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Autor da Reforma Manicomial diz que lei não trouxe retrocessos para psiquiatria

Autor da Reforma Manicomial diz que lei não trouxe retrocessos para psiquiatria
Foto: Divulgação

O sociólogo e ex-deputado federal Paulo Delgado, autor da reforma psiquiátrica, afirma que a Lei nº 10.216/2001 que propôs a extinção progressiva dos manicômios no país não trouxe retrocessos na atual política de saúde voltada para esta população. Ele diz não acreditar que o governo brasileiro tenha interesse em retornar a uma situação do “manicômio comercial” e da internação com “interesses econômicos”. "O manicômio é o abismo absoluto e a loucura mal entendida e explorada comercialmente é uma ignomínia", reforçou o sociólogo para a Agência Brasil. Na última quarta-feira (15), o Senado aprovou uma lei que autoriza a internação involuntária de usuários de drogas por até três meses.

 

Durante esta semana, diversos especialistas têm se encontrado, em reuniões de portas abertas às comunidades, para debater avanços e retrocessos da reforma psiquiátrica, aprovada com a lei. O dia 18 de maio também é Dia Nacional da Luta Antimanicomial. O movimento começou a ser organizado na década de 1970 e hoje tem com uma das principais frentes de mobilização a Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial (Renila), responsável por divulgar os eventos relacionados à data, como rodas de conversa e atividades culturais, que ocorrem até amanhã (19), em todo o país.

 

Segundo sociólogo, alguns governantes entendem que o setor mais vulnerável da população brasileira é o de pessoas com transtornos mentais e é por esse motivo, além da confiança em um controle social, que ele mantém a esperança de que o país irá avançar nas políticas para essa parcela da população. Especialista em Ciência Política, ele afirma que os gestores municipais podem ajudar a refrear eventuais tentativas de cancelamento de direitos humanos, no âmbito da saúde mental. 

 

"Nós temos experiência e acúmulo de conhecimento suficiente no movimento nacional da luta antimanicomial para, talvez, procurar outros interlocutores igualmente importantes como o governo federal, que seguramente é o mais importante deles, mas lá nos municípios. Nós temos prefeitos que estão inaugurando Caps”. Delgado, que apresentou o projeto de lei da reforma psiquiátrica em 1989, resume seu trabalho como "uma luta generosa", que pensa em novas conexões para um tratamento eficaz dos transtornos de fundo psíquico, formada por pessoas que se dispõem a ser um "polo de reflexão crítica e humanista, sem abandonar os valores técnicos".