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agiotagem
A Polícia Civil de Jaguaquara, através da Delegacia Territorial, unidade vinculada à 9ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin) de Jequié, cumpriu na manhã desta terça-feira (22) um mandado de prisão contra um homem de origem cigana, acusado dos crimes de extorsão e agiotagem.
Segundo informações divulgadas pela Polícia Civil ao Blog do Marcos Frahm, parceiro do Bahia Notícias, o mandado de prisão foi expedido pela juíza de Direito da Vara Criminal da Comarca local. O homem é investigado por práticas de agiotagem e crimes contra a economia popular, além de extorsão.
Após a prisão, o suspeito foi encaminhado à Delegacia de Jaguaquara, onde permanece à disposição da Justiça para as providências legais. As investigações sobre o caso continuam em andamento.
Encontros semanais, literatura e 12 passos para a recuperação. Essa é uma parte que descreve como funciona a estrutura dos Jogadores Anônimos de Salvador (JA). Os momentos acontecem durante reuniões das células da Irmandade na capital baiana, denominada de “Sala Salvador”. As reuniões acontecem sempre às terças, por volta das 19h.
Compõem o programa aqueles (as) que enfrentam algum transtorno compulsivo relacionado a jogos e apostas (sejam eles digitais ou não); membros que ocupam funções e “cargos” na irmandade, que estão em abstinência do jogo; além de um familiar ou amigo das pessoas em compulsão, que se reúnem em uma sala ao lado dos jogadores.
Os integrantes do grupo em abstinência são aqueles que conduzem e ficam à frente da irmandade, tanto nas reuniões, quanto na acolhida a novos membros, além de realizarem atendimentos, leitura de conteúdos, entre outras atividades que serão apresentadas ao decorrer desta matéria. É importante destacar que as reuniões não são abertas ao público geral, sendo destinadas somente àqueles que enfrentam a problemática.
O objetivo do grupo é mostrar que a dependência em praticar apostas pode ser acompanhada e tratada com apoio, já que não existem remédios ou procedimentos médicos comprovados cientificamente como solução.
A reportagem do Bahia Notícias acompanhou momentos antecedentes de uma reunião dos JA em Salvador. Foi acompanhado somente o momento anterior ao encontro, já que a iniciativa é restrita somente aos participantes.
Este conteúdo faz parte da série de reportagens "Endemia Social: O impacto do vício em apostas na vida dos Jogadores Anônimos de Salvador", que tem o intuito de alertar sobre a compulsividade em relação a jogos de azar, cassinos onlines, entre outros do tipo; mostrar como é possível encontrar auxílio; e entender como o ato influência no cotidiano dos adeptos.
Essa segunda produção vai mostrar detalhes acerca da estrutura dos Jogadores Anônimos (JA) da capital baiana. Antes do encontro, a reportagem avistou algumas pessoas que iam chegando, se cumprimentando e se dividindo por volta das 18h20.
Homens de diferentes idades, mulheres e pessoas de diferentes etnias foram alguns daqueles que foram se aglomerando para compartilhar vivências, sentimentos, troca de saberes, experiências e esperanças para se recuperarem do vício na prática de apostar.
Eram cerca de 10 pessoas, além de outros que ainda estavam A chegar antes do começo da reunião. No grupo, há um servidor que atua como secretário, tesoureiro, entre outros cargos, conforme explicou ao BN um dos membros, indentificado como Márcio [nome fictício]. Ele afirmou ainda que os JAs de todo o mundo contam com reuniões virtuais, das quais todos os membros podem participar.
“A irmandade não tem cargos eleitos. Trabalhamos como nós chamamos de ‘consciência coletiva’. A cada dois anos a gente faz a renovação de funções. Então quem é tesoureiro passa o cargo para outro, quem é representante de grupo passar para outro. Hoje já tem o atendimento para reuniões virtuais. Existem dois tipos de reunião presencial e várias virtuais no Brasil inteiro, todos os dias em vários horários, onde qualquer membro pode participar”, disse.
O projeto acontece de forma gratuita, e os mais antigos (em termos de estar em abstinência) prestam apoio a outros integrantes do grupo. Segundo Márcio, ele e o outro representante ficam à frente para ajudar os recém-chegados por gratidão após conseguirem se recuperar.
“É um programa de autoajuda, em que a gente ensina e procura orientar as pessoas o que deve fazer na sua vida. Não se paga nada, não tem uma taxa de ingresso, não tem nada. Nenhum de nós ganha de nada, eu faço pela gratidão pelo que eu já recebi. Então se eu pude me recuperar, eu reconheço que é meu dever por gratidão estar aberto a outras pessoas pelo resto da minha vida. Como eu disse, não tem cura. A gente aprende uma regra de novo. É só por hoje, só vale o dia de hoje. Amanhã eu posso voltar a jogar, ele pode voltar a jogar. Quem me garante? Ninguém. Agora quando você está dentro de uma filosofia, de uma seita determinada, você vai incorporando e vida que segue”, pontuou.
O QUE SÃO 12 PASSOS?
São 12 métodos, denominados de “doze passos”, que norteiam e servem de base e referência para os jogadores anônimos. A lista foi fundada em 1935 por Bill W. e Dr Bob S., os fundadores do programa Alcoólicos Anônimos. A ferramenta foi determinada inicialmente para ajudar pessoas a vencerem o alcoolismo e depois foi expandida para quase todos os tipos de compulsões e dependências químicas e compulsões.
CONFIRA OS 12 PONTOS QUE SÃO UTILIZADOS NO BRASIL
1 . Admitimos que éramos impotentes perante o jogo – que nossas vidas haviam se tornado ingovernáveis.
2. Passamos a acreditar que um poder superior a nós mesmos poderia trazer-nos de volta a um modo normal de pensar e de viver.
3. Tomamos a decisão de entregar nossa vontade e nossas vidas aos cuidados deste poder de nosso entendimento.
4. Fizemos um minucioso e um destemido inventário moral e financeiro de nós mesmos.
5. Admitimos a nós mesmos e a outro ser humano a natureza exata de nossas falhas.
6. Ficamos inteiramente dispostos a ter estes defeitos de caráter removidos.
7. Humildemente pedimos a Deus (de nosso entendimento) que removesse as nossas imperfeições.
8. Fizemos uma lista de todas as pessoas a quem prejudicamos e nos tornamos dispostos a fazer a reparação a todos pelo mal causado.
9. Reparamos os danos causados diretamente a essas pessoas sempre que possível, exceto quando a reparação implicasse em prejudicá-las ou a outras.
10. Continuamos a fazer um inventário pessoal e quando estávamos errados, prontamente admitimos.
11. Procuramos, através da oração e meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus como O entendíamos, pedindo somente pelo conhecimento de Sua vontade perante a nós e a capacidade de realizá-la.
12. Tendo feito um esforço para praticar estes princípios em todas as nossas questões, procuramos levar esta mensagem a outros jogadores compulsivos.
FORMATO DAS REUNIÕES
Um primeiro ato que acontece é quando os novos membros chegam e são acolhidos. Na ocasião, é lido o primeiro passo de recuperação e que deve ser feito pelo jogador. O conceito inicial trata da internalização. Depois, as outras reuniões do programa são divididas na leitura dos 12 passos, que são reforçadas em todos os encontros.
“Na verdade, quando tem ingressante, nós lemos exatamente o primeiro passo de recuperação, para ele internalizar que ele é uma pessoa impotente perante o jogo. E aí é um programa de 12 passos, em que todos da irmandades de adictos têm esses 12 passos de recuperação, e a cada reunião nós lemos esse passo de recuperação, a interpretação desse passo para você conseguir compreender... Muitas vezes, as pessoas chegam aqui atordoadas e abrem o espaço para todo mundo debater e discutir sobre esse passo. Esse é o primeiro ponto da reunião”, detalhou Márcio.
Já a segunda parte do encontro é quando acontecem os momentos de depoimentos e testemunhos e as experiências de cada um com os jogos.
“O segundo momento da reunião são as partilhas, onde cada um vai contar sua história de jogo. Três minutos para cada um, pois temos muitos membros. Então aquele que tem a real necessidade de falar, a gente estende um pouco mais. Muitas vezes acontece alguns momentos em que algum irmão que já está na irmandade tem recaída”, afirmou.
FOTO: ARQUIVO JA
É este ato de “queda”, de recair, que faz com que o processo de reabilitação desses jogadores seja remodelado no grupo. Após passar este “passo para trás”, o jogador tem um tempo maior na reunião para desabafar e falar de seu tropeço.
“Quando ele [jogador] recai, precisa de uma atenção melhor, então ele tem um espaço maior para falar um pouco mais. O que é que ele está sentindo, como é que está o emocional dele, um acolhimento. No primeiro momento, literatura, discussão e interpretação da literatura e no segundo momento as partilhas, onde você vai ouvir histórias reais de cada um”, revelou.
O sigilo e o anonimato também são um dos aspectos pregados pelo o grupo.
“Sempre respeitando o anonimato. A gente tem uma máxima: ‘O que você vê e ouve aqui, deixe aqui”.
ORIENTAÇÃO A JOGADORES ENDIVIDADOS
São casos comuns os de jogadores compulsivos estarem com algum problema relacionado ao endividamento. Quando a dívida não é com bancos, financeiras ou empresas de créditos, o jogador arrisca a própria vida e fica endividado com agiotas, entre outros cobradores.
“Quando alguém precisa, pede para participar de um grupo de alívio de pressão. Este grupo é para a pessoa que está toda endividada, agiota cobrando e ele está desesperado sem saber o que fazer".
É preciso informar que o grupo de alívio não é voltado para emprestar dinheiro ou inventar ideias mirabolantes, mas sim orientar sobre como o jogador endividado pode negociar o que deve, seja com entidades financeiras ou a outras pessoas.
“A gente orienta. A orientação consiste em recomendar para este viciado dialogar com o seu cobrador e tentar uma negociação e dizer: ‘Eu não posso pagar vamos dizer que R$ 100 toda semana, eu só posso pagar R$ 20, mas vou pagar tudo'. É para negociar, para que ele entenda que tem saída. O cara de lá do outro lado faz a pressão, ele quer receber dinheiro, claro. Mas se ele matar a pessoa, não vai receber nada, vai ficar sem o dinheiro. Isso é um dos aspectos, fazemos essa orientação em para negociar com o banco, financeira, fazer um orçamento...”, constatou.
Caso a pessoa precise deste tipo de atendimento, uma outra reunião momentos antes do encontro da cúpula é realizada, ou os integrantes marcam uma outra data.
“O irmão é que tem que pedir. A gente se reúne no dia de nosso encontro ou algum outro dia determinado para o suporte. É algo mais educativo. Mas é uma demanda de cada irmão para o grupo, não é uma coisa de todas as reuniões. Pode acontecer ou não fora da reunião”, contou.
Outro ponto tratado no projeto é acerca da religiosidade. Segundo o integrante Wilson, a fé, independente do credo de cada jogador, também é levada em consideração no processo de tratamento desses JAs, além da parte mental.
“Se eu sei que eu tenho uma doença, se eu aceito que tem uma doença, é o primeiro passo. O aceitar minha condição de doença de caráter emocional, que eu não sei como eu vou tratar isso. Você pode tratar com psiquiatra, com todas as doenças emocionais junto com a sua, qualquer fé que você tenha - a gente chama de poder superior".
Um dos principais passos reverberados e destacados pelos representantes é a virtude da humildade. De acordo com eles, é necessário que o jogador que enfrenta o transtorno reconheça e seja humilde para superar o vício, além de frequência e adesão.
“A frequência ao programa onde a gente passa informações de onde você vai discutir, elaborar pensamentos. No 4º passo da recuperação falamos sobre o desvio de caráter. Tem uma lista desse desvio, a exemplo da falta de humildade, explicar a pessoa ser mais humilde...”, completou.
Alerta: Pessoas com problemas de vício ou dependência em jogos podem procurar os Jogadores Anônimos (JA) de Salvador e participar da reunião, que acontece às 19h. Para mais contatos com o grupo, basta acionar o (71) 8624-0512.
Esses jogadores podem também recorrer a atendimento terapêutico com psicólogos e psiquiatras.
Investigados pela Polícia Federal, Ministério Público da Bahia (MP-BA), Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) os juízes que compõem o esquema que ficou conhecido como “Liga da Justiça” também atuavam como agiotas em Porto Seguro. A suposta prática do crime foi constatada pela Corregedoria-Geral de Justiça (CGJ) do TJ-BA após sindicância na comarca do sul do estado.
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) August 26, 2024
Neste domingo (25), reportagem do Fantástico, na Globo, trouxe áudios e mensagens envolvendo os magistrados André Marcelo Strogenski, 1ª Vara Criminal, Júri e Execuções Penais; Fernando Machado Paropat Souza, da 1ª Vara dos Feitos Relativos às Relações de Consumo, Cíveis, Comerciais, Consumidor e Registro Público; e Rogério Barbosa de Sousa e Silva, da Vara da Infância e Juventude e Execução de Medidas Sócio-Educativas, na negociação de empréstimos com regras próprias.
“Se o senhor tiver talvez entre 30 e 50 mil naquele negócio daquela taxa a dois por cento pra mim, se o senhor tiver é capaz de eu precisar”, diz o empresário Henrique Nolasco – apontado como operador do esquema – em mensagem enviada ao juiz Fernando Machado Paropat.
Em outra mensagem, ele cita o nome do promotor do MP-BA, Wallace Carvalho, também acusado de envolvimento na “Liga da Justiça”. “Eu não tava querendo mexer com o doutor Wallace porque o juro dele é maior, entendeu? Em torno de 3, 3 e meio, e lá no outro eu ia conseguir menos”, afirmou Nolasco.
Prints de conversas obtidas pelo Fantástico entre Henrique Nolasco e uma servidora do TJ-BA seguem revelando o esquema de agiotagem envolvendo os juízes. “Será que Dr. Wallace não tem dinheiro nenhum para emprestar? Seria uns 10 mil, o que puder”, questiona a servidora. E Henrique responde: “Wallace falou que comprou um imóvel. Vou tentar Dr. Rogério”.
O grupo ainda é acusado de grilagem no sul da Bahia. Documento da Corregedoria-Geral do TJ-BA aquisição de área de 60.000m² por magistrados, promotor de Justiça e advogado, gerando sociedade em empreendimento imobiliário com 76 lotes individualizados, cabendo 8 deles a cada um dos juízes. A apuração ainda constatou que o empreendimento estaria integralmente vendido, com exceção de apenas um lote de 4.000m², esta, uma das 76 partes. O terreno em questão é onde está localizado o empreendimento “Arraial Costa Verde”.
A ata da correição feita pela CGJ aponta que um dos arquivos inspecionados constata a elevação patrimonial a “pessoas politicamente expostas", incluindo magistrados e promotor.
O operador financeiro do grupo investigado na operação El Patrón foi alvo do mandado de busca e apreensão cumprido nesta sexta-feira (9) em Feira de Santana. Apuração do Bahia Notícias confirmou que o operador gerenciava jogo do bicho e servia de canal para lavagem de dinheiro. A operação tem como alvo o deputado estadual Binho Galinha (PRD).
O mandado cumprido nesta sexta é oriundo da segunda denúncia oferecida pelo Gaeco [Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais] do Ministério Público do do Estado (MP-BA). O nome do operador não foi informado.
Durante a diligência, foram apreendidos documentos e objetos que poderão fornecer provas adicionais sobre a posse ilegal de armas de fogo e o envolvimento dos acusados nas atividades ilícitas do grupo criminoso.
A denúncia tem como base um inquérito da Polícia Federal, que investiga a prática de crimes como lavagem de dinheiro, extorsão e contravenção de jogo do bicho, atribuídos a um grupo criminoso atuante em Feira de Santana e municípios vizinhos, que usava armamento bélico.
O grupo miliciano desbaratado pela Operação El Patron, deflagrada na manhã desta quinta-feira (7) em Feira de Santana, também atuava no desmanche de veículos. A ação ocorre após furto ou roubo e tem como objetivo a venda de peças no mercado ilegal. Vídeos e fotos feitos pela Polícia Federal (PF) mostram um galpão com peças e equipamentos de veículos, como capô, pneus, bancos e motor de carros.
Milícia chefiada por deputado em Feira de Santana também atuava no desmanche de carros, diz PF pic.twitter.com/EdJaTQiG51
— BN Municípios (@BNMunicipios) December 7, 2023
Segundo a polícia, o principal alvo da operação é o deputado estadual Binho Galinha (Patriota). Três policiais militares também estão entre os envolvidos. Os agentes seriam responsáveis por fazer cobranças com uso de violência e ameaça, de valores oriundos de jogos ilícitos [jogo do bicho] e empréstimos a juros excessivos [agiotagem].
Foto: Divulgação / Polícia Federal
Ao todo, são cumpridos 10 mandados de prisão preventiva, 33 mandados de busca e apreensão, bloqueio de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados e o sequestro de 40 propriedades urbanas e rurais, além da suspensão de atividades econômicas de seis empresas. O Ministério Público do Estado (MP-BA) cobrou um valor total de R$ 700 milhões, acrescentando soma correspondente a danos morais cometidos pela organização criminosa.
Um total de 200 policiais federais e estaduais, além de 15 Auditores-Fiscais da Receita Federal e 6 Analistas Tributários participam da operação que conta ainda com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), Força Correicional Integrada da Secretaria de Segurança Pública (Force/Coger/SSP).
A investigação teve início após ofício encaminhado pelo Ministério Público da Bahia, relatando graves ilícitos penais que estariam sendo perpetrados na região. (Atualizado às 10h45).
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.