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Peixe peçonhento tem ação potencial no combate à esclerose múltipla

Peixe peçonhento tem ação potencial no combate à esclerose múltipla
Foto: Divulgação
Encontrado em toda a costa brasileira, o peixe peçonhento chamado niquim pode representar uma importante ajuda no tratamento da esclerose múltipla. Um grupo de pesquisadores do Laboratório Especial de Toxinologia do Instituto Butantan, em São Paulo, descobriu que é possível extrair da peçonha do animal um peptídeo com ação contra a doença. "Identificamos um peptídio com atividade anti-inflamatória comprovada nos casos de esclerose múltipla. Em camundongos, o peptídeo bloqueia o trânsito e a infiltração de linfócitos patogênicos e macrófagos para o sistema nervoso central, o que favorece o aumento de células reguladoras. Isso resulta na atenuação da neuroinflamação e na prevenção da desmielinização, refletindo no adiamento do aparecimento dos sintomas e na melhoria dos sinais clínicos da doença", explicou a imunofarmacologistas Carla Lima, líder do estudo, à Agência Fapesp. O peptídeo, denominado TnP (peptídeo do T. nattereri), foi descoberto em 2007, quando a também líder da pesquisa Mônica Lopes-Ferreira resolveu pesquisar se o veneno era composto por peptídeos além de proteínas. Simultaneamente, Lima havia padronizado no laboratório testes em murinos (roedores) para avaliação de esclerose múltipla. As duas resolveram testar a eficácia do peptídeo no tratamento da doença. "Inicialmente, descobrimos a função anti-inflamatória do peptídeo e, mais recentemente, a função imunomoduladora", disse Lopes-Ferreira. Segundo ela, todos os ensaios científicos para a comprovação da eficácia do peptídeo no tratamento da esclerose múltipla foram feitos no laboratório de toxinologia do Butantan, em parceria com o laboratório Cristália, de Itapira (SP). As próximas etapas rumo a um medicamento necessitam da continuação da parceria com o laboratório ou com outro que tenha interesse na descoberta e na sua aplicação.