonita que está criando games, que está fazendo curta-metragem, que está fazendo longa-metragem, então temos que aproveitar este momento”, finalizou.
Termina nesta sexta-feira (9) a terceira edição da Mostra Itinerante de Cinemas Negros Mahomed Bamba (MIMB). O encerramento será marcado por uma live, às 18h, onde serão conhecidos os vencedores da premiação "Impulso Cultural - WAWA ABA: Sementes da Àrvore", que busca viabilizar a execução de projetos de realizadores negros. Vão mediar o encontro a cineasta Kinda Rodrigues e a multiartista Loiá Fernandes.
O "Impulso" está divido em três categorias: família e ancestralidade, educação, ritmo e sentido. A seleção premiará 12 dos 20 curtas-metragens disponibilizados no canal do MIMB no YouTube, selecionados após uma curadoria. Serão premiados com um valor de R$400 os vídeos mais curtidos na plataforma.
Com dez dias de programação virtual, a mostra vai realizar, até o último dia, a exibição de 15 obras, duas masterclasses, oficina e apresentação cultural. A ideia, segundo a equipe organizadora, foi convocar, mesmo com a pandemia, "o sentimento de comunhão com tradições, cultura, espiritualidade e resistência do povo preto".
"Realizada por seis mulheres pretas que desafiam a lógica racista, patriarcal e elitista da cadeia produtiva cinematográfica, a MIMB surge para disputar narrativas e novos modos de fazer cinema, com vistas à emancipação do povo preto", destacou a organização da mostra.
Ainda na noite de sexta-feira, às 20h, dentro do encerramento do evento, haverá a apresentação da DJ Lumena, com um setlist formado por clássicos e lançamentos do pagodão baiano.
O projeto “Papo de Cabeceira”, que tem como proposta dar destaque a diretoras negras em debates sobre cinema negro, contará com a participação da produtora em audiovisual, Larissa Fulana de Tal, no dia 10 de agosto.
Ela participará de uma live transmitida a partir das 22h, no Instagram do professor e produtor audiovisual, Renato Rivas (@renatorivas_com), idealizador do projeto, que tem curadoria da jornalista e cineasta Ceci Alves.
Formada em Cinema e Audiovisual pela UFRB, a convidada atua como conselheira da Região Nordeste na Associação de Profissionais Negros da Audiovisual (APAN) e foi diretora do documentário Lápis de Cor (2014), projeto contemplado pela I Chamada de Curtas Universitários do Canal Futura.
A cineasta e advogada baiana Viviane Ferreira é a convidada desta semana do programa “Entre Vistas”, apresentado pelo jornalista Juca Kfouri e exibido nesta terça-feira (14), às 22h15, na TVE Bahia e na internet (clique aqui). Ela, que é especialista em direitos autorais, direito cultural e direito público, abordará temas como racismo, privilégio social, “branquitude” e a representatividade negra nas produções audiovisuais. Participam ainda do bate-papo a cineasta Tatá Amaral e o professor da Universidade de São Paulo (USP), Dennis de Oliveira.
O Centro Cultural Plataforma, localizado no Subúrbio Ferroviário de Salvador irá receber o Cine Clube Tela Preta, que promove sessões gratuitas de cinema negro. Com sessões às 15h e 18h o projeto que começa na próxima quarta-feira (28), visa promover a reflexão do processo criativo do cinema negro e a circulação das obras produzidas por pessoas afrodescendentes. Durante março e maio, o cineclube exibirá dez sessões, com alguns debates com participação de cineastas. O projeto é uma idealização do Coletivo de Cinema Negro Tela Preta, organização que pauta a representatividade negra no campo do cinema e audiovisual, e produzido pela Rebento Filmes, uma produtora de mulheres negras. Os temas das quatro rodas de conversas são "Fotografia Negra” que refletirá sobre fotografia em pele negra; “Políticas Afirmativas”, que falará das políticas públicas no campo do cinema; “Circulou”, discorrendo sobre a criação de espaços circulação dos filmes; e por fim, "Cineclubismo”, mesa especial que homenageará o cineclubista baiano, Luís Orlando. A abertura contará com o longa Maestrina da Favela (2017), direção da norte americana Falani Spivey, e a presença da equipe, tais como Iris Oliveira, Urânia Muzanzu e Rosana Chagas e da personagem, Elem Maestrina. No total, são mais de vinte filmes que serão exibidos. As exibições serão gratuitas.
SERVIÇO
O QUÊ: Cine Clube Tela Preta
QUANDO: Quarta-feira, 28 de março, sessões às 15h e 18h
ONDE: Centro Cultural Plataforma
VALOR: Gratuito
Com o intuito de colaborar para a preservação da memória sonora de comunidades quilombolas, quatros jovens documentaristas baianos estão produzindo filme sobre os sons dos quilombos. Realizado pelo Coletivo Cacos, o documentário “AIUÊ: Escutando o som dos quilombos” já está sendo rodado desde agosto. A equipe é formada por cineastas negros baianos: Donminique Azevedo (documentarista, jornalista e educadora), Danilo Umbelino (cineasta e diretor de fotografia), Leo Rocha (musicista e cineasta) e Uiran Paranhos (cineasta e técnico de som direto). “Trata-se de uma experiência imersiva para revelar as mais diversas expressões sonoras e musicais presentes em comunidades remanescentes de quilombos. Nasce justamente do desejo de saber mais sobre minhas origens, uma vez que minha descendência paterna é quilombola. Como militante na luta antirracista, acredito que o documentário é uma oportunidade a mais para fazermos disputa de narrativas”, explica Donminique Azevedo, idealizadora da iniciativa. Para o coautor do projeto Leo Rocha, o diferencial da proposta é poder apresentar os sons cotidianos como um vetor de tradições culturais. “Estamos ouvindo do som ambiente àquilo que cada quilombola tem a dizer, amplificando a pluralidade de vozes. Assim, escutando o maior patrimônio de um povo: o próprio povo e suas histórias”, revela Rocha.
Foto: Divulgação
A primeira fase do projeto - que resultará em um filme gravado com quilombos de Salvador e Região Metropolitana - estreará em novembro deste ano, com o apoio da Fundação Gregório de Matos, por meio do edital Arte Todo dia de 2017. Futuramente, o projeto abrangerá comunidades quilombolas de outras regiões do país.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luiz Inácio Lula da Silva
"O meu time não tem medo de brigar. Se for preciso brigar, a gente vai brigar. Mas antes de brigar, a gente quer negociar".
Disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as negociações com Donald Trump para o fim do tarifaço.