Inquérito epidemiológico indica que 20% da população de Salvador já teve coronavírus
por Jade Coelho / Ailma Teixeira

Dez meses após a confirmação do primeiro caso de coronavírus em Salvador, a prefeitura da cidade concluiu que 20% da população já contraiu o coronavírus. A porcentagem foi descoberta com a conclusão do inquérito epidemiológico, que visa a estimar o percentual de pessoas com anticorpos para o vírus, a duração desses anticorpos, determinar o percentual de infecções assintomáticas ou clínicas e analisar aspectos sociodemográficos e fatores de risco.
Os resultados preliminares apresentados em coletiva de imprensa virtual, na manhã desta segunda-feira (25), indicam que 604 pessoas apresentaram anticorpos para a doença no corpo. O inquérito foi feito em parceria com a Fiocruz, que colaborou com a metodologia, expertise e experiente suporte técnico, como destacou o prefeito Bruno Reis (DEM). Coube à gestão municipal a destinação de profissionais para o serviço, a disponibilização de veículos e a realização de questionários e testes rápidos.
"A gente não tinha estudo/ pesquisa que mostrasse esse número", ressalta Bruno. "Nos baseamos, então, na ocupação de leitos de UTI e enfermaria, segundo número de mortos, óbitos diários, sempre foram esses dados que nortearam as decisões que a prefeitura tomou até aqui", avaliou o prefeito, acrescentando que o resultado do inquérito vai se somar a essas análises.
O ESTUDO
A metodologia utilizada consistiu em visitas a 576 ruas, 5.558 casas e 2.970 testes realizados, dos quais 604 registraram anticorpo IgG (20% de prevalência), que indica quando a pessoa já contraiu o coronavírus, tendo sido assintomática ou não. O outro anticorpo, o IgM, aparece quando a pessoa está contaminada no momento da avaliação.
Mas isso foi só a primeira etapa da primeira fase do estudo. O passo inicial foi estudar bairros dos 12 distritos sanitários de Salvador — Centro Histórico, Itapagipe, São Caetano, Liberdade, Brotas, Barra/ Rio Vermelho, Boca do Rio, Itapuã, Cabula, Pau da Lima, Subúrbio e Cajazeiras. "Selecionamos 10 bairros de cada distrito e foram sorteadas ruas para testagens e questionários", explicou o prefeito.
Todos os dados foram coletados nos últimos 30 dias. Com isso, em fevereiro, a gestão dará início à segunda etapa do inquérito. "Na sétima etapa, retorna aos casos que testaram positivo justamente no intervalo maior para ter posição mais clara no inquérito da resposta celular para saber com precisão quanto tempo [o indivíduo] ficou com IgG positivo no organismo", adianta Bruno. Ao final, 12 mil pessoas serão testadas. (Atualizada às 11h28)
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