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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, suspendeu as convocações de candidatos aprovados em cadastro de reserva no concurso para a Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás). A medida, segundo a decisão, visa evitar prejuízos à ordem e à economia públicas.
O governo da Bahia e a Bahiagás contestaram uma decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) que havia determinado a posse de candidatos do cadastro de reserva. Ao acionarem o Judiciário local, os candidatos argumentaram que a empresa estaria contratando terceirizados para as mesmas funções dos aprovados no concurso.
Segundo Barroso, o TJ-BA adotou entendimento contrário ao do STF sobre a matéria. Ele lembrou que, de acordo com a tese de repercussão geral fixada no Tema 784, candidatos aprovados em cadastro de reserva ou fora do número de vagas do edital somente têm direito à nomeação se, havendo novas vagas, forem preteridos de forma arbitrária e imotivada pela administração pública.
O presidente do STF afastou o entendimento da Justiça local de que a contratação de terceirizados seria uma forma de preterir candidatos sem justificativa. Ele lembrou que a Bahiagás é uma sociedade de economia mista e, portanto, segue regras do setor privado. Assim, embora precise selecionar seus empregados por concurso público, essa exigência não elimina o espaço mínimo de autogestão da empresa, “que engloba a definição de sua estrutura funcional e de seu modelo de contratação de mão de obra”.
A Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) recebeu um Projeto de Lei de autoria do governo do estado que estabelece direções dos créditos obtidos pela Bahiagás. Conforme o texto, os valores obtidos através de disputas judiciais relacionadas a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) seriam revertidos em benefícios aos usuários, podendo impactar na tarifa do gás natural.
"Tenho a honra de encaminhar a Vossa Excelência, para apreciação dessa augusta Assembleia Legislativa do Estado, o anexo Projeto de Lei que 'disciplina a destinação dos créditos oriundos de disputas judiciais pela Concessionária Estadual de Gás Canalizado, envolvendo a exigência dos tributos federais'", escreveu o governador Jerônimo Rodrigues (PT) em mensagem anexada ao PL.
De acordo com o PL, que foi enviado na semana passada em regime de urgência, os valores também seriam usados para amortização de investimentos da concessionária, resultando na “compensação tarifária”. Além disso, a quantia também poderia ser utilizada para projetos de infraestrutura que poderia expandir a distribuição de gás natural pela Bahia.
Veja como o dinheiro poderia ser utilizado:
- Quitação ou amortização de contingências que possam onerar a tarifa de distribuição;
- Amortização dos investimentos pela concessionária, que serão compensados com redução na tarifa de distribuição;
- Em investimentos em infraestrutura, objetivando a monetização das reservas provadas de gás natural e a interiorização do gás no Estado.
“O objetivo da medida é assegurar que tais créditos sejam revertidos em favor da coletividade, contribuindo para a modicidade tarifária, o desenvolvimento da infraestrutura do setor e o fortalecimento do mercado de gás natural no Estado da Bahia”, afirmou o governador.
O projeto do governo do estado também permite que a Bahiagás a negociar o recebimento dos créditos diretamente com a gestão federal, podendo acelerar a recepção dos valores.
Mesmo não sendo o uso mais comum, o gás natural pode ser utilizado em alguns casos como gás de cozinha em residências e indústrias com instalação específica. Ele também é usado em chuveiros térmicos, usinas termoelétricas e até como combustível de veículos.
Apesar da proposta ser enviada em regime de urgência, sua apreciação deve ocorrer apenas em agosto, quando os deputados estaduais retornam do recesso parlamentar.
O Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) da Bahia aprovou uma resolução que reitera a defesa da Bahiagás como uma empresa estratégica e essencial ao desenvolvimento econômico da Bahia e do Brasil. No documento aprovado nesta quarta-feira (18), a legenda se posicionou contra qualquer proposta de privatização, alinhando-se ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), que também já manifestou publicamente sua oposição à venda da estatal.
A resolução destaca a importância da Bahiagás para a industrialização, geração de empregos e transição energética, além de seu papel no fomento à cultura regional. A estatal possui uma infraestrutura robusta e estratégica que garante a distribuição eficiente de gás natural, consolidando-se como um pilar essencial para a economia baiana e nacional.
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No documento, o PT ressalta que a empresa deve permanecer sob controle do Governo do Estado, reafirmando o compromisso do governador Jerônimo Rodrigues com um modelo de desenvolvimento econômico regionalizado e sustentável. “Seu compromisso com a sustentabilidade e com o povo baiano o coloca na vanguarda da luta pela manutenção desse patrimônio do povo baiano”, diz o texto.
O presidente do PT Bahia, Éden Valadares, enfatizou o papel estratégico da empresa e o alinhamento do partido com o governador: “Eu sou filho de uma mulher petroleira, sindicalista, que me ensinou quase tudo que sei. Então, se temos uma empresa que contribui para a economia da Bahia, gera empregos, promove a industrialização e é parceira da cultura baiana, não há por que falar em privatização. Estou, ou estamos, enquanto PT, 100% com o governador."
O vice-presidente do PT estadual, Aluã Carmo, também reforçou o compromisso do partido com o controle estatal da Bahiagás, apontando que a decisão reflete o alinhamento com o desenvolvimento sustentável e regional.
"Articularemos nossa bancada e nossa militância nos movimentos sociais e sindical para, como já declarou o nosso governador, continuarmos com uma Bahiagás sob controle estatal. Assim, preservaremos o papel indutor do desenvolvimento desta importante empresa do nosso estado”, afirmou.
Os trabalhadores da Bahiagás paralisam as obras e atividades da companhia nas cidades de Salvador, Feira de Santana, Camaçari, Jequié, Mucuri, Eunápolis e Itabuna, nesta sexta-feira (16).
Eles reivindicam avanços e ganhos reais numa negociação que segundo eles, acontece desde 01 de abril de 2024. De acordo com a categoria, a empresa até agora não apresentou nenhuma proposta de aumento salarial além da simples reposição inflacionária.
A classe informou que cerca de 90% das categorias no Brasil estão tendo reajustes acima da inflação e que todas as demais empresas públicas do Estado da Bahia estão fechando acordo com ganho real.
O grupo alega que desde a greve de 2015, a Bahiagás não concede aumento real para os trabalhadores. O sindicato informou que os trabalhadores acreditam em uma solução para que a greve não seja necessária.
A Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás) abriu inscrições nesta segunda-feira (19), para concurso público. São ofertadas vagas para nível médio, técnico e superior, em diversas áreas, com salários iniciais que variam de R$ 5.159,94 a R$ 12.022,37.
Os interessados em participar do processo seletivo podem realizar suas inscrições no site da Fundação Carlos Chagas (www.concursosfcc.com.br), até o dia 18 de março. As provas objetivas e discursivas estão previstas para o dia 28 de abril e serão realizadas em Salvador. O concurso terá a validade de 12 meses, sem a possibilidade de prorrogação. O valor da inscrição para os cargos de nível médio é de R$ 90 e de superior R$ 120.
Os candidatos selecionados deverão estar disponíveis para trabalhar em qualquer localidade onde a Companhia atue ou venha a desenvolver suas atividades, no estado da Bahia, atendendo às exigências legais pertinentes aos respectivos cargos.
Os questionamentos relacionados ao Concurso Público deverão ser encaminhados ao Serviço de Atendimento ao Candidato – SAC da Fundação Carlos Chagas, por meio do Fale Conosco no site da empresa, ou pelo telefone (0XX11) 3723-4388, de segunda a sexta-feira, úteis, das 10 às 16h (horário de Brasília).
Confira as vagas:
Analista de Processos Organizacionais - Direito
Vagas: 2
Analista de Processos Organizacionais - Administração
Vagas: 3
Analista de Processos Organizacionais - Comunicação Jornalismo
Vagas: 1
Analista de Processos Organizacionais - Tecnologia da Informação - Infraestrutura
Vagas: 1
Analista de Processos Organizacionais - Tecnologia da Informação Sistemas
Vagas: 1
Analista de Processos Tecnológicos - Engenharia Civil
Vagas: 1
Analista de Processos Tecnológicos - Meio Ambiente
Vagas: 1
Técnico de Processos Organizacionais - Organizacional
Vagas: 6
Técnico de Processos Tecnológicos - Edificações
Vagas: 1
Técnico de Processos Tecnológicos - Mecânica
Vagas: 1
Técnico de Processos Tecnológicos - Automação
Vagas: 1
Técnico de Processos Tecnológicos - Química
Vagas: 1
Florence confirma estudos técnicos e financeiros da Bahiagás, mas descarta debate sobre privatização
A Bahiagás não deve ser privatizada, pelo menos não imediatamente. Isso foi o que garantiu o secretário da Casa Civil da Bahia, Afonso Florence, ao indicar ao Bahia Notícias que não existem discussões sobre o tema na cúpula da gestão estadual.
Ao BN, Florence confirmou que alguns estudos técnicos sobre as finanças da empresa foram contratados. "Nós estamos com estudos contratados para analisar a saúde financeira da empresa. A capacidade de investimento da empresa. No plano de governo, ela tem um papel na política de desenvolvimento econômico e de transição da matriz energética. Ainda tem setores que queimam de muitas maneiras. Vamos fazer o estudo de precipitação, do valor de mercado dela. Ficará na mesa do governador, que é o acionista majoritário, que é o estado, as opções possíveis. Não há decisão nenhuma de vender, pelo contrário", assegurou.
"Ha uma análise cuidadosa, inclusive, recentemente, a Bahiagás optou por construir um gasoduto entre Jequié e Vitória da Conquista. Estamos produzindo os elementos técnicos para planejar ou executar", completou.
Em 2023, os trabalhadores da empresa, que iniciou as atividades no ano de 1994 e vem sendo a responsável pela distribuição do gás natural em toda a Bahia, realizaram protestos contra uma eventual privatização. Em ao menos duas oportunidades, os funcionários se queixaram do "avanço" na empresa.
Sob a administração do Governo do Estado - sócio majoritário, a empresa de economia mista tem ainda como acionistas a Gaspetro (subsidiária da Petrobras) e a Mitsui Gás e Energia do Brasil. Recentemente, presidente da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (AL-BA), Adolfo Menezes (PSD), afirmou ser favorável à privatização de empresas que “não estão dando retorno, nem para o governo estadual e nem para o governo federal”, mas se esquivou de comentar sobre a situação da companhia por não “conhecer os números”.
O Governo da Bahia, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), assinou, nesta terça-feira (30), protocolos de intenções com a Bahiagás para implantação de estações de transferência de gás de custódia nos municípios de Vitória da Conquista e Juazeiro. Com investimentos de R$58 milhões e R$12 milhões, respectivamente, as obras fazem parte do projeto de interiorização da distribuição de gás natural no Estado.
O secretário da SDE, Angelo Almeida, parabenizou a companhia e destacou a importância da ação para o desenvolvimento da Bahia. “A assinatura dos protocolos é um passo significativo na promoção do desenvolvimento econômico e sustentável do estado, uma vez que a disponibilidade de gás natural atrai investimentos e impulsiona a economia local. Empresas que podem contar com o gás como fonte de energia tendem a ter custos operacionais mais baixos e maior competitividade. Isso se reflete em preços mais atrativos para produtos e serviços, beneficiando tanto consumidores quanto a economia em geral. Por esse motivo, a SDE não mediu esforços para a efetivação do acordo", disse o gestor, pontuando que a utilização do gás natural contribui para a redução das emissões de dióxido de carbono (CO2), apoiando os esforços do Governo da Bahia em combater as mudanças climáticas.
O gestor ressaltou ainda que a intervenção em Vitória da Conquista atende a uma reivindicação do setor produtivo local, apresentada no ano passado ao executivo estadual. “A intervenção anunciada reflete uma resposta efetiva às reivindicações apresentadas ao governador. Ao reconhecer e agir diante das necessidades do setor produtivo, Jerônimo demonstra sensibilidade e compromisso com o desenvolvimento econômico da região”, finalizou.
O diretor-presidente da Bahiagás, Luiz Gavazza, que durante o ato apresentou o projeto de interiorização que a companhia está adotando, destacou a parceria com a Petrobahia e a GNLink, e ressaltou a importância da SDE nesse processo.
“Com a aquisição do uso de duas áreas geridas pela SDE, no distrito industrial de Imborés, em Vitória da Conquista, e no distrito industrial de Juazeiro, através desses protocolos, nós criamos as condições de instalar equipamentos e bases operacionais, dando sequência à construção de dutos que irão atender no primeiro movimento uma parcela, e no segundo, toda a indústria do município de Vitória da Conquista. Em Juazeiro, à medida que a gente avance, podemos fazer esse mesmo procedimento. A partir da estrutura que possamos montar, nós vamos atender a grande parte do distrito industrial e uma parte já significativa de áreas de consumo, como postos de combustíveis, que vão poder fornecer o GNV”, explicou Gavazza.
Atualmente, a Bahiagás está presente em 22 municípios, atingindo 55% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial baiano e, ao final dos seis próximos anos, alcançará 68 cidades, atingindo 78% do PIB industrial do Estado.
O ato contou com as participações da diretora Técnica Comercial da Bahiagás, Larisse Stelitano; do presidente da Petrobahia, Thiago Andrade; além dos deputados estaduais Zé Raimundo e Roberto Carlos, e representação do deputado Bobô.
A Sindiquímica Bahia e os trabalhadores da Bahiagás, maior distribuidora de gás natural do Nordeste e segunda maior do Brasil, anunciaram que vão realizar um protesto na manhã desta sexta-feira (17), em frente à sede da empresa, na Avenida Prof. Magalhães Neto, STIEP.
O motivo do protesto seria a venda e privatização da estatal. O Sindiquímica indicou ainda "preocupação com o preço do combustível" após a privatização, assim como aconteceu privatização da Refinaria Landulpho Alves.
Além do abastecimento de veículos movidos a GNV, especialmente de taxistas e motoristas por aplicativo, o gás natural é distribuído pela Bahiagás para indústrias, hospitais, restaurantes e condomínios.
A concentração do protesto será às 8h, na sede da Bahiagás, A, por onde os trabalhadores pretendem fazer uma passeata.
O presidente da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (AL-BA), Adolfo Menezes (PSD), afirmou, nesta terça-feira (3), ser favorável à privatização de empresas que “não estão dando retorno, nem para o governo estadual e nem para o governo federal”, mas se esquivou de comentar sobre a situação da Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás) por não “conhecer os números”.
No início de setembro, funcionários da estatal relataram, ao Bahia Notícias, um tratamento “ostensivo” da empresa contratada para realizar os estudos de viabilidade de desestatização da Bahiagás. Na mesma semana, eles protestaram contra o processo de privatização da companhia.
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“Olha, eu sou favorável, que fique bem claro, não é esse caso da Bahiagás, não conheço os números, à privatização de empresas que não estão dando retorno, nem para o governo estadual e nem para o governo federal. Por exemplo, até um certo tempo atrás, quem tinha uma linha telefônica na residência, praticamente você tinha de mexer ‘mundos e fundos’ para conseguir investimentos. Para ter uma linha de telefone. Então, depois que o Fernando Henrique [presidente do Brasil entre 1995 e 2002] privatizou a telefonia do Brasil, você viu a melhora que teve. Muitos aeroportos já foram privatizados e ninguém pode deixar de reconhecer que melhorou substancialmente”, afirmou Adolfo Menezes.
O parlamentar destacou que acredita que o governo deve gerir a educação e a saúde, por exemplo, mas justificou que a privatização, em determinados setores, é uma tendência mundial.
“Eu acredito que a educação, a saúde, é o governo que tem que tomar conta. Mas, por exemplo, há muitas estradas com problemas. O governo não tem recurso para fazer linhas férreas, como é o caso da extensão do nosso Brasil. Então, muitos setores, eu sou favorável que o governo faça essas privatizações, como ocorre nos países desenvolvidos no mundo”, declarou o presidente da AL-BA.
Os trabalhadores da Bahiagás estão mobilizados, na manhã desta quarta-feira (6), para protestarem contra a privatização da empresa pelo o Governo do Estado. A manifestação aconteceu na porta da empresa, localizada na Avenida Magalhães Pinto, no bairro da Pituba.
A Bahiagás tem hoje 250 trabalhadores diretos e outros funcionários indiretos, distribuídos na cadeia de distribuição de gás canalizado para o setor industrial e de serviços, segundo o Sindiquímica Bahia e da Central Única dos Trabalhadores (CUT Bahia).
O Governo da Bahia atualmente é sócio majoritário e administra a empresa de economia mista, que é a maior distribuidora de gás natural do Nordeste e a segunda maior do Brasil, de acordo com o sindicato.
Os trabalhadores da Bahiagás exigem do atual governo da Bahia uma demonstração de que realmente é contra a privatização da empresa, fazendo o imediato distrato com o grupo Genial, contratado para realizar estudos sobre viabilidade da venda da empresa.
Além disso, cobram a revogação da Lei Estadual nº 7.029 de 1997, que autoriza o Poder Executivo a promover a desestatização da Companhia.
“A Bahiagás atende hoje a rede residencial, restaurantes e hospitais, taxistas e motoristas de aplicativo, além das indústrias. O Polo Petroquímico de Camaçari não existe sem gás natural, que entra como matéria-prima, como combustível e como redutor siderúrgico”, disse Apulcro Mota, funcionário da Bahiagás há 18 anos.
“Sabemos dos prejuízos que a privatização traz para a economia, para a indústria, para os trabalhadores. Impacta negativamente também a renda das famílias, com aumento de preços, como ocorreu após a venda da Refinaria Landolpho Alves pelo governo Bolsonaro. A Bahia passou a pagar o combustível mais caro do país e pode ocorrer o mesmo com o preço do gás natural, o GNV, fornecido pela Bahiagás”, explicou Alfredo Santos Jr., diretor do Sindiquímica Bahia e da Central Única dos Trabalhadores (CUT Bahia).
Nesta terça-feira (05), um grupo de trabalhadores e dirigentes do Sindiquímica Bahia realizaram reunião com o secretário de Desenvolvimento Agrário do Estado da Bahia, Osni Cardoso, que demonstrou apoio à luta contra a privatização da Bahiagás.
Uma audiência pública, realizada no último dia (14), na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), reuniu trabalhadores, sindicalistas e parlamentares para discutir o papel estratégico da Bahiagás para o setor industrial e os prejuízos da privatização da empresa.
Durante a audiência pública foi lançada a Frente Parlamentar em Defesa do Emprego e da Indústria da Bahia. Nacionalmente, o Governo federal, liderado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) tem demonstrado se opor à entrega de setores estratégicos, como gás e energia, para a iniciativa privada.
“Nas últimas eleições, os brasileiros, e especialmente, os baianos, fizeram uma escolha por uma política de defesa do patrimônio nacional e do controle do estado em setores estratégicos, como gás e energia. Assim como o Governo Federal tem demonstrado o respeito à decisão das urnas, fortalecendo empresas como a Petrobras, o governo da Bahia deve demonstrar esse alinhamento. Privatizar a Bahiagás é trair os baianos”, completa Alfredo Santos.
Na última segunda-feira (4), a reportagem do Bahia Notícias já tinha antecipado que funcionários da Bahiagás relataram abordagem “ostensiva” de consórcio nos trabalhos para privatização.
Trabalhadores da Bahiagás relatam abordagem “ostensiva” de consórcio nos trabalhos para privatização
Com o governo do estado indicando progressão nos trabalhos para a privatização da Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás), os funcionários da estatal têm relatado um tratamento “ostensivo” da empresa contratada para realizar os estudos de viabilidade de desestatização da Bahiagás. Em maio, a gestão estadual, por meio da BahiaInveste, contratou o consórcio Genial-Bahiagás, formado pela Bahiagás e pelo Banco Genial, para realizar a avaliação da Companhia de Gás.
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Ao Bahia Notícias, trabalhadores da Bahiagás relataram que a Genial tem realizado entrevistas, realizando questionamentos, inclusive, sobre a vida pessoal dos funcionários.
Um dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da indústria química, petroquímica, plástica, farmacêutica do Estado (Sindiquimica), sob condição de anonimato, afirmou que a Genial tem se comportado como um grupo de “compradores”, quando, na verdade, a consultoria foi contratada para realizar os estudos para a privatização.
“O grupo tem solicitado todo tipo de informação. Desde como as atividades são executadas, o que cada trabalhador. Dados do negócio, dados de atividade, números de atestados médicos. Estão indo até questões pessoais, vendo quais trabalhadores de cada unidade colocaram ou não atestado. No nosso entendimento, eles não estão agindo como alguém que está fazendo um estudo, mas alguém que está agindo como os compradores. Eles foram contratados para elaborar um estudo preparatório para a venda”, disse o dirigente.
Segundo o sindicalista, as abordagens foram iniciadas logo após a contratação da Genial, mas ele relata que as “entrevistas” têm sido intensificadas nas últimas semanas, ficando cada vez mais “ostensivas”. Ele afirmou que, por isso, os trabalhadores começaram uma mobilização contra a consultoria e a privatização da Bahiagás.
O CONTRATO
O Bahia Notícias teve acesso ao contrato de contratação do consórcio para a realização do estudo de viabilidade de privatização. O valor do contrato é de R$ 3.963.952,00, com vigência de 24 meses, podendo ser prorrogado em até cinco anos.
O documento diz que a Genial foi contratada para realização dos “estudos técnicos necessários à estruturação de Projeto e avaliação da Bahiagás, diligence contábil-patrimonial; avaliação técnico-operacional, de recursos humanos e socioambiental, projeto conceitual de engenharia, avaliação econômico-financeira, modelo regulatório, novo contrato de concessão, minuta de proposta para as instâncias decisórias da companhia, minutas dos editais de licitação do projeto e seus respectivos anexos, divulgação do projeto e interação com o mercado”.
Além disso, na cláusula 11ª do contrato, que dispõe sobre os Direitos, Obrigações e Responsabilidades entre as partes, obriga a Genial a “respeitar e fazer com que seus empregados respeitem as normas de segurança do trabalho, disciplina e demais regulamentos vigentes na CONTRATANTE, bem como atentar para as regras de cortesia no local onde serão executados os serviços”.
Segundo o movimento dos trabalhadores da Bahiagás, a Genial não estaria cumprindo a cláusula 11ª, desrespeitando os empregados da estatal.
NÚMEROS
Entre 2021 e 2022 a Bahiagás registrou um crescimento de 80% dos seus lucros, chegando a R$ 211,1 milhões. Durante a pandemia, no ano de 2020, a estatal chegou a ter uma queda expressiva de seus números, registrando um lucro líquido de R$ 55,3 milhões.
Além disso, a companhia reportou um acréscimo no caixa, com R$ 357,2 milhões ao fim do ano passado, uma alta de 2% em relação a 2021, quando registrou R$ 349,3 milhões. Os dados foram disponibilizados pela Bahiagás, em seu relatório de administração.
A decisão de uma eventual privatização da Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás) está nas mãos do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Ao Bahia Notícias, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida, sinalizou que o governo solicitou estudos que podem permitir o início do processo.
"A Bahiagás é uma empresa muito estratégica para o governo do estado. Isso carece de estudo, já que o governo já fez a solicitação deste estudo pela própria Bahiagás. Mas sobre uma possível privatização ou de uma remodelagem de operação da Bahiagás, essa decisão será tomada pelo governador".
No início de maio, o Diário Oficial do Estado trouxe a contratação de uma prestadora de serviços para "estudos técnicos necessários à estruturação de projeto e avaliação da Bahiagás, mediante avaliação econômico-financeira".
A empresa deu início às atividades no ano de 1994 e é a responsável pela distribuição do gás natural em toda a Bahia. Sob a administração do Governo do Estado, que é sócio majoritário, a empresa de economia mista tem ainda como acionista a Mitsui Gás e Energia do Brasil.
Ao iniciar o fornecimento, a Bahiagás atendia apenas empresas do então Polo Petroquímico de Camaçari e o Centro Industrial de Aratu. Logo após, expandiu seu potencial de distribuição e atualmente atende a demanda de gás natural em diversos pontos do estado, nos segmentos residencial, comercial, industrial, automotivo e termelétrico.
Atualmente a empresa possui Luiz Raimundo Barreiros Gavazza como diretor-presidente.
Estão abertas, até 6 de julho, as inscrições para o edital de patrocínio da Bahiagás para projetos culturais, sociais, esportivos, científico-acadêmicos e ambientais. Para concorrer na área cultural, os projetos devem realizar o cadastro no Fazcultura, Programa Estadual de Incentivo ao Patrocínio Cultural, gerido pelas secretarias da Fazenda e de Cultura do Estado da Bahia. O edital prevê o investimento de no mínimo 30% dos recursos, preferencialmente para municípios do interior, em projetos nas áreas de atuação e expansão da Bahiagás. O valor total do orçamento para esta seleção é de R$ 1 milhão. Para quem não se cadastrou no Fazcultura, deve ser feito o login no Clique Fomento (clique aqui). Já aqueles com propostas registrada no programa devem realizar a inscrição no site da Bahiagás (clique aqui).
Bloco Mutantes: R$10.000
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luiz Inácio Lula da Silva
"O que está acontecendo hoje no Brasil com a família do ex-presidente e com o comportamento do filho dele nos EUA é, possivelmente, uma das maiores traições que uma pátria sofre de filhos seus".
Disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao abrir nesta terça-feira (26) a segunda reunião ministerial do seu governo durante o pronunciamento que abriu o encontro, sobre o tarifaço imposto aos produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.