Médicos protocolam carta contra postura do Cremeb: 'Não pode abraçar manifestações'
Por Estela Marques
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Alguns membros do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) assinaram uma carta aberta questionando a postura da entidade em relação aos protestos do próximo domingo (13). "O Cremeb deve defender o interesse público e o exercício ético da medicina, e não pode abraçar manifestações que tentam satisfazer pressões de determinados grupos políticos, principalmente porque não foi declarado pelas instâncias legais a propriedade de impeachment", dizem os 163 médicos signatários da carta, protocolada no final da manhã desta sexta-feira (11), na sede da entidade. Em conversa com o Bahia Notícias, o médico do trabalho Renan Araújo explicou o motivo do movimento. "Está tendo desvirtuamento. O conselho tem que estar isento nas suas posições, porque é ele quem cuida do exercício da profissão, protegendo do ponto de vista ético-profissional. O conselho não deve se envolver em manifestações de caráter político-partidária", afirmou. De acordo com o médico, a carta está disponível para novas adesões de profissionais inscritos no conselho. "Os médicos podem se manifestar e até o sindicato, mas o conselho, não. O conselo deve zelar pela prática médica. Quando se envolve, abre mão dessa isenção que está prevista em lei", reforçou. Nesta sexta, o Cremeb e a Associação Bahiana de Medicina (ABM) conclamaram médicos e sociedade civil a participarem dos atos contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) no domingo (leia aqui).