Médico Gabriel Almeida aponta malefícios do uso banalizado do Ozempic
Por Redação
O médico Gabriel Almeida afirmou que o uso de medicações como Ozempic e Manjaro tem sido “banalizados”. Segundo o especialista, alguns pacientes têm apostado no uso dos remédios por conta própria e “sem estratégia”. A declaração foi feita durante o podcast “Elas Em Cena”, apresentado pelas irmãs Gabi, Nanda e Dani Brito.
“Tem paciente que nunca voltaram. E, às vezes, eu os vejo mais magros, mais gordos, mais magros, mais gordos. Mas o que acontece se você utiliza sem estratégia? Você perde gordura, mas também perde o músculo. E quando você ganha, ganha só gordura”, alegou o profissional.
Em seguida, ele explicou que esse movimento de perder músculos e ganhar gordura diminui o metabolismo dos pacientes. “Então, os pacientes que estão usando as canetinhas por conta própria estão derretendo massa muscular”.
Além dos efeitos estéticos, o profissional também falou sobre os riscos a saúde que o uso desses medicamentos sem acompanhamento médico. “Imagine que você usa uma medicação como a canetinha, e você viu na internet que é bom fazer jejum intermitente. Aí o que a pessoa faz? Usa a canetinha de noite, acorda de manhã e decide fazer jejum. Ainda de jejum, ela vai correr na orla. Aí tem uma hipoglicemia, cai, bate a cabeça, tem um traumatismo craniano e morre”.
“É importante dizer, todo medicamento pode ter um efeito colateral com ou sem o médico. Tem paciente meu que vai tomar esses remédios e vai bater no hospital vomitando. Só que a probabilidade de isso acontecer, a gente minimiza porque a gente bota medicações para combater os efeitos colaterais”, apontou o médico.
Em outro momento, ao falar sobre a polêmica envolvendo o nutricionista Daniel Cady, o médico defendeu o uso da substância para a perda de peso. "Sabe por que eu rebati esse vídeo? Porque algumas pacientes mandaram mensagem para mim dizendo 'Doutor, eu vou suspender o tratamento, porque eu vi determinado influencer falar mal dessas medicações'. Não é assim, porque essas medicações são para diabetes. Eu falei assim,' Não, essa medicação foi aprovada para obesidade pelo FDA desde 2021, ela é aprovada para indivíduos que tem sobrepeso e fator de risco e os indivíduos com obesidade", afirmou.
POSICIONAMENTO DA FARMACÊUTICA
Em nota enviada ao Bahia Notícias, a farmacêutica Novo Nordisk, responsável pela produção do Ozempic, enfatizou que "o Ozempic (semaglutida injetável 0,25 mg, 0,5 mg e 1 mg) não possui indicação aprovada pelas agências regulatórias nacionais e internacionais para o tratamento de obesidade e sobrepeso nas populações estudadas, sendo que o medicamento foi aprovado pelas autoridades regulatórias do Brasil para o tratamento do DM2". "O único medicamento à base de semaglutida aprovado pela Anvisa para tratamento da obesidade ou sobrepeso com comorbidade disponível no Brasil é o Wegovy (semaglutida 2,4 mg)", diz o texto.
A companhia ainda defende que a perda de peso apresentada no tratamento com os análogos de GLP-1 não é um efeito colateral ou inesperado do medicamento – pelo contrário, trata-se de um efeito esperado, que comprova sua eficácia. "A perda de peso é essencial ao tratamento do diabetes tipo 2 (DM2), uma vez que a obesidade é o principal fator da resistência insulínica. Inclusive, o emagrecimento se tornou uma prioridade para o tratamento desse tipo de diabetes, passando a ser orientação de conduta clínica como medida que antecede a redução nos níveis de glicemia para o sucesso do controle da condição".
A empresa ainda frisa que os produtos da classe GLP-1, incluindo Ozempic, Wegovy e Rybelsus, "são medicamentos de tarja vermelha, o que significa que sua venda é restrita a prescrição médica, e a empresa não apoia ou endossa o uso ou promoção de seus medicamentos de forma divergente das orientações de bula". (Atualizada às 17h42 do dia 18/11/24, para a inclusão do posicionamento da farmacêutica)