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Todo ano um assunto vira pauta no noticiário esportivo: o futuro dos Estaduais. Uns defendem a permanência da competição no calendário do futebol nacional, já outros defendem a extinção. Um dos que defendem a bandeira para acabar de vez com o certame é o jornalista Rodrigo Capelo, colunista do jornal O Globo. A opinião do profissional desagradou muita gente, inclusive as federações, que repudiaram a atitude.
Foto: Reprodução/ SporTV
Em um trecho, as federações consideram a o teor da coluna como um “ataque frontal à diversidade e pluralidade que tornam o futebol brasileiro um patrimônio cultural mundialmente reconhecido. É abjeto que o colunista pareça partir de uma conotação discriminatória, desprestigiando evento tão importante como os campeonatos estaduais”.
Ao todo, 26 das 27 federações assinaram a carta de repúdio. Confira abaixo o documento na íntegra.
"A coluna é uma amostra da ignorância e irresponsabilidade com a qual algumas pessoas e agências interessadas em especulação lidam com o patrimônio cultural do futebol brasileiro. É inaceitável que um jornalista esportivo, de maneira irresponsável e sem embasamento, proponha o fim de uma tradição histórica que revelou muitos talentos e proporcionou clássicos regionais emocionantes. Os campeonatos estaduais são essenciais para o desenvolvimento do esporte nacional e movimentam a economia local, gerando empregos e fortalecendo a identidade regional. Eles são da essência raiz do futebol brasileiro.
A sugestão do colunista, que já fez comentários pejorativos associados à origem regional do presidente, em outra ocasião, é um ataque frontal à diversidade e pluralidade que tornam o futebol brasileiro um patrimônio cultural mundialmente reconhecido. É abjeto que o colunista pareça partir de uma conotação discriminatória, desprestigiando evento tão importante como os campeonatos estaduais.
A diversidade regional é uma das maiores riquezas do futebol brasileiro e os campeonatos estaduais contribuem para a manutenção dessa pluralidade. A extinção dos estaduais, como sugerido pelo colunista, seria um ataque frontal a essa diversidade, algo intolerável para uma sociedade que se propõe cada vez mais inclusiva. É um ato intolerável.
O colunista demonstra total desconhecimento e ignorância ao afirmar que os campeonatos estaduais causam estragos na estrutura do futebol brasileiro. Pelo contrário, eles são a base da formação de talentos e contribuem para o desenvolvimento do esporte no país. Além disso, os estaduais são uma vitrine para jogadores momentaneamente desconhecidos e geram empregos para cerca de 25 mil atletas e suas famílias.
É importante destacar, ainda, que os campeonatos estaduais não podem ser vistos apenas pelo prisma econômico. No entanto, ainda que seja o caso de encarar a situação sob o prisma econômico, a verdade é que a supressão dos estaduais, como sugerido, seria um golpe devastador para uma nação já assolada pelo desemprego. Com cerca de 20 milhões de brasileiros sem trabalho, a existência desses campeonatos é crucial para a sobrevivência de muitas famílias que dependem dos salários dos cerca de 25 mil atletas contratados pelos clubes.
Se essa ideia irresponsável de acabar com os campeonatos estaduais fosse levada a sério, mais de 150 mil pessoas seriam diretamente afetadas. E não são apenas essas famílias que sofreriam as consequências – a cadeia produtiva do futebol que depende desses campeonatos emprega mais de 500 mil pessoas, todas elas com suas vidas em jogo. O colunista que propôs essa ideia cega e irresponsável deve entender que, ao atacar os campeonatos estaduais, ele está atacando a sobrevivência de milhões de brasileiros.
É no mínimo questionável que o colunista do Globo venha agora expressar uma opinião tão contrária àquela defendida pelo próprio Grupo Globo ao longo de décadas. Afinal, a empresa sempre contribuiu para o fortalecimento dos campeonatos estaduais, seja por meio de patrocínios ou de sua ampla cobertura jornalística. É surpreendente, portanto, que o colunista em questão ignore completamente a história de colaboração de sua própria empresa e trate com desdém um evento que contou com o apoio e a dedicação do Grupo Globo por tanto tempo.
Tal postura pode ser vista como nada mais que uma tentativa oportunista de chamar a atenção, sem considerar as consequências graves que sua sugestão pode ter para o futebol brasileiro e para milhares de pessoas que dependem dele para sobreviver.
Caso o colunista fosse mais bem informado, saberia, ainda, que a maior parte dos campeonatos estaduais já se adequou a uma nova realidade, realizando campeonatos mais enxutos e com duração reduzida.
As Federações de Futebol do Brasil deixam claro que não irão se curvar a quaisquer tipos de pressões de pessoas que tenham interesses particulares – mormente os pouco republicanos – na extinção dos campeonatos estaduais, ao tempo em que reiteram o compromisso com o futebol brasileiro e com a valorização de todas as suas competições, incluindo os campeonatos estaduais, que têm um papel fundamental na história do esporte no Brasil.
As Federações não se curvarão a qualquer tipo de discriminação, seja de origem, seja social, ou até mesmo patrocinada, por quem quer que seja".
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luiz Inácio Lula da Silva
"O meu time não tem medo de brigar. Se for preciso brigar, a gente vai brigar. Mas antes de brigar, a gente quer negociar".
Disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as negociações com Donald Trump para o fim do tarifaço.