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Os irmãos Caetano Veloso e Maria Bethânia colocaram as diferenças de lado e prestaram homenagem a Belchior (1946-2017) durante apresentação no Ceará, terra do ex-artista, no último sábado (17). A dupla tem realizado saudações aos cantores que marcaram época com a MPB, não deixando o cearense de fora.
Os irmãos saudaram a memória de Belchior ao incluírem no roteiro Mucuripe, canção em parceria com Raimundo Fagner e imortalizada na voz de Elis Regina (1945-1982).
Belchior e Caetano já trocaram farpas por meio de músicas durante a época da Tropicália, principalmente na década de 70. O cantor cearense era crítico ao movimento, e citava de forma implícita Caetano realizando críticas à Tropicália por considerar um gênero “acrítico”.
Um exemplo é a famosa composição “Rapaz Latino Americano”, em que Belchior escreve: “Mas sei que nada é divino / Nada / Nada é maravilhoso, nada / Nada é secreto, nada / Nada é misterioso / Não (…)”.
Outro exemplo é na música Retrato 3x4, quando a crítica fica mais aparente: “Veloso, o sol não é tão bonito pra quem vem do Norte e vai viver na rua”.
O ARTIGO DE CAETANO
Em 2017, ano da morte de Belchior, Caetano escreveu um artigo para o Estadão em que reverenciou o cantor cearense e afirmou que as canções do artista “não das que morrem”. No texto, o baiano afirma que Belchior está na ala de artistas mais criativos da história da música brasileira.
“Todas as citações a canções nossas que estavam em trechos de canções de Belchior me agradavam por estarem dentro de um timbre criativo sempre rico e instigante. Muitas entrevistas de Fagner desmereciam a força estética que era evidente em Mucuripe e em Belchior. Como Nossos Pais é uma das melhores interpretações de Elis. Também Velha Roupa Colorida é algo coeso e forte. Mas tudo isso ficava mais interessante ainda quando na voz do autor”, escreveu Caetano.
A cantora Ana Canãs traz novamente para Salvador o show da turnê "Ana Cañas Canta Belchior". Após passar por mais de 150 palcos por todo o Brasil, o projeto chega a sua última apresentação na capital baiana. O show acontece no Largo Quincas Berro D'Água, no Pelourinho, no dia 5 de maio, domingo, às 17h. “Essa turnê me emocionou tanto... é o momento mais bonito de toda a minha carreira!'' declarou a artista.
Além dos clássicos como "Como Nossos Pais", "Sujeito de Sorte" e "Velha Roupa Colorida", Ana apresentará para o público uma canção até então inédita de Belchior chamada “Um Rolê No Céu”, que foi oferecida a ela pelos filhos do cantor.
Os portões do Largo serão abertos às 16h. Os ingressos para o evento estão disponíveis no Sympla, a partir de R$ 60 + 1kg de alimento. Os alimentos do ingresso solidário devem ser entregues no momento da entrada ao evento.
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Após liberar alguns EPs de seu projeto de releituras de Belchior, Ana Cañas lançou, nesta quarta-feira (20), o disco completo em homenagem ao artista cearense. Com 14 faixas, o álbum “Ana Cañas canta Belchior” está disponível nas principais plataformas de streaming.
A escolha das músicas seguiu o repertório de uma live realizada durante a pandemia pela cantora, que após o sucesso decidiu fazer o registro. Na voz de Ana, "Coração Selvagem”, “Sujeito de Sorte”, "Fotografia 3x4", "A Palo Seco", “Medo de Avião”, “Alucinação”, "Apenas Um Rapaz Latino-Americano", “Paralelas”, "Divina Comédia Humana", “Velha Roupa Colorida”, "Comentário a Respeito de John", “Na Hora do Almoço”, “Galos, Noites e Quintais” e “Como Nossos Pais” ganharam nova roupagem, com arranjos minimalistas da própria cantora, em parceria com Fabá Jimenez.
“Acho que o fato de ter poucos elementos acaba por ressaltar a voz, a interpretação. E esse foi o desafio. As músicas versam geralmente sobre paixão, catarse e reflexão social. Exige uma compreensão ampla das camadas do coletivo e suas intersecções. Apesar de muitas metáforas e poesia, também traz uma literatura direta e acessível. É um universo bastante complexo e há que se despir para mergulhar nele”, analisa a artista.
Ouça o disco:
ANA CAÑAS APRESENTADORA
Além do novo disco que acaba de sair, Ana Cañas se prepara para estrear como apresentadora de TV, no programa “Sobrepostas”, que vai ao ar no Canal Brasil e na Globoplay a partir do dia 25 de outubro, às 23h45. No projeto, a cantora recebe mulheres (cis e trans) e pessoas não-binárias para conversas francas sobre sexo, prazer e autoconhecimento.
“A real é que os dois projetos têm tudo a ver. O universo belchiorano é bastante sexual (‘Quero gozar no seu céu / Pode ser no seu inferno’). A sexualidade feminina ainda é um tabu em 2021 e Belchior já falava sobre isso em diversas músicas, há 40 anos. Apresentar um programa sobre esse tema na televisão conversa com a sua obra, sem dúvida”, diz Ana.
O programa foi criado e dirigido por Lívia Cheibub e Martina Sönksen, com a proposta de proporcionar um clima de acolhimento e intimidade, um espaço seguro de escuta e troca. Na estreia, Ana recebe a cantora e compositora baiana Luedji Luna, que vai falar sobre seus primeiros relacionamentos.
A cantora e compositora Ana Cañas lançou, nesta sexta-feira (20), o segundo EP de seu projeto de releituras em homenagem a Belchior.
Disponível nas plataformas digitais, o "Ana Cañas Canta Belchior - EP 2" conta com as faixas "Sujeito de Sorte", "Divina Comédia Humana", "A Palo Seco" e "Comentário a Respeito de John". O projeto tem produção assinada pela própria artista, junto com Fabá Jimenez.
Confira as músicas do segundo EP:
Além das quatro músicas, nesta sexta Ana Cañas liberou ainda um clipe inédito de sua versão de “Sujeito de Sorte”, com a participação de 47 artistas brasileiros, a exemplo dos baianos Wagner Moura, Josyara, Lan Lahn e Márcia Castro, além de Andréia Horta, Assucena Assucena, Bruno Gagliasso, Chico César, Chico César, Elza Soares, Leo Jaime, Letícia Sabatella, Marcelo Jeneci, Maria Casadevall, Marina Lima, Mariana Aydar, Ney Matogrosso, Otto, Pretinho da Serrinha, Rael, Samuel Rosa e Zélia Duncan.
Veja o videoclipe:
O primeiro EP “Ana Cañas Canta Belchior” saiu em julho, com as canções “Velha Roupa Colorida”, “Galos, Noites e Quintais”, “Na Hora do Almoço” e “Alucinação” (saiba mais). Antes disso, a cantora já havia lançado o single e clipe de “Coração Selvagem” (relembre).
A cantora e compositora Ana Cañas lançou, nesta sexta-feira (9), o primeiro EP de seu projeto de regravações de Belchior. A produção do Ana "Cañas Canta Belchior - EP 1" é assinada pela própria artista em parceria com Faba Jimenez.
Disponível nas plataformas digitais, o material inclui as faixas “Velha Roupa Colorida”, “Galos, Noites e Quintais”, “Na Hora do Almoço” e “Alucinação”. A artista já havia liberado a releitura de uma canção que vai integrar o disco com repertório do artista cearense. “Coração Selvagem” saiu em maio, junto com um videoclipe (relembre).
Ouça o EP:
Além das novas canções, nesta sexta Ana lançou também um clipe inédito da música "Alucinação", com a participação da atriz Maria Casadevall. A direção e fotografia são assinador por Ariela Bueno, enquanto edição e finalização são de Fred Siewerdt.
Veja o novo clipe:
A cantora e compositora Ana Cañas lançou, nesta sexta-feira (21), uma releitura de “Coração Selvagem”, canção de Belchior que integrará seu próximo álbum, com repertório do artista cearense.
Com produção e direção musical da própria Ana, juntamente com Fabá Jimenez, a faixa que dá nome ao novo disco foi gravada no Estúdio Movido, por Jimenez e Gustavo Lagarto.
O videoclipe, por sua vez, traz Ana Cañas e o ator Lee Taylor em uma coreografia com a participação discreta de um dos gatos da artista, ao fundo. “Sobre a beleza dos encontros profundos, sobre a coragem de se despertencer e mergulhar no outro”, descreveu a cantora. A direção e fotografia são assinadas por Ariela Bueno e a edição é de Fred Siewerdt.
O álbum “Coração Selvagem” nasceu após o sucesso de uma live da artista em homenagem a Belchior, e contou com a colaboração de admiradores da artista, que fizeram uma vaquinha virtual para financiar o projeto (saiba mais).
Veja o clipe:
As músicas do emblemático disco “Alucinação”, de Belchior, serão tema de um documentário com roteiro e direção de Renato Terra e codireção de Marcos Caetano e Leo Caetano.
O projeto, que terá o mesmo título do álbum, partirá de uma extensa pesquisa de imagens de acontecimentos históricos, registros familiares e arquivos que registrem a memória coletiva.
Costurando as imagens colhidas às músicas de Belchior, o documentário busca promover um mergulho na geração dos anos 1970, potencializando lembranças, sensações e sonhos da época.
O filme tem coprodução da Globo Filmes, GloboNews, Canal Brasil e Inquietude.
Após atingir a meta de R$ 56 mil em nove dias de vaquinha virtual realizada pela Editora Sonora e pelos escritores Chris Fuscaldo e Marcelo Bortoloti, o livro "Viver é melhor que sonhar — Os últimos caminhos de Belchior" foi viabilizado. A informação é da coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo.
Ainda segundo a publicação, para escrever a obra, que aborda os últimos anos de vida do cantor, os autores entrevistaram cerca de 150 pessoas no Uruguai, Rio Grande do Sul, Ceará e São Paulo para entender os motivos que levaram Belchior ao autoexílio.
Depois deste primeiro financiamento coletivo, a ideia agora é lançar outra meta do projeto, para viabilizar também o lançamento do livro em espanhol.
Depois da estreia bem sucedida de um live show em homenagem a Belchior que acabou impulsionando a gravação de um novo disco (saiba mais), Ana Cañas faz uma outra apresentação neste sábado (24), com o repertório do artista cearense.
A cantora e compositora sobe ao palco do Sesc Bom Retiro, em São Paulo, com o show “Ana Cañas Canta Belchior”, transmitido ao vivo a partir das 19h, no Instagram Sesc Ao Vivo e no YouTube Sesc São Paulo, dentro da programação da série Música #EmCasaComSesc.
Acompanhada por Fabá Jimenez (violão e baixo) e Adriano Grineberg (piano e teclado), a artista passeia pela obra de Belchior, incluindo no setlist canções consagradas como "Alucinação", "Na Hora do Almoço", "Sujeito de Sorte" e "Como Nossos Pais". A direção do espetáculo é assinada pela própria Ana Cañas.
Depois do sucesso de sua live em homenagem a Belchior, realizada a pedido e com o apoio dos fãs (clique aqui), Ana Cañas anunciou que pretende gravar um novo disco com o repertório do artista cearense. Antes de bater o martelo sobre esse projeto, a artista revelou que já estava no processo de gravação de outro álbum independente, em uma Live do Bahia Notícias (relembre), mas agora explicou que "o autoral vai ficar mais pra frente, foi parado".
“Gente, tomei uma decisão: vou gravar um disco com as músicas do Belchior. Sim, vou gravar! Meu coração tá me dizendo pra fazer isso. Minha intuição tá dizendo ‘faça (e coloque a sua alma lá)’. E vocês também me pedindo através da mensagens que chegam, repletas de amor. Decidi parar de lutar contra o meu preconceito bobo sobre me entregar ao lado intérprete. Eu comecei cantando na noite e acreditava que me movimentar fora do esquadro autoral era sucumbir a uma espécie de caminho mais ‘fácil’. Besteira. Até porque interpretar belchior está entre as coisas mais difíceis que já fiz na vida rsrs”, escreveu a cantora e compositora, nas redes sociais, destacando o aprendizado adquirido com o show que considera “um grande presente do universo” em sua vida.
Por ser artista independente, ela encontra algumas dificuldades pelo caminho, como a falta de orçamento para concretizar o projeto. Para viabilizar o disco, então, ela decidiu mais uma vez recorrer ao público. “Tomada essa decisão, já reuni os mesmos músicos (fabá e adriano) para darmos continuidade ao que nasceu com entrega, verdade e muito amor! Agora pergunto: vocês topariam nos ajudar? novamente)”, sondou a artista, explicando que estava em negociação para firmar um contrato publicitário que custearia todas as despesas do álbum, mas que acabou não se concretizando.
“Eu tava animadíssima achando que fecharia, mas infelizmente não rolou. Enfim, de volta à dura realidade de estarmos cinco meses sem poder trabalhar, pensamos aqui em levantar uma segunda vakinha pra finaciar coletivamente o disco. Eu adoraria não pedir isso à vocês, mas essa é a verdade do momento que vivemos e também já aprendi que não é vergonha nenhuma pedir ajuda / jogar a real”, explicou Ana Cañas, destacando que ela própria não receberá qualquer remuneração e que todo valor arrecadado será usado para pagar despesas como estúdio, músicos, produção, mixagem, masterização, direitos autorais, capa e design.
Sem uma meta pré-estabelecida, a campanha de financiamento coletivo (clique aqui para ajudar) conta com 34 apoiadores e R$ 2.287, até a manhã desta sexta-feira (12).
Confira a live que inspirou a ideia do novo disco de Ana Cañas:
Com o apoio dos fãs, que propuseram a criação de uma vaquinha vaquinha virtual para viabilizar o projeto, a cantora e compositora Ana Cañas confirmou para 9 de julho um live show com repertório de Belchior, no Youtube. “Assim nasce o projeto ‘Ana Cañas Canta Belchior’, por causa de vocês! Obrigada pela ajuda nesse momento tão difícil”, escreveu a artista no Twitter.
Durante conversa em uma live do Bahia Notícias, nesta segunda-feira (15) (confira o bate-papo completo), Ana falou sobre as dificuldades enfrentadas como artista independente, sobretudo na pandemia, e destacou a solidariedade do público após ter que cancelar uma live de Dia dos Namorados, por falta de patrocínio.
Foi por sugestão dos fãs que ela criou uma vaquinha (clique aqui para colaborar), que servirá para remunerar os profissionais de bastidores e para doações a pessoas em vulnerabilidade. “Esse dinheiro vai chegar na mão das pessoas, que nesse momento, estão sem trabalho (há 3 meses), totalmente desassistidas. Profissionais da cadeia da música que possuem família, filhos e muitos boletos a pagar. Músicos, técnicos de som e vídeo, produtora e empresária, maquiadora, direitos autorais e o que sobrar, pretendo doar uma parte à projetos sociais que estou envolvida pessoalmente, distribuindo cestas básicas e lanches às pessoas em situação de rua”, explica a artista.
No mesmo ano em que o Maglore – grupo do qual faz parte – celebra dez anos de trajetória, o cantor e compositor baiano Teago Oliveira dá seu primeiro salto individual. O artista, que vive em São Paulo, lançou, na madrugada desta terça-feira (17), o disco solo “Boa Sorte”. O show de lançamento acontece em Salvador, sua terra natal, no dia 3 de outubro na Sala do Coro do Teatro Castro Alves.
Em tom melancólico, o músico canta visões de mundo e sentimentos muito pessoais, como a saudade da Bahia, a admiração por Belchior, lembranças familiares e a preocupação com o futuro do país e do mundo neste período de crise. “Foi uma questão de sonoridade e ao mesmo tempo uma necessidade urgente de conversar sobre coisas do nosso mundo. Não que isso não tenha sido feito na Maglore, o último disco fala muito sobre sociedade, do indivíduo, e esse meu disco é um pouquinho mais introspectivo nesse assunto”, disse o artista, em entrevista ao Bahia Notícias. “O som da Maglore é um som que a gente construiu e que a gente enxerga várias possibilidades para os próximos trabalhos, mas ele tem uma assinatura. Então no meu disco eu queria arrumar uma outra assinatura, criar um outro universo musical”, explicou.
Contemplado pelo edital Natura Musical, o disco conta com 11 faixas inéditas, a maioria composições do próprio Teago e algumas parcerias com amigos como Luiz Gabriel Lopes e Marceleza Castilho. Este último assina sozinho a autoria de uma das canções e é também o responsável pelo que veio a ser o nome do álbum. “Foi de uma conversa que eu tive com Marceleza. Ele mora na França e perguntou qual era o título do disco. Eu falei ‘ainda não tenho’, e ele falou ‘boa sorte’, e aí eu falei ‘é um bom título!’ (risos). Porque a gente estava conversando sobre esse tempo maluco que a gente vive hoje em dia, e até conversando com amigos depois eu falei: ‘é, acho que pra gente o Brasil nesse momento precisa mais de sorte do que qualquer coisa’”, lembrou o artista.
Na entrevista, Teago Oliveira falou também sobre o desejo do voo solo e o trabalho de composição, que levou anos; contou sobre o processo das gravações, que aconteceram de forma muito intimista, em Belo Horizonte, com apenas duas pessoas no estúdio; e ainda sobre o primeiro clipe, do single “Corações em Fúria (Meu querido Belchior)”, que foi gravado em apenas 6 horas, em Salvador. O cantor comentou ainda sobre os recentes casos de censura nas artes e a importância das políticas de incentivo, destacando o papel da cultura no fomento à economia e na geração de renda, além de apontar os problemas e mitos criados em cima de iniciativas como a Lei Rouanet. Confira a entrevista completa na coluna Cultura (clique aqui).
Morto aos 70 anos, em 2017, Belchior ganhará um documentário biográfico. A vida do artista cearense será contada em “Belchior - Amar e mudar as coisas”, telefilme aprovado pela Ancine para ser produzido pela Clariô Filmes, com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).
Com um título que destaca um dos versos mais famosos do artista, originário da canção “Alucinação”, o filme tem como proposta “costurar histórias através de algumas obras icônicas de Belchior, tecendo uma narrativa poética”.
“Belchior - Amar e mudar as coisas” contará com uma seleção de imagens de arquivo, além de depoimentos de diferentes momentos da carreira do artista. O filme terá ainda entrevistas com parceiros e amigos do cantor e compositor cearense. Dentre os nomes que devem ser procurados pela produção estão Elba Ramalho, Erasmo Carlos, Fafá de Belém, André Midani, Zeca Baleiro, Hermeto Paschoal, Toquinho, Gilberto Gil, Ney Matogrosso e Fagner.
O filme é dirigido por Natália Dias e tem codireção de Camilo Cavalcanti. A dupla assina ainda o argumento original do documentário. Paulo Henrique Fontenelle será o responsável por roteiro e montagem. Ainda sem data prevista, a estreia exclusiva será no canal Curta!.
Uma queda de braço tem sido travada entre Jotabê Medeiros, autor da biografia "Apenas um Rapaz Latino-Americano", e Ângela Belchior, irmã do cantor e compositor Belchior - morto em abril deste ano. "[O livro] é ofensivo à nossa honra e principalmente à honra de Belchior, que não está mais presente fisicamente na Terra", disse Ângela à Folha de S. Paulo. Ela, que pretende lançar um livro biográfico contendo sua própria versão da história do músico em 2018, quando ele faria 72 anos, conta com o apoio do advogado Estêvão Zizzi para tentar tirar a biografia não autorizada de circulação. "Estamos pegando depoimentos porque a gente não quer uma biografia mentirosa para as gerações vindouras", revelou.
Ainda segundo a Folha, dentre os pontos contestados por Ângela no livro de Medeiros, está uma parte em que ele relata um conflito com um professor da Faculdade de Medicina de Porangabuçu, em Fortaleza, que teria chamado Belchior de aluno “medíocre”. Mas para Ângela, o conteúdo "mais ofensivo entre todas as questões ofensivas" é quando o autor nega que sua mãe tenha integrado um coral de igreja. "Tudo cascata. Mãe que cantava em coral de igreja? Essa era uma história típica da mitologia dos artistas negros evangélicos norte-americanos, mas que não batia com a rotina eclesiástica das igrejas do Nordeste brasileiro", diz trecho da biografia não oficial, ao abordar os mitos que segundo o autor rodeiam a imagem do ídolo. Jotabê Medeiros, no entanto, afirma que a visão de Ângela revela apenas versões discordantes de fontes ou até falhas de interpretação. "Não estou dizendo que a mãe dele não cantava na igreja, estou dizendo que a tradição da Igreja Católica brasileira é diferente da igreja evangélica, que tem uma tradição mais apurada nesse sentido, o que fundamenta a tradição de cantores de blues americanos", disse o biógrafo, revelando que para escrever sobre o incidente com o professor, ouviu relatos de dois colegas de faculdade de Belchior. "Eu não disse o nome do decano porque sabia exatamente que ele poderia negar", argumentou.
Apesar dos esforços de Medeiros, Ângela diz, entretanto, que a família está lendo o livro “com muito carinho” e enviando os erros para o advogado. "Nosso objetivo é tirar o livro de circulação, estamos tomando as providências", afirmou a irmã do músico. Já para o biógrafo, o ato é autoritarismo: "Eles têm dito que só eles podem contar a história de Belchior; eles podem, eu só não acho que preciso bater o que eu apurei com o que eles apuraram", pontuou.
Belchior já tem uma biografia escrita, porém ainda não publicada. O cantor morreu aos 70 anos neste domingo (30) no Rio Grande do Sul (veja aqui). De acordo com a Folha, as memórias do artista já tinham sido concluídas, mas a obra foi reaberta e deve ganhar um novo final após o falecimento do cearense. O jornalista Jotabê Medeiros trabalha há dois anos em “Apenas um Rapaz Latino-Americano”, que seria publicado em setembro. Com a morte, é provável que a editora Todavia adiante o lançamento da obra. O autor do livro está em Fortaleza para acompanhar o velório do cantor. Na última semana, Medeiros tinha viagem marcada para Santa Cruz do Sul, onde o artista estava vivendo nos últimos anos, para tentar uma entrevista. No entanto a conversa não aconteceu, Medeiros adiou a viagem em uma semana e Belchior nesse período faleceu. “Apenas um Rapaz Latino-Americano” terá entre 200 e 300 páginas e contará com um caderno de fotos. Para o perfil biográfico, foram entrevistados diversos familiares, artistas, e colegas do meio artístico.
A relação dos artistas com Belchior faz parte dos seus processos de composição. No caso de Josyara, a aproximação com a obra de Belchior é antiga e influencia muito a sua sonoridade, como em suas composições que costumam tratar de memórias pessoais. "A maior identificação aconteceu durante o período em que morava em São Paulo, quando escutando o disco 'Alucinação' (1976), me identifiquei com as canções que tratavam sobre os nordestinos na cidade grande, a partir de então comecei a tocar e cantar suas canções", conta.
Além disso, as parcerias musicais, em especial com Cidreira, incentivou a cantora a conhecer mais sobre a obra do músico cearense. Os dois costumavam se encontrar para ouvir e tocar as canções do disco de Belchior. "Ver um amigo, uma pessoa que admiro, cantando as músicas de outro artista que eu estava me identificando, me deu mais inspiração para rearranjar as canções também", acrescenta Josyara.
Serviço:
O quê: Show ‘Coração Selvagem’
Quem: Josyara e Giovani Cidreira
Quando: 21 e 28 de agosto, às 17h
Onde: Teatro Gamboa Nova
Valor: R$ 20 no local e R$ 10 no site
Composta por Marcela e Helson Hart, "Pode Esquecer - A Palo Seco" é inspirada no "sumiço" de Belchior, que é um ídolo de cantora, e completa 40 anos de carreira em 2016. A faixa foi gravada e produzida em São Paulo por Cohen, que divide os vocais da canção com a baiana. Já o clipe traz uma releitura de "A Palo Seco", um dos grandes sucessos de Belchior.
SERVIÇO:
O quê: Coquetel e pocket show de lançamento do clipe Pode Esquecer – A Palo Seco, da cantora Marcela Bellas
Quem: Marcela Bellas com participação de Daniel Cohen e Pali
Quando: 07 de Julho (quinta), das 19h às 21h
Onde: Palacete das Artes (Ipac/SecultBA) - Rua da Graça, 284
Foi o Fantástico, que também encontrou Belchior após seu primeiro desaparecimento, em 2007. O artista foi encontrado pela equipe de reportagem em agosto de 2009, também no Uruguai.Em entrevista para a televisão no ano em que foi procurado, Belchior não quis falar sobre a vida pessoal e as dívidas.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.