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Hepatite B foi trazida em navios negreiros, aponta Fiocruz

Hepatite B foi trazida em navios negreiros, aponta Fiocruz
Foto: Reprodução
Africanos trazidos à força para o Brasil durante o século 19 podem ter trazido o vírus da hepatite B para o país. A descoberta é de um estudo do Laboratório de Virologia Molecular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Na pesquisa, as pesquisadoras Selma Gomes e Bárbara Lago constataram, ao sequenciar o DNA do micro-organismo causador da doença, que o genótipo mais comum no país não é o que circula na Europa. Nem também na parte central e ocidental da África, de onde saíram quase cinco milhões de escravos entre 1551 e 1840. Segundo as cientistas, o perfil do patógeno brasileiro é compatível ao da porção oriental do continente, onde se localiza Moçambique, que de 1837 a 1856 forneceu cerca de 400 mil nativos para mão de obra forçada. Na época, o tráfico já era considerado ilegal, e os traficantes usaram a rota do leste para evitar a fiscalização inglesa, uma das potências da época.

“A verdade é que não se trata de uma questão de quantidade. Milhares de escravos saudáveis vindos da costa oeste não transmitiriam nenhuma doença. Por outro lado, apenas uns poucos infectados da costa leste poderiam propagar o vírus”, acrescenta Bárbara ao falar do fator quantidade em relação à transmissão do vírus. As condições dispensadas aos africanos também influenciaram na propagação da doença. De acordo com a pesquisadora Selma Gomes, o objetivo inicial do estudo não era rastrear a origem do HBV circulante no Brasil, mas, ao decifrar o DNA do agente patógeno, elas acabaram por se aproximar da constatação. A hepatite B pode ser prevenida por uma vacina, mas, ao longo da história, a forma como o vírus causador da doença se espalhou pelo planeta transformou estes patógenos em ‘marcadores de populações’.